PMPGCF - Mestrado em Ciências Fisiológicas (Dissertações)
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Item Os efeitos do treinamento de força sobre o comportamento ansioso, biomarcadores inflamatórios e morfologia do hipocampo em ratos submetidos à doses suprafisiológicas de esteroide anabólico androgênico(UFVJM, 2022) Oliveira, Lucas Renan Sena de; Cassilhas, Ricardo Cardoso; Sousa, Ricardo Augusto Leoni de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cassilhas, Ricardo Cardoso; Honorato Sampaio, Kinulpe; Machado, Frederico Sander MansurIntrodução: Os esteroides anabólicos androgênicos (EAA) são derivados sintéticos do hormônio masculino testosterona que exercem efeitos androgênicos (masculinização) e anabólicos (construção muscular). Os EAA foram criados para o uso terapêutico em diversas condições fisiopatológicas. Entretanto, começaram a se popularizar tanto para fins de melhoria do desempenho atlético que abrange aumento da massa muscular, diminuição da gordura corporal e quanto para objetivos estéticos. Dentre os efeitos colaterais pode-se destacar hipogonadismo, complicações no sistema cardiovascular, problemas hepáticos e renais, além de diversas complicações psicológicas. Paralelamente aos efeitos prejudiciais causados pelos abusos em altas doses dos EAA, o exercício físico mostrou ser eficaz em melhorar processos fisiopatológicos, tanto físicos quanto mentais dos abusos dos EAA. Portanto, é necessário entender se o treinamento de força (TF), poderia se opor aos efeitos prejudiciais para a saúde causados pelo EAA decanoato de nandrolona (DECA). Objetivo: Investigar os benefícios protetores do TF no comportamento ansioso, biomarcadores inflamatórios musculares e morfologia de neurônios do hipocampo de ratos submetidos a doses suprafisiológicas de DECA. Materiais e Métodos: Os animais foram distribuídos em quatro grupos (N= 12 por grupo): A) SED/Salina; B) SED/DECA; C) Exe/Salina e D) Exe/DECA. O EAA DECA foi administrado em doses suprafisiológicas. A dose usada nos animais foi de 15 mg/kg ao dia, por 8 semanas (5 dias por semana). O TF foi realizado em escada adaptada concomitantemente com as aplicações da DECA e consistiu em 40 dias de treinamento (8 semanas). Após as 8 semanas de intervenção experimental, os animais foram submetidos a testes de carga máxima, avaliação da composição corporal, teste de campo aberto, seguida de pesagem dos tecidos, análise dos biomarcadores inflamatórios e morfologia dos neurônios do hipocampo. Resultados: O TF induziu incremento da carga de trabalho em ambos os grupos treinados, porém o grupo que tiveram a associação do DECA e TF esse incremento foi ainda maior. Vimos que o uso do DECA sozinho não levou incremento da força. Avaliamos a massa corporal total e observamos uma diminuição significativa em gramas dos dois grupos que utilizaram o DECA em relação ao grupo SED/Salina. Quando avaliamos a gordura corporal total, observamos diminuição significativa dos grupos Exe/Salina e Exe/DECA em comparação ao grupo SED/Salina. No percentual de gordura também encontramos diminuição dos grupos SED/DECA, Exe/Salina e Exe/DECA em comparação ao grupo SED/Salina. No teste de campo aberto, observamos aumento do comportamento ansioso no grupo SED/DECA em relação aos outros grupos experimentais, indicando que o TF evitou esse efeito ansiogênico. Avaliamos os níveis de biomarcadores inflamatórios no músculo sóleo e observamos aumento nos níveis de Il-10 do grupo Exe/Salina em comparação aos grupos SED/Salina, SED/DECA e Exe/DECA. Além disso, vimos um aumento nos níveis de TNF-α no grupo SED/DECA em relação aos grupos SED/Salina, Exe/Salina e Exe/DECA. Observamos aumento nos níveis de Il-6 do grupo Exe/salina em comparação ao grupo SED/DECA. Observamos aumento significativo da espessura da camada de neurônios granulares do DG do grupo Exe/Salina em comparação aos grupos SED/Salina e grupo Exe/DECA em comparação ao grupo SED/DECA. Conclusão: O uso do DECA em doses suprafisiológicas induziu diversos prejuízos à saúde, causando aumento do comportamento ansioso, alterações em biomarcadores inflamatórios e mudança na anatomia do hipocampo. Em paralelo aos efeitos prejudiciais do DECA, observamos que 8 semanas de TF protegeu os animais contra os efeitos deletérios desse EAA, levando à melhoria do comportamento ansioso, impedindo o