Educação do campo na perspectiva das representações sociais de egressos e familiares sobre a Escola Família Agrícola de Tabocal

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2021

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UFVJM

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Ao campo brasileiro, lugar onde reside uma considerável parcela da população, tem sido atribuído, historicamente, um status de inferioridade em relação à cidade, o que, muitas vezes, tem ocasionado o não acesso a direitos essenciais, entre eles o direito a uma educação adequada a sua realidade. Essa situação desencadeou tensionamentos que promoveram a ressignificação do campo enquanto território de vida e espaço de cidadania, por meio da luta das comunidades rurais. O Movimento da Educação do Campo surge no final da década de 90, protagonizado pelos movimentos sociais e instituições ligadas ao acesso à terra e pela reforma agrária. A Educação do Campo se articulou primeiro nos assentamentos do programa da reforma agrária e, em um segundo momento, se expandiu para outras comunidades rurais. Dentre as várias iniciativas que contribuíram para a consolidação do Movimento da Educação do Campo, destacam-se as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs). As EFAs tiveram sua origem na França, no ano de 1934, e chegaram ao Brasil em 1969. Seu modelo educativo consiste na interação entre “Tempo Escola e Tempo Comunidade”, conhecida como “alternância”, com o objetivo de produzir conhecimento de forma articulada com a vivência familiar e com a valorização da cultura e dos costumes dos povos do campo. Visando aprofundar o conhecimento sobre a proposta da Educação do Campo, mais especificamente, sobre seu impacto no enfrentamento dos desafios do campo e no vínculo identitário dos estudantes com o território, este trabalho foi realizado com a colaboração de egressos e pais de egressos da Escola Família Agrícola de Tabocal (EFAT), localizada no município de São Francisco, norte de Minas Gerais, com o objetivo de identificar as Representações Sociais de egressos e familiares sobre a escola. Para isso, adotou-se o desenho de estudo de caso, de natureza qualitativa-exploratória, fundamentado na Teoria das Representações Sociais (TRS). Os dados foram produzidos por meio de “entrevistas narrativas”, que após transcritas e codificadas foram processadas pelo software Iramuteq, para análise lexical. O software apresentou como resultado cinco classes de palavras, delineando os campos semânticos que possibilitaram identificar as classes temáticas utilizadas para a discussão dos dados. Os indicadores obtidos revelam impactos positivos no vínculo identitário com o campo a partir da vivência dos estudantes no curso realizado na EFAT. Evidenciam que o diálogo entre escola–família–comunidade é imprescindível para a construção do conhecimento nas escolas do campo, bem como para o processo de ensino-aprendizagem. Destacam também aspectos relevantes que possibilitam a opção de escolarização e emprego no campo.

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RODRIGUES, Eurivaldo Nunes. Educação do campo na perspectiva das representações sociais de egressos e familiares sobre a Escola Família Agrícola de Tabocal. 2021. 134 p. Dissertação (Mestrado em Estudos Rurais) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2021.

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