Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente

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PPGSSA - Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente

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    Entre o cultural e o patológico: análise psicossociocultural do suicídio em comunidades indígenas brasileiras
    (UFVJM, 2020) Fonseca, Alexandre Lopes; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Cambraia, Rosana Passos; Paes, Sílvia Regina; Coelho Júnior, Achilles Gonçalves; Queiroz, Ana Carolina Lanza
    O suicídio corresponde a um fenômeno universal, cujos registros datam desde os primórdios da humanidade, assumindo variadas nuances interpretativas, dependendo do contexto histórico e sociocultural analisados. Trata-se de um tema cuja abordagem é complexa e multifacetada, uma vez que o ato suicida resulta da interação de fatores biológicos, psicológicos, culturais e socioambientais. No âmbito da análise do suicídio na contemporaneidade, a alta incidência de casos em determinadas comunidades indígenas brasileiras, sobretudo entre a população de adolescentes e adultos jovens, revela-se um sério problema de saúde pública, que demanda discussões e, sobretudo, ações urgentes do poder público. Nesse sentido, o presente estudo buscou investigar o suicídio entre indígenas brasileiros, numa perspectiva interdisciplinar, considerando as dimensões sociopolíticas, culturais e psicopatológicas desse fenômeno. Em termos metodológicos, trata-se de uma revisão narrativa da literatura, de natureza descritivo-exploratória, viabilizada por meio de consulta de fontes secundárias de dados. Além de referências clássicas, como os estudos de Èmile Durkheim, Karl Marx, George Minois e Darcy Ribeiro, o corpus de análise do texto também foi composto por artigos de revisão, publicados entre 1990 e 2018, extraídos de bases de bases eletrônicas de pesquisa, como a Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências de Saúde (LILACS) e publicações indexadas no Scientific Electronic Library Online (SciELO Brasil), utilizando-se os descritores “Saúde Mental Indígena” e “Suicídio Indígena”. O levantamento de dados apontou que o suicídio em comunidades indígenas brasileiras apresenta características epidêmicas, cujos casos concentram-se, sobretudo, mas não exclusivamente, na etnia Guarani-Kaiowá. Aspectos relacionados à perda dos seus territórios tradicionais (tekoha) e respectiva destituição do lugar simbólico e representacional que compõe a identidade desses povos e que lhes atribui sentido existencial, podem ser apontados como possíveis causas da crescente incidência de mortes autoprovocadas nessa população. Soma-se a isso a negligência do poder público no tocante à garantia de direitos fundamentais a esses povos. Por fim, verificou-se a escassez de pesquisas sobre o tema analisado, evidenciando a necessidade de mais pesquisas que contemplem comunidades indígenas e outros povos tradicionais, visando contribuir com a formulação de políticas e estratégias de assistência em saúde mental a essas populações.
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    Processo de modificação de modos de vida em um distrito rural da Serra do Espinhaço Meridional sob impacto de atividade minerária
    (UFVJM, 2017) Giraldo, Andrés Felipe Ramírez; Cambraia, Rosana Passos; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cambraia, Rosana Passos; Dias, Ana Catarina Perez; Firmes, Maria da Penha Rodrigues; Queiroz, Ana Carolina Lanza; Carvalho, Marivaldo Aparecido de
    A atividade minerária, inserida no modelo econômico atual de produção de capital, é vista como fonte de riqueza tanto para o setor privado quanto para os Estados, porém, traz uma série de impactos sociais, ambientais e à saúde de comunidades rurais e tradicionais. Assim, a mineração recebe atenção sob diversos olhares de diferentes sujeitos sociais, que têm ao mesmo tempo diferentes interesses. Este trabalho de pesquisa adere-se à preocupação que existe frente aos efeitos culturais, sociais e ambientais decorrentes da mineração e a sua conexão como a saúde, pois esta é um processo complexo, que depende desde as dimensões maiores, isto é, sociais até as menores desenvolvidas no indivíduo. De tal modo, são aqui estudados os modos de vida como parte da realidade social e grupal que fazem parte desse processo complexo que é a saúde-doença. Teve como objetivo principal, compreender o processo da mudança dos modos de vida imposto pela presença de um empreendimento minerário. Para isto, foram verificadas as mudanças no ambiente dos habitantes da micro área de São José da Ilha no município de Dom Joaquim (Minas Gerais, Brasil), assim como os efeitos na relação entre as pessoas e, das pessoas com o seu entorno, após a chegada da atividade minerária. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, com observação participativa e emprego de entrevistas abertas. Foram utilizados câmara fotográfica para registro de imagens, gravador de voz digital para as entrevistas e diário de campo para registro de notas do pesquisador. Houve também uso de fontes secundarias de informação, como as fichas de cadastramento da Estratégia da Saúde da Família e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As informações foram analisadas com o método de análise de conteúdo temática, para a qual utilizou-se o aplicativo de informática NVivo (v.9). Observou-se que no local as atividades de trabalho estão relacionadas com o uso da terra para a manutenção das famílias, contudo, com a presença do empreendimento na região, surgiram outros trabalhos, que afastam a comunidade do trabalho rural propriamente dito, assim como de outras expressões dos seus modos de vida tradicionais. No caso aqui estudado, o empreendimento impôs condições materiais e simbólicas que fazem com que as pessoas legitimem a presença e uso dos seus recursos pelas melhorias de infraestrutura no município e situação econômica nas famílias, as quais, tiveram membros empregados nas firmas na época de auge de trabalho (época de implantação da mina). Perante ao processo de mudança nos modos de vida tradicionais é importante sua revalorização, pois têm permitido e permitem a soberania territorial e seguridade alimentar baseadas nos conhecimentos tradicionais do uso da terra, ameaçados por dito processo de mudança.
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    Saúde e cultura: reflexões teórico-metodológicas na pesquisa qualitativa com povos tradicionais
    (UFVJM, 2013) Jáber, Júnio; Dias, Ana Catarina Perez; Carvalho, Marivaldo Aparecido de Carvalho; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Dias, Ana Catarina Perez; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Murta, Nadja Maria Gomes; Ide, Maria Helena de Souza
    O presente trabalho apresenta uma reflexão interdisciplinar à luz da filosofia, da história, da antropologia e das ciências da saúde. Assim, estabeleceu-se entre ciência, saúde, cultura e conhecimentos tradicionais das populações tradicionais um diálogo que nos permitiu ressaltar a importância da pesquisa qualitativa como método de investigação profícuo para que se permita perceber, aflorar e fortalecer a circulação de saberes entre os diversos conhecimentos, principalmente entre a ciência e o conhecimento tradicional, destacando-se quando possível e necessário a relação com a saúde dos povos tradicionais e suas percepções de vida e natureza. Após as reflexões teórico-metodológicas sobre a ciência moderna, a interdisciplinaridade e a pesquisa qualitativa, faz-se um olhar para a ciência e a saúde como elementos culturais e nesta analise foi proposto um novo conceito – a circularidade cognocente, como forma epistemológica de entender a permeabilidade de hipóteses, métodos e técnicas entre os diversos conhecimentos.