aumento de biomarcadores inflamatórios e induzindo um aumento na espessura da camada celular dos neurônios do DG do hipocampo, além de promover aumento do músculo esquelético e da força muscular.Item Investigação de propriedades anti-inflamatórias do óleo de pequi (Caryocar brasiliense) em células mononucleares do sangue periférico humano(UFVJM, 2022) Santos, Edivania Cordeiro dos; Esteves, Elizabethe Adriana; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Esteves, Elizabethe Adriana; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Rocha Vieira, Etel; Moreno, Lauane GomesO óleo de pequi (OP) é rico em nutrientes e compostos bioativos, especialmente ácido oleico, carotenoides e compostos fenólicos que, isoladamente, apresentam efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios em sistemas biológicos, indicando um potencial funcional para esse alimento. Entretanto investigações com o OP em células do sistema imunológico humano, ainda são escassas. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar efeitos anti-inflamatórios do OP em culturas de células mononucleares do sangue periférico humano (PBMC). Previamente, o perfil de ácidos graxos, o conteúdo de carotenoides e fenólicos totais foram determinados. Em seguida, a atividade antioxidante foi determinada pelos testes de captura do radical ABTS, capacidade antioxidante por varredura do radical DPPH e capacidade redutora do ferro. Por fim, utilizou-se culturas de PBMC obtidas a partir do sangue periférico de indivíduos adultos, hígidos e de ambos os sexos para os experimentos com células humanas. O OP foi testado em concentrações que variaram de 1 μg/mL a 1000 μg/mL. Previamente, avaliou-se a emissão de fluorescência interferente e a viabilidade celular. A proliferação de linfócitos e das subpopulações celulares CD4+ e CD8+ foi avaliada em culturas de 120 horas estimuladas pela fitohemaglutinina (PHA). As concentrações de interferon-γ (IFN-γ), interleucina (IL)-17, IL-2, IL-4, IL-10 e IL-6 foram determinadas em culturas de 4 horas. O OP apresentou alto conteúdo de ácido oleico, carotenoides e compostos fenólicos e demonstrou atividade antioxidante em todos os testes utilizados. O OP não induziu emissão de fluorescência interferente e não reduziu a viabilidade dos linfócitos. A concentração de 400 μg/mL de OP reduziu o índice de proliferação de linfócitos (p <0,05). Na concentração de 200 μg/mL, o OP reduziu o índice de proliferação de linfócitos e a subpopulação CD8+ (p <0,05), e reduziu as concentrações de IL-17, a IL-2 e de IL-4 (p <0,05). Portanto, o OP apresentou atividade antioxidante in vitro e potencial anti-inflamatório em culturas de PBMC já que reduziu a proliferação de linfócitos e a produção de mediadores pró-inflamatórios. É provável que o ácido oleico, carotenoides e fenólicos, sejam determinantes, pelo menos em parte, desses efeitos.Item Indução do emagrecimento pela restrição calórica com dieta hiperlipídica e seus efeitos na inflamação do tecido adiposo de camundongos obesos(UFVJM, 2018) Neves, Nilma Nayara; Esteves, Elizabethe Adriana; Magalhães, Flávio de Castro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Esteves, Elizabethe Adriana; Magalhães, Flávio de Castro; Melo, Gustavo Eustáquio Alvim Brito de; Santos, Carina de SousaO acúmulo excessivo de triglicerídeos nos adipócitos leva à produção e secreção alterada de adipocinas e citocinas, além de desregulação na infiltração de células do sistema imune, o que contribui para a inflamação crônica de baixo grau. A restrição calórica (RC) com dietas balanceadas é amplamente utilizada para induzir perda de gordura corporal, sendo os lipídeos dietéticos impactantes nos efeitos pró-inflamatórios. Entretanto, não existe um consenso sobre efeitos diretos da RC com dieta hiperlipidica, no tecido adiposo obeso, especialmente na inflamação. O objetivo deste estudo foi investigar efeitos da RC com dieta hiperlipídica na inflamação do tecido adiposo visceral de camundongos obesos. Foram utilizados 52 camundongos C57BL/6 machos. Inicialmente, os animais foram divididos em dois grupos que receberam dieta controle (10% do conteúdo energético em lipideos – C; n=16) e dieta obesogênica (60% do conteudo energético em lipídeos – Ob; n=36). Após oito semanas (Fase de indução da obesidade), seis animais de cada grupo foram eutanasiados para avaliação