Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - PRPPG/UFVJM - tem a finalidade de apreciar, coordenar, auxiliar, deliberar e homologar as atividades de Pesquisa, Pós-Graduação e inovação da Instituição. A PRPPG possui um orgão de deliberação denominado Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG. A "Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação" é constituída pela Diretoria de Pesquisa e pela Diretoria de Pós-Graduação no campus sede da UFVJM e pelas diretorias de Pesquisa e de Pós-Graduação dos campi fora de sede.
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Item Entre práticas e rezas: a intermediação das plantas medicinais para o benzimento e consumo, por benzedores na cidade de João Pinheiro - MG(UFVJM, 2023) Guimarães, Bárbara Maciel; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Prat, Bernat Vinolas; Murta, Nadja Maria Gomes; Acçolini, Graziele; Gonçalves, Maria Célia da SilvaO presente estudo visou compreender o significado da presença dos/as benzedores/as na cidade de João Pinheiro-MG e a relação da fé e manuseio com as plantas para a benzedura e para fins terapêuticos, objetivando descrever as principais características desse saber; identificando os principais obstáculos encontrados para a reafirmação da cultura da benzeção. Propondo estratégias para dar maior visibilidade ao conhecimento da cultura dos/das benzedores/as. Para estruturação da pesquisa e tratamento dos dados e hipóteses do trabalho, foi realizada entrevista com 08 benzedores/as e 30 adeptos das benzeções, todos moradores da cidade de João Pinheiro no Estado de Minas Gerais. A pesquisa constituiu-se por meio de uma análise qualitativa dos dados levantados e também em revisão bibliográfica sistemática das informações produzidas pela pesquisa para investigar as questões apontadas no trabalho, mostrando as opiniões e relatos sobre este saber e práticas de conhecimento tradicional, coletando dados para comprovação da pesquisa. A cultura da benzeção e do consumo de ervas tem uma relação significativa com a tradição oral, familiar e religiosa. As benzeções estão relacionadas à fé e a cultura das pessoas, onde a busca da cura de doenças se apresenta como a motivação mais expressiva para se relacionar com a prática da benzedura e do uso de plantas medicinais, orientado por benzedoras e benzedores. Esta orientação, enquanto processo de cura, ainda se faz presente nas relações culturais dos praticantes e representa, também, uma forma de pensamento que demonstra a relação humano e natureza por meio do uso terapêutico de plantas e orações, estruturando uma visão de mundo onde a planta é percebida como agente de cura e como um ser que ensina, pois, a sua efetividade representa a vontade de Deus e a fé dos/as praticantes.Item Avaliação do extrato etanólico de Anadenanthera colubrina na modulação da resposta imune na encefalomielite autoimune experimental(UFVJM, 2023) Ramos, Karla Antunes; Alves, Caio César de Souza; Carli, Alessandra de Paula; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)A Esclerose Múltipla é uma doença autoimune que afeta mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo, e caracteriza-se por apresentar inflamação crônica desmielinizante do sistema nervoso central. A Anadenanthera colubrina é uma planta estudada por sua atividade antiinflamatória. Apesar deste potencial ser conhecido, não se tem estudos da sua ação diante da esclerose múltipla. Embora existam opções de tratamento disponíveis para pacientes com esclerose múltipla, estas não são capazes de reverter a doença, além disso, os efeitos colaterais dos fármacos existentes, associados a um custo elevado do tratamento tornam relevante a pesquisa de novas substâncias com potencial para serem aplicadas no tratamento da esclerose múltipla. Diante desse cenário, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do extrato etanólico de Anadenanthera colubrina (EtAc) na modulação da resposta imune no modelo de encefalomielite autoimune experimental. O modelo foi desenvolvido em camundongos fêmeas C57BL/6 através da aplicação da MOG35-55. No 15° dia após a MOG35-55 o tratamento foi iniciado com o EtAc por gavagem por um período de seis