PPGREAB - Mestrado em Reabilitação e Desempenho Funcional (Dissertações)

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    Autoeficácia e espiritualidade em indivíduos com lesão medular atendidos em centro de referência em reabilitação neurofuncional
    (UFVJM, 2023) Isabel, Wederson Santos; Santos, Ana Paula; Machado, Thaís Peixoto Gaiad; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Ana Paula; Machado, Thaís Peixoto Gaiad; Bastone, Alessandra de Carvalho; Melo, Clayton Lima
    A lesão medular (LM) está entre as síndromes incapacitantes de maior impacto na vida das pesssoas e de suas famílias. A autoeficácia em pacientes com LM pode promover comportamentos de vida diária que beneficiam uma autorregulação para manutenção da saúde. Aliada a autoeficácia, a espiritualidade é um atributo que se associa ao enfrentamento e à adapatação de indivíduos após uma LM. No contexto de reabilitação, a autoeficácia e a espiritualidade tornam-se condicionantes valiosas a serem entendidas e avaliadas. O objetivo deste estudo foi avaliar a autoeficácia e a espiritualidade em pessoas com LM atendidas em um centro de neurorreabilitação de referência; verificar se há correlação entre a autoeficácia e a espiritualidade e a influência de características sociodemográficas e de saúde sobre essas variáveis. Estudo transversal descritivo, com amostra de conveniência. Foram entrevistados 68 indivíduos adultos, de ambos os sexos, com LM traumática e não traumática. Foram aplicados os instrumentos: Escala de Medida de Independência Funcional (MIF); Moorongg Self-Efficay (MSES – Escala de Autoeficácia); Funcional Assessment of Chronic Illnes Therapy-Spiritual Well-Being Scale (FACIT-sp 12 – Escala de Bem-estar Espiritual) e um Questionário Semiestruturado com dados sociodemográficos e de condições de saúde. Foi realizada análise descritiva e inferencial das variáveis. O Teste Kolmogorov- Smirnov foi utilizado para verificar a normalidade dos dados; o coeficiente de correlação de Pearson para as análises de correlação e o teste T para amostras independentes e ANOVA para verificar a diferença da autoeficácia e espiritualidade entre grupos, de acordo com as variáveis sociodemográficas e de saúde (p < 0, 05). A amostra foi predominantemente do sexo masculino (68,7%) com paraplegia (66,2%) e idade média de 40,2 + 15,3 anos. A crença em alguma religião foi encontrada em 100% dos indivíduos, 53,0% católicos, 28,0% evangélicos e 19,0% outras religiões. Sobre a funcionalidade, o escore médio encontrado na MIF (motor) foi de 61,7 + 20,0. A amostra apresentou boa autoeficácia (85,7 + 13,1) e bem-estar espiritual (33,8 + 4,5). Houve correlação significativa entre a autoeficácia e o bem-estar espiritual (r = 0,479 p < 0,01) e entre a autoficácia e a independência funcional (r = 0,602 p < 0,01). Houve correlação significativa do bem-estar espiritual com a funcionalidade, entretanto mais fraca (r = 0, 287 p = 0,02). O bem-estar espiritual e autoeficácia dos indivíduos com paraplegia (34,24 + 4,1 e 87,7 + 8,8, respectivamente) não diferiu (p > 0,05) dos indivíduos com tetraplegia (32,9 + 5,2 e 81,7 + 18,5, respectivamente). De acordo com a classificação de deficiência da ASIA, apenas a autoeficácia diferiu (p =0,007) entre os indivíduos classificados como A (79,2 + 16,1) dos D (93,1 + 7,7). Sexo, idade, escolaridade, raça, estado civil, renda, filhos, dor e atividade física não influenciaram a autoeficácia e o bem-estar espiritual (p > 0,05). Os indivíduos que trabalham e estudam apresentaram maior autoeficácia (p = 0,04) e os que possuiam cuidadores apresentaram menor autoeficácia (p < 0,01) e bem-estar espiritual (p = 0,01). A população estudada apresentou boa autoeficácia e espiritualidade, atributos importantes para lidar com as consequências de uma LM.
