Estratégias pedagógicas para alunos surdos em aulas de Educação Física: uma revisão integrativa

Abstract

Na esteira da história, a Educação Física (EF) ficou correlacionada à equívoca ideia de corpo perfeito, de perfomance em aulas, o que acarretava a exclusão de princípios educacionais, no qual, alunos considerados “incapazes”, não acessavam os saberes tratados por este componente curricular. Em especial, a partir da década de 1990, a EF busca, permanentemente, a distância desse padrão excludente e começa a oferecer estudos que dedicam-se a construção de aulas inclusivas e que se aproximem da realidade dos escolares, para uma transformação pedagógica de aulas de EF. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo, através de uma revisão integrativa, foi analisar a produção científica sobre as estratégias pedagógicas para alunos surdos nas aulas de EF, além de buscar entender quais as opiniões, percepções e sugestões dos escolares surdos sobre as aulas. Nesta linha de pensamento, também identificar a comunicação direta do professor com o surdo e o processo de formação inicial e continuada dos professores sobre essa temática. Deste modo, os dados foram coletados nas bases de dados Portal de Periódicos CAPES e Google Acadêmico, entre os anos 2012 a 2022, utilizando-se os descritores controlados: Aluno Surdo ou Surdez and “Educação Física”; Aluno Surdo ou Surdez and Experiência Pedagógica and “Educação Física”; Aluno Surdo ou Surdez and Escola and “Educação Física”. A amostra final foi constituída por 09 (nove) artigos selecionados após análise dos títulos, resumos e textos na íntegra. Nesse sentido, após uma leitura minuciosa dos contéudos manifestos, emergiram 05 (cinco) categorias de análise: formação inicial e continuada dos docentes; comunicação direta entre professor e aluno; opiniões e percepções dos alunos surdos nas aulas de EF; sugestões dos escolares surdos para melhoria das aulas de EDF; estratégias pedagógicas sugeridas e/ou utilizadas pelos docentes. Os resultados apontam para estratégias de curto, médio e longo prazo aos professores de EF, entre eles: planejamentos de aulas inclusivas, utilização de recursos visuais, troca de experiências com profissionais especializados, formação continuada de professores e a necessidade deconhecimentos em Libras e cultura surda. Somado a isso, é notório a importância do aluno Surdo se apropriar dos conhecimentos que estão sendo passados e não apenas imitar o que os demais alunos da turma estão fazendo, inserido-o na cultura corporal de movimento.