PPGCF - Mestrado em Ciência Florestal (Dissertações)
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Item Caracterização de áreas em Diamantina (MG) sob diferentes tipos de degradação: substrato, dinâmica da vegetação e paisagem(UFVJM, 2012) Amaral, Wander Gladson; Pereira, Israel Marinho; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pereira, Israel Marinho; Pereira, José Aldo Alves; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Mucida, Danielle Piuzana; Dutra, Gleyce CamposAtividades antrópicas vêm de encontro com o paradoxo do desenvolvimento e da conservação. Assim a demanda por matéria-prima para sustentar os meios de produção, tem íntima relação com a exploração dos recursos naturais, que realizada de modo inadequado e insustentável, gera a degradação do meio ambiente. Neste contexto, diante dos desafios que se apresentam para a sustentabilidade, alternativas estas, que tenham eficácia no seu propósito (integração dos conhecimentos silviculturais e principios ecológicos) e retorno destas áreas às condições próximas das originais. O presente trabalho teve como objetivos estudar a dinâmica da paisagem e da vegetação arbustivo-arbóreo em áreas sob diferentes tipos de degradadação em Diamantina, MG. As comunidades das áreas degradadas pelo garimpo de diamante (ADGD) e ouro (ADGO), assim como, pelo processo de voçorocamento (ADV) contou com 50 (10 x 10 m), 30 (10 x 10 m) e 36 (5 x 3m) parcelas respectivamente, que no primeiro inventário, foram amostrados todos os indivíduos arbóreo-arbustivo vivos com DAS30 ≥ 3 cm. No segundo inventário, foram registrados os indivíduos mortos, remensurados os sobreviventes e mensurados e identificados os indivíduos recrutados. Foram calculadas as taxas de dinâmica: mortalidade, recrutamento, ganho e perda em área basal e numero de indivíduos para cada área. Os valores de H’ obtidos para as áreas foram comparados aos pares pelo teste de t de Hutcheson. Em cada parcela, foi coletada uma amostra composta do substrato superficial (0-20 cm), sendo analisados os parâmetros químicos: pH em água; teores de P, K+, Ca2+, Mg2+ e Al3+; complexo sortivo (acidez potencial (H +Al), saturação por bases (V%), soma de bases (SB), CTC a pH 7 (T), CTC efetiva (t) e saturação por alumínio (m%)) e matéria orgânica (M.O); físicos: teores de areia, silte e argila, resistência mecânica à penetração ao longo da camada de 0-30 cm, umidade, cobertura de rocha e cascalho exposto. As variáveis ambientais foram comparadas pelo teste t para amostras independentes (P<0,05). Para analisar as correlações entre os gradientes ambientais e vegetacionais foi empregada a Análise de Correspondência Canônica (CCA). A área estudada na dinâmica da paisagem contou com 2.509,92 ha definidos entre os paralelos 7989545,95 e 7984296,35 sul e meridianos 646367,51 e 651117,89 oeste. O mapeamento e classificação da cobertura vegetal foi realizado por meio da interpretação visual de fotografias aéreas para os anos de 1950 e 2006. A quantificação estrutural da paisagem foi descrita por meio de índices de composição e configuração espacial resultantes do software Fragstats. No geral foram amostrados 1.152 indivíduos, pertencentes a 16 famílias e 38 espécies, sendo, 153 indivíduos, 5 famílias e 9 espécies pertencentes a ADGD; 921 indivíduos, 16 famílias e 36 espécies pertencentes a ADGO e 78 indivíduos, 9 famílias e 11 espécies pertencentes a ADV. A análise dos atributos físicos e químicos do substrato evidenciou alta limitação ao desenvolvimento de plantas colonizadoras, apresentando como restrições, substratos de textura arenosa com baixa fertilidade natural, acidez elevada além de classe de resistência a penetração média para as áreas degradadas pelo garimpo de ouro e diamante. Verificou-se que houve relação entre os gradientes ambientais e a abundância e composição florística da vegetação colonizadora, ficando a maioria das espécies mais fortemente correlacionada com as variáveis topográficas (desnível), químicas (M.O e m) e físicas (umidade). Todos os indicadores estruturais analisados mostraram que as áreas estão em processo de construção inicial, porém a área degradada pelo garimpo de ouro encontra-se em estágio sucessional mais avançado quando comparado com área degradada pelo processo de voçorocamento e a área degradada pelo garimpo de diamante. Os mapas temporais de cobertura do solo evidenciam que a área de estudo apresenta grande influência de atividades antrópicas. Contudo a quantidade de habitat natural na área de estudo foi bem superior ao limiar de percolação, passando de 99,26% (2491,59 ha) em 1950 para 89,62% (2249,35 ha) em 2006. Nesse contexto, é possível constatar que a paisagem se manteve estruturalmente conectada por meio de grandes fragmentos de vegetação nativa, proporcionando condições de sustentabilidade.