Pós-graduação em Odontologia
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PPGODONTO - Programa de Pós-graduação em Odontologia
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Item Associação das alterações do comportamento infantil com bruxismo do sono e nível de higiene bucal(UFVJM, 2023) Rezende, Vanessa Silva de; Ramos Jorge, Maria Letícia; Souza, Débora Souto; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)Os pais são os principais responsáveis pelos cuidados com a saúde bucal de seus filhos. São eles quem iniciam os cuidados de higiene e também podem perceber alterações como o bruxismo. Por passarem a maior parte do tempo com seus filhos, eles são a melhor fonte de informações sobre o comportamento da criança. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações do comportamento infantil observadas pelos pais e sua relação com o bruxismo do sono e nível de higiene bucal. Trata-se de um estudo transversal, realizado em 2019 na cidade de Diamantina, Minas Gerais, Brasil. A amostra foi composta por 174 crianças de 4 a 12 anos, de ambos os sexos, atendidas na Clínica de Tratamento Restaurador Atraumático (ART) do Programa de Pós-Graduação em Odontologia (PPGOdonto) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Dois examinadores treinados e calibrados fizeram a coleta de dados. Para coleta de dados não clínicos foi aplicado um questionário socioeconômico, um questionário de avaliação dos hábitos da criança, que incluía o relato dos pais sobre bruxismo, além da Escala A2 de Rutter para avaliar o comportamento infantil. Na clínica foram avaliados a respiração predominante (nasal/bucal), o biofilme visível (Quigley-Hein Indice de placa modificado por Turesky) e cárie dentária (ceo-d/CPOD). A análise estatística foi realizada utilizando o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS versão 2023). Foi realizada a análise de frequência e o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov para as variáveis numéricas que apresentaram distribuição não-normal. Na análise bivariada foram utilizados os testes Qui-quadrado e Kruskal-Wallis. Os resultados foram organizados em dois artigos científicos. No primeiro artigo a variável dependente foi o bruxismo do sono (presente/ausente) e as variáveis independentes foram as características das crianças, condições socioeconômicas, o padrão de respiração predominante e o comportamento da criança observado pelos pais fora do ambiente odontológico (Escala A2 de Rutter). Para controlar os fatores de confusão, foi realizado a análise de regressão de Poisson, com análises não ajustadas e ajustadas. No modelo final respiradores bucais apresentaram 62% maior prevalência de bruxismo (RP=1,624, IC 95%, 1,071-2,465, p=0,023) e crianças com comportamento alterado apresentaram 63% maior prevalência de bruxismo. No segundo artigo a variável dependente foi a placa dentária (presente/ausente) e as variáveis independentes foram as características das crianças, condições socioeconômicas, os hábitos de higiene, cárie dentária e o comportamento. No modelo final, crianças com comportamento alterado apresentam 9% maior prevalência de placa dentária (RP=1,092, IC 95%, 1,029-1,159, p=0,004). Deste modo, conclui-se que alterações no comportamento aumentam a prevalência de possível bruxismo do sono e biofilme dental.Item Qualidade de vida relacionada à saúde bucal de adolescentes escolares: análise baseada em dois instrumentos(UFVJM, 2023) Duarte Rodrigues, Lucas; Ramos Jorge, Maria Letícia; Ferreira, Fernanda de Oliveira; Marques, Leandro Silva; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)Com base na mudança de paradigma para uma abordagem biopsicossocial centrada no indivíduo, a qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) tornou-se um fator-chave em estudos clínicos. Determinar o propósito específico da avaliação QVRSB, uma vez que as aplicações de pesquisa podem variar, torna-se decisivo para a seleção adequada das medidas de avaliação. O objetivo deste estudo foi comparar a avaliação do impacto negativo da saúde bucal na qualidade de vida de adolescentes escolares por meio de dois instrumentos, o PIDAQ e o CPQ11-14. Trata-se de um estudo transversal incluindo 