dias, avaliando o score clínico e o peso de todos os animais diariamente. No 21° dia após a indução, os animais foram eutanasiados para a coleta de cérebro, medula espinhal, baço e linfonodo. A concentração de IL-1β, IL-6, IL10, IL-12, TNF, IFN-γ em macerados de cérebro e medula espinhal foram determinados por ELISA. A quantidade de células mononucleares isoladas do cérebro, medula espinhal, linfonodo e baço expressando marcadores de superfície (CD4+ , CD8 + CD11+ c) e produzindo citocinas CD4+ IL-17, CD4+ IFN-γ ou fator de transcrição CD4+Foxp3+ IL-10 foram determinadas por citometria de fluxo. As análises histológicas de cérebro e medula espinhal foram realizadas por coloração de Hematoxilina e Eosina para a observação de infiltrados celulares inflamatórios e luxol fast blue para observação da desmielinização. Os resultados indicam que o EtAc melhora os sinais clínicos da EAE, o que pode ser correlacionado com a redução observada na produção de citocinas pró-inflamatórias IL-1β, IL-6, IL-12, TNF, IFN-γ. Além disso, o tratamento com EtAc aumentou a liberação de citocina anti-inflamatória IL10 no cérebro e isto pode ser correlacionado com a redução de células CD4+ produtoras de IL-17 e IFN-γ, CD8+ e CD11+ c na medula espinhal, cérebro, baço e linfonodo dos animais. Além disso na análise histológica observou-se a redução da desmielinização e infiltrados celulares inflamatórios no SNC. Desta forma, os dados indicam um papel supressor significativo do processo inflamatório promovido pelo EtAc no modelo EAE e possivelmente na EM.Item O autocuidado e o uso de plantas medicinais por idosos com diabetes mellitus residentes da área rural de Teófilo Otoni-MG(UFVJM, 2022) Guimarães, Bárbara Mendes; Carli, Alessandra de Paula; Coqueiro, Jandesson Mendes; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)O diabetes mellitus (DM) é um dos principais problemas de saúde pública no mundo, devido às altas taxas de morbimortalidade e invalidez relacionadas às complicações crônicas. O DM tipo 2 (DM2) é a variação do DM de maior prevalência em adultos e, geralmente, está associado ao excesso de peso, sedentarismo, tabagismo e histórico familiar da doença. Esta dissertação objetiva analisar o autocuidado e o uso de plantas medicinais por idosos com DM2 residentes na área rural do município de Teófilo OtoniMG, situado no Vale do Mucuri. Tratase de um estudo transversal, de abordagem quantitativa, realizado em 2021. Os participantes da pesquisa foram idosos com idade igual ou superior a 60 anos, diagnosticados há mais de dois anos com DM2 que residem na zona rural e estão cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Como critérios de exclusão, foram estabelecidos participantes que se recusaram a participar do estudo e os que apresentaram dificuldades de se expressar com clareza e coerência. Foram entrevistadas 181 pessoas, e para coleta de dados, após aceite em participar da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento livre e Esclarecido (TCLE), foi utilizado como instrumento um questionário aplicado durante entrevista realizada no domicílio do participante, a partir de visita domiciliar acompanhada pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS) local. Para o questionário foram utilizadas variáveis sociodemográficas e clínicas, além do Questionário de Atividades de Autocuidado (QAD) com investigação do uso de plantas medicinais e alcoolismo. Nos resultados obtidos observouse uma maioria de idosos do sexo feminino, pretos e pardos, analfabetos, com faixa etária entre 60 e 69 anos que vivem com renda familiar de 1 a 3 salários mínimos. Quanto às práticas de autocuidado foi verificada maior adesão no uso regular da medicação e cuidados com os pés e menor na monitorização da glicemia e realização de atividade física. Quanto ao consumo das plantas medicinais, notouse uma baixa adesão dessa prática pelos entrevistados. Os resultados demonstraram uma situação de maior vulnerabilidade e necessidade de cuidados em saúde direcionados aos idosos que convivem com DM2 na zona rural de Teófilo Otoni, por algumas das variáveis trabalhadas afetarem diretamente nas condições de acesso à saúde e qualidade de vida desses sujeitos.Item Avaliação in vitro das atividades antioxidante e anti-inflamatória de extratos de diferentes partes da espécie Miconia ferruginata DC.