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    O cuidado intestinal e a participação social de indivíduos com lesão medular
    (UFVJM, 2022) Silva, Danúbia Michelle Ferreira da; Santos, Ana Paula; Machado, Thaís Peixoto Gaiad; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Ana Paula; Santos, Juliana Nunes; Costa, Rafaella Ferreira Avelar
    A lesão medular (LM) traumática ocasiona de forma súbita vários transtornos ao indivíduo acometido e seus familiares. O intestino neurogênico é citado como uma das mais incomodativas complicações associadas à lesão. O quadro predispõe a alterações peristálticas e do controle fecal, favorecendo a constipação e a depender da condição, a incontinência intestinal. Dados sobre as práticas intestinais após a LM e sua interferência sobre a participação social são importantes para intervenções no processo de reabilitação. O objetivo deste estudo foi avaliar a função e o cuidado intestinal e a participação social de indivíduos com LM atendidos em um centro de neurorreabilitação de referência. Trata-se de um estudo do tipo transversal descritivo. Foram entrevistados 61 indivíduos adultos com LM traumática em nível cérvico-torácico. Na entrevista foram aplicados os instrumentos: Escala de Medida de Independência Funcional (MIF), Escala de Bristol de Consistência de Fezes (EBCF), Questionário sobre dados demográficos, cuidados/dificuldades e complicações intestinais, elaborado pela pesquisadora, a Escala de Medida de Independência da Medula Espinhal na versão III (SCIM III) e o Questionário na versão curta da Avaliação de Saúde e Deficiência - World Health Organization Disability Assessment Schedule (WHODAS 2.0). Foi ainda realizada consulta ao prontuário para extrair dados relacionados ao tempo, nível e causa da LM, sexo e idade. Realizou-se uma análise descritiva das variáveis com valores expressos em média, desvio padrão e frequência relativa. Para análise inferencial foi utilizado o Teste Kolmogorov- Smirnov para verificar a normalidade dos dados; o coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para a análise da correlação entre a funcionalidade do intestino e a participação social; o teste T foi utilizado para verificar possíveis diferenças na função intestinal e participação social entre os indivíduos paraplégicos e tetraplégicos. As diferenças foram consideradas significativas em p < 0,05. Da totalidade, 57,4% apresentavam lesão completa, 44,2% tetraplegia e 55,8% paraplegia. Houve predomínio do sexo masculino (72,1%) com idade média de 37,2 + 13,6 anos. A estimulação intestinal foi informada por 83,6% dos participantes, sendo que 68,8% realizavam massagem abdominal e 40,9% citaram a realização do toque dígito anal, 42,7% apresentavam frequência de evacuação diária e 47,4% com trânsito intestinal adequado (EBCF). Houve moderada correlação (p < 0,05) entre a participação social e o uso e a transferência para o vaso sanitário. O controle esfincteriano apresentou fraca correlação quando relacionado à participação social. Os participantes tetraplégicos apresentaram maiores limitações de atividade e restrições de participação (WHODAS 2.0: 37,9 ± 8,8) em relação aos participantes paraplégicos (WHODAS 2.0: 32,4 ± 7,7) (p = 0,012). Da mesma forma, os participantes tetraplégicos apresentaram piores escores para SCIM III – domínio respiração e controle de esfíncter (21,4 ± 7,8) e MIF motor (39,3 ± 19,7) que os participantes paraplégicos, respectivamente, 30,2 ± 4,8 e 64,7 ± 11,7. Os achados indicam que apesar da participação social estar associada ao manejo do intestino neurogênico, a relação é mais forte quando analisada sob a ótica motora do processo, em detrimento à continência em si.
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    Adaptação transcultural e análise das propriedades clinimétricas da versão brasileira da Decisional Conflict Scale
    (UFVJM, 2020) Pereira, Rogério Martins; Santos, Juliana Nunes; Bastone, Alessandra de Carvalho; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Juliana Nunes; Bastone, Alessandra de Carvalho; Santos, Ana Paula; Andrade, Leonardo Tadeu de
    Introdução: O processo de tomada de decisão em saúde deve ter como eixo a decisão centrada no paciente. O Conflito Decisional nos remete à ambiguidade ou oscilação entre opções que causam estresse e dificuldade em decidir. A Decisional Conflict Scale (DCS) é o instrumento utilizado para mensurar o nível de Conflito Decisional entre os decisores. Na reabilitação de pessoas com lesão medular, as decisões perpassam por situações de conflito, principalmente naquelas relacionadas à reabilitação vesical. Auxiliar os pacientes a tomar decisões de qualidade ajudaria a obter melhores resultados no planejamento do programa de reabilitação. A DCS é um instrumento já traduzido e utilizado em várias línguas, sendo necessário a sua adaptação transcultural para o Português Brasileiro para ser utilizada. Objetivo: Realizar a adaptação transcultural e análise das propriedades psicométricas da versão brasileira da DCS. Método: A DCS foi adaptada transculturalmente para o Português do Brasil, seguindo diretrizes internacionais. Para avaliar a validade de constructo e a validade convergente do instrumento, a DCS, o Melbourne Decision Making Questionnaire e o Inventário de Depressão de Beck foram aplicados em 40 pacientes com lesão medular. Foi avaliado o Conflito Decisional frente à proposta de implementação do cateterismo vesical intermitente limpo como medida de reeducação vesical para a bexiga neuropática. A consistência interna do instrumento foi avaliada para fins de confiabilidade. Coeficientes de correlação de Spearman foram utilizados para avaliar as correlações entre o escore total e os escores das subescalas do DCS com o escore total e diferentes domínios do Melbourne Decision Making Questionnaire e com o escore total do Inventário de Depressão de Beck. Alpha de Cronbach foi calculado para a DCS e para suas subescalas. Resultados: A DCS não apresentou boa validade convergente quando comparamos os scores com os obtidos no Inventário de Depressão de Beck, mas apresentou correlação importante com o Melbourne Decision Making Questionnaire, sendo observada sua validade de constructo. O instrumento apresentou uma excelente confiabilidade com Alfa de Cronbach=0,90. Conclusão: A DCS é um instrumento robusto e possui ampla utilidade para auxiliar medir o Conflito Decisional. Implementar auxiliares de decisão em reabilitação de pacientes em lesão medular é um passo importante na construção de uma assistência humanizada e centrada no paciente.