Avaliação de plantas forrageiras tropicais sob sombreamentos no outono e inverno
Date
2020
Authors
Journal Title
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Volume Title
Publisher
UFVJM
Abstract
Os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, também conhecidos como
agrossilvipastoris, podem contribuir positivamente para os sistemas de produção animal e são
alternativas eficientes de uso da terra na recuperação de áreas degradadas. No entanto, a
tolerância de gramíneas e leguminosas ao sombreamento depende da sua capacidade
morfofisiológica para se adaptar a determinado nível de radiação, conhecido como plasticidade
fenotípica. O objetivo com este trabalho foi avaliar o comportamento de quatro cultivares de
plantas forrageiras tropicais sob diferentes níveis de sombreamento e manejadas a 95% de
interceptação luminosa (IL), ao longo do outono e inverno de 2019. Foram realizados quatro
experimentos com quatro espécies forrageiras tropicais: Brachiaria spp. cv. Mavuno (capim-mavuno),
Panicum maximum Jack cv. BRS Zuri (capim-zuri), Panicum maximum cv. BRS
Tamani (capim-tamani) e Arachis pintoi cv. Amarillo (amendoim forrageiro). Cada
experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado (DIC), com seis
repetições, submetidos aos níveis de sombreamento artificial de 47% com radiação
fotossintéticamente ativa (RFA) de 353 μmol m-2s-1, de 64% com RFA de 242 μmol m-2s-1, 74%
com RFA de 172 μmol m-2s-1 e o tratamento controle com as plantas cultivadas sem
sombreamento, com RFA de 668 μmol m-2s-1. As plantas foram mantidas sob regime de corte
ao atingir 95% de IL. Durante o experimento foram realizadas avaliações morfogênicas para
determinação das variáveis-respostas: taxa de aparecimento foliar, filocrono, taxa de
alongamento foliar, taxa de senescência foliar, duração de vida da folha, taxa de alongamento
do colmo/caule para todas as forrageiras e também a taxa de alongamento em largura e taxa de
alongamento do pecíolo para o amendoim forrageiro. Antes do corte também foram realizadas
as avaliações estruturais, referentes ao número de folhas vivas por perfilho, comprimento final
da folha e do colmo ou caule, altura final das plantas, o índice de área foliar, densidade de
perfilhos e o peso médio dos perfilhos. Também foram realizadas análises fisiológicas
referentes aos teores de clorofila a e b, taxa fotossintética, condutância estomática, taxa
transpiratória, eficiência no uso da água e temperatura da folha. Posteriormente, após o corte
foi determinada a composição morfológica (proporção de folhas, colmo ou caule, material
senescente e inflorescência) e a produção de massa seca total de cada espécie forrageira sob os
diferentes níveis de sombreamento. Todos os dados foram analisados no programa estatístico
Statistical Analysis System - SAS 9.1. As médias das características morfogênicas,
morfofisiológicas e produtivas foram submetidas à análise de variância e posteriormente à
análise de regressão linear e quadrática a 5% de probabilidade. O capim-mavuno apresentou
adaptação aos sombreamentos de 47%, 64% e 74% ao longo do outono e inverno, visto que a
produção de massa seca não diminuiu mesmo com a restrição luminosa imposta pelos níveis de
sombreamentos nas plantas e houve aumentos no índice de área foliar, na proporção de folhas,
no teor de clorofila a e b e na taxa fotossintética nos sistemas sombreados. O capim-zuri
apresenta alta adaptação ao sombreamento de 64%, visto que nesta condição houve maior
produção de massa seca, maiores proporções de folhas e da taxa de aparecimento foliar e
aumentos nos teores de clorofila que consequentemente proporcionaram maiores taxas
fotossintéticas sob este nível de sombreamento. O capim-tamani apresentou grande tolerância
aos sombreamentos de 47% e 64%, aumentando a produção de massa seca, a taxa fotossintética,
a clorofila a e b, a taxa de aparecimento foliar, a proporção de folhas e a relação folha/colmo da composição morfológica, quando comparado as plantas sem sombreamento. Foi verificado
também que o capim-tamani pode ser sombreado em até 74% sem reduzir a produção em
comparação com as plantas que crescem sem sombreamento. O amendoim forrageiro
apresentou grande adaptação ao sombreamento a 47%, aumentando a produção de massa seca,
a taxa fotossintética, a proporção de folhas e a relação folha/ caule quando comparado as plantas
sem sombreamento e com sombreamento de 64 e 74%. Com isso o capim-tamani quando
comparado com outros capins, apresenta maior adaptação aos diferentes níveis de
sombreamento durante a estação outono e inverno, seguido pelo capim zuri e o capim mavuno.
Já a leguminosa amendoim forrageiro durante a estação outono e inverno, apresenta tolerância
a baixos níveis de sombreamento.
Description
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Keywords
Citation
BORGES, Cláudia Eduarda. Avaliação de plantas forrageiras tropicais sob sombreamentos no outono e inverno. 2020. 120 p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.