Estudos do modo de interação de peptídeos bioativos com meios biomiméticos
Date
2018
Authors
Journal Title
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Volume Title
Publisher
UFVJM
Abstract
Os peptídeos bioativos, devido ao amplo espectro de atividade, tem resultado em um
aumento significativo nos estudos dessas moléculas, como alternativas estratégicas para
enfrentar problemas como a resistência aos antibióticos convencionais. O mecanismo de
ação de peptídeos antimicrobianos em grande parte ocorre pela interação com a
membrana do microrganismo, causando uma perturbação da organização da bicamada
lipídica, podendo ocasionar a lise celular. Entretanto, os detalhes desta interação ainda
não são totalmente conhecidos e, portanto, estudos da interação peptídeo-membrana
com meios biomiméticos fazem-se necessários. O presente trabalho descreve a síntese e
caracterização dos peptídeos antimicrobianos, D-fenilseptina (D-Phes), L-fenilseptina
(L-Phes) e um potencial peptídeo bioativo desenhado a partir da sequência primária da
proteína SmKI-1, denominado de peptídeo Schistocina-2, para estudos da interação
peptídeo-membrana. Assim, foram empregadas como ferramentas principais de
investigação a Calorimetria de Titulação Isotérmica (ITC), a Ressonância Magnética
Nuclear (RMN), a Espectroscopia de Dicroísmo Circular (CD), o espalhamento de luz
dinâmico (DLS) e medidas de Potencial Zeta. Todos os experimentos foram
desenvolvidos em meios que mimetizam os ambientes de membranas, tais como
micelas e vesículas fosfolipídicas. Para as fenilseptinas, foi observado que a diferença
estereoquímica do segundo resíduo de fenilalanina (F-2) da região N-terminal altera a
atividade frente a bactérias, sendo a D-Phes mais ativa contra as bactérias testadas.
Segundo estudo por RMN, foi identificado que D-Phes possui um maior momento
hidrofóbico, sugerindo que, por isso, poderia se inserir mais na superfície da membrana
e interagir de maneira mais efetiva do que L-Phes. Esse dado pôde ser confirmado por
estudos de ITC, DLS e Potencial Zeta que mostraram também a maior interação de DPhes em relação ao seu epímero. Além disso, foi comprovado que este peptídeo também
possui maior atividade antifúngica e também citotóxica, quando testado em células
metastáticas de câncer de mama, com relação a L-Phes. A segunda parte deste trabalho
apresenta os estudos realizados com um novo peptídeo, Schistocina-2, desenhado a
partir de uma proteína, com o objetivo de obter um novo agente antimicrobiano. As
análises de CD e RMN mostraram que esse peptídeo se estrutura em α-hélice quando
em contato com meios miméticos de membrana. Além disso, estudos de ITC, DLS e
Potencial Zeta mostraram que a interação de Schistocina-2 é efetiva, perturbando a
membrana fosfolipídica e alterando a carga superficial da mesma. Portanto, é
apresentado um peptídeo inédito com potencial biotecnológico.
Description
Área de concentração: Química Orgânica.
Keywords
Citation
FERREIRA, Carolina Silva. Estudos do modo de interação de peptídeos bioativos com meios biomiméticos. 2018. 108 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2018.