Eficiência de fungos ectomicorrízicos no crescimento do eucalipto a partir de mudas clonais inoculadas
Date
2014
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
A inoculação de fungos ectomicorrízicos em mudas podem aumentar a sustentabilidade dos plantios comerciais de eucalipto. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência da inoculação em viveiro de mudas clonais de eucalipto de micélio vegetativo de fungos ectomicorrízicos impregnados em gel de alginato sobre o crescimento das mudas em viveiro e após o plantio no campo. No primeiro experimento avaliou-se a eficiência da inoculação de micélio vegetativo de fungos ectomicorrízicos impregnados em gel de alginato em viveiro comercial de mudas clonais de eucalipto. O experimento foi realizado em delineamento em blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 5, sendo mudas dos clones GG100 e GG680 inoculadas com Pisolithus microcarpus, Hysterangium gardneri e Scleroderma areolatum e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada, mais os controles não-inoculados com (Controle) e sem (Comercial) redução da adubação fosfatada na produção das mudas. No segundo experimento, mudas produzidas no primeiro foram plantas em campo para avaliação do crescimento e da colonização durante um ano. A sobrevivência das mudas no viveiro não foi influenciada pela inoculação ou pela redução da adubação fosfatada. Aos 120 dias e em geral para os dois clones, a altura, diâmetro do coleto, massa seca da parte aérea, massa seca total e frequência de nota máxima para formação do torrão das raízes das mudas inoculadas com P. microcarpus foram maiores que as do Controle, e iguais ao Comercial. A porcentagem de pontas colonizadas foi baixa para todos os fungos e não apresentou relação com a promoção do crescimento. A inoculação ou redução da adubação fosfatada influenciou apenas os teores de Ca, Fe, Cu e Mn na parte aérea das mudas, porém os resultados não foram suficientes para explicar a promoção do crescimento observado. No campo, sobrevivência foi de 100 % apenas para as plantas inoculadas com P. microcarpus e para as plantas do Comercial, em ambos os clones. Aos dois meses as plantas inoculadas com P. microcarpus foram maiores que as demais inoculadas e as do Controle, e o diâmetro do coleto das plantas inoculadas com H. gardneri e P. microcarpus foi igual as do Comercial. Aos quatro meses, as plantas inoculadas já haviam se igualado com as do Comercial. As diferenças na altura e diâmetro desapareceram nas avaliações aos seis e 12 meses de plantio. Os teores de clorofila foram maiores nas plantas do GG100. Aos seis meses a porcentagem de pontas colonizadas médias dos dois clones foi maior nas plantas inoculadas com S. areolatum, seguida daquelas inoculadas com P. microcarpus e das do Controle e aos 12 meses a porcentagem de pontas de raízes colonizadas foi semelhante em todos os tratamentos e foi, em média, foi 4,3 vezes maior do que a observada aos seis meses. Os teores de P, Ca, Mg e Zn aos seis, e os teores de N, K, Ca, Mg, Mn e B aos 12 meses, foram influenciados apenas por clones. Os fungos ectomicorrizicos avaliados não foram eficientes em colonizar as mudas no viveiro. A inoculação do micélio vegetativo do fungo P. microcarpus contribui para o crescimento de mudas com redução de adubação fosfatada em viveiro comercial. A eficiência do inoculante em promover benefícios é dependente do fungo veiculado. A baixa colonização obtida na fase de viveiro e a origem dos fungos, diferente do local do experimento, ajudam a explicar a ausência de benefícios da inoculação no campo. A colonização ectomicorrízica nas plantas de eucalipto ocorre naturalmente e aumenta na medida do estabelecimento da planta no campo.
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Citation
COSTA, Lidiomar Soares da. Eficiência de fungos ectomicorrízicos no crescimento do eucalipto a partir de mudas clonais inoculadas. 2014. 59 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2014.