Variabilidade da Hemoglobina em Pessoas em Hemodiálise: fatores associados à concetração de hemoglobina e sua variabilidade como preditor de desfechos negativos
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UFVJM
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Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública global, afetando mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo e sua prevalência varia de 8% a 16% da população mundial, acometendo principalmente os diabéticos e hipertensos. O Brasil possui uma das maiores populações em hemodiálise do mundo. Em 2018, dos pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS), 92,3% estavam em hemodiálise e 7,7%, em diálise peritoneal, e cerca de 22,1% em fila de espera para transplante. Pacientes em hemodiálise apresentam mortalidade significativamente maior em comparação com a população geral, as principais causas de morte neste grupo incluem doenças cardiovasculares, morte súbita, infecções e doenças cerebrovasculares. A anemia é uma complicação importante e de alta prevalência na DRC, condição multifatorial, associada a deficiência de Eritropoetina (EPO), inibição da eritropoiese, redução da sobrevida dos eritrócitos e alteração na homeostase de ferro. A anemia, está associada ao aumento do risco de morte, à manifestação de eventos cardiovasculares e altas taxas de hospitalizações. O manejo da anemia se apresenta como um grande desafio na prática clínica e apesar do contínuo esforço para manter os níveis de Hb estáveis e dentro das faixas recomendadas a maioria dos pacientes tratados com EPO experimentam algum grau de variabilidade ao longo do período de tratamento. Objetivos: Investigar o comportamento da Hb ao longo de seis meses após o início da hemodiálise, identificar os determinantes de sua variação e avaliar o papel preditor de diferentes categorias de variabilidade de Hb sobre o risco de morte e de internação em pessoas em hemodiálise. Métodos: Uma análise de coorte retrospectiva foi conduzida ao longo de 10 anos, examinando dados de pacientes em hemodiálise. Os preditores da variação da Hb foram identificados usando análises univariadas e multivariadas, com a Hb avaliada em valores da faixa-alvo de 10-12 g/dL, além disso, a partir da faixa-alvo de Hb foram estabelecidos 6 (seis) padrões de variabilidade da Hb ao longo do tempo: baixo persistente; constantemente dentro do alvo; alto persistente; baixa amplitude de flutuação com Hb baixa; baixa amplitude de flutuação com Hb alta; alta amplitude de flutuação. Resultados: Dados de 299 pacientes (58,5% homens) foram analisados, com 41,8% com idade entre 41-60 anos. No início da hemodiálise, 73,2% apresentavam anemia. Após seis meses, 45,6% atingiram níveis de Hb dentro de 10-12 g/dL. Na análise por grupos de variabilidade o grupo 4 foi composto por 130 pacientes (38,92%) e o grupo 5 por 107 pacientes (32,04%), correspondendo estes dois grupos a mais 70% da amostra. Os grupos 1 e 6 apresentaram, respectivamente, risco de óbito 2,37 (95%CI 1,07; 7,84 - p = 0,03) e 1,06 (95%CI 1,07; 7,8 – p = 0,037) vezes maior, quando comparados ao grupo 5. Conclusões: Anemia é uma condição prevalente em pacientes em hemodiálise, quase metade dos pacientes alcançam o alvo de Hb após cerca de seis meses do início da hemodiálise, fatores modificáveis e não modificáveis influenciam a variação da Hb e o alcance dos níveis-alvo. Concentrações de Hb persistentemente abaixo de 10 g/dL e uma grande amplitude de variação de Hb ao longo do tempo estão associadas a maior risco de morte em pessoas em hemodiálise.
Description
Em todas as partes que compõem a obra, consta o título: "Variabilidade da Hemoglobina em Pessoas em Hemodiálise: fatores associados à concentração de hemoglobina e sua variabilidade como preditor de desfechos negativos".
Citation
ALVES, Frederico Lopes. Variabilidade da Hemoglobina em Pessoas em Hemodiálise: fatores associados à concetração de hemoglobina e sua variabilidade como preditor de desfechos negativos. 2025. 62 p. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2025.
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