411 estudantes entre 12 e 19 anos de idade da cidade de Diamantina, MG. Exame clínico foi realizado por 2 examinadores em ambiente escolar, com o auxílio de espelho clínico, uso de espátula de madeira e sonda milimetrada, para avaliar discrepâncias oclusais. Foram avaliadas condições clínicas como cárie dentária, maloclusão, defeitos de esmalte, fluorose, provável bruxismo do sono, trauma dental, respiração predominante e o uso de aparelho ortodôntico. A QVRSB foi avaliada por meio da aplicação autoadministrada de dois instrumentos, PIDAQ e CPQ11-14. Questionário sociodemográfico e econômico foi direcionado aos pais/responsáveis dos escolares. Análises descritiva e estatística dos dados foram realizadas. Testes Qui-quadrado, associação de tendência linear e Regressão logística binária com variância robusta foram realizados. A Regressão logística binária identificou as variáveis presença de aparelho ortodôntico, consequências clínicas da cárie não-tratada, apinhamento dentário, desalinhamento superior, sobremordida profunda e respiração bucal e baixa renda como fatores preditores para o impacto negativo da QVRSB em adolescentes por meio do PIDAQ. Já o CPQ11-14 discriminou como fatores determinantes para um impacto negativo na QVRSB o as consequências clínicas da cárie não tratada, overjet inferior, respiração bucal e sexo feminino. Conclui-se que os instrumentos de avaliação do impacto da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde Bucal, PIDAQ e CPQ11-14, identificaram de formas distintas o impacto negativo dos problemas bucais na qualidade de vida dos adolescentes escolares. Apesar de discriminarem alguns fatores determinantes de modo semelhante, cada instrumento foi capaz de detectar outros fatores preditores individualmente.Item Tradução, adaptação transcultural e validação de um questionário específico para doenças periodontais: OHIP 14 DP - Br(UFVJM, 2023) Martins da Cruz, Timilly Mayra; Gonçalves, Patrícia Furtado; Douglas de Oliveira, Dhelfeson Willya; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gonçalves, Patrícia Furtado; Drummond, Andreia Maria Araújo; Paiva, Saul Martins de; Silva, Cleverson de Oliveira e; Ramos Jorge, Maria LetíciaA doença periodontal é considerada uma das doenças crônicas mais prevalentes na população adulta mundial. Sua capacidade de influenciar negativamente a qualidade de vida dos pacientes é relevante e tem sido avaliada com base em instrumentos genéricos para esta finalidade. Considerando a ausência de um instrumento de condição específica para se avaliar a amplitude do impacto que esta doença pode causar no bem estar físico e psicológico de pacientes diagnosticados com doença periodontal, nesta tese, buscou-se primeiramente realizar uma revisão narrativa sobre quais instrumentos genéricos tem sido mais utilizados para se avaliar o impacto da doença periodontal na qualidade de vida dos indivíduos, bem como revisar suas características principais. Esta revisão concluiu que atualmente, um dos instrumentos genéricos mais utilizados nos estudos que buscam avaliar o impacto da doença periodontal continua sendo o OHIP 14, seguido do OIDP. O segundo artigo apresentado nesta tese teve como objetivo traduzir, adaptar transculturalmente e validar um questionário específico para se avaliar a influência da doença periodontal no cotidiano desses indivíduos, o OHIP 14 DP - Br. O processo de tradução, adaptação transcultural e validação da versão brasileira do questionário seguiu um protocolo consolidado cobrindo as seguintes etapas: 1) tradução do questionário original (em espanhol) para o português e sua síntese; 2) retro tradução da versão sintetizada para o espanhol; 3) Pré teste em um grupo selecionado (n=30); 4) teste de propriedades psicométricas do instrumento traduzido (n=110), em dois grupos: com e sem doença periodontal. Um painel de especialistas foi montado para monitorar todo o processo e relatórios de cada etapa. O questionário foi aplicado duas vezes no grupo com presença de doença periodontal, dentro de um intervalo de 7 a 10 dias. Os dados foram submetidos a testes de consistência interna e de validade, sendo analisados estatisticamente no software SPSS. A amostra foi composta