Análise de contaminantes químicos em solos das áreas do Parque Estadual do Rio Doce após o rompimento da barragem de fundão em Mariana/MG

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2021

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UFVJM

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A importância econômica e social da atividade mineradora bem como a demanda mundial por minério de ferro, causam impactos socioambientais desde o processo de implementação da atividade até a disposição final dos rejeitos gerados. Diversos processos minerários contribuem com a disponibilidade de metais tóxicos no ambiente, capazes de acumularem em sedimentos, solos e água, com capacidade de promover efeitos nocivos a saúde das comunidades expostas direta ou indiretamente, devido ao potencial de bioacumulação destes metais. O rompimento da barragem de Fundão, localizada em Mariana-MG, que armazenava os rejeitos do beneficiamento de minério de ferro da empresa Samarco Mineração S.A, promoveu inestimáveis prejuízos ambientais e socioeconômicos, motivando estudos que permitam analisar o potencial de contaminação dos materiais contidos nas barragens de rejeitos de mineração. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo identificar a possível contaminação por metais nos solos das áreas ciliares do Parque Estadual do Rio Doce após o rompimento da barragem de rejeito de Fundão. Para tanto, foram analisadas seis áreas ciliares de três rios (Doce, Mombaça e Turvo) em locais nas margens dos leitos dos rios. Das áreas selecionadas, três áreas foram afetadas diretamente pelo rejeito e três não afetadas. O modelo experimental utilizado foi um fatorial 3x2x2, sendo três rios, dois pontos (montante e jusante), e dois anos de coleta (2016 e 2017) com quatro repetições. Os solos foram coletados na profundidade de 20 centímetros. Foram avaliados os elementos manganês, ferro, mercúrio e arsênio. Os resultados mostraram que os níveis médios de manganês foram mais elevados no rio Mombaça em comparação ao rio Doce, mesmo apresentando apenas uma das duas áreas estudadas afetada pelos rejeitos. Entre 2016 e 2017 foi observado uma tendência geral de redução dos valores de manganês nas margens dos rios avaliados. O rio Doce, onde foram avaliadas as duas margens afetadas pelos rejeitos, apresentou maiores níveis de arsênio em relação aos demais rios, mas com valores semelhantes a área afetada do rio Mombaça, ocorrendo acréscimos na sua concentração entre 2016 e 2017. O rio Turvo, não afetado pelos rejeitos, apresentou nos solos de suas margens teores de mercúrio mais elevados em relação as áreas afetadas dos demais rios, tanto nas amostras de 2016 quanto de 2017. As áreas afetadas pelos rejeitos apresentaram maiores teores de ferro em relação as áreas não afetadas, mas sem diferenças entre os anos avaliados, mantendo valores estabilizados. Os resultados indicam que um novo equilíbrio químico foi criado com a passagem do rejeito pelas margens dos rios e podendo interferir no equilíbrio solo/planta otimizando o processo de bioacumulação e afetando também a fauna local, principalmente dos animais herbívoros. No rio Turvo, o provável processo de mineração nas suas áreas mais próximas a foz, podem ter contribuído para o aumento do nível de mercúrio, elemento altamente tóxico ao meio ambiente, fauna e flora.

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VASCONCELLOS, Clara Diniz Oliveira. Análise de contaminantes químicos em solos das áreas do Parque Estadual do Rio Doce após o rompimento da barragem de fundão em Mariana/MG. 2021. 90 p. Dissertação (Mestrado Profissional em Tecnologia, Ambiente e Sociedade) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Ambiente e Sociedade, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Teófilo Otoni, 2021.

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