(UFVJM, 2021) Lima, Artenizia Criste; Martins, Helen Rodrigues; Almeida, Valéria Gomes de; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Oliveira, Eduardo de Jesus; Esteves, Elizabethe AdrianaA importância das plantas medicinais e seus efeitos terapêuticos vêm sendo constatada ao longo do tempo, e muitas vezes, estas são usadas como único recurso para o tratamento de diversas doenças. A espécie Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae) é conhecida popularmente como pixirica-do-campo ou babatenão, tem sido usada na medicina popular para tratar inflamações e infecções. Considerando o seu uso popular e os resultados promissores para o potencial anti-inflamatório, antitumoral e antioxidante, maiores esforços na investigação terapêutica da M. ferruginata tornam-se necessários, a fim de validar tal potencial. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar as atividades antioxidante e anti-inflamatória de extratos etanólicos brutos de folhas, do caule, de inflorescência e da casca da espécie Miconia ferruginata DC. A quantificação de compostos fenólicos e a avaliação da atividade antioxidante in vitro dos extratos foi realizada por meio da espectrofotometria. Todos os extratos brutos de Miconia ferruginata apresentaram teores de compostos fenólicos totais (CFT) com destaque para o extrato de inflorescência (120,137 mg EAG/g extrato). A atividade redutora dos extratos avaliada pela captura do radical DPPH● demonstrou maior captura para o extrato de caule (EC50 de 483,58 μg/mL μg/mL). A citotoxicidade dos extratos foi avaliada sobre células mononucleares do sangue periférico (PBMC) humano, após 24 horas ou cinco dias de cultura, empregando o método de exclusão com azul de Tripan. Concentrações não tóxicas dos extratos M. ferruginata foram utilizadas para avaliar o efeito dos extratos sobre a proliferação de linfócitos e suas subpopulações TCD4 e TCD8, observando-se o decaimento da fluorescência de células marcadas com VPD450, em culturas estimuladas pela fitohemaglutinina (PHA). Os extratos apresentaram efeito inibitório sobre a resposta proliferativa de linfócitos e de suas subpopulações T CD4 e T CD8. A produção das citocinas pró-inflamatórias (IFN-γ, TNF-α e IL-2) por PBMC tratadas com os extratos e estimuladas com PMA e ionomicina também foi avaliada, utilizando a técnica de citometria de fluxo. Os extratos não tiveram efeito sobre a produção das citocinas IFN-γ e TNF-α pelos linfócitos totais. No entanto, houve diminuição de IL-2 em linfócitos totais tratados com extrato bruto de inflorescência. Assim, no presente estudo os extratos etanólicos brutos de Miconia ferruginata mostraram atividade antiproliferativa, a inibição da proliferação de linfócitos pelo extrato de inflorescência parece estar associada à inibição da citocina mitogênica IL-2. É provável que a atividade antioxidante observada possa estar relacionada a presença de compostos fenólicos nos extratos brutos de folhas, de caule, de inflorescência e da casca, sendo necessário maiores investigações para comprovação da provável associação destas atividades.Item Práticas tradicionais de cura: poder mágico e espiritual das plantas medicinais nos rituais das comunidades quilombolas em Itamarandiba, Minas Gerais(UFVJM, 2019) Araújo, Neide Ribeiro; Paes, Silvia Regina; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Paes, Silvia Regina; Cambraia, Rosana Passos; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Nascimento, Alan Faber doAs plantas medicinais são de grande importância no conhecimento popular. A pesquisa justifica-se pela necessidade de valorizar o conhecimento popular sobre o uso de plantas medicinais, especificamente aquelas que têm poder espiritual mágico, uma vez que a importância desse conhecimento vai além do conhecimento empírico sobre plantas, mas faz parte da história local, é a identidade de um povo. Este estudo teve como objetivo registrar práticas tradicionais com plantas medicinais, envolvendo o poder mágico e espiritual nos rituais de cura realizados pelas comunidades quilombolas de