Estado ecológico e sanitário do Ribeirão de Datas: bioindicadores como parâmetros de saúde ambiental

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2020

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UFVJM

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O lançamento de efluentes urbanos sem nenhum tratamento em corpos d’água se destaca como um dos maiores contaminantes desse ecossistema. No município de Datas o esgoto não passa por tratamento antes de ser despejado no Ribeirão de Datas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estado ecológico e sanitário do Ribeirão de Datas. Foram estudados parâmetros ecológicos pelo Protocolo de Avaliação Rápida de Diversidade de Habitats (PARDH), parâmetros microbiológicos pela análise de coliformes pela técnica de “Número Mais Provável” (NMP), bioindicadores macroinvertebrados bentônicos analisados de acordo os índices internacionais Biological Biomonitoring Work Party System- BWMP e Average Score Per Taxon – ASPT e peixes pela histopatologia e imunohistoquimica. Foram selecionados seis pontos amostrais (P1 á P6) e coletados no período de chuva e de seca do ano de 2019. O protocolo de avaliação rápida revelou que os pontos P1 e P6 permanecem em condições “naturais”, o P2, P3 (durante o período de seca) e o P5 estão “alterados” e o P4 está “poluído”. Os resultados microbiológicos classificaram, segundo legislação vigente, o ribeirão no período chuvoso como: P1 “Muito bom”, pontos P2, P4, e P5 “Impróprios” e P6 “muito bom”. Já no período da seca: P1, P2, P3, P5 e P6 foram classificados como “Excelente” e o P4 “Impróprio”. Os macroinvertebrados apresentaram-se em baixa diversidade, a família mais predominante foi a Chironomidae, altamente resistente à ambientes poluídos, presente em todos os pontos revelando a contaminação. O peixe encontrado foi o Astyanax fasciatus, espécie conhecidamente resistente à poluição ambiental. Na avaliação morfológica, alterações como descolamento e fusionamento epitelial, fusão dos capilares branquiais e aneurismas foram encontradas nos peixes dos pontos mais poluídos P4 e P5. A imunolocalização da proteína fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) foi avaliada para verificar a hipóxia tecidual das brânquias dos peixes e foi encontrada em todos os pontos, sendo mais expressa nos P4 e P5 nos peixes do período da chuva. A expressão do VEGF variou em detrimento da qualidade ambiental demonstrando o estresse por hipóxia que águas contaminadas causam aos peixes nativos.

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AGUIAR, Heloisa Helena de. Estado ecológico e sanitário do Ribeirão de Datas: bioindicadores como parâmetros de saúde ambiental. 2020. 95 p. Dissertação (Mestrado Profissional Saúde, Sociedade e Ambiente) – Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.

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