por 69 mulheres e 41 homens, com média de idade de 40,65 anos. O OHIP 14 DP - Br apresentou o alfa de Cronbach de 0,945 e ICC=0,997, ambos com p<0,001. Além disso, a versão brasileira apresentou associação significativa entre as dimensões do questionário traduzido e a doença periodontal. A correlação entre as dimensões do questionário e a autoavaliação da saúde gengival apresentou valores de rs= -0,310 e p=0,023. Nenhum item do questionário necessitou ser excluído. Conclui-se que o processo de tradução e adaptação transcultural do OHIP 14 DP - Br foi validado, apresentando boa consistência interna, confiabilidade e validade.Item Cuidados com a saúde bucal do bebê: uma abordagem para os pais(UFVJM, 2023) Souza, Débora Souto; Barroso, Heloisa Helena; Fernandes, Izabella Barbosa; Ramos-Jorge, Maria LetíciaItem Influência do estilo parental na saúde bucal e nos comportamentos de saúde bucal de crianças(UFVJM, 2021) Avelino, Ana Luíza de Assis; Soares, Maria Eliza da Consolação; Ramos Jorge, Joana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Soares, Maria Eliza da Consolação; Galo, Rodrigo; Fernandes, Izabella BarbosaO estilo parental define a forma como os pais criam seus filhos. Portanto, estabelece o modelo de educação, controle e afetividade. Uma vez que os estilos parentais podem influenciar nos hábitos e saúde das crianças, esse estudo teve como objetivo revisar a evidência científica e comparar os comportamentos relacionados à saúde bucal e alterações bucais em crianças de pais autoritários, democráticos e permissivos. A estratégia PECO (População, Exposição, Comparação, Desfecho) foi: P - crianças; E e C – diferentes tipos de estilo parental serão comparados, assim, em um momento um estilo será exposição e outro comparação e O - cárie, índice de placa e comportamentos relacionados à saúde bucal (higiene bucal e hábitos alimentares). As buscas foram realizadas nas bases de dados Medline via PubMed, Web of Science, Virtual Health Library, SCOPUS e Cochrane. A literatura cinza (Google Acadêmico) foi consultada, além de busca manual nas listas de referências dos estudos incluídos. Não houve restrição por data e idioma de publicação. O risco de viés foi analisado de acordo com a Escala Newcastle Ottawa para avaliação da qualidade. As metanálises foram realizadas no software RevMan 5.5 (Review Manager 5.5, The Cochrane Collaboration) com base nas três possíveis comparações (democráticos versus autoritários, democráticos versus permissivos e autoritários versus permissivos). O único desfecho possível de ser analisado na avaliação quantitativa foi a presença de cárie dentária. A busca recuperou 1.243 artigos e após avaliação dos critérios de elegibilidade, nove foram selecionados para a análise qualitativa e desses, quatro para a metanálise. Dos estudos incluídos, seis apresentaram baixo risco de viés e três apresentaram risco moderado. Os resultados demonstraram que crianças de pais permissivos apresentaram maior chance de cárie do que crianças de pais autoritários (RC=4,38; 95% IC: 1,64-11,69) e democráticos (RC=11,68; 95% IC: 5,76-23,67). A chance de cárie entre filhos de pais democráticos e autoritários não foi estatisticamente diferente. Portanto, o estilo parental permissivo está associado à maior chance de cárie em seus filhos. Estudos que investiguem a associação do estilo parental e demais condições bucais, bem como comportamentos relacionados à saúde bucal devem ser realizados para que as evidências sejam estabelecidas.Item Efeito da higienização bucal em recém-nascidos sobre a colonização por candida e ocorrência de candidíase bucal: um ensaio clínico randomizado(UFVJM, 2020) Lopes, Ana Beatriz Silva; Fernandes, Izabella Barbosa; Ramos Jorge, Maria Letícia; Cardoso, Valéria Macedo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fernandes, Izabella Barbosa; Soares, Maria Eliza da Consolação; Freire Maia, Fernanda BartolomeoO objetivo da presente investigação foi avaliar, por meio de um ensaio clínico randomizado, a influência da higienização bucal sobre a colonização por Candida e a ocorrência de candidíase bucal no primeiro mês de vida do bebê. Os bebês e suas mães foram selecionados nas primeiras 48 horas de