Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente
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PPGSSA - Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente
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Item Estudo de caso: violência obstétrica na perspectiva das egressas do programa “Mulheres Mil” em Almenara, Minas Gerais(UFVJM, 2016) Almeida, Uendel Gonçalves de; Dias, Ana Catarina Perez; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Dias, Ana Catarina Perez; Paes, Silvia Regina; Cambraia, Rosana Passos; Pena, Érica Dumont; Firmes, Maria da Penha RodriguesSabe-se que a violência obstétrica caracteriza-se pela apropriação do corpo em processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais da saúde. Este tipo de violação ao corpo feminino ocorre por meio de tratamento desumanizado, abuso da medicalização e patologização dos processos naturais, o que causa a perda da autonomia e capacidade de decisão livre sobre seus corpos e sexualidade. Além disso, há um impacto negativo na qualidade de vida das mulheres. Sendo assim, esta dissertação tem como objetivo avaliar a existência de violência obstétrica entre mulheres atendidas pelo Programa Mulheres Mil, no município de Almenara, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Neste sentido, o conhecimento adequado do planejamento para o parto é um instrumento fundamental para decidir qual dos tipos será escolhido. Nesta pesquisa, buscou-se apresentar os melhores ou menos arriscados caminhos para o parto, por meio de entrevistas realizadas com vinte gestantes que falaram como se sentiram e foram tratadas pelo serviço de saúde, especificamente da enfermagem obstétrica e, também, por meio de revisão bibliográfica, ao utilizar autores que estudaram a temática defendida. O estudo é transversal, com técnicas quantitativas e qualitativas. Atento à proposta do curso de mestrado profissional interdisciplinar, buscou-se alinhar aos problemas reais encontrados pelo autor no dia a dia da prática assistencial às gestantes, ao intuito de humanização da assistência prestada pelos profissionais da área de saúde. Diante dos dados colhidos na pesquisa, restou clara a necessidade de uma cartilha informativa a ser mantida nos postos e hospitais e também distribuídas entre as mulheres gestantes. Sabe-se também que toda mulher tem direito ao pré-natal de qualidade e este tem como objetivo a saúde e o bem-estar dela e do bebê. Porém, ainda há registros de casos de maus-tratos e omissão, inclusive na hora do parto. Com a interpretação dos dados coletados, constatou-se que há falta de informações que devem ser prestadas às mulheres grávidas. Também foi possível verificar que a cesariana vem sendo usada como uma prática de programação da mãe, sem levar em conta a necessidade ou mesmo o que seria melhor para a criança. Muitas mulheres têm optado por esse tipo de parto sem que os postos de saúde ou hospitais lhes mostrem os riscos provenientes dessa prática. As parturientes entrevistadas, além de não saberem as informações básicas acerca da obstetrícia humanizada, desconheciam seus direitos sobre o assunto. Mas, ainda mais grave, alguns foram negados a elas, como o de ter um acompanhante. A forma mais eficaz de combate à violência obstétrica é despertando a população para a existência dessa realidade. Desta forma, o acesso à informação contribui para o empoderamento das mulheres, que podem ser vítimas do medo de denunciar quem praticou a violência. A humanização do parto relaciona-se, esta forma, diretamente com a atuação dos profissionais de saúde que, por meio da ação coletiva, interdisciplinar, e com respeito à fisiologia materna, pretende minimizar as intervenções desnecessárias por meio do reconhecimento social e cultural do parto e do suporte emocional oferecido à parturiente e a sua família de modo a promover a criação de laços na relação mãe-bebê.