Nanocompósitos de amido reforçados com nanofibras de celulose isoladas a partir da casca de fruta-de-lobo (Solanum lycocarpum A. St.-Hill)
Date
2021
Authors
Journal Title
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Volume Title
Publisher
UFVJM
Abstract
O consumo de frutas tem aumentado com a crescente conscientização do
consumidor por uma dieta nutritiva e equilibrada. A produção e o processamento de frutas
aumentaram muito, assim como as perdas na forma de resíduos (subprodutos). Dentre os
subprodutos mais comumente encontrados destacam-se as cascas, os bagaços e as sementes,
que são descartados na maioria das vezes. A utilização de resíduos proveniente do
processamento das frutas representa uma alternativa com alto potencial para o desenvolvimento
de novos materiais. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo estudar o potencial
do amido e de nanopartículas de celulose obtidas a partir da fruta-de-lobo (Solanum
lycocarpum A. St.-Hill) na elaboração de filmes biodegradáveis. Dispondo do aproveitamento
integral da lobeira serão desenvolvidos os nanocompósitos. A casca da fruta-de-lobo
(subproduto do processamento da fruta) foi utilizada para a obtenção de nanofibras de celulose
(NCs), empregando ácido sulfúrico (0,1, 1 e 10%) na última etapa do tratamento químico
(hidrólise ácida). A análise de microscopia eletrônica de varredura (MEV) revelou que os
tratamentos foram eficazes no isolamento de fibras de casca de fruta-de-lobo em escala
nanométrica. Todas as nanofibras obtidas apresentaram características semelhantes quando
comparadas ao farelo de fruta-de-lobo, indicando que as identidades químicas e os grupos
funcionais das NCs foram mantidos. O estudo do índice de cristalinidade demonstrou que o
tratamento químico favoreceu a hidrólise dos componentes amorfos, no entanto a utilização de
altas concentrações de ácido sulfúrico (≥ 1%) pode ter acarretado danos aos cristais de celulose.
As análises térmicas revelaram que as NCs produzidas exibiram propriedades térmicas mais
estáveis. Filmes à base de amido de fruta-de-lobo incorporados de NCs (5% p/p) foram
produzidos pelo método de casting e os efeitos da adição desses agentes de reforço nas
propriedades dos nanocompósitos resultantes foram investigados. As NCs se apresentaram
homogeneamente dispersas na matriz de amido. A presença das nanopartículas melhorou a
estabilidade térmica dos filmes. Os nanocompósitos produzidos exibiram aumento significativo
na tensão na ruptura, módulo de Young e opacidade e redução no teor de umidade com a adição
das NCs (p < 0,5). Já as propriedades de espessura, densidade e solubilidade em água não
apresentaram diferença significativa nos resultados (p ≥ 0,05). As NCs isoladas com
concentração de ácido sulfúrico 0,1% têm potencial para serem utilizadas como agentes de
reforço em filmes à base de biopolímero, uma vez que seu nanocompósito (F0.1) obteve maior
resistência mecânica (tensão na ruptura = 7,45 MPa e módulo de Young = 471,57 MPa). Essa
pesquisa possui um caráter inovador, uma vez que não há relatos na literatura sobre o emprego de nanofibras de celulose isoladas de cascas de lobeira em matriz polimérica à base de amido
da própria fruta. Ademais, a produção de filmes biodegradáveis a partir de resíduos proveniente
do processamento da fruta mostra-se uma alternativa interessante para o aproveitamento da
casca de fruta-de-lobo, oferecendo benefícios em termos de sustentabilidade.
Description
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Apoio do LMMA patrocinado pela FAPEMIG (CEX-112-10), SECTES / MG e RQ-MG (FAPEMIG: CEX-RED 00010-14).
Apoio do LMMA patrocinado pela FAPEMIG (CEX-112-10), SECTES / MG e RQ-MG (FAPEMIG: CEX-RED 00010-14).
Keywords
Citation
SOUZA, Amanda Lélis de. Nanocompósitos de amido reforçados com nanofibras de celulose isoladas a partir da casca de fruta-de-lobo (Solanum lycocarpum A. St.-Hill). 2021. 113 p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2021.