Browsing by Author "Costa, Thaís Ribeiro"
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Item Análise florístico-estrutural, relação vegetação-ambiente e transição floresta-campo das matas de galeria do Parque Nacional das Sempre-Vivas (PNSV), MG(UFVJM, 2017) Costa, Thaís Ribeiro; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Evandro Luiz Mendonça; Berg, Eduardo Van Den; Gonzaga, Anne Priscila DiasEste estudo teve como objetivo conhecer a composição florística da comunidade arbórea e sua relação com o ambiente, bem como avaliar a diversidade, estrutura e as funções ecológicas das espécies de dezoito fragmentos de mata de galeria inundável. Além disso, se propôs a caracterizar a vegetação da matriz de entorno de nove fragmentos de mata e galeria, bem como verificar se variáveis ambientais atuam na transição entre as duas fitofisionomias, com ênfase nas propriedades químicas do solo. O estudo foi conduzido no Parque Nacional das Sempre-Vivas, na Serra do Espinhaço, Minas Gerais. Foram inventariadas 5% da área total de cada fragmento, instalando-se parcelas permanentes de 100 m² (totalizando 0,72 ha de amostragem), onde foram amostrados todos os indivíduos arbóreos com diâmetro à altura do peito igual ou superior a 5 cm (DAP ≥ 5 cm). Para amostragem da cobertura vegetacional da matriz de entorno, foi utilizado o método dos pontos, totalizando 12 pontos por fragmento, distribuídos nas distâncias de 10, 20 e 30 m no sentido borda-campo. Em cada parcela e em cada ponto, foi mensurada a umidade do solo e coletadas amostras de solo, para posteriores análises químicas. Para os fragmentos foram mensurados qualitivamente a cobertura do dossel, altura de crestamento e impactos ambientais. Foram amostrados 1265 indivíduos arbóreos, distribuídos em 76 espécies, 55 gêneros e 32 famílias. A comunidade em geral, apresentou valores de diversidade e equabilidade compativeis com outras matas de galeria inundáveis do país. As espécies amostradas foram agrupadas em seis grupos funcionais distintos. A maioria dos fragmentos apresentou uma tendência de estágio seral mais avançado, com espécies predominantemente secundárias iniciais e tardias, zoocóricas, zooófilas, densidade média da madeira, sementes recalcitrantes e plântulas do tipo faneroepígeo-foliáceo. A distribuição por classes diamétricas dos indivíduos da comunidade arbórea e para as principais populações obteve uma tendência de J-invertido, indicando bom potencial regenerativo. As variáveis ambientais que se correlacionaram com a variação da composição de espécies foram à disponibilidade de água e condições de acidez. O baixo percentual de explicação das variáveis ambientais e espaciais ressaltam que as espécies nos fragmentos de mata de galeria distribuem-se de maneira estocástica. O fogo constituiu o impacto mais frequente no interior dos fragmentos, o que ressalta a necessidade de técnicas de manejo nessas áreas. Os campos úmidos ao entorno dos fragmentos apresentaram-se com elevada cobertura de herbáceas, mesmo após o manejo do fogo. Para as características edáficas avaliadas observaram-se os maiores valores de umidade, potássio, soma de bases, capacidade de troca catiônica total e matéria orgânica nos solos sob floresta. Portanto, a definição dos limites entre as duas fitocenoses estudadas parece ser primariamente relacionada com o gradiente de fertilidade e umidade do solo. Permite-se aqui chamar a atenção para a importância de estudos de pequenos fragmentos vegetacionais para a ampliação do conhecimento sobre a diversidade ambiental local e regional, e seus principais determinantes, e possíveis consequências para a dinâmica da vegetação dos ecossistemas.Item Dipteryx alata: predição de ocorrência, fragilidade ambiental e distribuição espacial(UFVJM, 2023) Paz, Ana Janaína Alves; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Evandro Luiz Mendonça; Costa, Thaís Ribeiro; Bruzinga, Josiane SilvaA distribuição geográfica de espécies vegetais é influenciada por diversos fatores ambientais, como a variação climática e a dinâmica da paisagem. A compreensão da distribuição de espécies se torna cada vez mais importante com o aumento das mudanças ambientais. A Dipteryx alata Vog. (baru), é uma árvore frutífera nativa do Cerrado brasileiro com grande valor socioeconômico e ecológico. No entanto, as populações dessa espécie têm sido afetadas pelas transformações ambientais, acarretadas por mudança climática e alteração da paisagem. Compreender a dinâmica da paisagem e a disponibilidade de áreas para D. alata é extremamente importante, bem como, expressar a afinidade pessoal da autora desta dissertação com a espécie. A pesquisadora nasceu em uma família de pequenos extrativistas da castanha de baru. Nesta pesquisa de mestrado, a autora busca elucidar os fatores que estão afetando a distribuição e sobrevivência de D. alata e contribuir a conservação da espécie e de seus habitats em diferentes escalas. O trabalho foi estruturado em dois capítulos. O primeiro capítulo tem como objetivo verificar a disponibilidade de áreas com potencial de distribuição geográfica do baruzeiro, diante das mudanças climáticas e da dinâmica multitemporal de uso e cobertura do solo, a fim de contribuir para a conservação da espécie. Nesse capítulo foram construídos modelos preditivos da distribuição geográfica potencial de D. alata com base em dados botânicos e ambientais, utilizando o método de máxima entropia do algoritmo Maxent por meio do aplicativo Wallace em linguagem "R". O modelo selecionado para a projeção da distribuição geográfica potencial da espécie indicou que a máxima adequação ambiental está relacionada à temperatura média anual de aproximadamente 