Internações por doenças cardiovasculares com ênfase no Acidente Vascular Cerebral

Abstract

As doenças crônicas não transmissíveis, em particular as doenças cardiovasculares, têm gerado perda de qualidade de vida com alto grau de limitação nas atividades de trabalho e lazer, além dos impactos econômicos e elevado número de mortes precoces. O estudo das internações hospitalares auxilia no monitoramento da qualidade e da efetividade das ações desenvolvidas na Atenção Primária e contribui para a elaboração de estratégias de organização dos serviços de saúde. Nesse sentido, objetivou-se analisar o perfil das internações por doenças cardiovasculares, e em especial, mensurar as internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC), sua mortalidade e o custo hospitalar. Para tanto, realizou-se dois estudos por meio de uma pesquisa uma pesquisa quantitativa, descritiva, exploratória, transversal, a partir da análise de prontuários de pacientes internados com doenças cardiovasculares em um hospital de referência do Vale do Jequitinhonha. Para a coleta de dados, foi elaborado um instrumento composto por questões abertas e fechadas. Para a análise estatística, foi utilizado o teste de qui-quadrado de Pearson, teste exato de Fisher ou generalização do teste exato de Fisher quando necessário, com o nível de significância de 5% (p < 0,05). A partir de seus resultados, foi identificada a necessidade de intervenções relacionadas à prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares, além da melhoria dos registros como ponto fundamental para manter a qualidade, segurança e continuidade da assistência ao paciente. E um segundo trabalho do tipo ecológico, retrospectivo, com análise de série temporal, com base em dados secundários obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), em três esferas administrativas (Diamantina, Minas Gerais e Brasil), dos últimos dez anos. Os resultados evidenciaram a importância da análise de dados secundários e públicos para o AVC. Identificou-se que o número de internações se manteve na média durante os dez anos; a mortalidade vem diminuindo, em Diamantina e Minas Gerais se mantendo abaixo do percentual do Brasil. No entanto, os custos com a doença vêm aumentando devido as novas terapias empregadas. Diante do impacto social, econômico e previdenciário do AVC, faz-se necessário o envolvimento de gestores de saúde, de forma a conhecer bem o perfil de sua população para diminuir os custos com internações, mortalidade e desequilíbrio financeiro dos hospitais, almejando, assim, a melhoria da situação de saúde do país.