Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Permanent URI for this communityhttps://repositorio.ufvjm.edu.br/communities/1efbe8c9-f03c-44d3-8028-d62de805b8fa

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - PRPPG/UFVJM - tem a finalidade de apreciar, coordenar, auxiliar, deliberar e homologar as atividades de Pesquisa, Pós-Graduação e inovação da Instituição. A PRPPG possui um orgão de deliberação denominado Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG. A "Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação" é constituída pela Diretoria de Pesquisa e pela Diretoria de Pós-Graduação no campus sede da UFVJM e pelas diretorias de Pesquisa e de Pós-Graduação dos campi fora de sede.

Browse

Search Results

Now showing 1 - 10 of 11
  • Thumbnail Image
    Item
    Representações sociais de mulheres primíparas assistidas pela Atenção Primária à Saúde sobre o aleitamento materno
    (UFVJM, 2023) Soares, Simone Sayonara dos Santos; Teixeira, Romero Alves; Freitas, Ronilson Ferreira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Teixeira, Romero Alves; Murta, Nadja Maria Gomes; Santos, Gustavo Souza; Macedo, Mariana de Souza
    O aleitamento materno exclusivo (AME) é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até os seis meses e os benefícios para mãe e filhos são comprovados pela literatura. Contudo, a mulher, após o parto, sofre mudanças locaise sistêmicas, o que as vezes torna o período da amamentação, uma experiência difícil, marcada por diversas representações, e que pode inclusive, ocasionar a interrupção do aleitamento do recém-nascido. Frente a esse contexto, o objetivo deste estudo foi desvelar as representações sociais de mulheres primíparas do município de Curvelo assistidas pela Atenção Primária à Saúde sobre o aleitamento materno. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa e o referencial teórico e metodológico empregado se refere à Teoria das Representações Sociais e à análise de conteúdo de Bardin. Foram realizadas entrevistas com nove nutrizes, com idade média de 23,6 anos. Ao longo das entrevistas, foi possível observar falas acerca da dificuldades sobre o início do aleitamento e da satisfação com o ato de amamentar. Sobre as experiências relativas ao aleitamento materno, a partir da fala das nutrizes, foram criadas as seguintes categorias: (1) O processo de amamentação e os sentimentos vivenciados pelas nutrizes; (2) As dificuldades no processo de amamentação e a relação com redes de apoio; (3) Assitência à saúde no aleitamento materno: experiências das nutrizes na Atenção Primária e Maternidade (hospital). Foi possível constatar as seguintes representações sociais: primeiro, o processo de amamentação é representado como um grande desafio, que envolve sacrifícios por parte das mães sendo impostas não apenas pelas condições objetivas do processo de amamentação, mas também por imperativos culturais; segundo, o processo de amamentação está intrinsecamente associado ao conceito de “boa mãe” nas representações sociais, ou seja, o medo de não amamentar adequadamente é associado ao medo de não ser uma boa mãe; terceiro, nas representações sociais, a maternidade é uma responsabilidade que recai principalmente sobre as mães. Portanto, é fundamental que serviços de saúde, principalmente no que diz respeito a Atenção Primária e sociedade apoiem as mulheres antes e depois do nascimento e ainda mais tarde quando surgem os principais desafios para a manutenção de um aleitamento exclusivo. Faz-se necessário que profissionais atuantes nessa área busquem constante atualização e sensibilizem-se para a abordagem do assunto junto às nutrizes de modo que possam tornar as representações sociais vivenciadas por essas mulheres, positivas e agradáveis.
