Influência do índice de massa corporal, da consistência alimentar e de alterações bucais na performance mastigatória de pré-escolares
Date
2015
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Publisher
UFVJM
Abstract
A mastigação é responsável pela trituração dos alimentos ingeridos. Partículas menores do alimento resultam em uma melhor absorção de nutrientes que são fundamentais para crianças em fase de desenvolvimento e crescimento. A identificação de fatores que alteram a mastigação contribui para o estabelecimento de medidas preventivas e de intervenções visando um padrão satisfatório dessa função, melhorando, consequentemente, as condições de saúde bucal e geral do indivíduo. Assim, este estudo teve como objetivo verificar a influência do Índice de Massa Corporal (IMC), consistência alimentar e alterações bucais na performance mastigatória (PM) de crianças pré-escolares. Foi realizado um estudo transversal em uma amostra composta por 279 crianças com idade entre 3 e 5 anos, matriculadas em pré-escolas e creches da cidade de Diamantina, Minas Gerais. As crianças foram alocadas em três grupos (baixo peso, peso normal e sobrepeso) de acordo com seu IMC, avaliado por meio da curva de crescimento estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além do IMC, foram avaliados hábitos alimentares, através de um diário dietético preenchido pelos pais, má-oclusão, através dos critérios propostos por Foster e Hamilton, tipo de respiração, através de observação do padrão respiratório, número de pares oclusais, pela contagem dos dentes antagonistas em oclusão e cárie dentária não tratada, através do International Caries Detection na Assessment System (ICDAS). Para avaliação da PM, a criança realizou 20 ciclos mastigatórios com um alimento teste (Optocal). Posteriormente, esse alimento foi expelido, filtrado e desinfectado e, então, realizado o peneiramento. Nessa última etapa foram utilizadas nove peneiras dispostas em ordem decrescente de tamanho dos crivos. Essas peneiras são acopladas a um vibrador que foi ativado por 20 minutos. Em seguida, as partículas retidas em cada peneira foram pesadas. A partir do peso foi determinado o tamanho mediano (X50) das partículas trituradas para cada criança. A análise dos dados foi realizada utilizando-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para Windows, versão 22.0 e incluiu a descrição de frequências das variáveis, análise de regressão linear simples e múltipla. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos. O tamanho mediano das partículas foi de 5,57 mm (±1,96). Um maior tamanho mediano das partículas foi associado ao número de dentes cavitados (β= 0,325; p<0,001), à maior frequência de ingestão diária de alimentos líquidos (β= 0,189; p=0,001) e a um maior IMC (β= 0,220; p<0,001). Um maior número de pares oclusais (β= -0,245; p<0,001), maior idade (β=-0,143; p=0,007) e maior frequência de ingestão diária de alimentos sólidos (β= -0,143; p=0,019) foram fatores que contribuíram para um menor tamanho mediano das partículas. Um maior IMC, um maior número de
dentes cavitados, tanto na região anterior quanto posterior e uma maior frequência de ingestão de alimentos líquidos influenciaram negativamente a PM de crianças pré-escolares. Já crianças mais velhas, com maior número de pares oclusais e que ingeriam alimentos sólidos com maior frequência apresentaram melhor PM.
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SOARES, Maria Eliza da Consolação. Influência do índice de massa corporal, da consistência alimentar e de alterações bucais na performance mastigatória de pré-escolares. 2015. 75 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2015.