Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - PRPPG/UFVJM - tem a finalidade de apreciar, coordenar, auxiliar, deliberar e homologar as atividades de Pesquisa, Pós-Graduação e inovação da Instituição. A PRPPG possui um orgão de deliberação denominado Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG. A "Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação" é constituída pela Diretoria de Pesquisa e pela Diretoria de Pós-Graduação no campus sede da UFVJM e pelas diretorias de Pesquisa e de Pós-Graduação dos campi fora de sede.
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Item O processo de identidade de comunidades quilombolas de Peçanha-Minas Gerais: História oral, Cultura e Etnicidade(UFVJM, 2022) Maciel, Filipe de Oliveira; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Nascimento, Alan Faber do; Lima, Josélia Barroso Queiroz; Souza, Vânia Rocha Fialho de Paiva e; Acçolini, GrazieleInvestiga-se neste trabalho as comunidades quilombolas rurais do município de Peçanha-MG, Brasil – denominadas Jorges de Água Branca e 'Purificação. O pesquisador é nativo deste município e com vínculos nestas comunidades desde a infância. O objetivo foi compreender o processo de construção de identidade nestes quilombos. Visa desvelar a identidade no sentido cultural, pelas suas práticas tradicionais, e no sentido étnico, de como ocorre a manutenção de fronteiras diferenciadoras entre o eu, o coletivo e outros grupos, através das relações sociais, suas interdependências e interpenetrações. Possuindo de base nestes processos, a história oral como método amefricano de se transmitir conhecimento por gerações. A pesquisa foi desenvolvida através da metodologia da pesquisa participante, trabalho de campo, etnografia, pesquisa bibliográfica e análise de conteúdo. Na fase de trabalho de campo foi utilizado caderno de campo, registros fotográficos e audiovisuais amadores, e realizado entrevistas livres e reuniões de retroalimentação. Nesta pesquisa o caderno de campo é concebido também como instrumento das artes plásticas, para registro e expressão do não-dizível do trabalho etnográfico vivenciados pelo corpo-alma-pesquisador. Os resultados iniciais de estudos bibliográficos indicaram que em comunidades de ancestralidade africana, a estruturação de mecanismos identitários são expressos nas tradições, que são conhecimentos e testemunhos transmitidos oralmente pelas gerações. Estas produções culturais são entendidas como conjunto simbólico, material e imaterial, que fundamentam a construção de subjetividade e comportamentos, estruturando uma identidade cultural. Os grupos utilizam elementos culturais nas relações sociais para diferenciação, forjando a manutenção de fronteiras com outros grupos e construindo uma identidade étnica. Com aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa foi realizada a fase de trabalho de campo da etnografia, sendo cerca de uma semana por mês em cada comunidade, entre fevereiro e outubro de 2021. Conclui-se que o processo de identidade nestes quilombos é construído pelas relações entre violência, fé e terra. A violência, que possui como condição base o racismo, revela sobre como a fome e a exploração do trabalho são historicamente impostos num projeto de genocídio do povo negro e como é mantido no mundo contemporâneo através das colonialidades. A fé revela na diversidade de práticas a construção de um sincretismo religioso afro-brasileiro, situado na dimensão da vida cotidiana e baseado na soma de forças de fé, cuja fonte de conhecimento está ligada a relações afroindígenas dos quilombos, e ainda que católicos, se apropriam do catolicismo e o praticam fora de seu padrão institucional. A terra revela por meio da tradição do trabalho em mutirão a materialização da cultura e etnicidade na construção de um quilombo contemporâneo expondo questões sociopolíticas, econômicas e as dinâmicas agrárias nas relações de associativismo e certificação, denunciando ainda problemáticas entre os agentes dos acessos a terra. Violência, fé e terra revelam o processo de identidade quilombola em Peçanha-MG de forma dialética entre campos da subjetividade, política, cosmovisão, resistência, história, corpo e a relação ser humano e natureza.Item O Batuque como ferramenta de resistência territorial e identitária na Comunidade Quilombola Baú, Araçuaí/MG(UFVJM, 2020) Gonzaga, Paulo Henrique Lacerda; Sulzbacher, Aline Weber; Neves, Antônio