Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - PRPPG/UFVJM - tem a finalidade de apreciar, coordenar, auxiliar, deliberar e homologar as atividades de Pesquisa, Pós-Graduação e inovação da Instituição. A PRPPG possui um orgão de deliberação denominado Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG. A "Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação" é constituída pela Diretoria de Pesquisa e pela Diretoria de Pós-Graduação no campus sede da UFVJM e pelas diretorias de Pesquisa e de Pós-Graduação dos campi fora de sede.

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    Nós, os sons essenciais: as expressões musicais como materialização dos saberes culturais tradicionais do Vale do Mucuri
    (UFVJM, 2022) Santos, Saulo Magno Firmo; Silva, Vanessa Juliana da; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    A presente dissertação versa sobre os saberes tradicionais culturais dos povos indígenas e remanescentes quilombolas do Vale do Mucuri/MG e sua transmissão por intermédio da oralidade e musicalidade face à introdução de uma cultura de massa de cunho homogeneizante, própria do processo de ampliação e acesso a aparelhos midiáticos no modo capitalista de produção. Nessa perspectiva, propõe­ se demonstrar a relação entre a transmissão de saberes tradicionais indígenas e quilombolas e sua materialização por meio da oralidade e musicalidade no Vale do Mucuri, apesar dos efeitos oriundos da cultura de massa de cunho homogeneizante, própria do processo de ampliação do acesso a aparelhos midiáticos no modo capitalista de produção; identificar como o cancioneiro popular materializa e transmite saberes tradicionais, culturais como expressão do processo de formação cultural, social, econômica e política do Vale do Mucuri; investigar como as expressões musicais, pelo cancioneiro popular, mantêm­se vivas e transmitem os aspectos mítico­ religiosos, a relação com o trabalho, a terra e a propriedade, de comunidades indígenas e quilombolas do Vale do Mucuri e suas ressignificações nas realidades locais; verificar como a introdução da cultura de massas, pautada na sociedade de hiper consumo, provoca o arrefecimento dos saberes tradicionais culturais e sua transmissão pela oralidade e musicalidade. Quanto ao percurso metodológico, a pesquisa foi guiada pela abordagem qualitativa, de cunho exploratório, descritivo e analítico. A dissertação foi organizada em três capítulos; sendo, o primeiro dedicado aos elementos culturais dos povos indígenas; o segundo destinado aos remanescentes quilombolas do Mucuri; o terceiro cuidou da análise acerca da transmissão dos saberes culturais indígenas e quilombolas por meio da oralidade e musicalidade nas produções do cancioneiro popular do Mucuri. Ao fim da lavra, restou demonstrado que, mesmo com o advento da indústria cultural e a ampliação dos meios de comunicação em massa, por meio da oralidade e musicalidade, há no cancioneiro popular do Mucuri e suas produções a concretização dos postos saberes.
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    Política de Assistência Estudantil: um estudo sobre o Programa Bolsa Permanência e os primeiros beneficiários indígenas e quilombolas no IFNMG – Campus Januária
    (UFVJM, 2017) Santos, Warley Anderson Mota dos; Carvalho, Keila Auxiliadora de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Keila Auxiliadora de; Martins, Marcos Lobato; Neves, Leonardo Santos
    O Brasil, constituído historicamente por desigualdades sociais e raciais, tem passado recentemente por um processo de formulação de políticas públicas com o objetivo de minimizá-las. As lacunas que dificultam a viabilidade de acesso às condições igualitárias entre os brasileiros ainda persistem, com características não mutáveis que se condicionam ao gênero, etnia e/ou situação social. Essas condicionantes influenciam no acesso aos direitos e na integração social. É nesse contexto que emergem as políticas públicas de caráter inclusivo, com proposições abarcadas pela necessidade de igualdade ao acesso de direitos e democratização de oportunidades. Na Educação, em especial no Ensino Superior, a aplicação de ações afirmativas tem fortalecido a expansão de oportunidades àqueles segmentos outrora excluídos. Dessa forma, os estudantes negros, indígenas e os oriundos do sistema público de ensino têm, atualmente e, mediante a instituição de sistemas especiais de ingresso e permanência, conseguido aumentar as chances de concluir uma graduação. Nessa perspectiva, o presente estudo se propôs a discutir e a investigar a Política de Assistência Estudantil, sob a ótica do Programa Bolsa Permanência do Governo Federal, dirigido para o público indígena e quilombola da área de abrangência do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Januária. O referido programa se configura como importante mecanismo para combater as desigualdades sociais e despontou como um instrumento necessário para que, de fato, pudesse acontecer a democratização do acesso e a permanência desses jovens no ensino superior público federal. Pretende-se, ao final, inteirar-se, com maior amplitude, da relação que se estabelece entre o Programa, os indígenas e quilombolas beneficiários e a instituição, adentrando a questão da percepção que o sujeito fim dessa ação possui de si mesmo e do Programa, este último como facilitador e promotor de sua permanência nas graduações ofertadas pelo Campus. A metodologia escolhida para guiar a discussão e a obtenção dos dados desta pesquisa considera uma perspectiva exploratória com enfoque na abordagem quanti-qualitativa, sendo a aplicação de um questionário eletrônico o principal método de coleta. A apresentação dos resultados foi conduzida por meio de gráficos, tabelas e quadros comentados individualmente. Além disso, realizou-se uma análise qualitativa das informações, buscando compreender os elementos que extrapolam a uma lógica objetiva contida nas respostas obtidas.
