PPGES - Mestrado Profissional Interdisciplinar em Ensino em Saúde (Dissertações)
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Item Sobrepeso e obesidade: possibilidades de enfrentamento na perspectiva das mulheres de Tombadouro/Datas-MG(UFVJM, 2021) Gonçalves, Letícia Aparecida; Ferreira, Vanessa Alves; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ferreira, Vanessa Alves; Pires, Ivy Scorzi Cazelli; Neves, Kelly da RochaIntrodução: A obesidade tornou-se uma epidemia global na contemporaneidade e acomete diferentes grupos etários, especialmente a população adulta. Múltiplos fatores operam nesta dinâmica complexa e multifacetada que desafia as políticas e programas de saúde pública em todo o mundo (WHO, 2017; 2021). Nesta direção, as iniciativas voltadas para a redução do excesso de peso, tendem a focalizar mudanças comportamentais e estratégias setoriais ligadas aos aspectos socioculturais e ambientais. Tendo em vista a complexidade da etiologia da obesidade, emerge a necessidade de se investigar possíveis ações e possibilidades de enfrentamento na ótica dos indivíduos obesos dentro de uma perspectiva mais compreensiva utilizando a abordagem qualitativa. Objetivo: Deste modo, este estudo teve como objetivo investigar as práticas alimentares e o estilo de vida de um grupo de mulheres adultas com diagnóstico de sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2) e obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) residentes em um município do interior do estado de Minas Gerais, Brasil. Metodologia: Optou-se pela pesquisa qualitativa onde foram realizadas 15 entrevistas semiestruturadas, em profundidade, nos domicílios. Resultados: Os resultados revelaram vários fatores envolvidos na ocorrência do excesso de peso no grupo, entre eles os de natureza biológica (associados ao ciclo de vida da mulher); psicossociais (culpabilização, estresse e ansiedade) e ausência de uma rede de apoio para o controle do agravo no nível local. No que tange as ações de enfrentamento na ótica das entrevistadas verificamos a reprodução do discurso biomédico e midiático pautado nas mudanças comportamentais individuais. Conclusão: Conclui-se, portanto, a necessidade de implementar estratégias de controle do sobrepeso dentro dos pressupostos da promoção da saúde a fim de intervir no problema de forma mais consistente.Item Dilemas e contradições para a promoção da alimentação saudável na percepção de mães de escolares com excesso de peso(UFVJM, 2020) Souza, Patrícia de; Ferreira, Vanessa Alves; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ferreira, Vanessa Alves; Pires, Ivy Scorzi Cazelli; Guimarães, Fábio Tadeu LourençoA alimentação do homem se transformou radicalmente a partir do século XVIII com o processo de industrialização mundial. E mais recentemente, nas sociedades contemporâneas, esse processo se intensificou, conduzindo a um estilo de vida “moderno” caracterizado pelo sedentarismo e por uma dieta incrementada em produtos processados e ultraprocessados. Tal perfil tem contribuído consideravelmente para uma maior prevalência de doenças crônicas em grupos etários cada vez mais jovens, incluindo o público infanto-juvenil. A esse respeito, pesquisas têm evidenciado que o comportamento alimentar de crianças e adolescentes é influenciado por diferentes fatores, incluindo as escolhas alimentares parentais. Deste modo, o objetivo deste estudo foi analisar as percepções e os saberes dos pais e/ou responsáveis por crianças e adolescentes com excesso de peso sobre a categoria alimentação. Para isso, optou-se pela pesquisa de natureza qualitativa com a realização de 12 entrevistas semiestruturadas com mães em seus domicílios. A amostra foi constituída na sua totalidade por mulheres que apresentaram média de idade de 43 anos, eram em sua maioria pretas ou pardas (50%), com nível de escolaridade superior (33,33%) com renda monetária de ½ a 1 salário mínimo (41,66%) e que apresentavam excesso de peso (58,33%). Na etapa de análise dos resultados optou-se pela técnica da análise do conteúdo proposta por Bardin (2004). Os resultados evidenciaram os dilemas enfrentados pelo grupo em seu contexto de vida, entre eles: fatores de ordem socioeconômica, psicossocial e cultural. A dupla jornada de trabalho; os papéis