Um olhar além dos números: análise do perfil epidemiológico da violência interpessoal e autoprovocada notificada do município de Diamantina, Minas Gerais, Brasil

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2020

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UFVJM

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A relevância em aprofundar estudos sobre o complexo fenômeno da violência baseia-se no fato de ser imprescindível o envolvimento dos profissionais de saúde sobre a temática, uma vez que há o reconhecimento da violência como problema de saúde pública, por outro lado, há uma subnotificação que gera uma invisibilidade, dificultando o seu enfrentamento. A notificação das violências, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), consiste numa das mais colaborativas ações que profissionais de saúde podem desempenhar no combate à violência. O presente estudo objetivou realizar um diagnóstico situacional local do perfil epidemiológico da violência interpessoal e autoprovocada notificada no município de Diamantina (MG), a partir de indicadores das notificações, utilizando-se dados do Sinan, por meio das fichas de notificação, no período 2013 a 2019. Houve 509 notificações de violência durante o período trabalhado, que totaliza sete anos, representando um aumento de 390% de 2013 a 2019. No que se refere às unidades de saúde notificadoras dos casos de violência, constatou-se que os hospitais locais foram responsáveis por 481 (94,5%) notificações durante este período. Em relação ao sexo das vítimas, observou-se que, em média, 439 (90%) casos atingiram as mulheres e a raça predominante foi a negra, com 392 (74,9%) notificações, considerando o somatório de pardos, com 303 (57,9%) e pretos 89 (17,0%) casos, porcentagem esta semelhante nos sete anos analisados. No que se refere ao tipo de violência, a violência física foi a prevalente dentre as notificações no período estudado, com 288 casos (33,9%), seguida da violência sexual, que apresentou 285 casos (33,6%) casos notificados. Necessário salientar que o total de registros de violência segundo o tipo, difere do total de casos notificados no total, pois em alguns casos são preenchidos diferentes tipos de violência para um mesmo episódio de notificação, gerando, uma sobreposição de informação. Na análise por faixa etária, observou-se uma maior incidência dos casos de violência na faixa de 10 a 14 anos, 136 casos notificados (26,7%). Ao estudar o comportamento destes dados, foi possível inferir sobre uma subnotificação dos casos pela Atenção Primária do município, comprometendo o retrato estatístico da violência e a oferta adequada de uma linha de cuidado à vítima. Além disso, os resultados revelam a importância da caracterização do perfil das violências para direcionamento de intervenção e elaboração de políticas públicas intersetoriais para o enfrentamento da violência nesta região.

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DÓRIA, Giselle Aparecida. Um olhar além dos números: análise do perfil epidemiológico da violência interpessoal e autoprovocada notificada do município de Diamantina, Minas Gerais, Brasil. 2020. 135 p. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino em Saúde) – Programa de Pós-graduação em Ensino em Saúde, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.

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