Estudo sobre o potencial energético do resíduo sólido da microrregião de teófilo otoni a partir da produção de metano

Abstract

O crescimento populacional e a melhora da qualidade de vida da população brasileira têm contribuído para o aumento da produção de resíduos e comprometimento da qualidade ambiental. Grande parte dos resíduos gerados tem sido disposta em locais ambientalmente inadequados como os lixões. A biodegradação anaeróbica destes resíduos gera diversos gases principalmente dióxido de carbono e metano, gases que potencializam o efeito estufa. Parte desses gases, como o metano, apresenta elevado poder de combustão e potencial para geração de energia. Entretanto, para se estudar possibilidades como estas, é essencial conhecer o padrão de disposição destes resíduos nos aterros sanitários e a composição gravimétrica dos resíduos. Dessa forma, o presente projeto teve como objetivo obter informações sobre a composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos das cidades componentes da microrregião de Teófilo Otoni e estimar a geração de metano até 2045 e após o seu fechamento, até 2055, visando avaliar o seu potencial de geração de energia elétrica pelo processo de combustão. A coleta dos dados da composição gravimétrica amostral dos resíduos foi realizada na AMUC (Associação dos Municípios do Mucuri) e a estimativa total de produção de resíduos foi calculada considerando a população urbana dos municípios e a sua estimativa de crescimento. Para cálculo da taxa anual de geração de gás metano considerando a composição gravimétrica dos resíduos foi utilizado o modelo de cálculo proposto pelo Banco Mundial, no qual proporcionou o cálculo do potencial energético, avaliando ainda seu retorno econômico proveniente tanto da comercialização da energia gerada quanto a venda de créditos de carbono. Verificou-se que, pelas projeções de geração de resíduos e crescimento populacional, em 2045, a microrregião produziria cerca de 40.001,976 toneladas de matéria orgânica e produção de 767.496,821 m³ de metano com potencial de geração de 5,063 MWh de energia nesse mesmo ano, com potencial energético para suprir as necessidades energéticas de 894 residências/mês. A venda de créditos de carbono renderia em média R$ 320.019,49 no primeiro ano, e em 2045 seu valor máximo estimado chegaria a R$418.995,71.