O exercício intervalado de alta intensidade induz desequilíbrio redox em células mononucleares do sangue periférico e reduz a resposta proliferativa de linfócitos ao estímulo superantigênico por alteração da proporção de subpopulações linfocitárias

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2015

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UFVJM

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O exercício intervalado de alta intensidade (HIIE) é caracterizado por breves e repetidas sessões de exercício intenso, intercaladas por períodos de repouso ou exercício de baixa intensidade. É uma modalidade de exercício que tem ganhado muito destaque nos últimos anos por ser uma modalidade de treinamento de baixo volume, embora pouco se saiba a respeito dos seus efeitos na função imune e no estado redox celular. Assim, este estudo avaliou o efeito de uma sessão de HIIE sobre o estado redox e a função de linfócitos em homens jovens sedentários. Esse trabalho foi dividido em dois estudos. No estudo 1 avaliou-se o efeito do HIIE sobre a proliferação e produção de citocinas e o estado redox de células mononucleares do sangue periférico (PBMC). No estudo 2 avaliou-se o efeito do HIIE sobre a viabilidade e expressão de marcadores de ativação em linfócitos. As sessões de HIIE foram realizadas em bicicleta ergométrica, e consistiram em oito séries de 1 min a 90-100% de potência pico, com 75 segundos de recuperação ativa, a 30W, entre as séries. O sangue venoso foi colhido antes, imediatamente após e 30 minutos após a sessão de HIIE. Para avaliação da proliferação celular, por citometria de fluxo, as PBMC foram coradas com Carboxifluoresceína Succinimidil Ester (CFSE) (10 µM) e estimuladas com o superantígeno SEB (100 ng/mL), durante 5 dias a 37° C, 5% de CO2. A produção de IL-2 e IFN-γ em resposta a estimulação por SEB durante 18 horas, foi avaliada por ELISA. O estado redox celular foi avaliado pela mensuração da atividade das enzimas catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD), a concentração de substâncias que reagem ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e conteúdo de glutationa reduzida (GSH). Para avaliação da viabilidade celular, por citometria de fluxo, as células foram marcadas com anticorpos anti-Anexina V FITC e iodeto de propídeo. Para análise da ativação dos linfócitos, por citometria de fluxo, as PBMC foram estimuladas com SEB por 18 horas, e em seguida marcadas com anticorpos fluorescentes dirigidos contra CD4, CD8, CD19, CD25 e CD69. Os dados foram analisados utitlizando os testes one-way ou two-way ANOVA, considerando p ≤ 0,05. O HIIE promoveu redução na proliferação de linfócitos (p = 0,01), aumento na concentração de IL-2 (p = 0,02), e desequilíbrio redox nas PBMC, marcado por aumento nas concentrações de TBARS (p = 0,02) e diminuição na atividade da CAT (p = 0,04). O HIIE não alterou a viabilidade das PBMC, mas a frequência de células CD4 e CD19, positivas para os marcadores CD25 e CD69, foi menor após o exercício. Contudo, como foi observada redução na frequência de células CD4+ e CD19+, a redução da frequência de expressão de marcadores de ativação refletiu a redução do número de células, e não da resposta ao estímulo superantigênico. Nossos resultados mostram portanto, que apesar do HIIE promover desequilíbrio redox nas PBMC a resposta dos linfócitos ao estímulo superantigênico não é alterada. A redução da resposta proliferativa é, provavelmente, reflexo da alteração da distribuição das subpopulações linfocitárias em decorrência do HIIE.

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TOSSIGE-GOMES, Rosalina. O exercício intervalado de alta intensidade induz desequilíbrio redox em células mononucleares do sangue periférico e reduz a resposta proliferativa de linfócitos ao estímulo superantigênico por alteração da proporção de subpopulações linfocitárias. 2015. 81 p. Dissertação (Mestrado) – Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2015.

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