Veneno, Tabatinga, Córrego Fundo e Gaspar, localizadas no município de Itamarandiba (Minas Gerais). Esta pesquisa teve como procedimentos metodológicos a pesquisa qualitativa, endossada pela história oral e memória. Foram realizadas entrevistas utilizando questionário semi-estruturado com questões abertas, observação e conversas informais, com mulheres conhecedoras das plantas medicinais residentes nas comunidades quilombolas citadas. No texto, as entrevistadas são identificadas por codinomes de plantas medicinais presentes na comunidade local do estudo. Nesse estudo, são apresentados os resultados de 11 entrevistas. Emergiram da análise três categorias: Plantas Medicinais, usadas nos procedimentos terapêuticos para tratamento de doenças físicas, Plantas Medicinais com Poder Mágico e Espiritual, utilizadas nas benzeções e simpatias, e Plantas Medicinais presentes nas práticas de cura de doenças físicas e também na cura dos males espirituais. A pesquisa evidencia que os saberes tradicionais destas comunidades são diversificados, embora os usos das plantas se fazem presentes em todas as práticas. Foram elencadas 63 plantas medicinais presentes nos procedimentos de cura, dentre eles as benzeções, os chás, banhos, cataplasma, e os ritos mágicos. Destaca-se a fé como elemento marcante nos procedimentos de cura.Item Estudo fitoquímico e avaliação de potencial tóxico da espécie Ageratum fastigiatum (Gardner) RM King & H. Rob (Asteraceae)(UFVJM, 2019) Faria, Filipe de Castro; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Santos, Antonio Sousa; Ruela, Fernando ArminiA utilização de plantas medicinais regionais pela população tem levado a um aumento dos estudos para analisar o potencial tóxico das plantas. Além disso, o interesse das indústrias e institutos de pesquisa por plantas medicinais também aumentou. A espécie Ageratum fastigiatum (Gardner) RM King & H. Rob (Asteraceae) é conhecida popularmente como Matapasto ou Enxota e, ocorre naturalmente na região de Cerrado, inclusive no município de Diamantina (MG), região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Essa planta é utiliza com anti-inflamatório, analgésico e cicatrizante usado topicamente em preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas. Assim se faz necessário a triagem toxicológica da espécie botânica. A planta foi colhida no Campus JK da UFVJM e foram preparados o extrato etanólico bruto das partes aéreas e suas fases hexânica, diclorometânica e hidroalcoólica através de partição liquido-liquido. Foi realizado um screening fitoquímico para a identificação das principais classes de metabólitos especiais nas fases. Na fase hexânica foram detectados cumarinas e triterpenos/esteroides; na fase diclorometânica foram detectados cumarinas, triterpenos/esteroides e taninos hidrolisáveis, na fase hidroalcoólica foram detectados alcaloides, cumarinas, saponinas, triterpenos/esteroides e taninos hidrolisáveis. Foi feita a análise das fases hexânica e diclorometânica em CG/EM e foram identificados sesquiterpenos, constituintes graxos, triterpenos, base nitrogenada, monossacarídeo, alcaloide pirrolizidínico (licopsamina), aldeído,cetona, compostos fenólicos. Foi utilizada CLAE/DAD para análise do perfil fitoquímico da fase hidroalcoólica, observando-se a presença de provável de constituintes poliinsaturados. Para a triagem toxicológica do extrato bruto e de suas fases foram empregadas duas metodologias: ensaio de letalidade com o microcrustáceo Artemia salina Leach, e o ensaio de viabilidade de células da linhagem L929, proveniente de tecido conjuntivo de camundongo. Os resultados demonstraram certa toxicidade do extrato e das fases, utilizando a artemia a fase hidroalcoólica apresentou maior toxicidade apresentando CL50 de 1,333mg/mL e o extrato etanólico bruto obteve CL50 de 4,814mg/mL, sendo o menos tóxico. No ensaio com as células L929 a fase diclorometânica foi a mais tóxica, chegando a reduzir 95,48% da viabilidade das células e apresentando CC50 de 11,39 µg/mL e a fase hidroalcoólica foi considerada a menos tóxica apresentando porcentagem de morte celular variando de 55,67 a 19,38, com CC50 de 174,2 µg/mL. O estudo sugere que o extrato etanólico de