  • Thumbnail Image
    Item
    Educação do campo na perspectiva das representações sociais de egressos e familiares sobre a Escola Família Agrícola de Tabocal
    (UFVJM, 2021) Rodrigues, Eurivaldo Nunes; Sant’Anna, Paulo Afrânio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sant'Anna, Paulo Afrânio; Andrade, Daniela Barros Silva Freire; Lima, Josélia Barroso Queiroz
    Ao campo brasileiro, lugar onde reside uma considerável parcela da população, tem sido atribuído, historicamente, um status de inferioridade em relação à cidade, o que, muitas vezes, tem ocasionado o não acesso a direitos essenciais, entre eles o direito a uma educação adequada a sua realidade. Essa situação desencadeou tensionamentos que promoveram a ressignificação do campo enquanto território de vida e espaço de cidadania, por meio da luta das comunidades rurais. O Movimento da Educação do Campo surge no final da década de 90, protagonizado pelos movimentos sociais e instituições ligadas ao acesso à terra e pela reforma agrária. A Educação do Campo se articulou primeiro nos assentamentos do programa da reforma agrária e, em um segundo momento, se expandiu para outras comunidades rurais. Dentre as várias iniciativas que contribuíram para a consolidação do Movimento da Educação do Campo, destacam-se as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs). As EFAs tiveram sua origem na França, no ano de 1934, e chegaram ao Brasil em 1969. Seu modelo educativo consiste na interação entre “Tempo Escola e Tempo Comunidade”, conhecida como “alternância”, com o objetivo de produzir conhecimento de forma articulada com a vivência familiar e com a valorização da cultura e dos costumes dos povos do campo. Visando aprofundar o conhecimento sobre a proposta da Educação do Campo, mais especificamente, sobre seu impacto no enfrentamento dos desafios do campo e no vínculo identitário dos estudantes com o território, este trabalho foi realizado com a colaboração de egressos e pais de egressos da Escola Família Agrícola de Tabocal (EFAT), localizada no município de São Francisco, norte de Minas Gerais, com o objetivo de identificar as Representações Sociais de egressos e familiares sobre a escola. Para isso, adotou-se o desenho de estudo de caso, de natureza qualitativa-exploratória, fundamentado na Teoria das Representações Sociais (TRS). Os dados foram produzidos por meio de “entrevistas narrativas”, que após transcritas e codificadas foram processadas pelo software Iramuteq, para análise lexical. O software apresentou como resultado cinco classes de palavras, delineando os campos semânticos que possibilitaram identificar as classes temáticas utilizadas para a discussão dos dados. Os indicadores obtidos revelam impactos positivos no vínculo identitário com o campo a partir da vivência dos estudantes no curso realizado na EFAT. Evidenciam que o diálogo entre escola–família–comunidade é imprescindível para a construção do conhecimento nas escolas do campo, bem como para o processo de ensino-aprendizagem. Destacam também aspectos relevantes que possibilitam a opção de escolarização e emprego no campo.
  • Thumbnail Image
    Item
    Análise de atendimento do Ser Surdo nos serviços de saúde pública de um município Polo no Alto Vale do Jequitinhonha: uma proposta de intervenção
    (UFVJM, 2021) Vieira, Adriane dos Prazeres; Cambraia, Rosana Passos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cambraia, Rosana Passos; Dias, Ana Catarina Perez; Pereira Júnior, Assis do Carmo; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Telles Filho, Paulo Celso Prado; Rodrigues, Telma Geralda Andrade Câmara
    A Atenção Primária em Saúde (APS) no Brasil tornou-se referência fundamental para as reformas sanitárias ocorridas com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) na década de 1980, com o intuito de garantir assistência integral que transcenda a prática curativista. No entanto o modelo de formação da equipe multiprofissional, ainda reverbera práticas fragmentadas e desarticuladas que confrontam com os princípios da universalidade e integralidade do atendimento na promoção da saúde. Nesta ambiência de discordância a comunicação é fator que socializa os saberes durante o acolhimento e humaniza o atendimento em uma lógica de corresponsabilidade na interferência das vulnerabilidades no processo saúde/doença. O presente trabalho teve como objetivo geral analisar o atendimento do Ser Surdo nos serviços de saúde pública de um município Polo no Alto Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais, Brasil), para a proposição de condições de interação humanizada de acordo as especificidades desse público com a equipe assistencial, conforme preconiza os princípios e diretrizes do (SUS). Esta pesquisa caracterizou-se como qualitativa e foram envolvidos na amostra de conveniência quarenta indivíduos, vinte e nove profissionais da saúde (médicos, enfermeiros e agentes de saúde) atuantes nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) e onze surdos cadastrados nesses serviços públicos. