Pós Graduação em Geologia

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PPGGEO - Pós Graduação em Geologia

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    Os plútons Amaros e Dois Córregos: magmatismo Mesoarqueano e Orosiriano no norte do Bloco Guanhães, Orógeno Araçuaí
    (UFVJM, 2022) Morais, Geysianne Ferreira de; Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Barbuena, Danilo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Bersan, Samuel Moreira; Silva, Marco Antonio Delinardo da
    Rochas graníticas são os litotipos mais comuns que formam as massas continentais da Terra e o estudo da ocorrência, composição e gênese dessas rochas fornece importantes evidências para a compreensão do crescimento da crosta continental e, consequentemente, dos ciclos supercontinentais ao longo da história da Terra. No extremo norte do Bloco Guanhães (BG) foi identificado a ocorrência de rochas graníticas em uma extensa região, até então, mapeada como unidades metassedimentares nos mapas geológicos regionais. O Bloco Guanhães é um dos blocos de embasamento do Paleocontinente São Francisco – Congo, remobilizados no interior do Orógeno Araçuaí. Apesar de preservar elementos da formação dos primeiros supercontinentes do nosso planeta, devido ao escasso acervo de dados geológicos disponíveis, o comportamento do Bloco Guanhães ao longo desses eventos tectônicos ainda é pouco compreendido. Tendo em vista a importância do estudo de rochas graníticas para a compreensão da evolução crustal, este trabalho de mestrado teve como objetivo o mapeamento e investigação a respeito da gênese e significado tectônico das rochas graníticas, recém identificadas, no extremo norte do BG. Para auxiliar nos trabalhos de mapeamento geológico foi feito o processamento e interpretação de dados aerogeofísicos. Esses dados permitiram a delimitação das rochas graníticas já identificadas e a descoberta de mais um plúton granítico, também em regiões mapeadas como unidades metassedimentares. Já para a investigação petrogenética dessas rochas, foram realizadas análises petrográficas, geoquímicas e geocronológicas. A integração dos dados obtidos neste trabalho permitiu a individualização das rochas graníticas da porção norte do BG em três grupos distintos: i) Complexo Guanhães; ii) Plúton Amaros; e iii) Plúton Dois Córregos. As rochas do Complexo Guanhães compreendem muscovita-biotita gnaisses, hornblenda-biotita gnaisses e clinopiroxênio-hornblenda-biotita gnaisses. Essas rochas apresentam características químicas distintas, sendo que os hornblenda-biotita gnaisses se assemelham às rochas da série TTG e os muscovita-biotita gnaisses aos granitoides híbridos do arqueano tardio. O Plúton Amaros, com idade de cristalização em c. 2916 Ma e metamorfismo em c. 531 Ma, definidas através de datação U-Pb em cristais de zircão, é o primeiro registro de magmatismo mesoarqueano delimitado e detalhado no BG. Esse plúton é composto por meta- biotita sienogranitos com muscovita. Essas rochas são cálcio-alcalinas de alto K, magnesianas e peraluminosas, mostram enriquecimento em LREE em relação aos HREE, vales em Eu, enriquecimento em LILEs e vales em Nb, Sr, P e Ti, e foram interpretadas como produto da fusão parcial de uma crosta félsica mais antiga com assinatura TTG. Magmatismo mesoarqueano semelhante foi descrito no Bloco Porteirinha, domínio de embasamento a norte do Bloco Guanhães, e abre questionamentos sobre uma conexão entre os dois blocos. O Plúton Dois Córregos é composto por meta- biotita sienogranitos com hornblenda, com idade de cristalização em c. 2045 Ma, definida através de datação U-Pb em cristais de zircão. Essas rochas são álcali-cálcicas a alcálicas, variam de magnesianas a ferroanas e peraluminosas a metaluminosas. Mostram enriquecimento em LREE em relação aos HREE, vales pouco pronunciados em Eu, enriquecimento em LILE e HFSE e vales em Sr, P e Ti. Através das características químicas e petrográficas o Plúton Dois Córregos foi interpretado como produto da fusão parcial de rochas metassedimentares da base da crosta continental espessada em um ambiente tardi- orogênico. Essa configuração tectônica é corroborada pela idade de cristalização do plúton, condizente com o cenário tectônico regional, e enquadra o Plúton Dois Córregos no Sistema Orogênico Minas-Bahia, através do qual vários blocos arqueanos foram acrescidos diacronicamente resultando na amalgamação do Paleocontinente São Franciso-Congo.