vida, na maternidade do Hospital Nossa Senhora da Saúde, em Diamantina, Minas Gerais, e foram aleatoriamente alocados em 2 grupos: Grupo I (Mães foram orientadas a higienizar a cavidade bucal do bebê com gaze e água filtrada 1 vez ao dia) e Grupo II (Mães foram orientadas a não higienizar a cavidade bucal do bebê antes da erupção dentária). A coleta de dados foi realizada um mês após o nascimento da criança em sua residência e incluiu exame clínico bucal dos bebês, coleta de saliva para identificação e quantificação de Candida e aplicação de questionários aos pais sobre os aspectos socioambientais, econômicos, comportamentais e da saúde geral da criança e sua família. Crianças que apresentavam pelo menos uma unidade formadora de colônia (UFC), eram classificadas com a presença de colonização por Candida. Para avaliação da presença de Candidíase bucal, foram considerados os sintomas e sinais clínicos como, placas brancas, macias e destacáveis sobre uma superfície eritematosa. A análise de dados incluiu o teste Mann Whitney e teste de correlação de Spearman. Foram incluídos no estudo 56 pares mães/bebês. Foi identificada a colonização por Candida em 49,1% das crianças avaliadas. Não houve diferença estatisticamente significativa entre a colonização por Candida e os grupos de intervenção para higiene bucal do bebê durante o primeiro mês de vida (p=0,947). O teste de Mann-Whitney revelou que a colonização por Candida foi associada ao uso de chupeta (p=0,036), e à ocorrência de alguma enfermidade na criança no primeiro mês de vida (p=0,003). Apresentaram Candidíase bucal durante o primeiro mês de vida 13,2% dos participantes, essa prevalência foi de 15,4% no grupo controle e de 11,1% no grupo de intervenção, porém essa diferença não foi significativa (p=0,704). Conclui-se que a higienização bucal antes da erupção dentária não está associada à colonização por Candida ou à ocorrência de Candidíase Bucal no primeiro mês de vida do bebê. A colonização por Candida foi associado ao uso de chupeta (p=0,036) e à ocorrência de alguma enfermidade no primeiro mês de vida do bebê (p=0,003).Item Influência do tratamento odontológico na qualidade de vida e autoestima de pacientes submetidos à hemodiálise(UFVJM, 2020) Oliveira, Evandro Silveira de; Gonçalves, Patricia Furtado; Flecha, Olga Dumont; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gonçalves, Patricia Furtado; Silva Filho, Wagner Leal Serra e; Alcântara, Carlos Eduardo Pinto de; Galvão, Endi Lanza; Glória, José Cristiano RamosO objetivo da presente pesquisa foi de realizar dois estudos. O primeiro buscou avaliar o perfil de saúde bucal e fatores associados de pacientes submetidos à hemodiálise, através de um estudo transversal, na Santa Casa de Caridade de Diamantina-MG. O segundo consistiu em um estudo prospectivo com acompanhamento por um período de 3 anos, para avaliar a influência do tratamento odontológico na qualidade de vida e autoestima de pacientes submetidos à hemodiálise. Realizou-se analise descritiva e as variáveis quantitativas foram submetidas ao teste de normalidade. Os dados foram analisados pelos testes de Wilcoxon e de Friedmam, correlação de Spearman, Qui-Quadrado e Mann-Whitney. O nível de significância foi de 5% (p<0,05). Avaliou-se 132 pacientes no estudo transversal com média de idade de 50,29 anos (±16,40) e índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD) médio de 21,22 (±10,59). A maioria dos pacientes possuíam boa avaliação da sua saúde bucal, embora ainda acreditassem que precisavam de tratamento, estavam há mais de 3 anos sem realizar avaliação odontológica, sendo essa realizada por rotina no serviço público. Observou-se a ocorrência de um CPOD mais elevado relacionado à menor renda, tempo de estudo e tempo da última avaliação odontológica. No estudo prospectivo houve correção estatística para compensar perdas. Inicialmente foram avaliados 89 pacientes, sendo a maioria do sexo masculino (69,7%) com média de idade de 51,9 (±4,82), baixa renda e escolaridade. Ao avaliar a série temporal, houve melhora da autoestima antes e depois do tratamento, nos períodos antes e 45 dias, antes e após 1 ano, antes e após 3 anos e 45 dias e 1 ano de tratamento. Houve