da adiposidade visceral e estado inflamatório. Em seguida, os animais Ob foram divididos em três grupos (n=10): Ob - continuaram recebendo dieta Ob, ObS – submetidos ao emagrecimento pela substituição da dieta Ob pela C e acesso livre e ObR - submetidos ao emagrecimento por receberem quantidades restritas em calorias da dieta Ob para atingirem a mesma massa corporal dos animais ObS, o que perdurou por mais sete semanas (Fase de emagrecimento). Foram analisados marcadores relacionados à composição corporal, metabolismo, inflamação sistêmica e do tecido adiposo epididimal. Os animais do grupo Ob tornaram-se obesos e inflamados. Ao final da fase de emagrecimento, a RC com dieta hiperlipídica resultou em massas corporais e Índices de Lee semelhantes entre os grupos C e ObS, sendo os três grupos inferiores ao Ob (p<0,05). Entretanto, e eficiência energética para o grupo ObR foi maior o que refletiu em menor perda de massa corporal para esses animais em comparação aos ObS (p<0,05), mesmo ingerido a mesma quantidade de calorias. O grupo ObR também apresentou maior Índice de adiposidade visceral em comparação ao ObS ou C e inferior ao Ob (p<0,05). A RC com dieta hiperlipídica não foi capaz de reduzir as concentrações de leptina e adiponectina do tecido adiposo epididmal em comparação ao grupo Ob, mas reduziu os infiltrados de células inflamatórias de forma semelhante ao grupo C. Além disso, reduziu a frequência de adipócitos hipertrofiados a valores intermediários entre os grupos Ob e C. Em consonância, as concentrações das citocinas IL-6, TNF, IFN-γ e da quimiocina MCP-1 neste tecido foram reduzidas em relação ao grupo Ob (p<0,05), mas não se igualaram ao grupo C. As concentrações de IL-12p70 e IL-10 não foram alteradas. A tolerância intraperitoneal a insulina foi reduzida a valores basais pela RC com dieta hiperlipídica (p<0,05), embora a tolerância oral a glicose tenha se mantido semelhante ao grupo Ob. Houve redução das concentrações serica e hepática de PCR e dos lipídeos hepáticos a valores intermediários aos grupos Ob e C (p<0,05). A RC com dieta hiperlipídica promoveu emagrecimento, mas foi menos eficiente em promover perda de gordura visceral. Assim, houve atenuação do estado pró-inflamatório tecidual e sistêmico, com ligeira melhora na homeostase da glicose. É provável que, mesmo com RC, efeitos deletérios advindos da sobrecarga lipídica e de ácidos graxos saturados tenham sido os principais determinantes dos desfechos observados.Item Treinamento físico moderado em esteira modula biomarcadores articulares e melhora o desempenho funcional em ratos com osteoartrite de joelho induzida(UFVJM, 2017) Martins, Jeanne Brenda; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Mendonça, Vanessa Amaral; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Pereira, Leani Souza Máximo; Peixoto, Marco Fabricio DiasA osteoartrite é uma doença articular degenerativa que causa dor, diminuição da amplitude de movimento, perda de função e incapacidade física para executar as principais atividades de vida diária. O exercício constituído por caminhada de intensidade moderada em esteira é um dos tratamentos não farmacológicos da osteoartrite de joelho, mas seus efeitos especificamente em biomarcadores relacionados com degradação articular de joelho e possível associação com funcionalidade permanecem inconclusivos. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos do treinamento com exercício físico de intensidade moderada em esteira nos biomarcadores sistêmicos de estresse oxidativo, parâmetros inflamatórios locais, no desempenho físico funcional, além de quantificar células da cartilagem em ratos com osteoartrite de joelho induzida. Materiais e método: 27 ratos Wistar (433 + 18g, 12 semanas de idade) foram divididos em três grupos (n = 9 por grupo): grupo sham (SHAM); grupo osteoartrite de joelho induzida (OA); grupo treinamento com exercício físico e osteoartrite de joelho (OAT). A osteoartrite de joelho foi induzida por uma única injeção de monoiodoacetato de sódio (MIA) na concentração de 1,2 mg. O treinamento físico foi progressivo (16 m/min-1 30-50 min/dia) e com frequência de 3 dias/semana durante 8 semanas. Vinte e quatro horas após o último dia de intervenção, todos os animais dos três grupos realizaram testes funcionais incluindo número de quedas durante o teste