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    Os plutóns Felício e Mercês: registros da orogênese Riaciana-Orosiriana no bloco Guanhães
    (UFVJM, 2019) Grochowski, Julia Dias; Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Novo, Tiago Amâncio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Viana, Rúbia Ribeiro; Tedeschi, Mahyra Ferreira
    As rochas graníticas que ocorrem na região norte do bloco Guanhães - um dos blocos do embasamento presentes no Orógeno Araçuaí - foram pioneiramente investigadas no início do século XX, e desde então eram consideradas como parte de um único corpo ígneo, identificado como Batólito Rio Itanguá nos mapas geológicos regionais. No âmbito deste projeto de mestrado, investigações de campo e análises petrográficas e geofísicas subsidiaram a subdivisão dessas rochas em dois diferentes plútons - nomeados como Felício e Mercês - bem como uma revisão de sua área de ocorrência. O Plúton Felício contém granodioritos mesocráticos de granulação fina, com a mineralogia principal composta por biotita, plagioclásio, K-feldspato, epidoto e quartzo, e allanita, apatita, titanita e zircão como minerais acessórios. Essas rochas são metaluminosas, de baixo potássio, magnesianas e cálcicas a calc-alcalinas, para as quais foi obtida uma idade de concórdia U-Pb em zircões de 2151 ± 12 Ma. O Pluton Mercês, por sua vez, contém monzogranitos e sienogranitos de granulação fina a média, leucocráticos e com variedades porfiríticas e equigranulares. Os principais minerais constituintes dos monzogranitos são biotita, muscovita, plagioclásio, K-feldspato e quartzo, e dos sienogranitos são quartzo, K-feldspato, hornblenda e plagioclásio. Essas rochas são ricas em potássio, peraluminosas, ferroanas e alcálicas a álcali-cálcicas, cujos dados apresentaram uma discórdia com interceptos superior de 2014 ± 11 Ma e inferior de 539 ± 13 Ma, interpretados como idade de cristalização e metamorfismo, respectivamente. Apesar de terem assinaturas geoquímicas e geocronológicas distintas, os plútons Felício e Mercês apresentam algumas características comuns, como o enriquecimento em LILE, ETR leves e elementos HFS altamente incompatíveis, além de anomalias negativas de Ti, Ta, Nb, e P, o que pode indicar uma fonte comum para os magmas que deram origem aos dois plútons. As idades de cristalização dos plutons são compatíveis com o evento orogênico Paleoproterozóico que amalgamou o paleocontinente São Francisco-Congo, que apresenta registros dentro do cráton São Francisco e em blocos do embasamento contidos no Orógeno Araçuaí. O Plúton Felício é atribuído ao estágio acrescionário do evento, apresentando possível correlação com o Arco Mantiqueira. Por sua vez, o Plúton Mercês está relacionado ao estágio tardi a pós-colisional da orogenia, contemporâneo ao processo de colapso gravitacional da cadeia de montanhas. Sugere-se que a cunha mantélica metassomatizada por fluidos provenientes da desidratação da litosfera subductada tenha atuado como fonte para ambos os plútons, ao passo que a espessa crosta continental resultante da colisão parece ter atuado como fonte secundária do magma que originou o Plúton Mercês. Pela primeira vez, registros da orogenia Paleoproterozóica são relatados no bloco Guanhães. Essas informações contribuem para o aumento do nosso conhecimento de processos tectônicos que levaram à agregação do bloco continental São Francisco-Congo, uma peça chave no cenário Pré-Cambriano global.