Pistia stratiotes e Eichhornia crassipes como remediadoras de ecossistemas aquáticos com resíduos de atrazine e diuron
Date
2020
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
A fitorremediação, apesar de ser ainda incipiente em regiões tropicais, onde as temperaturas
mais elevadas tendem a aumentar a solubilidade dos herbicidas em corpos d’água e a
favorecer a contaminação de organismos não-alvo, pode reverter ou minimizar os impactos
ocasionados por herbicidas em ecossistemas aquáticos. O objetivo do trabalho foi avaliar o
crescimento, a fisiologia e anatomia foliar de Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes expostas
ao atrazine e diuron, identificando suas potencialidades para fitorremediar e indicar ambientes
aquáticos contaminados com estes herbicidas. As macrófitas foram cultivadas, em casa de
vegetação, em vasos de polietileno contendo 5 dm³ de solução nutritiva diluída em água
destilada. Os tratamentos, dispostos em delineamento inteiramente ao acaso, com quatro
repetições, corresponderam às concentrações 0, 10, 100 e 1000 μg L-¹ de atrazine e 0; 0,1; 1 e
10 μg L-¹ de diuron aplicadas diretamente em solução aquosa, além de vasos sem plantas
como tratamento adicional. Intoxicação visual, massa fresca e teor de clorofila total das
macrófitas foram avaliados aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação dos herbicidas (DAA). O
incremento em massa seca correspondeu à diferença entre massa seca anteriormente à
aplicação do atrazine e diuron e aos 28 DAA dos herbicidas. Fluorescência da clorofila a das
plantas foi avaliada aos 7, 14 e 21 DAA do atrazine e diuron e variáveis de trocas gasosas
foram analisadas aos 7 dias de cultivo dos exemplares. Anatomia foliar de E. crassipes e P.
stratiotes foi avaliada aos 14 dias de exposição das plantas aos contaminantes. Concentrações
residuais do atrazine e diuron em solução e em amostras de material vegetal foram
quantificadas aos 28 DAA do herbicida, por meio de cromatografia líquida de alta eficiência.
E. crassipes apresentou sensibilidade à concentração 1000 μg L-¹ de atrazine, com morte dos
exemplares aos 28 dias de exposição ao herbicida. O atrazine e o diuron reduziram o
crescimento das macrófitas, promoveram condição de estresse abiótico e alteraram seus
parâmetros anatômicos. Contudo, o crescimento das plantas não foi interrompido e as
macrófitas recuperaram os teores de clorofila total. Concentrações residuais de atrazine em solução foram 35,56 e 79,19%, para E. crassipes, e 76,13 e 78,83% para P. stratiotes, menores que as quantificadas em vasos sem plantas. E. crassipes e P. stratiotes apresentam
potencial para fitorremediar ambientes aquáticos com concentração de até 100 e 1000 μg L-¹
de atrazine, respectivamente. Concentrações residuais de diuron em solução foram 95,13 e
93,74%, respectivamente, para E. crassipes e P. stratiotes, menores que as quantificadas em
vasos sem plantas. E. crassipes e P. stratiotes podem ser indicadas para fitorremediar
ambientes aquáticos com concentração de 10 μg L-¹ de diuron, atuando também como
bioindicadoras da presença desse herbicida em ecossistemas aquáticos brasileiros.
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Citation
SANTOS, Naiane Maria Corrêa dos. Pistia stratiotes e Eichhornia crassipes como remediadoras de ecossistemas aquáticos com resíduos de atrazine e diuron. 2020. 98 p. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.