Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Permanent URI for this communityhttps://repositorio.ufvjm.edu.br/communities/1bed2730-816a-4e6d-8bfd-f150a917d142
PPGCS - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Browse
Item Prevalência e fatores associados da insuficiência renal aguda em pacientes com Covid-19 em unidade de terapia intensiva(UFVJM, 2023) Magalhães, Fabrícia Ramos; Lucas, Thabata Coaglio; Silva, Thales Philipe Rodrigues da; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM; Lucas, Thabata Coaglio; Ferreira, Paulo Henrique da Cruz; Pereira, Wagner de FátimaA pandemia da coronavirus disease 2019 (COVID-19), desencadeada pelo coronavírus SARS-CoV-2, impôs um desafio inédito à saúde global, transformando radicalmente a prática clínica e a pesquisa médica. Entre as numerosas complicações que surgiram durante a pandemia, a Lesão Renal Aguda (LRA) emergiu como uma preocupação clínica crucial. Diante da lacuna do conhecimento cientifico e prático clinico sobre a LRA e a COVID-19, questiona-se: quais são os fatores de risco e a prevalência da LRA em pacientes com COVID-19 em unidade de terapia intensiva? O objetivo desta pesquisa foi avaliar a prevalência e os fatores associados a LRA em pacientes com COVID-19 internados em centro de terapia intensiva. Estudo transversal retrospectivo coletado no período de 2020 à 2022, no Hospital Irmandade Nossa Senhora das Mêrces - Santa Casa de Montes Claros, Minas Gerais. Dados clínicos, demográficos e laboratoriais foram levantados prospectivamente em registros médicos eletrônicos. Os quais foram analisados utilizando o teste de Mann-Whitney e para a análise descritiva da amostra, as estimativas foram apresentadas em proporções (%), com Intervalo de Confiança de 95% (IC95%) verificando a diferença das proporções entre os pacientes que apresentaram LRA na admissão e os que não apresentaram, utilizou-se o Teste Qui-quadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher e para a construção do modelo regressão logística, utilizou-se a técnica backward, onde, todas as variáveis preditoras, que apresentaram valor p≤0,20. O resultado demonstrou que as mulheres apresentaram uma menor chance de desenvolver LRA em comparação aos homens (OR = 0,62, p = 0,114). Pacientes acima de 70 anos tiveram uma menor probabilidade de desenvolver LRA, sugerindo um efeito protetor (OR = 0,43, p = 0,073). Vários sintomas na admissão mostraram associações significativas com a LRA. Pacientes que apresentaram febre (OR: 2,28, IC 95%: 1,30 – 4,01, p = 0,004) ou hemoptise (OR: 4,03, IC 95%: 1,91 – 8,50, p < 0,001) tiveram um risco significativamente maior de desenvolver LRA. Pacientes com doenças respiratórias (OR: 8,41, IC 95%: 3,19 – 22,16, p < 0,001), obesidade (OR: 3,93, IC 95%: 1,74 – 8,88, p = 0,001) ou tromboembolismo (OR: 8,59, IC 95%: 2,95 – 24,99, p < 0,001) apresentaram um risco significativamente maior de LRA. Com base nos resultados apresentados e nas análises estatísticas realizadas, a idade elevada, o desconforto respiratório, a presença de hemoptise e a presença de várias comorbidades, incluindo doenças respiratórias, diabetes, doenças renais, obesidade e tromboembolismo, estão significativamente associados a uma maior prevalência de LRA em pacientes com COVID-19 internados em centros de terapia intensiva do Hospital Santa Casa de Montes Claros MG. Esses fatores podem ser considerados como indicadores importantes para identificar pacientes com maior risco de desenvolver LRA durante o curso da infecção por COVID-19.