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas individuais, posteriormente foram transcritas na íntegra, tratadas, interpretadas e analisadas. No que se referem ao perfil dos profissionais de saúde, os resultados apontaram que a formação inicial é insuficiente ou inexistente, para as práticas de atendimento universal e de acolhimento humanizado do Ser Surdo nos serviços de saúde. Os resultados para a formação continuada apontaram apenas três profissionais habilitados nos aspectos da diferença linguística e cultural para o atendimento dessa população nos serviços primários de saúde do município Polo. Os resultados encontrados para o atendimento dos pacientes surdos demonstraram práticas descontetualizadas e inversa ao entendimento dessa população, esses resultantes destituem sua autonomia nos serviços individuais e coletivos dentro do escolpo da APS. Outros resultados encontrados são referentes aos temas analíticos que evidenciaram variáveis dificultadoras para a continuidade comunicacional, devido à ausência de orientação qualificada para o atendimento das necessidades culturais e linguísticas do Ser Surdo. Enquanto os subtemas resultam possibilidades de ampliação do conhecimento para a sustentabilidade comunicacional entre surdos e ouvintes durante a formação acadêmica e nas práticas assistencialistas. Conclui-se, portanto, que o desconhecimento da Língua Brasileira de Sinais pelos profissionais de saúde afeta o direito a diferença e descaracteriza ações de saúde, além de impedir a inclusão que assegura o acesso e a continuidade do tratamento integral do Ser Surdo. Para tanto, foi proposto plano de ação que identifica os nós críticos e as possibilidades de atuação dentro dos nossos espaços de governabilidade com seus respectivos recursos necessários e críticos para a intervenção.
  • Thumbnail Image
    Item
    As representações sociais de estudantes de medicina sobre o curso
    (UFVJM, 2019) Quadros, Suzana Esteves; Sant’Anna, Paulo Afrânio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sant’Anna, Paulo Afrânio; Hemmi, Ana Paula Azevedo; Sampaio, Cristina Andrade
    O curso de medicina suscita no imaginário social um repertório de significados e valores do que é ser “estudante de medicina”. As representações sociais podem impactar na forma como o estudante se insere e vivencia o curso de medicina. O objetivo principal da pesquisa foi identificar as representações sociais de discentes de medicina sobre o curso e seus impactos no processo de formação. Trata-se de um estudo qualitativo exploratório baseado na Teoria das Representações Sociais com estudantes de medicina de uma universidade pública federal. A coleta dos dados foi realizada por meio da técnica de grupo focal. Os interessados em participar da pesquisa foram distribuídos em quatro grupos focais, sendo 3 com 10 participantes e 1 com cinco. O material composto pelas gravações dos quatro grupos focais foi transcrito e organizado para a composição do corpus da pesquisa. O tipo de análise realizada foi a análise lexical e a interpretação dos resultados seguiu o referencial da Teoria das Representações Sociais. Para a realização da análise lexical do corpus foi utilizado o software IRAMUTEQ. Os segmentos de textos analisados pelo software apresentaram retenção de 91,78%, o que indica consistência da análise. Foram identificadas cinco classes de palavras delimitando campos semânticos que possibilitaram a construção de cinco categorias temáticas, a saber: Impactos do curso, Curso de Medicina, Profissão de Medicina, Organização do Curso e Investimento Pessoal. As categorias Impactos do curso, Curso de Medicina e Profissão de Medicina estão diretamente relacionadas, indicando que no campo da representação sobre o curso os aspectos relacionados aos impactos do curso na aprendizagem e na saúde dos estudantes estão associados a como eles percebem e caracterizam a formação em medicina e a profissão de médico. A categoria Organização do curso relaciona-se com a categoria Investimento Pessoal sugerindo que a organização e o desenvolvimento do curso afetam diretamente os esforços que os estudantes devem realizar para atender as expectativas e exigências impostas pelo primeiro. Os indicadores obtidos sinalizam aspectos relevantes sobre os impactos do curso na saúde mental dos discentes e reforça a importância dos serviços de apoio psicopedagógicos direcionados a este público. Também, as imagens, informações e condutas que os estudantes de medicina apresentam sobre o curso constituem-se como elementos importantes que podem colaborar para a reflexão do sistema de ensino do futuro médico.