de gênero; a falta de uma rede de apoio social; o contexto local; os recursos financeiros, o sistema agroindustrial e o marketing persuasivo, são elementos dificultadores. Nesta direção, a imposição de normas e comportamentos pautados em um modelo biomédico hegemônico não parece surtir efeitos positivos nesse grupo, em particular. Por outro lado, a educação fundamentada nos princípios freirianos por meio da reflexão e consciência crítica para a tomada de decisão aliada a construção de estratégias factíveis a partir da escuta afinada, nos parecem caminhos mais eficazes no enfrentamento desse problema. Deste modo, há de se refletir sobre a natureza das pesquisas atuais na área, assim como, a formação/conduta dos profissionais de saúde para que valorizem o contexto sociocultural nas ações de promoção da alimentação saudável.Item Educação Popular em Saúde: um referencial de autonomia e transformação(UFVJM, 2017) Alves, Michely Rodrigues; Oliveira, Wellington de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Wellington de; Miranda, João Luiz de; Alves, Leila de Cássia FariaA educação popular em saúde (EPS), mesmo sendo um referencial político, teórico e metodológico, consolidado como estratégia política, é um assunto que exige ampla reflexão e conhecimento para sua efetividade. De acordo com o eixo norteador instituído pela Política Nacional de Educação Popular em Saúde no Sistema Único de Saúde (PNEPS-SUS) em 2013, por meio de uma prática político-pedagógica, os saberes populares são reconhecidos a partir da construção compartilhada do conhecimento, com potencial de instrumento auxiliar para reorientação das práticas em saúde. O objetivo deste estudo foi estimular um processo de educação e construção de conhecimentos, junto aos atores sociais do grupo HIPERDIA, norteado pelo referencial da EPS. A pesquisa foi desenvolvida a partir do problema: a EPS pode contribuir com melhorias na qualidade de vida dos usuários no município de Senhora do Porto/MG?O trabalho foi desenvolvido por meio da metodologia da pesquisa-ação, com a aplicação da técnica de observação participante para a coleta dos dados, caráter descritivo e com abordagem qualitativa. Os demais atores participantes foram os integrantes do grupo de hipertensos e diabéticos (HIPERDIA) adscritos no município de Senhora do Porto-MG. A análise dos dados foi feita através do referencial teórico da Educação Popular, trabalhado dentro da prática pedagógica das “rodas de conversa”, sistematizadas por Paulo Freire. O estudo do resultado foi realizado por meio da análise do discurso, referenciado pelas teorias de Foucault. Os resultados revelam que a EPS não é um desafio para os atores sociais envolvidos, pois através das observações foram percebidas ações de mobilização, autonomia e diálogo entre eles, nos momentos que tiveram oportunidade de se expressar. Seria então um impasse para os profissionais de saúde desconstruir práticas norteadas pela cultura medicamentosa, aos gestores que deveriam apoiar a educação permanente dos trabalhadores, adicionando os princípios e as práticas de EPS, e ainda, responsabilidade do Ministério da Saúde em auxiliar nas estratégias de comunicação e divulgação da potencialidade das práticas articuladas às culturas populares.Item As representações sociais de professores sobre saúde: um estudo de caso em escolas públicas de Belo Horizonte(UFVJM, 2016) Rezende, Kátia Souza; Sant´Anna, Paulo Afrânio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sant´Anna, Paulo Afrânio; Rocha, Maria Isabel Antunes; Pereira, Diogo NevesA escola se apresenta como um campo fértil para a implementação de propostas, estratégias e ações de promoção da saúde, tornando-se lugar de interlocução entre saúde e educação. As ações de saúde que são desenvolvidas nas escolas podem ser compreendidas a partir da concepção de saúde que circula neste espaço. O Programa Saúde na Escola (PSE) é visto como elemento que altera o cotidiano escolar, fazendo emergir representações sociais sobre saúde atravessadas pelas ações de saúde que são realizadas neste espaço. Estas representações, por sua vez, influenciam as atividades, percepções, valores, julgamentos e decisões dos professores no âmbito da saúde. