Diversidades florística e funcional de Campo Rupestre na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço

Thumbnail Image

Date

2023

Journal Title

Journal ISSN

Volume Title

Publisher

UFVJM

Abstract

Este trabalho teve como objetivo verificar se os parâmetros da teoria dos OCBIL, como a dispersibilidade de espécies reduzida, alto endemismo local e raridade comum, explicariam os padrões de diversidades taxonômica e funcional da flora entre micro-habitats de um Campo Rupestre quartzítico na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Para isso comparou-se as diversidades taxonômica e funcional entre os micro-habitats rocha, fenda, areia, cupinzeiro e forófito. A hipótese assume que a diversidade taxonômica entre os micro-habitats é diferente, enquanto que a diversidade funcional é similar. Isso porque os Campos Rupestres, mesmo em áreas próximas, possuem alta diversidade taxonômica. Porém, os filtros ambientais similares resultariam em adaptações convergentes nos traços funcionais. A área de estudo encontra-se próxima ao distrito de Extração, Diamantina, Minas Gerais, Brasil. No local foi alocada uma parcela de 100x50 metros e subdivida em 50 subparcelas de 10x10 metros. Nestas foi realizado o censo das angiospermas adultas vivas, indicando o micro-habitat em que se encontravam. As plantas coletadas foram depositas no Herbário Dendrológico Jeanine Felfili. A análise da diversidade taxonômica foi medida pelos índices de similaridade de Jaccard e Czekanowski, e pelo índice de diversidade de Shannon e Equabilidade de Pielou. Na diversidade funcional utilizou-se os índices multidimensionais: riqueza, equabilidade, divergência e dispersão funcional. Foi verificado, através de modelos nulos para a riqueza e dispersão funcionais, se a montagem da comunidade é influenciada por fatores abióticos. Foram encontrados 14600 indivíduos, compreendendo 35 famílias e 110 espécies. Os táxons mais ricos e abundantes foram a família Velloziaceae e o gênero Vellozia. Muitas espécies endêmicas foram amostradas. O micro-habitat mais diverso taxonomicamente foi a areia e o menos os forófitos. O índice de Jaccard mostrou que as espécies dos cupinzeiros e dos forófitos são dissimilares dos outros micro-habitats, exceto na comparação cupinzeiro x rocha. No restante dos micro-habitats, as espécies foram similares. Enquanto que, o índice de Czekanowski indicou similaridade apenas entre areia e fenda. O índice de Shannon variou entre 3,98 na areia e 0,861 nos forófitos. A Equabilidade de Pielou evidenciou que os indivíduos se encontram melhor distribuídos no cupinzeiro e mais concentrados nos forófitos. A análise dos índices multidimensionais de diversidade funcional, baseou-se na forma de vida, consistência da folha e presença de tricomas, síndrome de dispersão de sementes e tipo de fruto. Eles demostraram que a areia obteve o maior valor de riqueza funcional, enquanto que o cupinzeiro mostrou ter a maior equabilidade funcional. Já os índices de divergência e dispersão funcionais foram maiores na rocha. As plantas epífitas alcançaram os menores valores em todos os quatro índices. Os modelos nulos confirmaram que o ambiente influencia na montagem das comunidades. Com isso, corroborou-se parcialmente a hipótese quanto à diversidade taxonômica e totalmente quanto à diversidade funcional. Foi atestado que o Campo Rupestre amostrado atende à expectativa da condição biótica para sua classificação como um OCBIL.

Description

O orientador do trabalho não mencionado na lista da Folha de Aprovação.
Área de concentração: Recursos Florestais.

Keywords

Citation

ROBERTO, Bruno Gomes. Diversidades florística e funcional de Campo Rupestre na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. 2023. 64 p. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2023.

Endorsement

Review

Supplemented By

Referenced By