PPGCFAR - Mestrado em Ciências Farmacêuticas (Dissertações)

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    Triagem da atividade antitumoral e antimicrobiana de plantas nativas do cerrado da região de Diamantina - Vale do Jequitinhonha/Minas Gerais
    (UFVJM, 2016) Oliveira, Fabrício de; Martins, Helen Rodrigues; Gregório, Luíz Elídio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Ruela, Fernando Armini; Martins, Helen Rodrigues
    O uso de plantas com fins terapêuticos é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. O Brasil hospeda aproximadamente 20% de toda biodiversidade mundial e concentra o maior número de espécies endêmicas do mundo. As plantas medicinais representam uma promissora fonte de novas drogas, sendo que a região do Cerrado se destaca neste contexto devido a sua vasta biodiversidade. Apesar de sua importância, as plantas endêmicas desse bioma são ainda pouco exploradas. Assim, o país necessita de maiores investimentos em pesquisas com plantas medicinais, especialmente quando se tratam de doenças cujo arsenal terapêutico é limitado e/ou apresenta restrições como eficácia e efeitos colaterais, como é o caso do câncer, doenças negligenciadas como a Doença de Chagas e as Leishmanioses e, doenças infecciosas causadas por bactérias. Desta forma, este estudo propõe uma triagem de atividades biológicas de extratos etanólicos de 20 plantas do Cerrado. Foram avaliados 24 extratos etanólicos das plantas da região de cerrado de Diamantina, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais: Agarista oleifolia (partes aéreas), Ageratum fastigiatum (partes aéreas), Byrsonima dealbata (partes aéreas), Byrsonima lancifolia (folhas e caule), Byrsonima verbascifolia (partes aéreas), Croton antisyphiliticus (caule), Gomphrena arborescens (partes aéreas), Gomphrena scapigera (partes aéreas), Gomphrena vaga (caule), Gomphrena virgata (raízes), Kielmeyera lathrophyton (folhas e caule), Kielmeyera rubriflora (partes aéreas), Lafoensia pacari (folhas e caule), Myrsine emarginella (folhas), Norantea adamantium (partes aéreas), Qualea dichotoma (partes aéreas), Salvertia convallariodora (folhas e caule), Schefflera macrocarpa (folhas), Vochysia elliptica (partes aéreas) e Zeyheria Montana (partes aéreas). Estes foram obtidos por meio de maceração e secagem por rotaevaporação. A toxicidade para células normais de mamíferos foi avaliada utilizando fibroblastos de camundongo, linhagem L929. A avaliação das atividades antitripanossomatídeos foi realizada sobre formas promastigotas das cepas BH46 de Leishmania (leishmania) infantum, M2269 de Leishmania (leishmania) amazonensis e contra formas epimastigotas das cepas Y e Colombiana de Trypanosoma cruzi. A atividade antitumoral foi realizada sobre a linhagem MDA-MB-231. A avaliação da toxicidade sobre as linhagens celulares foi realizada por meio da técnica colorimétrica de MTT. A atividade antibacteriana foi avaliada sobre as espécies Staphylococcus aureus, Salmonella typhimurium, Escherichia coli, Klebsiella oxytoca, Proteus mirabilis, Streptococcus agalactiae, Listeria monocytogenes e Pseudomonas aeruginosa por meio da técnica da resazurina. Na avaliação in vitro da atividade biológica dos extratos etanólicos foi verificado que todos os extratos demonstraram alguma toxicidade sobre células normais de mamíferos da linhagem L929. Entre os extratos avaliados 22 apresentaram atividade antitumoral, sendo que o mais ativo foi o de Ageratum fastigiatum (partes aéreas). Atividade tripanocida foi verificada para sete extratos sobre a cepa Y e oito sobre a cepa Colombiana, sendo que dentre estes os extratos das partes aéreas de Ageratum fastigiatum e das partes aéreas Zeyheria montana foram os mais ativos sobre a cepa Colombiana de T. cruzi. Atividade leishmanicida foi verificada para 11 extratos sobre a cepa M2269 de Leishmania amazonensis e três sobre a cepa BH46 de Leishmania infantum, sendo que o mais ativo foi o extrato das partes aéreas de Ageratum fastigiatum. Atividade antibacteriana foi identificada para 11 extratos, os mais ativos foram o de Ageratum fastigiatum (partes aéreas) e Byrsonima lancifolia (folhas), sendo que a bactéria mais susceptível, por ser inibida pelo maior número de extratos avaliados, foi S. aureus (9 extratos) e a menos susceptível foi S. agalactiae (1 extrato). A partir dos resultados obtidos, sugere-se que os extratos etanólicos das partes aéreas de Ageratum fastigiatum e Zeyheria montana são os mais promissores para prosseguimento dos estudos, representando uma potencial fonte de substâncias com atividade antitripanossomatídeo e antitumoral, e os extratos de Ageratum fastigiatum (partes aéreas) e Byrsonima lancifolia (folhas) como antibacteriana, sendo necessária a realização do fracionamento destes extratos a fim de identificar as substâncias responsáveis por tais atividades e pela citoxicidade.