Avaliação de risco da utilização do formaldeído em um laboratório de anatomia humana de um instituição de ensino superior

Abstract

O objetivo deste trabalho foi avaliar os riscos da utilização do formaldeído pelos servidores do laboratório de anatomia humana de uma instituição federal de ensino em Minas Gerais, bem como propor medidas de controle seguindo a hierarquia de controles preconizada pela legislação. O reconhecimento dos perigos iniciou com visitas prévias ao setor de Anatomia Humana, no qual o formaldeído é usado na conservação de peças anatômicas. A partir das informações levantadas, estabeleceu-se a estratégia de amostragem, com definição dos grupos de exposição similar, datas e duração das coletas e equipamento a ser utilizado. Posteriormente, procedeu-se à avaliação quantitativa da exposição aos vapores de formaldeído, com o detector ToxiRae Pro. Os dados coletados foram tratados utilizando o aplicativo NDExpo e, em seguida, foram tabulados na planilha IHSTAT para avaliação da normalidade (teste de Shapiro-Wilk), realização de estatística descritiva e verificação da classificação de risco de acordo com o limite de exposição ocupacional, e na planilha BEStat, para realização da análise de variância e teste de Levene. Os resultados foram comparados com o limite de exposição ocupacional previstos pela ACGIH. Observou-se que a utilização do formaldeído pelos servidores do laboratório de anatomia humana apresenta um risco potencial à saúde, principalmente em relação aos efeitos cancerígenos. Foi identificado que os níveis de exposição ao formaldeído estão acima dos limites de tolerância previstos pela ACGIH, indicando a necessidade de implementação de medidas de controle para reduzir o risco ocupacional. Para isso, foram propostas medidas de controle seguindo a hierarquia preconizada pela legislação, como a substituição do agente químico por alternativas menos tóxicas e o controle de engenharia com a adoção de medidas de ventilação e exaustão localizada. Além disso, é importante instruir os servidores que trabalham no laboratório sobre as precauções necessárias para manipulação correta dos produtos químicos, medidas de segurança e a ventilação adequada do ambiente de trabalho. Dessa forma, é possível conscientizar e capacitar os trabalhadores para que possam desenvolver suas atividades de forma segura e eficiente, minimizando riscos e aumentando a qualidade do trabalho realizado no laboratório.