  • Thumbnail Image
    Item
    Vida talhada com as mãos: as representações sociais da feira livre de Capelinha-MG
    (UFVJM, 2019) Ferreira, Keyla Karla Fernandes; Lima, Josélia Barroso Queiroz; Magnani, Maria Cláudia Almeida Orlando; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lima, Josélia Barroso Queiroz; Magnani, Maria Cláudia Almeida Orlando; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Sant' Anna, Paulo Afranio; Servilha, Mateus de Moraes
    Este é um estudo sobre as representações sociais da feira livre de Capelinha/MG, tendo por base os sujeitos feirantes, a fim de identificar quais são os significados atribuídos por estes ao respectivo espaço e de que forma eles possibilitam compreendê-la como produto de interações sociais. Como referencial teórico, baseia-se na sociologia econômica contemporânea, através das contribuições de Abramovay (2004), nos estudos das representações sociais, Moscovici (2010), nas discussões da geografia contemporânea, Massey (2008). A investigação da feira ocorreu por meio da articulação de metodologias qualitativas, documentais e registros das observações de campo. Em campo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e conversas informais, e para analisar os dados, lançou-se mão da análise de conteúdo. Bourdieu também trouxe contribuições para a interpretação dos dados. Portanto, este trabalho encontra-se na interseção das representações sociais e da realidade sociológica da feira. O atual momento da feira também foi investigado e percebeu-se ações a fim de regulamentarem o uso do espaço para a revitalização do mesmo. Conclui-se que a feira livre de Capelinha é uma construção social.
  • Thumbnail Image
    Item
    Mitos e logos: repensando as dicotomias da modernidade ocidental sob a perspectiva da educação escolar indígena
    (UFVJM, 2019) Cavalcante, Amanda Ottoni; Cambraia, Rosana Passos; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cambraia, Rosana Passos; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Queiroz, Henrique Almeida de; Paes, Sílvia Regina; Alves, Thamar Kalil de Campos; Silva, Nádia Maria Jorge Medeiros
    O processo educacional escolar como direito das comunidades indígenas vem sendo constituído, no século XXI, em contraposição à tradição assimilacionista e integracionista de experiências escolares que tinham como finalidades o apagamento das diferenças culturais. Essa pesquisa teve como foco a reinterpretação dos mitos como método pedagógico para reinvenção das tradições culturais com base no próprio meio de transmissão do conhecimento tradicional. Analisou-se as representações que os povos indígenas predominaram no imaginário dos estudantes do Ensino Médio, no sentido de problematizar a concepção genérica do “ser índio” para recriar outras concepções baseadas no método partilhado através da investigação sobre o conhecimento histórico dos próprios indígenas. A metodologia utilizada foi à revisão bibliográfica sobre as teorias decoloniais, o espaço rural brasileiro e a educação escolar indígena, e a análise do material didático “Rithioc Krenak” diferenciado e específico da educação escolar indígena - com foco na reinterpretação dos mitos para re-criar e re-significar a história do seu povo. Contribuindo para a “ressurgência” cultural no intuito de reverter o quadro de silenciamento da língua materna e análise das representações dos estudantes do ensino médio sobre os povos indígenas. Conclui-se que os mitos indígenas inseridos no processo educativo possuem uma linguagem específica da cultura e da vida social da comunidade. Contribuem para problematizar a temática indígena em sala de aula, uma vez que, toda representação social parte de uma naturalização de discursos construído ao longo do processo histórico.
