Degradação do praguicida dissulfoton utilizando nanocompostos e avaliação dos efeitos toxicológicos

Abstract

O Brasil possui como uma de suas principais atividades econômicas a agropecuária e, consequentemente, tornou-se um grande consumidor de praguicidas. Os organofosforados são contaminantes amplamente utilizados em atividades agrícolas, pois são eficientes contra diversas pragas. Contudo, apresentam variados níveis de efeitos tóxicos tanto para o ambiente quanto para a saúde humana. O composto analisado nessa pesquisa, foi o Dissulfoton, classificado pela ANVISA como classe I (altamente tóxico). Dessa forma, o presente estudo visou avaliar a capacidade de degradação desse contaminante organofosforado em água por reação de Fenton-Like catalisada por nano partículas de magnetita. A quantificação foi realizada através de cromatografia gasosa e o monitoramento dos efeitos tóxicos foi realizado através de um bioensaio, onde foram aplicados testes de citotoxicidade, genotoxicidade e mutagenicidade do composto, antes e após o processo de degradação, utilizando o bioindicador Allium cepa. A metodologia desenvolvida se mostrou eficiente, com valores de degradação entre 74% e 94%, sendo as condições mais eficientes: volume de H2O2 de 600 μL, peso de magnetita de 600 mg e pH 5, de acordo com os resultados da taxa de degradação e os efeitos significativos analisados. Por meio da execução do teste Allium cepa, foi possível comprovar os efeitos citotóxicos, genotóxicos e mutagênicos em células meristemáticas de raízes dessa planta. A presente pesquisa, possibilitou constatar a proficuidade do método desenvolvido, entretanto se faz necessário o aprofundamento dos estudos para identificar os compostos tóxicos gerados pela degradação para que a metodologia seja aplicada como proposta de remediação ambiental.