PMPGCF - Mestrado em Ciências Fisiológicas (Dissertações)
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Item Efeitos da restrição calórica intensa desde o nascimento sobre a função e estado redox do coração de ratas Wistar ovariectomizadas como modelo experimental de menopausa(UFVJM, 2019) Rodrigues, Cíntia Maria; Sampaio, Kinulpe Honorato; Peixoto, Marco Fabrício Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sampaio, Kinulpe Honorato; Peixoto, Marco Fabrício Dias; Esteves, Elizabethe Adriana; Moura, Cristiane Rocha FagundesA menopausa é uma transição experimentada por 1,5 milhão de mulheres a cada ano, trazendo algumas alterações que afetam diretamente seu organismo e qualidade de vida. Essa transição é caracterizada por degeneração dos folículos ovarianos e declínio da produção de estrógenos, estando intimamente ligada ao surgimento de doenças cardiometabólicas. A reposição hormonal é capaz de reverter alguns sintomas da menopausa, porém, nem todas as mulheres podem receber essas terapias, por isso, métodos alternativos de tratamento são necessários. A mudança de hábitos, em especial os alimentares, são a principal forma de intervenção. Nesse cenário, a restrição calórica (RC) destaca-se como medida preventiva bem eficaz. Um estudo recente promovido por nosso grupo de pesquisa mostrou que a restrição calórica intensa (RCI) desde o nascimento melhorou a função cardíaca em ratos Wistar machos. Com isso, o presente estudo investigou os efeitos RCI desde o nascimento sobre a função cardíaca e estado redox do coração de ratas Wistar ovariectomizadas como modelo experimental de menopausa. Para isso, o delineamento experimental iniciou-se com as mães a partir do nascimento, sendo divididas em 2 grupos (conjunto matriz/prole), C-SHAM e R-SHAM. Após o desmame, o protocolo se manteve com a ninhada até a vida adulta e aos 90 dias foi realizada ovariectomia como indução do modelo de menopausa, totalizando a partir desse momento 4 grupos: C-SHAM, C-OVX, R-SHAM e R-OVX. Realizou-se caracterização do modelo e confirmação da efetividade da castração através de redução do peso uterino. Foram realizadas avaliações da pressão arterial sistólica (PAS) e frequência cardíaca (FC) in vivo por plestimografia de cauda, a função cardíaca ex vivo pela técnica de coração isolado por Langendorff, além de avaliar o diâmetro das fibras cardíacas e o estado redox no coração. O grupo controle após ovariectomia (C-OVX) apresentou maior PAS, FC e dublo produto (DP) in vivo, menor função cardíaca basal ex vivo, maior dano oxidativo e atividades antioxidantes reduzidas quando comparado ao grupo sem castração. As fêmeas submetidas à RCI desde o nascimento (grupos R-SHAM e R-OVX) apresentaram menor PAS, FC e DP in vivo, além de maior função cardíaca basal ex vivo e melhora do estado redox, indicando que a RCI previne os efeitos deletérios da ovariectomia. Em conjunto a RCI desde o nascimento até a vida adulta promoveu efeitos cardioprotetores após redução dos estrógenos, através de melhora da função cardíaca e do estado redox no coração de ratas Wistar ovariectomizadas.Item Indução do emagrecimento pela restrição calórica com dieta hiperlipídica e seus efeitos na inflamação do tecido adiposo de camundongos obesos(UFVJM, 2018) Neves, Nilma Nayara; Esteves, Elizabethe Adriana; Magalhães, Flávio de Castro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Esteves, Elizabethe Adriana; Magalhães, Flávio de Castro; Melo, Gustavo Eustáquio Alvim Brito de; Santos, Carina de SousaO acúmulo excessivo de triglicerídeos nos adipócitos leva à produção e secreção alterada de adipocinas e citocinas, além de desregulação na infiltração de células do sistema imune, o que contribui para a inflamação crônica de baixo grau. A restrição calórica (RC) com dietas balanceadas é amplamente utilizada para induzir perda de gordura corporal, sendo os lipídeos dietéticos impactantes nos efeitos pró-inflamatórios. Entretanto, não