Rotarod, tempo e número de falhas durante o deslocamento em plataforma de 100 cm. Em seguida, os ratos foram eutanasiados e materiais biológicos coletados para a avaliação de biomarcadores articulares inflamatórios e sistêmicos para avaliação do estado redox. A articulação do joelho foi removida e utilizada para avaliação histológica. Foram utilizados para analisar os dados o teste ANOVA oneway (p<0,05) seguido de post-hoc Tukey (dados paramétricos) ou Kruskal Wallis seguido de post-hoc de Dunn (não paramétricos). Modelos de regressão linear múltipla stepwise foram aplicados a fim de verificar a associação entre biomarcadores e funcionalidade. Resultados: O grupo OAT apresentou maiores escores de desempenho funcional em todos os testes de função articular (teste de Rota rod p = 0,002, tempo de falhas de deslocamento p = 0,005, número de falhas de deslocamento p = 0,0002) comparado com os demais grupos. Observou-se redução nas concentrações articulares dos biomarcadores de degradação articular (IL-1β p<0,0001, TNF-α p=0,0001) e aumento na concentração articular de BDNF no grupo OAT comparado ao grupo OA. Além disso, as concentrações articulares das citocinas IL-6 (p<0,005) e IL-10 (p<0,0001) foram maiores no grupo OA comparado aos demais grupos. As concentrações de ambos marcadores articulares (IL-1β e TNF-α) explicaram 58% da variabilidade do número de quedas (p<0,001), ao passo que o TNF-α analisado isoladamente explicou 29% da variabilidade do tempo de deslocamento em percurso conhecido (p=0,002) e 21% da variabilidade do número de quedas (p=0,01). Conclusão: Todos os achados indicam a eficácia do treinamento de intensidade moderada em esteira para reduzir a degradação articular de joelho com OA induzida, uma vez que modula biomarcadores locais inflamatórios e sistêmicos relacionados com estresse oxidativo. Além disso, esta modulação em biomarcadores de degradação articular propiciou conservação celular que impactou positivamente na funcionalidade de ratos com osteoartrite de joelho induzida por monoiodoacetado de sódio.Item Efeitos da perda de peso corporal induzida por dieta hipolipídica ad libitum e pela restrição calórica com dieta hiperlipídica na inflamação do tecido adiposo de camundongos obesos(UFVJM, 2017) Rodrigues, Manuela Ortega Marques; Esteves, Elizabethe Adriana; Magalhães, Flávio de Castro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Esteves, Elizabethe Adriana; Magalhães, Flávio de Castro; Pereira, Wagner de Fátima; Peixoto, Marco Fabricio DiasA expansão do tecido adiposo branco na obesidade leva à expressão alterada de proteínas em seus adipócitos, bem como a infiltração de células do sistema imune, especialmente macrófagos, cujas secreções levam ao desenvolvimento da inflamação crônica de baixo grau, a qual é considerada subjacente ao desenvolvimento de inúmeras comorbidades. Dentre as formas de tratamento da obesidade, dietas de restrição calórica (RC) nutricionalmente balanceadas induzem a perda de peso e melhorias em marcadores sistêmicos da inflamação, mas os efeitos diretos no tecido adiposo visceral ainda são controversos. No entanto, existe uma lacuna sobre qual o impacto dessas dietas na inflamação local, mesmo em condições de sobrecarga lipídica. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da perda de peso corporal induzida por dieta hipolipídica ad libitum e pela restrição calórica com dieta hiperlipídica na inflamação do tecido adiposo visceral de camundongos obesos. Para tal, inicialmente, camundongos C57BL/6 com 12 semanas de idade, machos, foram divididos em dois grupos: LF – alimentados com dieta controle hipolipídica – do inglês low fat (10% das calorias, fonte óleo de soja, rica em ácidos graxos poli-insaturados); e HF – alimentados com dieta controle hiperlipídica – do inglês high fat (60% calorias, fonte banha de porco, rica em ácidos graxos saturados) para indução da obesidade. Após oito semanas, seis animais de cada grupo foram eutanasiados para verificação da adiposidade visceral e estado inflamatório (dosagens de proteína C reativa – PCR sérica e hepática). Em seguida, os animais HF foram aleatoriamente divididos em três grupos HF – continuaram recebendo dieta HF; LFAL – submetidos ao emagrecimento pela substituição da dieta HF pela LF e acesso livre (ad libitum) e RHF – submetidos ao emagrecimento por receberem