A. fastigiatum possui constitituintes que corroboram seu uso na medicina popular como anti-inflamatório e a detecção de toxicidade pode ser um indicativo para avaliar ação antitumoral do extrato e de substâncias isoladas da planta e para utilizar a planta na medicina popular de forma racional.Item Avaliação da atividade cicatrizante do extrato etanólico da Croton antisyphiliticus em feridas cutâneas de ratos(UFVJM, 2019) Siqueira, Vanessa Luciene; Santos, Cynthia Fernandes Ferreira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Cynthia Fernandes Ferreira; Pereira, Wagner de Fátima; Miranda, João Luiz deUma das formas utilizadas para recuperação de feridas pela população é o uso de produtos naturais como as plantas medicinais, dentre tais espécies temos a Croton antisyphiliticus que desde o século XIX é utilizada popularmente para tal tratamento. O presente trabalho objetivou avaliar a atividade do extrato etanólico da Croton antisyphiliticus na cicatrização de feridas em ratos. Foram utilizados 07 ratos (Rattus norvegicus albinus) da linhagem Wistar. Em cada animal foram produzidas 4 feridas mecânicas paravertebrais submetidas cada uma a diferente tratamento. A primeira ferida não recebeu tratamento sendo denominada sem tratamento (ST), a segunda ferida foi tratada apenas com o veículo, sendo o gel de carbopol (G), a terceira ferida foi tratada com o gel associado ao extrato etanólico da Croton antisyphiliticusa 5% (G5%); e a quarta ferida foi tratada com o gel associado ao extrato etanólico da Croton antisyphiliticusa 10% (G10%). Para investigação do resultado experimental foi avaliado o período de retração das feridas e avaliação histológica de amostras dos tecidos cicatriciais coletados ao final do último dia de acompanhamento dos animais, com análise da angiogênese, células mononucleares, proliferação fibroblástica, re-epitelização e colagenização. Na avaliação macroscópica foi possível notar a diminuição gradativa das feridas e aumento da retração percentual das feridas no decorrer do estudo. As áreas das feridas regrediram de maneira expressiva em todos os grupos. Houve diferença entre o grupo G5% e o grupo ST nos dias 09, 10 e 13 de tratamento e entre o grupo G10% e o ST no 11º dia do tratamento. Com a avaliação microscópica foi obtido que de acordo com a avaliação da proliferação vascular foi observada presença de maior quantidade de novos vasos sanguíneos nos grupos G5% e G10%, os quais diferiram de ST. Em relação a intensidade de células mononucleares foi identificada diferença entre o grupo ST e os grupos G5% e G10%, sendo encontradas em maior quantidade em G5% e G10% que em ST. Na proliferação fibroblástica, colagenização e re-epitelização não foram identificadas diferenças entre os grupos. Os resultados do presente estudo permitem concluir que o uso tópico do extrato etanólico da Croton antisyphiliticus não apresenta efeito na cicatrização da pele em feridas cirúrgicas de ratos. Sua utilização no processo de cicatrização de feridas cutâneas permanece ainda campo aberto a estudos, no entanto é importante que se amplie o estudo experimental com outras doses e com análise de outros tempos do processo cicatricial, bem como possíveis mecanismos envolvidos no processo cicatricial.Item Levantamento etnobotânico de plantas utilizadas com fins medicinais e cosméticos em comunidades tradicionais do município de Araçuaí, Minas Gerais(UFVJM, 2018) Otoni, Thaísa Clara Ornelas; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Sivieri Junior, Disney Oliver; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Sivieri Junior, Disney Oliver; Santos, Antonio Sousa; Machado, Evandro Luiz MendonçaO Brasil é reconhecido pela sua alta biodiversidade, sendo um dos países que apresenta a maior biodiversidade vegetal do mundo. Mas essa riqueza vai além da biológica, a sua cultura também é riquíssima, devido às várias etnias que compõem sua população. Alguns desses povos guardam conhecimentos repassados entre as gerações, entre eles há conhecimentos associados à biodiversidade que podem servir como fonte para a descoberta de substâncias tóxicas e medicamentosas. A Etnobotânica resgata e registra os conhecimentos tradicionais e pode servir como base para a definição de estratégias de uso racional das espécies nativas; dessa forma, ela contribui para a manutenção dos conhecimentos tradicionais e dos recursos naturais. O principal objetivo desse trabalho foi resgatar e registrar os conhecimentos tradicionais sobre o uso de plantas como agentes terapêuticos e cosméticos nas comunidades quilombolas Arraial dos Crioulos e Baú e na comunidade indígena Cinta Vermelha-Jundiba em Araçuaí, MG. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi estruturadas, sendo entrevistadas no total 23 pessoas consideradas nas comunidades como detentoras dos conhecimentos tradicionais sobre plantas. As plantas citadas pelos participantes e encontradas na região, foram coletadas para identificação botânica. Dentre os entrevistados houve um predomínio de mulheres e a faixa etária variou entre 20 e 91 anos. A principal forma de transmissão dos conhecimentos tradicionais nas comunidades é a oral, sendo as mães a fonte mais citada de transmissão desses conhecimentos. Foram registradas um total de 185 plantas, segundo o nome popular, 98 foram identificadas até nível de espécie, 36 ao nível de gênero e 1 ao nível de família pelo Herbário Dendrológico Jeanine Felfilli da UFVJM. As espécies nativas corresponderam a 55,22% das plantas identificadas. Obteve-se Senna occidentalis (espécie nativa) como a espécie de maior índice de importância relativa e Plectranthus barbatus (espécie exótica naturalizada) a de maior índice de concordância de uso corrigida. Esse trabalho foi importante para registrar os conhecimentos tradicionais nas comunidades de Araçuaí, possuindo papel significativo para a manutenção deles. Cientificamente esse estudo pode servir como fonte para pesquisas futuras em farmacologia, na busca por novos fármacos ou fitoterápicos como também, em pesquisas de validação do uso popular das plantas, que promovem o uso seguro delas pela população.Item Estudo fitoquímico e atividades biológicas da espécie Eremanthus erythropappus (DC) MacLeish (Asteraceae)(UFVJM, 2018) Cantuária, Vinícius Lopes; Martins, Helen Rodrigues; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Carneiro, Guilherme; Verly, Rodrigo MoreiraA espécie Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish., (Asteraceae) é conhecida popularmente como Candeia e, ocorre naturalmente na região de Cerrado, inclusive no município de Diamantina, região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Na medicina popular tem sido utilizada no tratamento de úlceras estomacais, como anti-inflamatória, cicatrizante e contra infecções bacterianas e fúngicas. Apesar de sua rica biodiversidade, muitas espécies endêmicas deste bioma ainda são pouco estudadas do ponto de vista químico e biológico. Diante disso, é necessário maiores investimentos em pesquisas com plantas medicinais, principalmente, quando se trata de doenças cujo arsenal terapêutico é limitado e/ou tratamento apresenta limitações de eficácia e efeitos colaterais, como é o caso da Doença de Chagas, Leishmanioses, Câncer e as infecções bacterianas e fúngicas. Estudos preliminares com cerca de 32 plantas desta região já foram realizados anteriormente pelo nosso grupo e, dentre elas a espécie E. erythropappus se mostrou promissora por apresentar importantes atividades biológicas, sendo selecionada neste estudo para dar prosseguimento nos seus estudos químicos e biológicos. Desta forma, o extrato etanólico bruto obtido das partes aéreas de E. erythropappus foi utilizado inicialmente para obtenção das frações hexânica, diclorometânica e hidroalcoólica, dos quais resultaram na identificação de oito metabólitos secundários, pertencentes às classes dos ácidos e ésteres de ácidos graxos, terpenóide, composto fenólico e flavonóides. Os ensaios das atividades biológicas foram avaliados utilizando o extrato etanólico bruto e suas respectivas frações hexânica, diclorometânica e hidroalcoólica. Na atividade antitumoral, todos os extratos apresentaram-se ativos frente ambas as linhagens tumorais (MDA-MB-231 e A549), sendo que o mais promissor foi à fração diclorometânica, em que foi encontrada a substância hidroquinona. A atividade tripanocida, verificada frente à cepa