O uso das TDIC no Ensino Médio Integrado em um Campus do IFNMG, no contexto do ensino remoto

Abstract

Dentre os desafios enfrentados pela escola na melhoria dos seus processos pedagógicos, destaca-se a problemática referente ao uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) para a promoção de aulas inovadoras e criativas, o que demanda quebra de paradigmas. Durante a pandemia de COVID19, com a suspensão dos calendários, essas tecnologias se apresentaram como alternativa viável para continuidade das aulas, por meio do ensino remoto. Para isso, repentinamente foram exigidas novas habilidades docentes e discentes para usar essas TDIC com autonomia. Nessa perspectiva, o objetivo geral desse trabalho é analisar a utilização das TDIC nas práticas escolares do Ensino Médio Integrado em um Campus do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), em um contexto de ensino remoto. Para o alcance do objetivo proposto, adotou-se uma abordagem qualitativa, de natureza básica-estratégica. A produção de dados realizou-se mediante a análise dos planos de ensino das disciplinas desenvolvidas nas turmas pesquisadas, aplicação de questionários e entrevistas. O tratamento e a interpretação dos dados deram-se por meio da análise de conteúdo. Partindo dessa análise e no embasamento teórico, apoiado em diversos autores que abordam a temática, discorreu-se sobre a previsão das TDIC nos planos de ensino, as TDIC utilizadas no ensino remoto, as percepções dos sujeitos pesquisados acerca dessa utilização e as eventuais potencialidades e fragilidades percebidas. Os resultados apontam que 64,7% dos professores não tinham experiência na utilização dos ambientes digitais para ampliação do tempo e espaço da sala de aula no ensino presencial, sendo o uso de algumas TDIC uma novidade para muitos docentes. No ensino remoto, houve uma elevação do uso de redes sociais, apontadas por 61,3% dos alunos, em especial do Instagram. Além disso, houve larga utilização do Google Classroom para disponibilização de conteúdos, do Google Meet para aulas síncronas e do WhatsApp para comunicação e esclarecimento de dúvidas. Embora de forma difusa, houve uma experimentação de diversas TDIC, como quadros digitais (Squid e Whiteboard), mapas mentais (Coogle), mural interativo (Padlet), plataformas de aprendizagem baseada em jogos (Kahoot, Mentimeter) dentre outras. Apesar disso, a pesquisa sugere que o ensino remoto cumpriu a necessidade primária de dar continuidade às aulas, mas o uso das TDIC não se traduziu em expressivas ressignificações da prática docente. Essas práticas basearam-se em aulas expositivas e resolução de exercícios, com baixo protagonismo e autonomia discente, pouco incentivo à produção autoral de conteúdo e práticas interativas e colaborativas. Isso sinaliza a necessidade de reflexão acerca da necessidade de uma oferta de experiências online de maior qualidade no pós-pandemia, na perspectiva do ensino híbrido. Para isso, o estudo propõe a autoavaliação das competências digitais pelos docentes para o consequente desenvolvimento de ações de formação continuada e em serviço, baseadas nas lacunas evidenciadas nessa autoavaliação, além do planejamento consciente e intencional do desenvolvimento das competências digitais dos alunos, de forma transversal, nas diversas disciplinas do currículo.