  • Thumbnail Image
    Item
    Apoio matricial do NASF: representação social de profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre assistência à saúde
    (UFVJM, 2017) Silva, Ana Paula Campos Barbosa da; Sant’Anna, Paulo Afrânio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sant’Anna, Paulo Afrânio; Franco, Erich Montanar; Dias, Carlos Alberto
    O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) foi criado com o objetivo de ampliar as ações das Estratégias de Saúde da Família (ESF), atuando de forma interdisciplinar alicerçado primordialmente no apoio matricial. Porém, observa-se uma fragilidade na incorporação dessa ferramenta no processo de trabalho das equipes da ESF e do NASF do município de Itamarandiba – MG. Nesse contexto, a identificação das representações sociais dos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) sobre assistência à saúde visou à compreensão do impacto das mesmas na operacionalização do apoio matricial exercido pelo NASF do município em questão. Para isso, este estudo recorreu ao desenho metodológico de estudo de caso, com natureza exploratória e abordagem qualitativa. Para o alcance dos dados usou-se análise documental, entrevistas semiestruturadas e observação do campo. Participaram como sujeitos deste estudo: dois médicos, dois enfermeiros, um cirurgião dentista, um auxiliar de saúde bucal, dois Agentes Comunitários de Saúde (ACS), dois técnicos em enfermagem, e os três profissionais do NASF, perfazendo um total de treze profissionais, todos pertencentes à rede de APS do município de Itamarandiba. O corpus primeiramente foi submetido à análise pelo software IRAMUTEQ (Interface de R pourles Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), através da Classificação Hierárquica Descendente (CHD), com o objetivo de verificar as classes de palavras e sua organização. Na sequência, submeteu-se o corpus à análise temático-categorial evidenciando os temas “Assistência” e “Práticas profissionais”. Como resultados deste estudo, verificou-se a presença de conceitos de assistência à APS tanto convergentes como divergentes com as diretrizes do SUS e normativas ministeriais da APS, já as práticas revelaram que, em sua maioria, afastavam-se do modelo de promoção da saúde, demonstrando, pois, representações sociais ancoradas no modelo biomédico. Além disso, a investigação dos processos históricos e culturais de organização da APS, em especial do NASF, em Itamarandiba, esclareceu o contexto de produção das representações sociais, permitindo a compreensão do quanto o mesmo favorece à permanência de condutas ancoradas em um modelo de assistência verticalizado, com práticas fragmentadas e isoladas que dificultam a intersetorialidade e se afastam da compreensão do instrumento apoio matricial. Percebe-se a existência de práticas pautadas no modelo de promoção da saúde, mas que precisam ser fortalecidas. Espera-se que este trabalho fomente reflexões, entre os profissionais das equipes da APS, os coordenadores e gestores de Itamarandiba, de modo a problematizar o quanto o processo de trabalho e a organização das ações e serviços de saúde do município precisam ser reavaliados e reconfigurados, visando ao fortalecimento da APS. Com isso, viabilizar a atuação do NASF em parceria com as equipes de ESF, sob a lógica do apoio matricial e equipes de referência, visando à organização do sistema municipal de saúde, e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida dos usuários.
