Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente

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PPGSSA - Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente

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    Perspectiva de gênero: representações sociais sobre o homem no processo da gravidez e do nascimento
    (UFVJM, 2017) Torres, Yasmine Karina Sotomayor; Paes, Sílvia Regina; Morais, Rosane Luzia de Souza; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Paes, Sílvia Regina; Dias, Ana Catarina Perez; Vitorino, Débora Fernandes de Melo
    O processo da gravidez e do nascimento (PGN) é ainda considerado como uma função da mulher. Isso geralmente é influenciado pelo determinismo biológico que permite à mulher engravidar e ter filhos. Embora, é indispensável reconhecer que esse processo, desde o seu inicio, também envolve diretamente ao homem. Mas, além do biológico, aquela assinação feminina que se dá ao PGN, tem uma forte influência social, donde os estereótipos de gênero tradicionais cumprem um papel determinante. Neste sentido valorizando a importância do envolvimento do homem no dito processo, foi realizada a presente pesquisa de abordagem qualitativa. O presente estudo teve por objetivo analisar as representações sociais sobre o homem no processo da gravidez e do nascimento do filho (a), considerando os personagens envolvidos: homem, mulher e profissional de saúde. A pesquisa foi realizada na maternidade do Hospital Nossa Senhora da Saúde da cidade de Diamantina. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas nos 17 participantes, dos quais foram 5 mulheres/mães, 5 homens/país e 7 profissionais de saúde; sendo esse número definido em cada grupo por o critério de saturação. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo, juntamente com os dados obtidos pela observação participante que foi a segunda técnica de recolecção de dados. O analise de conteúdo permitiu identificar quatro grandes categorias: Estereótipos de gênero, profissionais de saúde e a participação do homem, fatores externos na participação do homem e benefícios da participação do homem, no PGN respectivamente. Em sentido geral o PGN tem ainda a representação de ser de responsabilidade e participação basicamente feminina. Isso é mais evidente em etapas relacionadas ao planejamento familiar e durante a gravidez, pois durante o parto e o nascimento percebe-se certa aproximação na participação do homem, mais enfatizando sua presencia como símbolo de companhia, fortaleza e segurança para a mãe. Evidencia-se que os estereótipos de gênero tradicionais, aqueles que reforçam a ideia de que o processo em questão é de responsabilidade basicamente feminina e que desligam ao homem dos cuidados e da assistência sanitária que envolve esse processo, estão fortemente arraigados não só nos homens, más também nas mulheres e nos mesmos profissionais de saúde participantes, que às vezes reforçam esses estereótipos no seu agir profissional. Um aspecto relevante que surgiu na presente pesquisa é que o trabalho de parto e o parto são cenários de confrontação, ambivalência e dualidade para os homens, pois convergem dois tipos de masculinidade. Assim por um lado é um cenário que replica algumas características da masculinidade hegemónica: o homem como símbolo de fortaleza e segurança. Por outro lado é uma etapa muito sensível, que permite que os homens demostrem alguns sentimentos como medo, dor e insegurança, caraterísticas que vão à contra da masculinidade tradicional, mais que oferece uma janela de mudança da masculinidade hegemónica fortemente mantida na sociedade. Nesse contexto, é importante que os profissionais de saúde, tornem-se agentes de mudança e promovam partos mais humanizados e acolhedores, considerando como ponto chave a perspectiva de gênero nesse processo, mas também na saúde sexual e reprodutiva em geral.
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    Estudo de caso: violência obstétrica na perspectiva das egressas do programa “Mulheres Mil” em Almenara, Minas Gerais
    (UFVJM, 2016) Almeida, Uendel Gonçalves de; Dias, Ana Catarina Perez; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Dias, Ana Catarina Perez; Paes, Silvia Regina; Cambraia, Rosana Passos; Pena, Érica Dumont; Firmes, Maria da Penha Rodrigues
    Sabe-se que a violência obstétrica caracteriza-se pela apropriação do corpo em processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais da saúde. Este tipo de violação ao corpo feminino ocorre por meio de tratamento desumanizado, abuso da medicalização e patologização dos processos naturais, o que causa a perda da autonomia e capacidade de decisão livre sobre seus corpos e sexualidade. Além disso, há um impacto negativo na qualidade de vida das mulheres. Sendo assim, esta dissertação tem como objetivo avaliar a existência de violência obstétrica entre mulheres atendidas pelo Programa Mulheres Mil, no município de Almenara, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Neste sentido, o conhecimento adequado do planejamento para o parto é um instrumento fundamental para decidir qual dos tipos será escolhido. Nesta pesquisa, buscou-se apresentar os melhores ou menos arriscados caminhos para o parto, por meio de entrevistas realizadas com vinte gestantes que falaram como se sentiram e foram tratadas pelo serviço de saúde, especificamente da enfermagem obstétrica e, também, por meio de revisão bibliográfica, ao utilizar autores que estudaram a temática defendida. O estudo é transversal, com técnicas quantitativas e qualitativas. Atento à proposta do curso de mestrado profissional interdisciplinar, buscou-se alinhar aos problemas reais encontrados pelo autor no dia a dia da prática assistencial às gestantes, ao intuito de humanização da assistência prestada pelos profissionais da área de saúde. Diante dos dados colhidos na pesquisa, restou clara a necessidade de uma cartilha informativa a ser mantida nos postos e hospitais e também distribuídas entre as mulheres gestantes. Sabe-se também que toda mulher tem direito ao pré-natal de qualidade e este tem como objetivo a saúde e o bem-estar dela e do bebê. Porém, ainda há registros de casos de maus-tratos e omissão, inclusive na hora do parto. Com a interpretação dos dados coletados, constatou-se que há falta de informações que devem ser prestadas às mulheres grávidas. Também foi possível verificar que a cesariana vem sendo usada como uma prática de programação da mãe, sem levar em conta a necessidade ou mesmo o que seria melhor para a criança. Muitas mulheres têm optado por esse tipo de parto sem que os postos de saúde ou hospitais lhes mostrem os riscos provenientes dessa prática. As parturientes entrevistadas, além de não saberem as informações básicas acerca da obstetrícia humanizada, desconheciam seus direitos sobre o assunto. Mas, ainda mais grave, alguns foram negados a elas, como o de ter um acompanhante. A forma mais eficaz de combate à violência obstétrica é despertando a população para a existência dessa realidade. Desta forma, o acesso à informação contribui para o empoderamento das mulheres, que podem ser vítimas do medo de denunciar quem praticou a violência. A humanização do parto relaciona-se, esta forma, diretamente com a atuação dos profissionais de saúde que, por meio da ação coletiva, interdisciplinar, e com respeito à fisiologia materna, pretende minimizar as intervenções desnecessárias por meio do reconhecimento social e cultural do parto e do suporte emocional oferecido à parturiente e a sua família de modo a promover a criação de laços na relação mãe-bebê.