Estudos biofísicos do mecanismo de ação de glicotriazol-peptídeos
Date
2018
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
O uso de azois para o combate de doenças causadas por fungos deu-se no final dos
anos 60 com a introdução de dois medicamentos: o miconazole e o clotrimazole (Sheehan
et al., 1999). Entre os azois uma importante classe recebe destaque, os triazóis, que
apresentam uma diversificada aplicação farmacológica, podendo ser utilizados no
tratamento de doenças superficiais, assim como em infecções sistemáticas (Sheehan et
al., 1999). Apesar do uso amplo e eficiente desses fármacos, estudos entre as décadas de
80 e 90 demostraram o desenvolvimento de resistência a esses medicamentos por fungos
como Candida albicans e Paracoccidioidomicose brasiliensis (Casalinuovo et al., 2004).
Contudo, além do uso como agentes microbicidas, essas moléculas mostram-se bastante
atrativas devido à viabilidade em conectar dois fármacos e produzir uma nova molécula
biofuncional (Petrova et al., 2015). Ainda tratando de agentes microbicidas, os peptídeos
antimicrobianos mostram-se uma eficiente alternativa à substituição de antibióticos
convencionais, devido a sua alta seletividade e baixa toxicidade farmacológica (Ferreira
et al., 2015). O peptídeo antimicrobiano HSP1, isolado do anuro Hyla punctata é
constituído por 14 resíduos de aminoácido (GILDAIKAIAKAAG) e apresenta moderada
atividade antimicrobiana (Prates et al., 2004b). No entanto, estudos recentes mostraram
que alterações estruturais nesse peptídeo elevaram consideravelmente a sua atividade
antifúngica frente às culturas do gênero Candida (Junior et al., 2017a). Neste trabalho
foram sintetizados os análogos do HSP1 substituídos com unidades glicotriazólicas para
estudos do efeito da presenção do substituinte no modo de interação do peptídeo HSP1
com meios biomiméticos de membranas celulares.
Os estudos biofísicos de RMN, CD e ITC mostraram que a inserção das estruturas
e glicotriazólica não alteraram significativamente a estrutura helicoidal dos derivados
glicotriazol de HSP1, contudo propiciam melhor interação do peptídeo pela inserção das
unidades sacarídeas na interface das membranas fosfolipídicas. Além disso, foi possível
verificar neste trabalho que a presença da unidade glicotriazol causou efeito significativo
na degradação do ergosterol. Neste sentido, além de causar maior perturbação da
bicamada fosfolipídica, devido à maior interação, a unidade glicotriazol atuou na
degradação de um dos componentes fundamentais da membranas de fungos.
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Keywords
Citation
MARINHO, Luiz Eduardo Silva. Estudos biofísicos do mecanismo de ação de glicotriazol-peptídeos. 2018. 87 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2018.