  • Thumbnail Image
    Item
    Perspectiva de gênero: representações sociais sobre o homem no processo da gravidez e do nascimento
    (UFVJM, 2017) Torres, Yasmine Karina Sotomayor; Paes, Sílvia Regina; Morais, Rosane Luzia de Souza; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Paes, Sílvia Regina; Dias, Ana Catarina Perez; Vitorino, Débora Fernandes de Melo
    O processo da gravidez e do nascimento (PGN) é ainda considerado como uma função da mulher. Isso geralmente é influenciado pelo determinismo biológico que permite à mulher engravidar e ter filhos. Embora, é indispensável reconhecer que esse processo, desde o seu inicio, também envolve diretamente ao homem. Mas, além do biológico, aquela assinação feminina que se dá ao PGN, tem uma forte influência social, donde os estereótipos de gênero tradicionais cumprem um papel determinante. Neste sentido valorizando a importância do envolvimento do homem no dito processo, foi realizada a presente pesquisa de abordagem qualitativa. O presente estudo teve por objetivo analisar as representações sociais sobre o homem no processo da gravidez e do nascimento do filho (a), considerando os personagens envolvidos: homem, mulher e profissional de saúde. A pesquisa foi realizada na maternidade do Hospital Nossa Senhora da Saúde da cidade de Diamantina. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas nos 17 participantes, dos quais foram 5 mulheres/mães, 5 homens/país e 7 profissionais de saúde; sendo esse número definido em cada grupo por o critério de saturação. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo, juntamente com os dados obtidos pela observação participante que foi a segunda técnica de recolecção de dados. O analise de conteúdo permitiu identificar quatro grandes categorias: Estereótipos de gênero, profissionais de saúde e a participação do homem, fatores externos na participação do homem e benefícios da participação do homem, no PGN respectivamente. Em sentido geral o PGN tem ainda a representação de ser de responsabilidade e participação basicamente feminina. Isso é mais evidente em etapas relacionadas ao planejamento familiar e durante a gravidez, pois durante o parto e o nascimento percebe-se certa aproximação na participação do homem, mais enfatizando sua presencia como símbolo de companhia, fortaleza e segurança para a mãe. Evidencia-se que os estereótipos de gênero tradicionais, aqueles que reforçam a ideia de que o processo em questão é de responsabilidade basicamente feminina e que desligam ao homem dos cuidados e da assistência sanitária que envolve esse processo, estão fortemente arraigados não só nos homens, más também nas mulheres e nos mesmos profissionais de saúde participantes, que às vezes reforçam esses estereótipos no seu agir profissional. Um aspecto relevante que surgiu na presente pesquisa é que o trabalho de parto e o parto são cenários de confrontação, ambivalência e dualidade para os homens, pois convergem dois tipos de masculinidade. Assim por um lado é um cenário que replica algumas características da masculinidade hegemónica: o homem como símbolo de fortaleza e segurança. Por outro lado é uma etapa muito sensível, que permite que os homens demostrem alguns sentimentos como medo, dor e insegurança, caraterísticas que vão à contra da masculinidade tradicional, mais que oferece uma janela de mudança da masculinidade hegemónica fortemente mantida na sociedade. Nesse contexto, é importante que os profissionais de saúde, tornem-se agentes de mudança e promovam partos mais humanizados e acolhedores, considerando como ponto chave a perspectiva de gênero nesse processo, mas também na saúde sexual e reprodutiva em geral.