quantidades restritas em calorias da dieta HF para atingir o mesmo peso corporal dos animais LFAL. A partir deste momento, esses grupos foram alimentados, juntamente com os animais LF, por mais sete semanas. Ao final, foram avaliados o ganho/perda de peso corporal, a adiposidade, as concentrações séricas e hepáticas de PCR, e as concentrações de leptina, adiponectina, e das citocinas IL-6, TNF e MCP-1 no tecido adiposo retroperitoneal, além da morfologia dos adipócitos e a presença de infiltrados inflamatórios no tecido adiposo retroperitoneal. Ao final da fase de indução da obesidade, os animais HF estavam obesos e inflamados. Ao final da fase de indução da perda de peso, os grupos LFAL e RHF tiveram pesos corporais semelhantes, menores que o HF e se igualaram ao LF. No entanto, houve maior dificuldade em perder peso pelo grupo RHF em comparação ao LFAL, dado pelas diferenças significativas entre os deltas de perda de peso, que foram menores para RHF e pelos coeficientes de eficiência energética, que foram maiores para o grupo RHF. Os animais LFAL retornaram a adiposidade e a hipertrofia dos adipócitos viscerais a valores semelhantes ao grupo LF. Isto provavelmente foi o que levou à menor concentração de leptina com concomitante aumento da adiponectina e menor infiltração de células inflamatórias neste tecido, igualando-se também ao LF. Em consequência, houve menor concentração tecidual de citocinas pró-inflamatórias, além de menor concentração hepática e circulante de PCR. Já para os animais RHF, houve apenas atenuação da adiposidade e da hipertrofia dos adipócitos retroperitoneais. Isso foi suficiente para restabelecer a concentração local de leptina a níveis semelhantes ao grupo LF, embora não tenha elevado a concentração de adiponectina. Além disso, a infiltração de células inflamatórias menteve-se também elevada. Não houve redução da concentração de citocinas pró-inflamatórias, à exceção da IL-6, que reduziu levemente. A concentração hepática de PCR foi atenuada, o que não refletiu na concentração sérica dessa proteína. Concluiu-se que a restrição calórica com dieta hiperlipídica foi menos eficiente em promover a perda de peso e de adiposidade e não melhorou a inflamação do tecido adiposo visceral, comparada com a dieta hipolipídica ad libitum. Inferiuse que a ingestão de dieta com sobrecarga de lipídeos (60% das calorias) e de ácidos graxos saturados foi mais determinante da inflamação local do que a restrição calórica per se.Item Efeito agudo da vibração de corpo inteiro nos parâmetros cardiorrespiratórios e inflamatórios em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica(UFVJM, 2017) Lage, Vanessa Kelly da Silva; Mendonça, Vanessa Amaral; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mendonça, Vanessa Amaral; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Peixoto, Marco Fabricio Dias; Miranda, Aline Silva deA Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada por uma obstrução crônica persistente ao fluxo aéreo. Estudos que avaliaram o uso da vibração de corpo inteiro (VCI) em pacientes com DPOC demonstraram melhora em parâmetros clínico-funcionais, contudo, o conhecimento a respeito do efeito agudo da VCI na DPOC ainda é escasso O estudo teve como objetivo, caracterizar a intensidade do exercício em diferentes frequências de VCI e dos tipos de agachamento (estático ou dinâmico) durante uma sessão de exercício, bem como, avaliar o efeito agudo do exercício sobre as respostas cardiorrespiratórias e inflamatórias na DPOC.Os voluntários da pesquisa foram pareados quanto ao sexo, idade, IMC e foram divididos em 2 grupos, sendo eles: grupo controle (GC, n=13), composto por sujeitos sem DPOC e grupo DPOC (DPOC, n=13). A familiarização e aplicação do Teste de Caminhada de 6 minutos foram realizadas em 1 dia, após 1 semana, a caracterização com o exercício de VCI foi realizada em 4 dias com um intervalo de 48 horas entre as sessões. O agachamento estático foi realizado nas frequências 30, 35 e 40 Hz e o agachamento dinâmico na frequência 35 Hz. Os dois grupos passaram pelas mesmas condições experimentais. Foram mensurados os parâmetros cardiorrespiratórios durante todos os dias de exercício e os parâmetros inflamatórios foram avaliados durante o exercício estático na frequência de 35 Hz através da concentração plasmática da