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    Alto dos bois e os indígenas na província de Minas Gerais: civilização e progresso no ideário oitocentista
    (UFVJM, 2015) Ruellas, Taciana Begalli de Oliveira; Fagundes, Marcelo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fagundes, Marcelo; Alves, Márcia Angelina; Lage, Ana Cristina Pereira; Mattos, André Luís Lopes Borges de
    RESUMO Este trabalho consiste em compreender as relações entre índios e colonizadores em uma situação de avanço para os sertões de Minas Gerais. Durante o século XIX, a conquista dos Sertões do Leste de Minas foi pautada em um modelo civilizador por parte da administração indígena. A implementação desse modelo dialogou com o contexto da época em que se visava pesquisar o estado de civilização dos habitantes do sertão, e que para a consolidação da ideia de nação homogênea era necessário que esses povos fossem incorporados à sociedade considerada civilizada. Nesse sentido, esta dissertação pretende compreender a dinâmica dos grupos indígenas ao longo do processo de colonização na zona do Mucuri, Jequitinhonha e adjacências. Possui como foco principal uma região que se configura enquanto espaço de transição entre vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri, região denominada Alto dos Bois, hoje pertencente ao município de Angelândia, no Alto Jequitinhonha. Esta se caracterizou como aldeia e quartel militar ao longo do século XIX, onde a família de Antônio Gomes Leal, diretor de índios, aquartelou indígenas falantes do Maxacali que, em fuga dos Botocudos, procuraram refúgio na localidade. Almeja-se, assim, analisar de que maneira os indígenas em Alto dos Bois puderam reconfigurar seus espaços e práticas socioculturais, reconstruir suas identidades e se inserir ao contexto posto. As fontes trabalhadas, sendo elas: correspondências do primeiro diretor dos índios da província, Guido Marlière, correspondências da Diretoria Geral dos Índios, Relatórios de Presidente de Província e os relatórios da Companhia do Mucuri, revelam a estrutura administrativa do indigenismo da Província de Minas Gerais e a forma com que o modelo civilizador deveria ser realizado. Por outro lado, a situação indígena nos aldeamentos acompanhada, principalmente, através de relatos dos viajantes estrangeiros ilustrados, Saint-Hilaire, Johann Pohl e Spix e Martius, demonstra como esses povos adaptaram seu universo simbólico e sociopolítico ao novo contexto em que se inseriam. As três narrativas, sendo elas a dos viajantes ilustrados, do indigenismo e da Companhia do Mucuri possuem um fio condutor: o da civilização e do progresso. Demonstram, também, como as populações indígenas deveriam ser vistas neste processo. A pesquisa se desenvolve com preocupação em demonstrar a contribuição indígena no processo sociocultural da região, já que os vales do Jequitinhonha e Mucuri possuem grande concentração de etnias indígenas. Assim, enfatiza-se o papel dos aldeamentos como espaço de reconstrução social, cultural e de identidades, se constituindo, então, como espaço de resistência. Frente às adversidades do avanço colonizador, Alto dos Bois foi visto como espaço de sobrevivência e de menores perdas. Resistir era também se abrir ao novo, assumindo símbolos e discursos dos não-índios quando conveniente. Identidade e cultura passaram a ser vistas, portanto, como construções relacionais, se atualizando na relação com o Outro, sem a conotação de perda, mas sim de reelaborações. Pelo viés de compreensão de povos historicamente excluídos, por meio do diálogo entre a Antropologia e História ressalta-se a importância dos papéis desempenhados pelos índios nos processos históricos, dando visibilidade a esses povos.