Cosme das; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sulzbacher, Aline Weber; Neves, Antonio Cosme das; Santos, Renato Emerson Nascimento dos; Vittoretto, Bruno Novelino; Figueiredo, Ana Flávia Andrade de; Santos, Rosanea dosA pesquisa aborda o batuque e a sua contribuição na organização e manutenção do território e da identidade das comunidades quilombolas, analisando a origem do batuque na África e no Brasil, compreendendo sua relação com as danças, cantos, toques de tambor, religiosidade e os saberes quilombolas. O estudo foi desenvolvido na Comunidade Quilombola Baú, onde busco entender sua dinâmica de resistência territorial histórica em Araçuaí, Vale do Jequitinhonha, MG. A metodologia adotada para esse trabalho foi a etnografia participativa.Item Análise e modelagem da linguagem em ciência cognitiva enativa: variação da linguagem e formação de identidades como normas sociais(UFVJM, 2020) Freitas, Luciana de; Carvalho, Leonardo Lana de; Lage, Ana Cristina Pereira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Leonardo Lana de; Braga, Elayne de Moura; Kogler Júnior, João EduardoA finalidade desta pesquisa foi analisar a evolução da linguagem pela análise da variação linguística à luz da Ciência Cognitiva Enativa, entendendo as identidades como normas sociais, cumprindo um papel de manutenção de um sistema cognitivo social. Os objetivos traçados foram: 1) Analisar a variação linguística e a identidade como um fenômeno social, que acontece a partir das interações entre os agentes, tendo a teoria enativa como o principal arcabouço teórico; 2) Desenvolver um metamodelo para explicar a variação linguística em simulações computacionais baseados em Multiagente, apontando seus fatores de transformação. Este metamodelo foi construído a partir de esquemas clássicos no estudo cognitivo da linguagem e da revisão de um quadro conceitual, descrevendo o processo social de aplicação de regras. Ao longo do desenvolvimento desta pesquisa, é defendido que a linguagem é constituída e constituinte do sistema social e um fator indispensável na formação de identidades em sistemas sociais. Construída coletivamente pelos agentes de um grupo a partir de ações comunicativas incorporadas a um fluxo auto-organizado, a linguagem permite a seus usuários que se reconheçam ou se diferenciem, através de aspectos como a fala, o sotaque ou a semântica. Passível de perturbações externas e transformações pelo meio, a linguagem varia e evolui juntamente com o meio que modifica e o domínio linguístico emerge a partir da dinâmica comunicacional que envolve os agentes sociais. Dessa forma, variações linguísticas e formação de identidades ocorrem em função dos acoplamentos estruturais com o meio, o que mantém um processo evolutivo através da deriva natural em sistemas autopoiéticos. Como resultados da pesquisa são apresentados metamodelos que serão utilizados para realizar uma ponte entre a teoria enativa da linguagem e a modelagem computacional baseada em Multiagente. Conclui-se que a teoria enativa fornece um arcabouço teórico de grande valor para entendermos a linguagem e a formação de identidades como práticas normativas socioculturais e que metamodelos são ferramentas convenientes para mediar a teoria enativa junto à concepção e implementação de modelos Multiagente sobre a linguagem como sistema complexo adaptativo.Item Educação Quilombola na Comunidade do Ausente e as identidades culturais silenciadas nos currículos escolares – Serro (2012 a 2019)(UFVJM, 2019) Martins, Narlisson de Jesus; Couto, Regina Célia do; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Couto, Regina Célia do; Neves, Leonardo Santos; Santos, Dayse Lúcide SilvaEsta dissertação é fruto de uma pesquisa vinculada à Linha IV – Currículo, avaliação, práticas pedagógicas e formação de professores do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Alicerçada em estudos como de Sacristán (2000), Candau (2007), Lopes e Macedo (2011), Gomes (2007), Macedo (2006), Silva (2001), essa investigação parte do princípio de que o currículo pode ser um instrumento de criação, valorização e preservação de identidades culturais. Dessa forma, o objetivo central foi investigar se e como os currículos da Escola Municipal José Gomes Sales contribuem na (re) produção das identidades culturais da Comunidade Quilombola do Ausente, município de Serro-MG. Para isso, o desenvolvimento deste estudo