Análise florístico-estrutural, relação vegetação-ambiente e transição floresta-campo das matas de galeria do Parque Nacional das Sempre-Vivas (PNSV), MG
Date
2017
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
Este estudo teve como objetivo conhecer a composição florística da comunidade arbórea e sua relação com o ambiente, bem como avaliar a diversidade, estrutura e as funções ecológicas das espécies de dezoito fragmentos de mata de galeria inundável. Além disso, se propôs a caracterizar a vegetação da matriz de entorno de nove fragmentos de mata e galeria, bem como verificar se variáveis ambientais atuam na transição entre as duas fitofisionomias, com ênfase nas propriedades químicas do solo. O estudo foi conduzido no Parque Nacional das Sempre-Vivas, na Serra do Espinhaço, Minas Gerais. Foram inventariadas 5% da área total de cada fragmento, instalando-se parcelas permanentes de 100 m² (totalizando 0,72 ha de amostragem), onde foram amostrados todos os indivíduos arbóreos com diâmetro à altura do peito igual ou superior a 5 cm (DAP ≥ 5 cm). Para amostragem da cobertura vegetacional da matriz de entorno, foi utilizado o método dos pontos, totalizando 12 pontos por fragmento, distribuídos nas distâncias de 10, 20 e 30 m no sentido borda-campo. Em cada parcela e em cada ponto, foi mensurada a umidade do solo e coletadas amostras de solo, para posteriores análises químicas. Para os fragmentos foram mensurados qualitivamente a cobertura do dossel, altura de crestamento e impactos ambientais. Foram amostrados 1265 indivíduos arbóreos, distribuídos em 76 espécies, 55 gêneros e 32 famílias. A comunidade em geral, apresentou valores de diversidade e equabilidade compativeis com outras matas de galeria inundáveis do país. As espécies amostradas foram agrupadas em seis grupos funcionais distintos. A maioria dos fragmentos apresentou uma tendência de estágio seral mais avançado, com espécies predominantemente secundárias iniciais e tardias, zoocóricas, zooófilas, densidade média da madeira, sementes recalcitrantes e plântulas do tipo faneroepígeo-foliáceo. A distribuição por classes diamétricas dos indivíduos da comunidade arbórea e para as principais populações obteve uma tendência de J-invertido, indicando bom potencial regenerativo. As variáveis ambientais que se correlacionaram com a variação da composição de espécies foram à disponibilidade de água e condições de acidez. O baixo percentual de explicação das variáveis ambientais e espaciais ressaltam que as espécies nos
fragmentos de mata de galeria distribuem-se de maneira estocástica. O fogo constituiu o impacto mais frequente no interior dos fragmentos, o que ressalta a necessidade de técnicas de manejo nessas áreas. Os campos úmidos ao entorno dos fragmentos apresentaram-se com elevada cobertura de herbáceas, mesmo após o manejo do fogo. Para as características edáficas avaliadas observaram-se os maiores valores de umidade, potássio, soma de bases, capacidade de troca catiônica total e matéria orgânica nos solos sob floresta. Portanto, a definição dos limites entre as duas fitocenoses estudadas parece ser primariamente relacionada com o gradiente de fertilidade e umidade do solo. Permite-se aqui chamar a atenção para a importância de estudos de pequenos fragmentos vegetacionais para a ampliação do conhecimento sobre a diversidade ambiental local e regional, e seus principais determinantes, e possíveis consequências para a dinâmica da vegetação dos ecossistemas.
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Citation
COSTA, Thaís Ribeiro. Análise florístico-estrutural, relação vegetação-ambiente e transição floresta-campo das matas de galeria do Parque Nacional das Sempre-Vivas (PNSV), MG. 2017. 135 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2017.