existe um consenso sobre efeitos diretos da RC com dieta hiperlipidica, no tecido adiposo obeso, especialmente na inflamação. O objetivo deste estudo foi investigar efeitos da RC com dieta hiperlipídica na inflamação do tecido adiposo visceral de camundongos obesos. Foram utilizados 52 camundongos C57BL/6 machos. Inicialmente, os animais foram divididos em dois grupos que receberam dieta controle (10% do conteúdo energético em lipideos – C; n=16) e dieta obesogênica (60% do conteudo energético em lipídeos – Ob; n=36). Após oito semanas (Fase de indução da obesidade), seis animais de cada grupo foram eutanasiados para avaliação da adiposidade visceral e estado inflamatório. Em seguida, os animais Ob foram divididos em três grupos (n=10): Ob - continuaram recebendo dieta Ob, ObS – submetidos ao emagrecimento pela substituição da dieta Ob pela C e acesso livre e ObR - submetidos ao emagrecimento por receberem quantidades restritas em calorias da dieta Ob para atingirem a mesma massa corporal dos animais ObS, o que perdurou por mais sete semanas (Fase de emagrecimento). Foram analisados marcadores relacionados à composição corporal, metabolismo, inflamação sistêmica e do tecido adiposo epididimal. Os animais do grupo Ob tornaram-se obesos e inflamados. Ao final da fase de emagrecimento, a RC com dieta hiperlipídica resultou em massas corporais e Índices de Lee semelhantes entre os grupos C e ObS, sendo os três grupos inferiores ao Ob (p<0,05). Entretanto, e eficiência energética para o grupo ObR foi maior o que refletiu em menor perda de massa corporal para esses animais em comparação aos ObS (p<0,05), mesmo ingerido a mesma quantidade de calorias. O grupo ObR também apresentou maior Índice de adiposidade visceral em comparação ao ObS ou C e inferior ao Ob (p<0,05). A RC com dieta hiperlipídica não foi capaz de reduzir as concentrações de leptina e adiponectina do tecido adiposo epididmal em comparação ao grupo Ob, mas reduziu os infiltrados de células inflamatórias de forma semelhante ao grupo C. Além disso, reduziu a frequência de adipócitos hipertrofiados a valores intermediários entre os grupos Ob e C. Em consonância, as concentrações das citocinas IL-6, TNF, IFN-γ e da quimiocina MCP-1 neste tecido foram reduzidas em relação ao grupo Ob (p<0,05), mas não se igualaram ao grupo C. As concentrações de IL-12p70 e IL-10 não foram alteradas. A tolerância intraperitoneal a insulina foi reduzida a valores basais pela RC com dieta hiperlipídica (p<0,05), embora a tolerância oral a glicose tenha se mantido semelhante ao grupo Ob. Houve redução das concentrações serica e hepática de PCR e dos lipídeos hepáticos a valores intermediários aos grupos Ob e C (p<0,05). A RC com dieta hiperlipídica promoveu emagrecimento, mas foi menos eficiente em promover perda de gordura visceral. Assim, houve atenuação do estado pró-inflamatório tecidual e sistêmico, com ligeira melhora na homeostase da glicose. É provável que, mesmo com RC, efeitos deletérios advindos da sobrecarga lipídica e de ácidos graxos saturados tenham sido os principais determinantes dos desfechos observados.Item Efeitos da perda de peso corporal induzida por dieta hipolipídica ad libitum e pela restrição calórica com dieta hiperlipídica na inflamação do tecido adiposo de camundongos obesos(UFVJM, 2017) Rodrigues, Manuela Ortega Marques; Esteves, Elizabethe Adriana; Magalhães, Flávio de Castro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Esteves, Elizabethe Adriana; Magalhães, Flávio de Castro; Pereira, Wagner de Fátima; Peixoto, Marco Fabricio DiasA expansão do tecido adiposo branco na obesidade leva à expressão alterada de proteínas em seus adipócitos, bem como a infiltração de células do sistema imune, especialmente macrófagos, cujas secreções levam ao desenvolvimento da inflamação crônica de baixo grau, a qual é considerada subjacente ao desenvolvimento de inúmeras comorbidades. Dentre as formas de tratamento da obesidade, dietas de restrição calórica (RC) nutricionalmente balanceadas induzem a perda de peso e melhorias em marcadores sistêmicos da inflamação, mas os efeitos diretos no tecido adiposo visceral ainda são controversos. No entanto, existe uma lacuna sobre qual o impacto dessas dietas na inflamação local, mesmo em condições de sobrecarga lipídica. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da perda de peso corporal induzida por dieta hipolipídica ad libitum e pela restrição calórica com dieta hiperlipídica na inflamação do tecido adiposo visceral de camundongos obesos. Para tal, inicialmente, camundongos C57BL/6 com 12 semanas de idade, machos, foram divididos em dois grupos: LF – alimentados com dieta controle hipolipídica – do inglês low fat (10% das calorias, fonte óleo de soja, rica em ácidos graxos poli-insaturados); e HF – alimentados com dieta controle hiperlipídica – do inglês high fat (60% calorias, fonte banha de porco, rica em ácidos graxos saturados) para indução da obesidade. Após oito semanas, seis animais de cada grupo foram eutanasiados para verificação da adiposidade visceral e estado inflamatório (dosagens de proteína C reativa – PCR sérica e hepática). Em seguida, os animais HF foram aleatoriamente divididos em três grupos HF – continuaram recebendo dieta HF; LFAL – submetidos ao emagrecimento pela substituição da dieta HF pela LF e acesso livre (ad libitum) e RHF – submetidos ao emagrecimento por receberem quantidades restritas em calorias da dieta HF para atingir o mesmo peso corporal dos animais LFAL. A partir deste momento, esses grupos foram alimentados, juntamente com os animais LF, por mais sete semanas. Ao final, foram avaliados o ganho/perda de peso corporal, a adiposidade, as concentrações séricas e hepáticas de PCR, e as concentrações de leptina, adiponectina, e das citocinas IL-6, TNF e MCP-1 no tecido adiposo retroperitoneal, além da morfologia dos adipócitos e a presença de infiltrados inflamatórios no tecido adiposo retroperitoneal. Ao final da fase de indução da obesidade, os animais HF estavam obesos e inflamados. Ao final da fase de indução da perda de peso, os grupos LFAL e RHF tiveram pesos corporais semelhantes, menores que o HF e se igualaram ao LF. No entanto, houve maior dificuldade em perder peso pelo grupo RHF em comparação ao LFAL, dado pelas diferenças significativas entre os deltas de perda de peso, que foram menores para RHF e pelos coeficientes de eficiência energética, que foram maiores para o grupo RHF. Os animais LFAL retornaram a adiposidade e a hipertrofia dos adipócitos viscerais a valores semelhantes ao grupo LF. Isto provavelmente foi o que levou à menor concentração de leptina com concomitante aumento da adiponectina e menor infiltração de células inflamatórias neste tecido, igualando-se também ao LF. Em consequência, houve menor concentração tecidual de citocinas pró-inflamatórias, além de menor concentração hepática e circulante de PCR. Já para os animais RHF, houve apenas atenuação da adiposidade e da hipertrofia dos adipócitos retroperitoneais. Isso foi suficiente para restabelecer a concentração local de leptina a níveis semelhantes ao grupo LF, embora não tenha elevado a concentração de adiponectina. Além disso, a infiltração de células inflamatórias menteve-se também elevada. Não houve redução da concentração de citocinas pró-inflamatórias, à exceção da IL-6, que reduziu levemente. A concentração hepática de PCR foi atenuada, o que não refletiu na concentração sérica dessa proteína. Concluiu-se que a restrição calórica com dieta hiperlipídica foi menos eficiente em promover a perda de peso e de adiposidade e não melhorou a inflamação do tecido adiposo visceral, comparada com a dieta hipolipídica ad libitum. Inferiuse que a ingestão de dieta com sobrecarga de lipídeos (60% das calorias) e de ácidos graxos saturados foi mais determinante da inflamação local do que a restrição calórica per se.