  • Thumbnail Image
    Item
    As representações sociais dos médicos brasileiros, dos usuários e dos gestores das ESF(s) e da mídia sobre o Programa Mais Médicos
    (UFVJM, 2016) Rocha, Jucimere Fagundes Durães; Sant'Anna, Paulo Afrânio; Vieira, Maria Aparecida; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sant'Anna, Paulo Afrânio; Dias, Orlene Veloso; Pereira, Diogo Neves
    Criado em 2013, o Programa Mais Médicos integra um conjunto de políticas de formação de recursos humanos para a saúde com políticas educacionais nos cursos médicos, estímulo à pesquisa aplicada ao Sistema Único de Saúde e implementa medidas que asseguram a distribuição de médicos em regiões prioritárias por meio da chamada imediata de médicos brasileiros e estrangeiros. No entanto, desde a criação e implantação, os órgãos de classe médica se posicionam de maneira contrária, situação esta amplamente divulgada na mídia. Nesse sentido, o presente estudo teve o objetivo de compreender as representações sociais da mídia, dos médicos brasileiros, gestores e usuários das Estratégias de Saúde da Família sobre o Programa Mais Médicos. Para a realização do estudo optou-se pelo estudo tipo básico, documental e de campo, exploratório, descritivo, transversal com abordagem quantiqualitativa cujo referencial teórico foi a Teoria das Representações Sociais. O cenário do estudo foi um município do norte de Minas Gerais. Os participantes do estudo foram 50 médicos brasileiros, 84 gestores e 208 usuários das Estratégias de Saúde da Família e o corpus de análise da mídia televisionada foi composto por 55 matérias dos Jornais Nacional e SBT Brasil exibidas no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2015. A coleta de dados foi feita utilizando teste de evocação de palavra e perguntas abertas. Os dados foram analisados por meio dos Softwares Ensemblesde Programmes Permettant l’Analyse des Evocations 2005 (EVOC®) e Classification Hiérarchique Classificatoire et Cohésitive - CHIC® (Versão 4.1). Os dados coletados por meio das perguntas abertas foram analisados pela técnica de análise do conteúdo de Bardin. Diante dos achados deste estudo, percebe-se que o Programa Mais Médicos tem suscitado polêmicas, acirrado debates, controvérsias, resistência e conflitos ideológicos entre os atores sociais. Esse contexto motivou reações e provocou a construção de representações sociais nos atores sociais implicados em sua trama, com interesses diversos e contraditórios, o que levou à elaboração de representações sociais sobre o Programa Mais Médicos divergentes de aceitação e reprovação pelos atores sociais envolvidos.
  • Thumbnail Image
    Item
    As representações sociais de professores sobre saúde: um estudo de caso em escolas públicas de Belo Horizonte
    (UFVJM, 2016) Rezende, Kátia Souza; Sant´Anna, Paulo Afrânio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sant´Anna, Paulo Afrânio; Rocha, Maria Isabel Antunes; Pereira, Diogo Neves
    A escola se apresenta como um campo fértil para a implementação de propostas, estratégias e ações de promoção da saúde, tornando-se lugar de interlocução entre saúde e educação. As ações de saúde que são desenvolvidas nas escolas podem ser compreendidas a partir da concepção de saúde que circula neste espaço. O Programa Saúde na Escola (PSE) é visto como elemento que altera o cotidiano escolar, fazendo emergir representações sociais sobre saúde atravessadas pelas ações de saúde que são realizadas neste espaço. Estas representações, por sua vez, influenciam as atividades, percepções, valores, julgamentos e decisões dos professores no âmbito da saúde. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo identificar as Representações Sociais sobre saúde dos professores de três escolas da rede pública de ensino de Belo Horizonte e seu impacto no desenvolvimento do Programa Saúde na Escola. Para tanto, foram realizados três grupos focais com os professores das três escolas estudadas. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, que permitiu identificar o processo de mudança de paradigma marcado de um lado, por ações de saúde na escola ancoradas no modelo biomédico e de outro, por uma perspectiva ampliada de saúde que considera os fatores biopsicossociais. Ao analisar a constituição dessas duas marcas de sentido, observou-se que ambas geram atitudes distintas e antagônicas. O estudo aponta que a escola, enquanto instituição de regulação social revela-se conservadora, dissociada das transformações que ocorrem na sociedade. Portanto a Teoria da Representação Social enquanto conhecimento compartilhado pelo grupo favorece o processo pelos quais os indivíduos em interação social, constroem explicações acerca dos objetos sociais. O caminho percorrido pelo estudo permitiu a identificação dos pontos de ancoragem e objetivação dos professores das três escolas estudadas. Tal constatação implica fazer uma leitura com auxílio do contexto sociocultural elaborado e compartilhado pelo grupo de pertença. Assim, é possível perceber como as representações se estabelecem.