Evasão nos bacharelados interdisciplinares da UFVJM: Campus Diamantina

Abstract

Em 2007, foi criado pelo governo Lula, através do Decreto Nº 6.096, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Entre os objetivos do REUNI estão a melhoria da qualidade de ensino interligando diferentes níveis, diminuindo a evasão e ampliando o acesso e a permanência do aluno na educação superior. Em 2009 a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) adere ao REUNI e são criados três institutos adotando o modelo interdisciplinar de ensino composto por três ciclos, sendo o primeiro chamado de Bacharelados Interdisciplinares (BIs), o segundo composto por cursos profissionais em áreas específicas e o terceiro correspondendo a pós-graduação. Após concluir o primeiro ciclo, o estudante pode seguir para o segundo ciclo, prosseguir para o terceiro ciclo ou ir direto para o mercado de trabalho. Este novo modelo de ensino busca amenizar problemas como a evasão, precocidade na escolha da carreira, e proporcionar ao aluno uma formação com uma visão mais ampla do mundo. O propósito da pesquisa foi analisar a evasão nos BIs, Campus Diamantina, na formação do primeiro ciclo deste novo modelo de ensino, compreender os motivos que contribuíram para a evasão e apontar qual a percepção discente sobre o funcionamento desta modalidade de ensino. Para a realização do estudo foi aplicado um questionário com cinquenta questões estruturadas e semiestruturadas com o objetivo de conhecer o perfil do aluno evadido e os motivos que o levaram a evadir. Outro questionário com quinze questões foi aplicado aos docentes com o mesmo objetivo. Constatou-se diferenças entre o perfil do aluno do Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT) que estuda período integral e do Bacharelado em Humanidades (BHu) aluno do período noturno. Durante a pesquisa observou-se que razões internas e externas podem estar relacionadas com os motivos que levaram os alunos a evadirem como a falta de infraestrutura, de assistência estudantil da Universidade, falta de afinidade com o curso, dificuldades financeiras, incompatibilidade de horário de trabalho com o estudo, entre outras questões. Observou-se também que ainda não houve uma variação nos índices de evasão esperado com esta nova modalidade de ensino, sendo as mesmas similares aos dos cursos tradicionais. Apesar da ampliação das Universidades e da democratização do ensino, a permanência do aluno ainda não é garantida. Há necessidade de implementação de políticas públicas para diminuir o problema.