PPGSSA - Mestrado Profissional Interdisciplinar em Saúde, Sociedade & Ambiente (Dissertações)

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    Ações de assistência estudantil em saúde mental frente ao sofrimento psíquico em graduandos nas Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras
    (UFVJM, 2020) Araújo, Vagner Campos de; Pires, Herton Helder Rocha; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pires, Herton Helder Rocha; Dias, Ana Catarina Perez; Moura, Cristiane Rocha Fagundes; Guimarães, Fábio Tadeu Lourenço
    Este estudo buscou compreender as ações de assistência em saúde mental no cenário de sofrimento psíquico dos discentes de graduação de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) brasileiras. Trata-se de um estudo quantitativo, de caráter descritivo, fundamentado em pesquisas bibliográfica e documental. Quanto à população, participaram do estudo as IFES abrangidas pela V Pesquisa Nacional do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Graduandos das IFES realizada em 2018 pela Associação Nacional dos Dirigentes das IFES, que revelou que 83,5% dos graduandos apresentam alguma dificuldade emocional que interfere diretamente no seu desempenho acadêmico. Ansiedade, desânimo e desmotivação lideram os sintomas do sofrimento psíquico e, mais preocupante, foram a ideação de morte e pensamento suicida que atingem 19,3% dos discentes. O instrumento de pesquisa consistiu em um questionário estruturado fechado relacionado à Assistência Estudantil e Saúde Mental. Os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas, sendo as respostas expressas como frequências relativas. Ao desenvolver-se a discussão à luz da literatura científica, constatou-se que o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), devido à escassez de recursos, não atende integralmente seu público-alvo. Ainda não há estudos que demonstrem a efetividade deste programa quanto a sua eficácia na permanência dos discentes e nem de sua contribuição para a melhoria do desempenho acadêmico. Assim, é importante que assistência de atenção à saúde mental seja planejada e desenvolvida não valendo-se apenas deste programa, apesar de diversas IFES ainda encontrarem na oferta de bolsas uma estratégia de assistência adequada, mesmo no que diz respeito à saúde mental. Observou-se que a temática da saúde mental é uma questão relevante que vem sendo discutida na maioria das universidades e que há bastante comprometimento em desenvolver ações para sua promoção, ainda que para tal utilizem recursos que não são apenas do PNAES, mas recursos próprios, como profissionais de psicologia lotados para esta finalidade e clínicas-escola já existentes nas universidades. Verificou-se a necessidade de estabelecer parcerias e convênios com a rede pública de saúde, que realizam, prioritariamente, atendimento às pessoas com sofrimento mental. Sabendo do difícil processo de transição dos discentes do ensino médio para o superior, cada vez mais as IFES têm adotado o acolhimento como uma prática exitosa que pode ajudar na integração e ambientação desses universitários. Quanto à temática do suicídio, 80% das IFES afirmaram que há relatos de morte de discentes causada por autoextermínio nos últimos dois anos. Trata-se de um problema complexo, mas sabendo que a depressão é sua principal causa, a assistência estudantil voltada para a saúde mental é o caminho para minimizar o sofrimento psíquico dos discentes. Por fim, propõe-se que a assistência estudantil seja realizada para além do PNAES e que seja institucionalizada por meio de documentos oficiais como o Plano de Desenvolvimento Institucional e normativos internos. Desta forma, as ações terão continuidade, podendo ser planejadas e desenvolvidas sem o arbítrio do gestor que estiver à frente da IFES.
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    Atenção a saúde do usuário portador de Anemia Falciforme na percepção dos profissionais da Estratégia Saúde da Família de Diamantina – MG
    (UFVJM, 2017) Leal, André Luiz Ramos; Canôas, Silvia Swain; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Canôas, Silvia Swain; Canuto, Marcus Henrique; Morais, Rosane Luzia de Souza
    A Anemia Falciforme tem relevância clinica e epidemiológica por afetar uma expressiva parcela da população. No Brasil é um importante problema de saúde pública. Este estudo teve como objetivo compreender a atenção à saúde do usuário portador de Anemia Falciforme na percepção dos profissionais da Estratégia Saúde da Família de Diamantina (MG). Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, o cenário foi a Estratégia Saúde da Família da cidade de Diamantina, Minas Gerais (Brasil). Os participantes foram 15 profissionais, médicos e enfermeiros, atuantes em serviços da Estratégia Saúde da Família da zona urbana do município. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas individuais, nas unidades de saúde, em local reservado e em horário previamente definido, entre maio e junho de 2017. Na organização e análise dos dados, optou-se pela análise de conteúdo, modalidade temática. Os resultados evidenciaram oito categorias: 1- "O (des)conhecimento dos profissionais"; 2- "Detecção precoce: Teste do Pezinho e eletroforese de hemoglobina"; 3- "Necessidade de capacitação profissional"; 4- "Rede de Atenção e Assistência à Saúde do Usuário Portador de Anemia Falciforme"; 5- "Rede de cuidado"; 6- "Sistema de referênciamento e contrarreferência"; 7- "Agente Comunitário de Saúde na atenção a saúde do usuário com Anemia Falciforme"; 8- "Orientação e acompanhamento familiar". Revelou-se um conhecimento limitado, restrito a um breve conceito e a alguns aspectos clínicos. Por se constituir em uma patologia crônica, é fundamental que os profissionais de saúde estejam devidamente capacitados para prestar assistência adequada, com diagnóstico precoce e tratamento correto. Porém, os profissionais revelaram uma situação inversa no presente estudo, uma vez que não ocorre um acompanhamento sistemático dos usuários e não há integração no sistema de referência e contrarreferência. Tais profissionais atribuem a responsabilidade da atenção ao usuário somente ao serviço especializado. Revelou-se uma ênfase no trabalho do agente comunitário de saúde na atenção à saúde do usuário afetado pela anemia falciforme. Todavia, a assistência às pessoas com anemia falciforme deve privilegiar a ação multiprofissional e multidisciplinar, e não ser atribuída ou concentrada somente em um profissional. Face à essa realidade, faz-se necessário que os profissionais de saúde conheçam o assunto e sejam habilitados para proporcionarem assistência de qualidade, holística e equânime. As deficiências no conhecimento dos profissionais da Estratégia Saúde da Família sinalizam a necessidade de capacitação e educação permanente em saúde. É necessária uma rede de assistência bem organizada, estruturada, cujos serviços sejam qualificados. Conclui-se que o atual estudo demonstrou que a assistência aos usuários afetados pela anemia falciforme, no âmbito da Estratégia Saúde da Família, requer avanços para que seja de melhor qualidade. Isso porque os profissionais possuem conhecimento insuficiente sobre a doença e a assistência atribuem a responsabilidade pelo cuidado ao agente comunitário de saúde e ao Hemominas, e não há uma integração na rede de atenção à saúde, entre o serviço da Estratégia Saúde da Família e o Hemominas.