Território da água, território da vida: comunidades tradicionais e a monocultura do eucalipto no Alto Jequitinhonha

dc.contributor.advisorSulzbacher, Aline Weber
dc.contributor.authorAlmeida, Clebson Souza de
dc.contributor.institutionUniversidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)pt_BR
dc.contributor.refereeSulzbacher, Aline Weber
dc.contributor.refereeFávero, Claudenir
dc.contributor.refereePerpetua, Guilherme Marini
dc.contributor.refereeCosta Filho, Aderval
dc.date.accessioned2019-07-03T18:32:34Z
dc.date.available2019-07-03T18:32:34Z
dc.date.issued2018
dc.date.submitted2018-09-21
dc.description.abstractO espaço rural do Alto Vale do Jequitinhonha, Nordeste de Minas Gerais, possui dentre suas características uma expressiva presença de comunidades tradicionais que sofreram a partir da década de 1970 a expropriação de grande parte de seu território tradicionalmente ocupado, que sob a condução do Estado brasileiro, foi destinado aos grandes projetos de desenvolvimento ligadas à produção energética, dentre eles a monocultura de eucalipto para a produção de carvão e atendimento ao setor siderúrgico. A partir deste contexto, este estudo se desenvolveu nos municípios de Carbonita, Capelinha, Itamarandiba, Minas Novas, Turmalina e Veredinha, com destaque para os dois últimos. O seu objetivo geral foi: Analisar os efeitos socioambientais gerados pela implantação da monocultura do eucalipto na microrregião do Alto Vale do Jequitinhonha incluindo a sua relação com os processos de alteração no modo de vida pela expropriação territorial das comunidades tradicionais. Como percurso metodológico utilizamos os procedimentos assentados sob a perspectiva da Pesquisa Participante, buscando a inserção e interação do pesquisador no grupo/comunidade dos sujeitos pesquisados, considerando a concretude, a totalidade e a dinâmica dos fenômenos sociais para a promoção coletiva de conhecimentos como patrimônio dos grupos historicamente invisibilizados. A pesquisa desenvolvida nos anos 2017 e 2018 utilizou técnicas como: a realização de 31 entrevistas em 11 comunidades camponesas, com o uso de questionário semiestruturado; a observação participante; a análise documental primária e a revisão bibliográfica. Como resultados, identificamos que os danos gerados pela atividade de monocultura do eucalipto são diversos, a citar: I) erosão genética das espécies nativas do Cerrado, com destaque para a extinção das flores Sempre-vivas das áreas de veredas; II) a destruição de espécies protegidas por lei, como os pequizeiros, que são sufocados no meio da monocultura e danificados no ato da colheita mecanizada da madeira de eucalipto; III) o uso abusivo de agrotóxicos, até mesmo aqueles proibidos por lei, gerando o risco de contaminação das fontes de água que abastecem a população; IV) desrespeito e degradação das áreas de preservação permanente (APPs) nas bordas de chapada; V) poluição do ar com gases tóxicos emitidos no processo de carbonização da madeira, colocando em risco a saúde da população do entorno e a estabilidade do clima global; VI) o ressecamento de inúmeras nascentes de água ampliando a escassez hídrica da região; VII) a expropriação territorial de comunidades Quilombolas e Tradicionais, desestabilizando sua autonomia sociocultural e seus modos de vida.pt_BR
dc.description.abstractsThe rural area of the Upper Valley of Jequitinhonha, Northeast of Minas Gerais, has among its characteristics a significant presence of traditional communities that suffered from the 1970s the expropriation of much of its traditionally occupied territory, which under the leadership of the Brazilian State was destined to large development projects related to energy production, among them the eucalyptus monoculture for the production of coal to serve the steel sector. From this context, this study was carried out in the municipalities of Carbonita, Capelinha, Itamarandiba, Minas Novas, Turmalina and Veredinha, with emphasis on the last two cities. Its general objective was: To analyze the socio-environmental effects generated by the implantation of eucalyptus monoculture in the micro-region of Upper Valley of Jequitinhonha, including its relation with the processes of alteration in the way of life by the territorial expropriation of the traditional communities. As methodology we used the procedures based on the Participant Research perspective, seeking the insertion and interaction of the researcher in the group / community of the subjects studied, considering the concreteness, the totality and the dynamics of the social phenomena for the collective promotion of knowledge as patrimony of the historically non visible groups. The research developed in the years of 2017 and 2018 used techniques such as: the realization of 31 interviews in 11 peasant communities, using a semi-structured questionnaire; participant observation; the primary documentary analysis and the bibliographic review. As results, we identified the damages generated by the eucalyptus monoculture activity, and they are plenty to cite: I) genetic erosion of the native species of the Cerrado biome, with emphasis on the extinction of the evergreen flowers on the plateau’s flooded areas; II) the destruction of legally protected species, such as pequizeiros, which are suffocated in the middle of monoculture and are damaged during the mechanized harvesting of eucalyptus wood; III) abusive use of agrochemicals, even those prohibited by law, generating the risk of contamination of the water sources that supply the population; IV) disrespect and degradation of permanent preservation areas (PPAs) on the plateaus edges; V) air pollution with toxic gases emitted during the process of carbonization of the wood, endangering the health of the surrounding population and the stability of the global climate; VI) the drying up of numerous water springs, increasing the water scarcity of the region; VII) the territorial expropriation of Quilombolas and Traditional communities, destabilizing their socio-cultural autonomy and their way of life.en
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)pt_BR
dc.description.thesisDissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, 2018pt_BR
dc.identifier.citationALMEIDA, Clebson Souza de. Território da água, território da vida: comunidades tradicionais e a monocultura do eucalipto no Alto Jequitinhonha. 2018. 153 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2018.pt_BR
dc.identifier.urihttps://acervo.ufvjm.edu.br/items/b9728391-f96a-44f5-b084-071476fb1a4c
dc.language.isopor
dc.publisherUFVJMpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.rights.licenseA concessão da licença deste item refere-se ao à termo de autorização impresso assinado pelo autor, assim como na licença Creative Commons, com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e o IBICT a disponibilizar por meio de seus repositórios, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, e preservação, a partir desta data.pt_BR
dc.subject.keywordEucaliptopt_BR
dc.subject.keywordÁguapt_BR
dc.subject.keywordComunidade tradicionalpt_BR
dc.subject.keywordTerritóriopt_BR
dc.subject.keywordEucalyptusen
dc.subject.keywordWateren
dc.subject.keywordTraditional communityen
dc.subject.keywordTerritoryen
dc.titleTerritório da água, território da vida: comunidades tradicionais e a monocultura do eucalipto no Alto Jequitinhonhapt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR

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