30° C e ao mês mais chuvoso do ano com precipitação de aproximadamente 100 mm. O modelo preditivo também mostrou que a área com potencial de ocorrência da espécie teve crescimento significativo do período LGM até o Holoceno, mas no futuro, sob cenários pessimistas, ocorre redução geográfica de distribuição da espécie. Além disso, a conversão de ambientes naturais em espaços de uso antrópico afeta diretamente áreas potenciais do baruzeiro, tornando a espécie susceptível à dinâmica humana de uso e cobertura do solo. Neste contexto, foi estruturado o capítulo 2 que tem como objetivo compreender a dinâmica multitemporal da paisagem local e seus efeitos na biodiversidade florestal, com foco em D. alata, no município de Buritizeiro-MG. Foram utilizadas imagens do Mapbiomas para analisar a evolução temporal do uso e cobertura do solo no município. Além disso, foram escolhidas áreas com histórico de práticas extrativistas de Baru em diferentes usos do solo para avaliar a distribuição e abundância de D. alata. Foi encontrada uma perda significativa de áreas naturais no município ao longo do tempo, com a conversão para pastagem, agricultura e silvicultura. A densidade de indivíduos de D. alata na formação savânica foi muito superior à encontrada em áreas de pastagem. A densidade, estrutura das populações remanescentes e distribuição espacial da espécie foram afetadas pela dinâmica multitemporal da paisagem. Esta dissertação demonstra que o baruzeiro é altamente dependente de áreas com condições climáticas específicas, sendo vulnerável a transformações ambientais naturais e antrópicas, em escala continental e local. Portanto, é crucial a implementação de estratégias embasadas em pesquisas científicas, como esta, que elucidem as influências das mudanças ambientais espaço-temporais na distribuição de D. alata. Dessa forma, será possível garantir a sobrevivência a longo prazo da espécie de políticas de conservação da espécie que incluam a criação de reservas naturais, regulamentações para o controle do corte, e a sensibilização da comunidade sobre a importância da espécie.Item História evolutiva da vegetação em ecótone Savana-Floresta: perspectivas para flutuações e variações climáticas(UFVJM, 2022) Costa, Thaís Ribeiro; Gonzaga, Anne Priscila Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gonzaga, Anne Priscila Dias; Chueng, Karina Ferreira; Pontara, Vanessa; Santos, Thiago; Machado, Evandro Luiz MendonçaFlutuações climáticas de períodos geológicos dinâmicos do Quaternário moldaram a diversidade de espécies e suas histórias demográficas nas transições de Savana-Floresta da América do Sul. No entanto, vivenciamos um cenário de "emergência climática", intensificado pelas atividades antrópicas de emissão de gases de efeito estufa e novos sistemas de uso da terra. Nesse contexto, a sobrevivência das espécies no futuro pode ocorrer por meio de uma combinação de três processos principais: rastrear habitas adequados, tolerar condições dentro de suas características ecológicas e/ou adaptar-se às novas condições por meio de evolução rápida. Portanto, para previsões mais precisas da resposta dos ecossistemas a este cenário de mudanças, é fundamental entender a influência de fatores contemporâneos e pretéritos sobre padrões de distribuição da vegetação. Assim, nesta tese utilizamos diferentes abordagens para compreender processos evolutivos da flora arbórea atual de Savanas e Florestas Sazonais, bem como suas flutuações durante mudanças climáticas na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE), sudeste do Brasil. Os artigos estão estruturados em ordem crescente na escala de tempo (Figura 1). No Artigo Científico I, utilizamos proxies bioindicadores fósseis (principalmente fitólitos) para rastrear mudanças da vegetação em resposta ao clima pretérito. No Artigo Científico II investigamos os padrões de estrutura e diversidade filogenética da flora arbórea e sua relação com o ambiente e clima atual. No Artigo Científico III identificamos a composição funcional de cada vegetação e existência de conservadorismo filogenético. Por fim, no Artigo Cientifico IV, utilizamos modelagem preditiva para identificar áreas ambientalmente adequadas para distribuição deste ecótone em diferentes cenários. No geral, demonstramos que numa porção da RBSE não houve mudanças nos limites entre Savana-Floresta durante o Holoceno, apenas redução na cobertura da vegetação no período prolongado de seca. Esta influência da disponibilidade hídrica (via clima e solo), associada à processos históricos, também foi verificada como determinante para os padrões de diversidade evolutiva da vegetação. Também encontramos que florestas e savanas divergiram em termos estrutura filogenética e composição funcional. Ainda, verificamos que espécies florestais foram governadas por estratégias ecológicas (compatíveis com áreas úmidas) evolutivamente conservadas. Corroborando à estes resultados, projeções futuras sugeriram que estas formações tendem a retrair para zonas de maior precipitação e menor temperatura na RBSE, porém sem perdas extensivas de áreas até o final deste século. Tais achados reforçam a importância das áreas ecotonais como refúgio climático, fundamentais para manutenção dos processos de evolução e fluxo gênico ao longo do tempo. Além disto demonstramos que cada formação é única, sendo responsáveis por salvaguardar diferentes componentes da biodiversidade numa mesma paisagem. A abordagem desta pesquisa traz, portanto, importantes resultados para fomentar o delineamento de ações prioritárias para conservação in situ de savanas e florestas, garantindo sua valiosa diversidade biológica e serviços ecossistêmicos no futuro.