PMPGCF - Mestrado em Ciências Fisiológicas (Dissertações)

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    Treinamento intervalado de alta intensidade tradicional versus acumulado em ratos Wistar: efeitos do treinamento e destreinamento sobre fatores de risco para o diabetes Tipo II
    (UFVJM, 2018) Mendes, Bruno Ferreira; Peixoto, Marco Fabrício Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Peixoto, Marco Fabrício Dias; Magalhães, Flávio de Castro; Machado, Frederico Sander Mansur
    O objetivo desse estudo foi comparar os efeitos do treinamento de 8 semanas com o HIIT (High Intensity Interval Training) ou treinamento intervalado de alta intensidade realizado em única sessão diária (HIIT tradicional) versus HIIT realizado em 3 sessões de curtíssima duração ao longo do dia (HIIT acumulado) sobre fatores de risco relacionados ao surgimento do diabetes tipo II em ratos Wistar jovens. Também tivemos como objetivo comparar nestes grupos os efeitos do destreinamento de 4 semanas sobre as mesmas variáveis. Ratos adultos Wistar de 60 dias de idade foram divididos em 3 grupos, Sedentário, HIIT tradicional e HIIT Acumulado. O protocolo de treinamento físico foi realizado por 8 semanas, 5x/semana em esteira. Os animais do grupo HIIT tradicional realizavam uma única sessão diária de 12 minutos (6 estímulos de 1 minuto a 85-100% VO2Max por 1 minuto de descanso passivo). Já os animais do grupo HIIT Acumulado realizavam 3 sessões diárias de 4 minutos (2 estímulos de 1 minuto a 85-100% VO2Max por 1 minuto de descanso passivo). As 3 sessões eram separadas por 4 horas de intervalo. Após o período de treinamento parte dos animais de cada grupo permaneceu por 4 semanas sem realizar o treinamento para avaliação dos efeitos do destreinamento. Foram realizadas análises in vivo (calorimetria indireta, DEXA, teste de tolerância oral à glicose e intraperitoneal à insulina) e ex vivo (histologia do músculo esquelético e tecido adiposo e densidade mitocondrial do músculo esquelético). Em relação ao treinamento, quando comparados ao grupo sedentário, ambos os grupos HIIT tradicional e HIIT acumulado apresentaram: 1) maiores valores de VO2Max (27 e 25% maiores, respectivamente) e tecido livre de gordura (8% maior em ambos os grupos). Não houve diferença estatística entre os grupos treinados para estas variáveis. 2) menores valores de gordura visceral (18 e 68% menores, respectivamente), sendo que o grupo HIIT acumulado apresentou estatisticamente menores valores em relação ao grupo HIIT tradicional. 3) menor glicemia de jejum: (15 e 22% menores, respectivamente), menor glicemia em resposta ao teste de tolerância à glicose (25 e 33% menores, respectivamente) e tolerância à insulina (7 e 9% menores, respectivamente). O grupo HIIT acumulado apresentou estatisticamente menores valores de glicemia em resposta à insulina quando comparado ao grupo HIIT tradicional. 4) maior número de mitocôndrias saudáveis (59 e 141% maiores, respectivamente) e menor número de mitocôndrias alteradas (87 e 96% menores, respectivamente) no musculo esquelético. Tanto para o número de mitocôndrias saudáveis como alteradas houve diferença estatística entre os grupos treinados. Em relação ao destreinamento, ambos os grupos HIIT tradicional e HIIT acumulado apresentaram: 1) redução do VO2Max (20 e 19% de redução, respectivamente) e manutenção do tecido livre de gordura. 2) Aumento da glicemia de jejum (10 e 21% de aumento, respectivamente) e manutenção dos valores de glicemia em resposta ao teste de tolerância à insulina. Em relação à gordura visceral, apenas o grupo HIIT acumulado apresentou aumento da gordura visceral (74%) e aumento da glicemia em resposta ao teste de tolerância à glicose (17%) após o destreinamento. De uma forma geral o treinamento de 8 semanas com HIIT tradicional e HIIT acumulado promoveu adaptações positivas e semelhantes sobre os fatores de risco para o diabetes tipo II e após 4 semanas de destreinamento as adaptações não foram totalmente abolidas.