Pós-Graduação em Ciências da Saúde
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PPGCS - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
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Item Determinantes sociais de saúde na população vivendo com HIV no Vale do Jequitinhonha e sua relação com o controle virológico(UFVJM, 2023) Görgens, Pollyanna Roberta Campelo; Oliveira, Danilo Bretas de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Danilo Bretas de; Thomasini, Ronaldo Luis; Assis, Thamara de Souza Campos; Santos, Delba FonsecaEste estudo teve o objetivo de identificar e analisar determinantes sociais de saúde na população vivendo com HIV, em uma região do Vale do Jequitinhonha. Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo, descritivo e exploratório, por meio de análise de 239 (81,8%) prontuários do serviço de referência para pessoas acima de 13 anos, durante o período de 01/10/2020 a 31/12/2020. Foram obtidos os seguintes dados: idade, cor, gênero, data de diagnóstico, histórico de doenças, problemas psicossociais, data da última consulta, número médio de consultas por ano, carga viral (HIV PCR quantitativo), contagem de linfócitos T CD4+, orientação sexual, uso de substâncias, sedentarismo, estado civil, rede de apoio social, vínculo com a atenção primária à saúde, escolaridade, ocupação e procedência. A abordagem dos dados foi feita de forma quali-quantitativa. Foi feito o comparativo dos fatores na população total e com diagnóstico nos últimos 3 anos por razões de prevalência (RP). Os fatores relacionados ao diagnóstico recente e a falha no tratamentoforam estimados pela análise bivariada, regressão logística simples e razão de chances (OR), considerado um nível de significância de 95%. Posteriormente foi realizada a análise multivariada para construção de uma árvore de decisão. Observou-se que 61,1% dos pacientes possuíam outras doenças crônicas e 38,49% apresentavam baixo vínculo com a atenção primária à saúde. Nos últimos 3 anos, o número de diagnósticos vem aumentando na população com ensino superior (RP 1,32; IC95%; 0,68-2,56), nos homossexuais (RP 1,09; IC95%; 0,71-1,68) e em pessoas com linfócitos T CD4+ abaixo de 350 células/mm3 (RP 2,00; IC95%; 1,41-2,84) podendo indicar o diagnóstico tardio do HIV. Indivíduos desempregados apresentaram mais chances de ter um diagnóstico recente (OR 6,21; IC95%; 1,80-26,13). A baixa contagem de CD4+ e a idade menor ou igual a 45 anos foram os fatores determinantes no modelo da árvore de decisão considerando o desfecho diagnóstico recente. As chances de adequado controle virológico reduziu em indivíduos com demandas psicossociais (OR 0,47; IC95%; 0,00-0,25). A hipertensão arterial sistêmica e a baixa contagem de linfócitos T CD4+ foram as condições mais relevantes no modelo de árvore de decisão considerando o desfecho falha terapêutica. Os achados podem contribuir com estratégias para melhor controle da epidemia e para o melhor cuidado da população infectada.Item Vigilância de SARS-CoV-2 em águas residuais e a inter-relação com indicadores epidemiológicos da COVID-19 em Diamantina-MG(UFVJM, 2023) Silva, Thamires Gabriele Macedo; Oliveira, Danilo Bretas de; Ottone, Vinicius de Oliveira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Danilo Bretas de; Schetino, Marco Antônio Alves; Abreu, Filipe Vieira Santos deO vírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), responsável pela doença COVID-19, infectou mais de 27 milhões de pessoas em todo o mundo rapidamente em meses. Embora a literatura sobre SARS-CoV-2 indique que sua transmissão pode ocorrer predominantemente por aerossolização de gotículas carregadas pelo ar, a possibilidade de vias alternativas de transmissão ou reinfecção pelo ambiente requer atenção científica considerável. O RNA do SARS-CoV-2 pode ser detectado em amostras de fezes e urina, sendo assim o monitoramento em águas residuais é de suma importância para investigar a circulação do vírus em uma população. O estudo teve como objetivo monitorar, detectar e correlacionar com dados epidemiológicos a presença do SARS-CoV-2 em desejos de águas residuais da cidade de Diamantina-MG. As coletas foram realizadas durante o período de junho a novembro de 2021 foram realizadas 6 coletas ao total sendo 1 a cada mês, contemplando duas microbacias ao entorno da região urbana de Diamantina, 10 pontos no decorrer das duas microbacias foram utilizados para a investigar a presença do SARS-CoV-2. As detecções do RNA viral foram realizadas em laboratório por meio de ensaios de RT-qPCR. A presença do genoma do SARS-CoV-2 nos esgotos foi correlacionado com o percentual de número de casos novos de COVID-19 (percentual da soma da população infectada 14 dias antecedentes a coleta mensal) e número de imunizados 1° dose SARS-CoV- 2 (percentual da população total de diamantina estimada 2021) durante o período de monitoramento. As análises foram realizadas no software GraphPad Prism v.8.0 e SPSS v.20. A correlação linear de Pearson e regressão multiparamétrica foram consideradas estatisticamente significativas quando p < 0,05. Tendo como resultado a detecção do RNA viral em alta frequência no primeiro mês de coleta, em junho, sendo detectado em 70% das amostras. Reduzindo a detecção no decorrer dos outros meses; julho (20%), agosto (30%), setembro (20%), outubro (20%) e novembro (0%). A detecção do RNA do SARS-CoV-2 nas microbacias de Diamantina foi concomitante com a redução acentuada no número de casos novos de COVID-19; junho (50%), julho (17%), agosto (15%), setembro (9%), outubro (6%) e novembro (3%), tendo uma correlação positiva (r=0,9380 e p=0,005). Além disso, a detecção do RNA viral nas microbacias é inversamente proporcional ao aumento do número de imunizados 1° dose SARS-CoV-2; junho (26,1%), julho (41,56%), agosto (49,2%), setembro (67,4%), outubro (74,5%) e novembro (82%), demonstrando uma correlação negativa (r=-0,8167 e p=0,04). E por fim, o número de casos novos de SARS-CoV-2 é correlacionado com 88% das ocorrências de amostras positivas nas microbacias em torno da região urbana de Diamantina (R²=0,88 P=0,006 e β= 0,938). O estudo conclui que os dados obtidos mostraram um alinhamento básico entre a detecção quantitativa de SARS-CoV-2 em águas residuais contaminadas e o número de novos casos relatados na cidade. A presença do RNA do SARS-CoV-2 em efluentes urbanos é uma prática de destacada importância na atualidade pela possibilidade de monitoramento do vírus na população urbana, o que ajuda na tomada de decisões e direcionamento de políticas públicas de controle e prevenção.