Colombiana, também demonstrou potente atividade para todos os extratos (bruto e frações), de forma que a fração hidroalcoólica foi a mais ativa sobre a cepa de T. cruzi, que apresentou na caracterização fitoquímica a presença dos flavonoides quercetina e rutina. Na avaliação da atividade leishmanicida, também foi verificado potente efeito do extrato e frações frente ambas as cepas de leishmania (cepa M2269 de L. amazonensis e cepa PP75 de L. infantum), sendo que as frações diclorometânica e hidroalcoólica foram as mais ativas. Na atividade antimicrobiana, foi verificada que as frações inibiram às bactérias P. aeruginosa, S. aureus e L. monocytogenes, no qual o mais ativo foi à fração diclorometânica. Frente os fungos leveduriformes, a fração hexânica apresentou forte atividade antifúngica frente à cepa C. tropicalis e, a fração diclorometânica forte atividade antifúngica frente às cepas C. albicans e C. tropicalis, monstrando-se como as mais promissoras. Com relação à citotoxicidade sobre fibroblastos de camundongos da linhagem L929 e sobre a linhagem de macrófagos RAW 264.7, as frações apresentaram graus consideráveis de citotoxicidade, apresentando IS insatisfatórios, sendo a fração diclorometânica a que apresentou maior percentagem de morte celular para ambas as linhagens. Diante disso, este trabalho contribuiu para o conhecimento químico e biológico da espécie E. erythropappus, uma vez muitos compostos identificados nas frações são relatados pela primeira vez nesta espécie vegetal, contudo, praticamente todos estes metabólitos secundários já são descritos por demonstrarem atividade frente os ensaios propostos, exceto o palmitato de etila, o ácido linolênico e o linolenato de etila, identificados na fração hexânica e, que já são descritos por apresentarem ação antimicrobiana e antitumoral, porém, carecem de estudos frente atividades tripanocidas e leishmanicidas.Item Diversidade e uso de plantas medicinais da apa alto do Mucuri, MG.(UFVJM, 2018) Guarneire, Gracimério José; Carli, Alessandra de Paula; Alves, Caio César de Souza; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carli, Alessandra de Paula; Alves, Caio César de Souza; Costa, Alexandre Sylvio Vieira da; Rocha Junior, Fernando Leitão; Silva, Daniel RodriguesA pesquisa etnobotânica é ferramenta importante para a descoberta de novos medicamentos, por coletar informações populares a respeito do uso medicinal de espécies vegetais. O presente estudo teve por objetivo realizar o levantamento da diversidade e uso das plantas potencialmente medicinais em comunidades rurais localizadas na APA Alto do Mucuri-MG. As informações etnobotânicas sobre o conhecimento e uso de plantas potencialmente medicinais na APA Alto do Mucuri-MG, foram adquiridas através de entrevistas “in loco” a partir de abordagens individuais por meio de aplicação de questionário semiestruturado com os informantes na própria comunidade. Foram realizadas 184 entrevistas com moradores que utilizam plantas medicinais. A idade dos moradores era de 24 a 91 anos, sendo 54,89% do sexo masculino e 45,11% do sexo feminino. A maior proporção (27,71%) era no grupo etário de 60-69 anos. Foram citadas 102 espécies botânicas em 87 gêneros e 41 famílias. As famílias predominantes foram: Asteraceae com 16 espécies, Fabaceae com 14 espécies, Lamiaceae com 12 espécies e Solanaceae com 4 espécies. A folha foi a parte vegetal mais citada (47,10%) e o uso na forma de chá apontado por 72,85% dos entrevistados. Os sintomas de doenças foram distribuídos a partir da classificação estatística Internacional e problemas relacionados à Organização Mundial de Saúde e as doenças do sistema respiratório foram as mais indicadas com 26,35%. A maioria das plantas (66,67%) os valores calculados de CUPc é baixo, sendo que a Lippia alba com valor de CUPc de 86,11 é a espécie mais utilizada. Os resultados obtidos apontam que os vegetais são um importante recurso terapêutico para esta população e os estudos etnobotânicos são fundamentais para o entendimento e a conservação da cultura local em relação ao uso das plantas medicinais, além de servir de subsídio para estudos científicos que venham comprovar a atividade fitoterápica dessas plantas.