melhora da qualidade de vida avaliada pelo questionário OHIP-14 em todas as suas dimensões, em todos os tempos de avaliação. Já nos escores do questionário SF- 36, apenas não houve melhora para as dimensões aspecto físico e estado geral de saúde, ao longo do tempo. Os resultados obtidos indicam que pacientes avaliados possuem uma visão positiva da sua saúde bucal, na maioria das vezes buscam atendimento no serviço de saúde público por rotina, com tempo superior a 3 anos. Também pode se observar que baixa renda, anos de estudo e autopercepção de necessidade de cuidados bucais estão associados a um maior CPOD. Os dados obtidos mostram que o grupo de pacientes atendidos possuem uma visão positiva da sua saúde bucal e que o tratamento odontológico interfere positivamente na autoestima e na qualidade de vida relacionada a saúde bucal de pacientes que realizam hemodiálise.Item Capital social e percepção de saúde bucal em escolares: um estudo de base populacional(UFVJM, 2018) Souza, Taiane Oliveira; Paiva, Paula Cristina Pelli; Ramos Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Paiva, Paula Cristina Pelli; Araújo, Cintia Tereza Pimenta de; Andrade, Raquel Gonçalves Vieira deOs pais geralmente são os principais tomadores de decisão em questões que afetam a saúde e os cuidados de saúde de seus filhos. Considerando a importância da sua visão sobre a saúde bucal das crianças e o crescente número de pesquisas que mostram o efeito benéfico do alto capital social nas condições de saúde, este estudo objetivou determinar a associação entre a percepção de saúde bucal dos responsáveis sobre a saúde bucal dos seus filhos e os níveis do capital social infantil. Trata-se de um estudo transversal de base populacional com uma amostra representativa de 672 escolares de 8 a 11 anos de idade da cidade de Diamantina. Os dados foram coletados através de questionários e exame clínico adotando os Índices CPO-D e ceo-d para cárie, O'Brien para traumatismo dentário e Loe e Silness para sangramento gengival. A avaliação da dor de dente foi realizado de acordo com Góes. Também foram investigados o Capital Social e a percepção dos pais/responsáveis sobre a Saúde Bucal de seus filhos. Os dados foram analisados de forma descritiva, a associações foram determinadas pelo teste Qui-quadrado, Exato de Fisher p<0,005 e a análise multivariada através da Regressão Hierárquica de Poisson. O baixo capital social [PR: 1,26 (95%CI: 1,05-1,50) p= 0,011], a renda inferior a dois salários [PR: 1,43 (95%CI: 1,80-1,73) p<0,001], alto número de pessoas na família [PR: 1,12 (95%CI: 1,04-1,38) p=0,013], presença de dor de dente [PR: 1,21 (95%CI: 1,01-1,45) p=0,003], sangramento gengival [PR: 1,53 (95%CI: 1,92-2,03) p=0,003] e cárie dentária [PR: 1,51. 95%CI: 1,29-178) p<0,001] permaneceram no modelo final e estiveram significativamente associados à percepção negativa de saúde bucal. A percepção negativa do cuidador em relação à saúde bucal do filho esteve associada com baixos níveis de capital social da criança o que suporta a hipótese da influência benéfica das conexões sociais na saúde bucal do indivíduo. Compreender os fatores que afetam a percepção dos pais sobre saúde bucal dos filhos pode contribuir com o desenvolvimento de estratégias para superar as barreiras que os pais encontram no acesso da criança aos cuidados odontológicos.Item Saúde bucal de portadores de HIV-AIDS: influência de fatores sistêmicos e locais no determinante saúde-doença(UFVJM, 2013) Batista, Anne Margareth; Mesquita, Ana Terezinha Marques; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mesquita, Ana Terezinha Marques; Gonçalves, Patrícia Furtado; Hanemann, João Adolfo CostaA pesquisa intitulada “Saúde Bucal de portadores de HIV-AIDS: influência de fatores sistêmicos e locais no determinante saúde-doença”, foi realizada durante o ano de 2012 em Diamantina, Minas Gerais. O objetivo desta pesquisa foi avaliar as condições bucais e sistêmicas de portadores HIV/AIDS atendidos pelo Programa Municipal de DST-AIDS de Diamantina, provenientes de 24 municípios do Vale do Jequitinhonha. Para isso, foram avaliados 118 pacientes com HIV-AIDS. Foram observadas as condições de saúde bucal e geral dos