Desenvolvimento de artrópodes não alvos e estresse fisiológico em algodoeiro geneticamente modificado expressando as proteínas CRY1F e CRY1AC
Date
2017
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de algodão, não apenas em volume, mas
também em qualidade e inovação. Porém, o ataque de insetos pragas é um dos principais
entraves para a produtividade das lavoras de algodão, o que é acentuado pelas grandes áreas
de monocultivo. Uma das táticas de manejo que está sendo empregada é a resistência de
plantas. A cultura hospeda diversos organismos, dentre eles um grande número de artrópodes
como o pulgão Aphis gossypii Glover 1877 (Hemiptera: Aphididae) e o ácaro fitófago
Tetranychus ludeni zacher, 1913 (Acari: Tetranychidae), que se alimentam da parte aérea das
plantas, podendo causar prejuízos econômicos. As variedades transgênicas utilizadas no
manejo de pragas são desenvolvidas para controlar determinado grupo de insetos, de acordo
com a toxina que expressam. Porém ao serem expressas continuamente, essas toxinas ficam
expostas aos demais herbívoros que se hospedam na planta, surgindo uma preocupação de que
o uso em larga escala desta tecnologia possa ter efeitos adversos sobre artrópodes não alvos.
O impacto das proteínas Bt em artrópodes não visados é menos compreendido do que os seus
efeitos nos organismos alvos, onde o mecanismo da ação tóxica é conhecido. Há pouca
informação sobre efeitos de transgênicos Bt sobre populações de pulgões e ácaros, e sobre o
estresse causado pelo ataque desses artrópodes. Com isso, esse trabalho teve por objetivo
avaliar o desenvolvimento de organismos não alvos em algodão geneticamente modificado. E
avaliar o estresse fisiológico causado pelo ataque de ácaros e pulgões em algodão transgênico
e convencional. De acordo com os resultados obtidos é possível concluir que as toxinas Cry1F
e Cry1Ac não exercem qualquer efeito no desenvolvimento do T. ludeni, e que o algodão Bt
foi menos infestado por A. gossypii. A severidade da infestação desses artrópodes causa
alterações nos parâmetros da fluorescência da clorofila, promovendo estresse fisiológico nas
plantas, tanto do algodão Bt como da isolinha. Coletivamente, esses resultados fornecem
fortes evidências de que a tecnologia Bt pode complementar outras táticas integradas de
controle de pragas, especialmente se em conjunto com o controle biológico.
Description
Área de concentração: Manejo integrado de pragas.
Keywords
Citation
VALADARES, Nermy Ribeiro. Desenvolvimento de artrópodes não alvos e estresse fisiológico em algodoeiro geneticamente modificado expressando as proteínas CRY1F e CRY1AC. 2017. 46 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2017.