Caracterização de áreas degradadas pela extração de cascalho: substrato, estrutura horizontal e florística da regeneração natural
Date
2016
Authors
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
UFVJM
Abstract
Um trecho da BR- 367, que liga a cidade de Diamantina ao distrito de Guinda, em Minas
Gerais, perpassa por áreas de campo rupestre na Serra do Espinhaço Meridional e apresenta
diversas áreas de empréstimo, constituídas por jazidas de material granular consumidas em
obra rodoviária da própria via entre as décadas de 1960 e 1980. Atualmente tais áreas ainda
apresentam-se fortemente degradadas, caracterizando-se pela fraca cobertura vegetal,
exposição do solo e inexistência de um sistema de drenagem superficial eficiente. Neste
contexto, surge a necessidade de alternativas que tenham eficácia na integração dos
conhecimentos silviculturais e princípios ecológicos visando o retorno destas áreas às
condições próximas das originais. Este trabalho teve como objetivo entender a relação entre
variáveis ambientais e a estrutura horizontal e florística das espécies colonizadoras destes
ambientes degradados. Foram selecionadas quatro áreas degradadas, analisadas por
fotografias aéreas referentes aos anos de 1960 e 1979 nas quais foi possível detectar das áreas
degradadas pontuais. Para o estudo do substrato estratificou-se as quatro áreas selecionadas
para a coleta de amostras deformadas e indeformadas de forma preferencial. Obteve-se as
proporções de areia, silte, argila, dados de resistência à penetração, densidade de partículas e
aparente, porosidade total, micro e macro porosidade. Para a análises químicas foram
coletadas entre 5 subamostras de cada estrato com o intuito de se obter uma amostra
composta do substrato superficial (0-20 cm), de forma a representar a heterogeneidade
ambiental de cada área. Foram analisados: pH em água; teores de P, K+, Mg2+, Ca2+ e Al3+;
complexo sortivo (acidez potencial (H+Al), saturação e soma por bases (V% e SB), CTC (T),
CTC efetiva (t) e saturação por alumínio (m%) e matéria orgânica (MO). Os dados obtidos
foram aferidos e submetidos a análises estatísticas. Realizou-se análise de componentes
principais (PCA) pelo software PCORD versão 6, de modo a sintetizar as variáveis de maior
relevância na correlação das variáveis analisadas. Para levantamento da comunidade vegetal
foi empregado o método da interseção na linha no qual em cada área foram alocadas doze
linhas com 10,0 m de comprimento, distribuídas em zigzag, seguindo as coletas de solo, para
correlacionar características do solo e vegetação. Cada linha foi subdividida em dez unidades
amostrais (UA) contínuas, totalizando 470 UAs e anotado a ocorrência de espécies de hábito
herbáceo, arbustivo e arbóreo. Foram calculadoss parâmetros fitossociológicos: frequência
absoluta (FA), frequência relativa (FR), cobertura absoluta (CA), cobertura relativa (CR) e o
valor de importância (VI). Para comparar os diferentes setores das áreas estudadas quanto ao
perfil de estratégias ecológicas de espécies herbáceas, estas foram classificadas em sistemas
de guildas de acordo com as estratégias de regeneração, estratificação e dispersão. Nas quatro
áreas analisadas foram amostrados 1.517 indivíduos, pertencentes a 22 famílias e 109
espécies. A análise dos atributos físicos e químicos do substrato evidenciou alta limitação ao
desenvolvimento de plantas colonizadoras, apresentando como restrições a alta resistência a
penetração e substratos de textura arenosa com baixa fertilidade natural. Verificou-se que
houve relação entre os gradientes ambientais e a abundância e composição florística da
vegetação colonizadora, ficando a maioria das espécies mais fortemente correlacionada com
as variáveis MO, H+Al e V além de proporção de Areia, PT, DMG e RP.
Description
Keywords
Citation
LAGE, Mayara Ribeiro. Caracterização de áreas degradadas pela extração de cascalho: substrato, estrutura horizontal e florística da regeneração natural. 2016. 87 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2016.