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo identificar as Representações Sociais sobre saúde dos professores de três escolas da rede pública de ensino de Belo Horizonte e seu impacto no desenvolvimento do Programa Saúde na Escola. Para tanto, foram realizados três grupos focais com os professores das três escolas estudadas. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, que permitiu identificar o processo de mudança de paradigma marcado de um lado, por ações de saúde na escola ancoradas no modelo biomédico e de outro, por uma perspectiva ampliada de saúde que considera os fatores biopsicossociais. Ao analisar a constituição dessas duas marcas de sentido, observou-se que ambas geram atitudes distintas e antagônicas. O estudo aponta que a escola, enquanto instituição de regulação social revela-se conservadora, dissociada das transformações que ocorrem na sociedade. Portanto a Teoria da Representação Social enquanto conhecimento compartilhado pelo grupo favorece o processo pelos quais os indivíduos em interação social, constroem explicações acerca dos objetos sociais. O caminho percorrido pelo estudo permitiu a identificação dos pontos de ancoragem e objetivação dos professores das três escolas estudadas. Tal constatação implica fazer uma leitura com auxílio do contexto sociocultural elaborado e compartilhado pelo grupo de pertença. Assim, é possível perceber como as representações se estabelecem.Item Percepção dos profissionais da estratégia de saúde da família sobre práticas de atividade física nas unidades básicas de saúde(UFVJM, 2015) Fúrforo, Érica Carvalho; Cury, Geraldo Cunha; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cury, Geraldo Cunha; Oliveira, Wellington de; Soares, Viviane Antunes RodriguesRESUMO A Atenção Básica no Brasil tem como um dos seus desafios a incorporação da atividade física ao cotidiano da população. Essa estratégia goza de grande reconhecimento científico no que tange à obtenção de hábitos de vida saudáveis. O presente estudo objetivou identificar a percepção dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) sobre práticas de atividade física nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Diamantina (MG). Neste trabalho estudou-se a percepção dos profissionais acerca da importância da atividade física, a aderência da população a essas práticas, as dificuldades para a realização das atividades, bem como seu planejamento e execução. Foi desenvolvido um estudo exploratório, descritivo e analítico, do tipo corte transversal, com abordagem de natureza quantitativa e qualitativa, e uma coleta de dados em que foi aplicado um questionário do tipo Likert a todos os profissionais da saúde de todas as ESF do referido município. Na primeira etapa os dados foram analisados através de estudo de frequência e proporção e, na segunda, realizou-se o teste exato de Fisher para verificar associação estatisticamente significativa entre categorias profissionais estudadas e variáveis de interesse. Foi detectado o desenvolvimento de práticas de atividade física representadas pelos grupos de caminhada e ginástica em seis das nove UBS do município. Destaca-se a seguir os principais resultados obtidos. A percepção da importância da prática de atividade física obteve a concordância de 100% dos indivíduos em três das seis assertivas pesquisadas. A percepção da participação da população nas práticas de atividade física na UBS mostrou concordância total e parcial entre mais de 75% dos respondentes quanto à divulgação, horário e aconselhamento sobre a participação nos grupos de atividade física. A percepção das dificuldades para a realização de atividade física nas UBS destacou, em 96% das respostas, a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde para atividade física. O estudo da percepção dos profissionais em relação ao planejamento e execução das práticas de atividade física mostrou que 83,9% das respostas concordaram total ou parcialmente com o reconhecimento da responsabilidade de todos os profissionais da ESF no desenvolvimento das atividades. Conclui-se que os profissionais percebem os benefícios e a importância da prática de atividade física no âmbito da Atenção Básica, embora reconheçam a pequena participação da população nos grupos de atividade física e na disponibilização de equipamentos públicos para tal fim.