adiponectina, resistina, IL-6, IL-8, IL-10, BDNF e receptores solúveis de TNF (STNFR-1 e STNFR-2). Os resultados demonstraram que o agachamento estático promoveu maior variação (39,2%) na FC quando comparado ao dinâmico. A análise nas 3 frequências de VCI demonstraram comportamento semelhante entre os grupos com aumentos significativos do VO2 (GC: 27,4 a 40% e DPOC: 21,5 a 28,5%) e da FC (GC: 10,2 a 12,5% e DPOC: 4,3 a 12,7%). Foram encontradas altas concentrações basais das adipocinas e IL-8 e baixos valores de IL-10 no grupo DPOC. Após a VCI foi observado aumento das concentrações de IL-10 (40,6%) no grupo DPOC alcançando valores semelhante a concentração basal do GC. Em conclusão, o presente estudo traz subsídios para a elaboração de protocolos de treinamento com a VCI, uma vez que o exercício foi caracterizado como de baixa intensidade (<2 METs) nas frequências avaliadas, sendo aplicável e seguro na DPOC. Adicionalmente, a VCI parece modular as concentrações de IL-10 na população de DPOC avaliada.Item Fibromialgia: respostas de biomarcadores inflamatórios após estímulo agudo de vibração de corpo inteiro(UFVJM, 2016) Ribeiro, Vanessa Gonçalves César; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Mendonça, Vanessa Amaral; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Bernardo Filho, Mario; Magalhães, Flávio de CastroA fibromialgia (FM) está associada a alterações na resposta inflamatória e estudos demonstram aumento da concentração de biomarcadores pró inflamatórios em pacientes com a doença. Estes biomarcadores podem induzir vários sintomas, tais como fadiga, falta de sono, dor e mialgia. A vibração de corpo inteiro (VCI) pode ser uma estratégia terapêutica para o tratamento dessa doença por ser um estímulo de curta duração e baixa intensidade. Os objetivos do presente estudo foram: 1) Caracterizar a intensidade do estímulo de vibração de corpo inteiro em mulheres diagnosticadas com FM comparadas com o grupo de mulheres saudáveis (CT) pareados por idade e características antropométricas; e 2) Investigar o efeito de uma única sessão de VCI na resposta inflamatória destes grupos. As concentrações plasmáticas de leptina, adiponectina, resistina, receptores solúveis do fator de necrose tumoral (sTNFR1 e sTNFR2) e BDNF foram mensuradas pelo método ELISA e IL-8 por técnica cytrometric bead arrays (CBA) ambas conforme instruções do fabricante. O consumo de oxigênio (VO2) e a frequência cardíaca (FC) foram registrados em repouso e durante todo o protocolo experimental. A percepção subjetiva de esforço (PSE) foi registrada por meio da Escala de percepção subjetiva de esforço de Borg. A sessão aguda de VCI promoveu aumento do VO2 e FC de forma semelhante em ambos os grupos e esse estímulo foi caracterizado como de intensidade leve. No entanto, houve interação (doença vs vibração) na PSE (P = 0,0078) demostrando que indivíduos com FM apresentam maior PSE comparadas com mulheres saudáveis em repouso; além disso, o estímulo de VCI promoveu aumento dessa percepção no grupo FM, mantendo-se inalterado no grupo CT. Em repouso, os indivíduos com FM apresentaram maiores concentrações plasmáticas de IL-8, de adiponectina e do receptor solúvel de TNF, sTNFR1, e menores concentrações plasmáticas do receptor solúvel sTNFR2 comparados com o grupo controle. Não houve diferença entre os grupos quanto às concentrações plasmáticas de leptina, resistina e BDNF no estado basal. O estímulo de VCI promoveu diminuição das concentrações plasmáticas de adiponectina, sTNFR1e aumento das concentrações de sTNFR2 no grupo FM. No grupo controle, o estímulo de vibração promoveu aumento das concentrações plasmáticas de leptina, resistina e de sTNFR1. Houve interação (doença vs vibração) nas concentrações plasmáticas de adiponectina (P = 0,0001), sTNFR1 (P= 0,000001), sTNFR2 (P =0,0052), leptina (P = 0,0007), resistina (P = 0,0166) e BDNF (P = 0,0179). Os achados deste estudo são relevantes em termos clínicos uma vez que evidenciam que este estímulo, considerado de baixa intensidade, parece ser suficiente para causar interação (doença versus estímulo) e, consequentemente, modulação de marcadores inflamatórios, no sentido de ajuste da homeostase da inflamação. O mecanismo neuroendócrino parece ser uma modulação induzida pelo exercício no sentido de maior adaptação à resposta inflamatória e de estresse destes pacientes.