qualitativo se deu por meio de pesquisa bibliográfica, análise documental e entrevistas semiestruturadas com alunos, professores e membros da comunidade do Ausente. Essas entrevistas foram realizadas por meio do método da história oral temática, uma ferramenta que possibilita a produção de conhecimento a partir da subjetividade e da sutileza envolvida na produção narrativa. Os resultados apontam que houve avanços teóricos, conceituais e legais decantados no ordenamento jurídico brasileiro que asseguram direitos a esses povos quilombolas, dentre eles, políticas de educação específicas para as escolas inseridas em seus territórios. Contudo, os dados demonstram também que esses avanços não foram traduzidos no cotidiano da Escola Municipal José Sales Gomes, na Comunidade Quilombola do Ausente, Serro-MG. Concluímos que a invisibilidade e o silenciamento da cultura e história negra e quilombola no currículo, fragiliza os modos de pensar uma educação escolar quilombola, pois a visão eurocêntrica e excludente ainda persiste nos currículos dessa instituição de ensino. Ressalta-se a importância desse estudo para avaliar o processo de implementação de políticas públicas de educação para os povos quilombolas em uma região historicamente construída pela mão de obra negra escravizada, que formou nesse território uma das maiores diásporas africanas em solo brasileiro. Deste modo, é de extrema importância dar visibilidade a essas comunidades remanescentes de quilombo, assegurando-as o direito de conhecer e vivenciar suas histórias e tradições, principalmente no ambiente escolar.Item Identidades e memórias da escola e do município de Jequitibá/MG no documento Nossa Cidade(UFVJM, 2019) Silva, Virgínia Lages; Santos, Rosana Baptista dos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Rosana Baptista dos; Carmo, Tereza Pereira do; Silva, Nádia Maria Jorge Medeiros; Vieira, Noemi Campos FreitasEsta pesquisa tem como tema as relações de pertencimento afirmadas pelo poder público municipal de Jequitibá (MG), relacionadas às práticas comunitárias e principalmente à escola. A principal fonte de estudos é o documento Nossa Cidade, distribuído aos alunos nas escolas da rede municipal como complementação do material escolar. Tal documento advém da tradição oral e é uma compilação de dados, que descreve a memória e algumas lendas dos povoados que compõem o Município de Jequitibá. A partir da análise documental, busca-se alcançar o objetivo geral, qual seja, compreender como tal documento é utilizado na construção e na difusão de uma identidade cultural local que se quer preservar. Importa nesta investigação observar a estrutura textual e conceitual de Nossa Cidade e refletir sobre sua utilização pela rede de ensino municipal da cidade de Jequitibá (MG), sua inserção no currículo escolar, bem como avaliar a construção de uma identidade cultural coletiva almejada. O documento aqui será considerado como um monumento na perspectiva do historiador Jacques Le Goff (2013), pois esse documento é considerado um legado à memória coletiva do Município de Jequitibá. Para Le Goff, a monumentalização acontece pela utilização e apropriação que o poder faz do documento em nome da perpetuação da memória. No que tange aos estudos relativos ao currículo escolar, serão utilizados os pressupostos de Lopes e Macedo (2011) e Oliveira (2017) para avaliar dois aspectos: o currículo enquanto produtor de identidade e diferença e o caráter político do currículo escolar. Além dos supracitados, serão utilizados como base teórica os seguintes trabalhos: Anderson (2005), Candau (2013), Foucault (2003), Hall (2006), Manfio (2007), Nora (2017), Pollack (1989, 1992), Ricoeur (2007), Veiga (2000, 2003). Se, para os educadores, é imprescindível refletir sobre o modo como o sujeito histórico se compreende, torna-se fundamental pensar nas políticas educacionais e de currículo estabelecidas no cotidiano escolar, visto que todo homem é fruto de seu tempo, mas também é um ser singular que atua, interage e transforma a realidade em que vive.Item Processo de constituição da identidade: significações atribuídas pelos moradores da Comunidade Quilombola Marques(UFVJM, 2015) Coutinho, Dayse Aparecida Silva Pereira; Murta, Agnes Maria Gomes; Murta, Nadja Maria Gomes; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Murta, Agnes Maria Gomes; Murta, Nadja Maria Gomes; Paes, Silvia Regina; Machado, Vírginia CamposEste estudo objetivou levantar, avaliar e desvelar os sentidos e significados (significações) atribuídos ao processo de constituição da identidade dos moradores da Comunidade Quilombola Marques, localizada ao Norte do município de Carlos Chagas-MG. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que teve como eixo epistemológico a Psicologia Sócia Histórica. Como categorias elegeu-se identidade, sentidos e significados (significações). Participaram deste estudo vinte e quatro sujeitos, sendo dezenove adultos (onze do sexo masculino e oito do sexo feminino) e cinco adolescentes (três do sexo masculino e dois do sexo feminino). Como técnica para apreensão de informações foram realizadas entrevistas semiestruturadas focal e recorrente com os sujeitos adultos e uma roda de conversa com os adolescentes. Foram sistematizados quatro Núcleos de Significação: I) Tornar-se quilombola: motivos e necessidades, II) Saudades do nosso lugar e a nova morada, III) As relações familiares, as formas de trabalho e as tradições mantidas: elementos constitutivos da identidade, IV) Sou quilombola: com muito orgulho. Como resultados e considerações observou-se a constituição da identidade quilombola face à necessidade de luta pelo autorreconhecimento, após os rumores da construção da PCH Mucuri. A identidade quilombola assegura aos Marques a garantia da emancipação e da transformação da sua própria história, ou seja, da sociedade, fazendo valer a sua luta. Os fortes laços familiares, as formas de trabalho e produção, através de mutirões e algumas tradições são mantidos. No entanto, a Comunidade Quilombola Marques está adaptada a contemporaneidade, ao meio cultural, social e político em que está inserida, no qual se apropria e continua o seu processo de constituição da sua história quilombola. As significações atribuídas pelos Moradores da Comunidade Quilombola Marques ao se reconhecerem e se denominarem como quilombola, os sentimentos de orgulho, alegria e satisfação foram predominantes. Assim como a valorização da ancestralidade na transformação da identidade dos Marques. Acreditamos que para maior compreensão e estudo das comunidades quilombolas é de suma importância que se desvincule a ideia do passado e se abra para uma nova concepção de comunidade, onde o processo identificatório, não seja fechado e acabado, e a identidade seja entendida como um processo em constante movimento, como metamorfose.Item A diferença como conteúdo curricular: análise a partir de um estudo do caso em uma escola de ensino médio(UFVJM, 2017) Gares, Gilberto da Silva; Braga, Denise da Silva; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Braga, Denise da Silva; Couto, Regina Célia do; Sobreira, Ricardo da SilvaEste trabalho visa trazer considerações acerca do tratamento da questão da diferença no currículo da escola. Para isso foram aplicados questionários aos professores e discentes e realizada a análise do Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Brasiliano Braz na cidade de São Francisco-MG. A fundamentação teórica deste estudo consistiu em leituras no campo do currículo como Lopes (2014); Macedo (2014) e Silva (2014); cultura e a sua relação com a educação (CANDAU, 2011; VEIGA-NETO, 2003) e identidade e diferença (BHABHA, 2014; HALL, 2006; SILVA, 2014). Foram analisados, também, documentos oficiais instituintes de políticas nacionais voltadas para educação básica como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN - Lei nº 9.394/96). Como resultado da análise qualitativa dos dados da pesquisa empírica constatou-se que o currículo é um espaço de fronteira cultural em que sujeitos diferentes interagem. Ao se questionar sobre como o trabalho pedagógico da escola aborda a questão da diferença, os resultados evidenciam que a diferença é entendida a partir de marcadores identitários específicos e que grande parte dos estudantes presenciou algum tipo de discriminação ou preconceito relacionado às diferenças étnico-raciais. Quando houve questionamento em relação à necessidade e expectativa quanto à abordagem da diferença no contexto escolar, a sexualidade foi a que obteve maior número de citações. Em relação aos professores o tema violência é preponderante, revelando ser esta uma preocupação no ambiente escolar. Quanto ao termo diferença este se apresenta predominantemente associado à cultura e à necessidade de tratamentos igualitários das identidades pessoais.