pacientes, condições socioeconômicas, aspectos epidemiológicos da infecção pelo HIV (forma de contaminação e de diagnóstico), uso de terapia antirretroviral de alta potência (HAART), contagem de linfócitos T CD4, hábitos presentes (fumo, álcool e outras drogas), bem como o acesso destes pacientes a serviços de Odontologia. Os resultados revelaram que a maioria dos pacientes pertencia ao gênero masculino (53,4%), a média de idade encontrada foi de 39,7 anos, a forma de contaminação de 98,3% dos pacientes foi por via sexual e a renda familiar de 44,9% dos pacientes foi de até 1 (um) salário mínimo mensal. Foi observado um alto índice de doenças e lesões bucais, sendo as mais prevalentes as doenças periodontais (70,3%), a hiperpigmentação da mucosa (52,5%), a queilite angular (32,2%) e ulcerações aftosas recorrentes (29,7%). A hiperpigmentação de mucosa parece ser mais frequente entre pacientes em uso de HAART e em tabagistas. A candidose bucal foi associada com diabetes, anemia, xerostomia, uso de HAART e taxa de CD4 > 500 cel/mm3, enquanto a ulceração aftosa recorrente foi associada com tabagismo, etilismo e xerostomia.Item Alterações bucais em crianças escolares: influência dos sintomas do TDAH e funções executivas(UFVJM, 2013) Veloso, Isabella Mota Pereira; Ferreira, Fernanda Oliveira; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ferreira, Fernanda Oliveira; Serra-Negra, Júnia Maria Cheib; Santos, Suelleng Maria CunhaO transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é o distúrbio de desenvolvimento mais comum entre os escolares, podendo desencadear alterações em toda a trajetória de vida do indivíduo e de seus familiares. Objetivos: Investigar se o TDAH pode ser considerado fator de risco para alterações bucais. Metodologia: A dissertação foi desenvolvida em dois estudos independentes. No primeiro estudo foi desenvolvido um artigo de revisão em que dois pesquisadores realizaram as buscas, de forma independente, nas bases de dados MEDLINE e Web of Science. Foram analisados todos os artigos originais sobre o tema, independente do tipo de estudo, publicados desde o início do banco de dados até agosto de 2012. Estudos de revisões foram excluídos. No segundo estudo foi desenvolvido uma pesquisa transversal com amostra representativa de 851 crianças com idades entre 7 e 12 anos, selecionadas aleatoriamente nas escolas da cidade de Diamantina. Informações socioeconômicas foram coletadas através de questionários enviados aos pais das crianças. Todas as crianças participaram do exame clínico de cárie dentária e da avaliação neuropsicológica utilizando o teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven, Cubos de Corsi e Digit Span. Os sintomas de desatenção e hiperatividade foram investigados pelo preenchimento da escala SNAP pelos pais e professores. Resultados: No estudo de revisão, os resultados foram divergentes com relação à associação entre TDAH e saúde bucal, sendo que cinco estudos encontraram associação entre cárie dentária e TDAH, no entanto, dois não estabeleceram essa associação. Em relação, a associação entre trauma dentário e TDAH, cinco estudos encontraram associação positiva, enquanto outros 3 não encontraram associação. E, somente um estudo mostrou associação entre cárie dentária e gengivite. A maioria dos estudos existentes apresentaram limitações metodológicas, tais como não padronização dos critérios diagnósticos para o TDAH, ausência de cálculo amostral e falta de representatividade amostral. No segundo estudo da dissertação, crianças relatadas como desatentas e/ou hiperativas pelos pais apresentaram maior probabilidade de possuir dentes cavitados. Maior escolaridade materna e melhor desempenho no subteste Cubos de Corsi (ordem inversa) foram fatores protetores em relação à ocorrência de cárie dentária. Conclusão: O estudo de revisão indicou que não há consenso sobre a associação entre TDAH e saúde bucal, porém, a maioria das evidências indicam a favor da existência dessa associação. Os dados do artigo original revelaram que a escolaridade materna, desatenção e hiperatividade relatadas pelos pais e o desempenho nas funções executivas foram as variáveis explicativas para a ocorrência de dentes cavitados.