Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - PRPPG/UFVJM - tem a finalidade de apreciar, coordenar, auxiliar, deliberar e homologar as atividades de Pesquisa, Pós-Graduação e inovação da Instituição. A PRPPG possui um orgão de deliberação denominado Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG. A "Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação" é constituída pela Diretoria de Pesquisa e pela Diretoria de Pós-Graduação no campus sede da UFVJM e pelas diretorias de Pesquisa e de Pós-Graduação dos campi fora de sede.
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Item Violência, gênero e patriarcalismo: um estudo do romance S. Bernardo de Graciliano Ramos(UFVJM, 2020) Viana, Nayane de Souza; Miguel, Fernanda Valim Côrtes; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Miguel, Fernanda Valim Côrtes; Pelinser, André Tessaro; Bento, Conceição Aparecida; Magnani, Maria Cláudia Almeida OrlandoA presente pesquisa realiza um estudo da narrativa de S. Bernardo (1934), segundo romance escrito por Graciliano Ramos e que deu ao autor o título de um dos maiores romancistas da literatura brasileira. A trama é ambientada na década de trinta e narra a ascensão do protagonista Paulo Honório até a conquista da fazenda, que dá nome à obra. Ele conta seus conflitos internos, já no auge dos seus cinquenta anos e faz da escrita um modo de tentar compreender aquilo que ele não consegue explicar. O objetivo do estudo foi o de identificar as marcas de violência e de opressão à mulher ao longo da narrativa; sobretudo, na representação que o narrador elabora das personagens. Para isso, partimos das seguintes questões: quais são as marcas de opressão ao feminino, a partir da análise das memórias da violência, evidenciadas em S.Bernardo? Por que Paulo Honório precisa narrar suas memórias? Por que uma mulher precisa morrer para que um homem possa narrar? Na busca de respostas a essas indagações, adotamos uma abordagem metodológica qualitativa e de natureza bibliográfica, em que temos a hipótese de que a morte de Madalena seria uma chave de leitura fundamental na compreensão sobre os motivos que fazem com que o dono da fazenda decida narrar a suas memórias, como forma de elaborar esta perda e lidar com seus efeitos negativos. A pesquisa discute ainda, alguns apontamentos acerca da violência como forma constitutiva na sociedade brasileira, bem como a violência de gênero; a forma como as personagens femininas aparecem representadas no romance, a partir do que nos é narrado. Além disso, abordamos acerca do ciúme e da opressão que levam a personagem da esposa ao suicídio, além da maneira como Madalena nos é apresentada e sua relação com Paulo Honório. A partir do que nos narra o marido, e em contraste com o ponto de vista de outras personagens, no contexto do discurso, é possível a criação de um olhar empático pela personagem feminina. Madalena é apresentada como o lugar da alteridade, da diferença e do antagonismo. Ao longo dos três capítulos que compõem o presente estudo, discutem-se as aproximações entre os temas da literatura, violência e gênero, propondo um olhar sobre a teoria do narrador, os pontos de conflito de relacionamento marital entre Madalena e Paulo Honório, e, especialmente, o silenciamento e o suicídio de sua esposa a partir de uma perspectiva histórica, que aponta para uma morte serial das personagens femininas da literatura brasileira ao longo de sua historiografia.Item Percepções das professoras de educação infantil sobre o trabalho pedagógico nas relações de gênero e sexualidade(UFVJM, 2020) Martins, Silvânia Aparecida Rodrigues; Santos, Sandro Vinícius Sales dos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Sandro Vinícius Sales dos; Bonadiman, Heron Laiber; Santos, Dayse Lúcide SilvaEsta dissertação de mestrado teve como objetivo analisar as percepções das professoras de educação infantil sobre o trabalho pedagógico que envolve as relações de gênero e sexualidade com crianças de cinco anos de idade. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, através de entrevista focalizada, do tipo estruturada. O material analisado buscou extrair os aspectos mais relevantes, através da interpretação dos depoimentos das professoras, por meio da análise de conteúdo. Responderam à entrevista quatro docentes da Educação Infantil, que atuavam em turmas com crianças de 5 anos de idade, em um Centro Municipal de Educação Infantil, no município de Diamantina (MG). Do ponto de vista teórico, foram desenvolvidos os conceitos de criança; infância, a história da criança no Brasil, sexualidade; infância, Educação Infantil e; sexualidade e gênero na Educação. Em seguida, foram relatados os procedimentos metodológicos e foi feita a análise crítica das entrevistas, comparando as respostas das professoras com os dados da literatura. Finalmente, formulamos apontamentos que auxiliem a elaboração de uma política pública da educação para a sexualidade nas instituições de educação infantil da cidade de Diamantina. Como conclusão, o conjunto das respostas evidenciou nuances importantes sobre o modo como as professoras concebem e realizam o trabalho com gênero e sexualidade no contexto da educação infantil. Além disso, elas demonstraram ter modos próprios de aproximação e de trabalho com a sexualidade infantil e suas manifestações.Item Discurso de ódio sobre diferenças de gênero no currículo da página Catraca Livre(UFVJM, 2017) Silva, Silvana Soares; Ribeiro, Vândiner; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ribeiro, Vândiner; Costa, Maria do Perpétuo Socorro de Lima; Soares Júnior, Azemar dos SantosEsta dissertação tem como objeto de investigação o discurso de ódio sobre as diferenças de gênero reguladas pelo padrão heteronormativo no currículo do Catraca Livre, página de jornalismo e entretenimento no Facebook. A pesquisa está inserida na linha pós-crítica dos estudos em currículo, inspirada nos Estudos Culturais e no pós-estruturalismo. O discurso de ódio se manifesta, por meio da correção, da punição com palavras e atos que podem ofender, machucar e matar. A pesquisa investiga a produção e os efeitos do discurso de ódio nesse currículo ao demandar um padrão heteronormativo às mulheres, lésbicas, gays, travestis e transgêneros. Foram mapeadas publicações sobre gênero, que abordam os modos de ser, questões de gêneros divergente da norma binária, direitos e liberdade das mulheres, lésbicas, gays, travestis e transgêneros de dezembro de 2015 a dezembro de 2016. A seleção das publicações foi feita por meio da reiteração do discurso de ódio presente nas postagens e expressadas nos comentários. Como metodologia analítica utiliza-se a análise de discurso de inspiração foucaultiana. O argumento central é o de que no currículo analisado circulam diversos discursos, como: o religioso, o biológico, o machista e moralista, que dão visibilidade e força ao discurso de ódio na tentativa de normalizar os sujeitos mencionados. Os conceitos centrais que funcionaram como ferramentas analíticas são: gênero, currículo, discurso, heteronormatividade, processos de subjetivação, poder-saber e diferença. Na perspectiva teórica adotada o currículo é compreendido como prática de significação que produz saberes, estabelece papéis, dita regras e ensina modos de ser. Entendido ainda como um artefato cultural, o currículo produz transformações e modificações, acionando processos de subjetivação em relações de poder desiguais. Os Estudos Culturais veem na mídia um papel educador, abrindo espaço para análises de currículos não escolares, como o aqui analisado, assim como para os estudos de gênero. Nesta pesquisa gênero e sexo são compreendidos como uma construção cultural a partir de uma matriz heterossexual. O gênero é performativo, é resultado fluido da prática reiterativa e citacional dos discursos que o nomeia. Em síntese, as análises empreendidas neste trabalho dão destaque aos efeitos da produção do gênero e do sexo ao serem nomeados, esquadrilhados e classificados pelo discurso de ódio divulgado no currículo investigado.Item O atravessamento das questões de gênero nas escolhas profissionais de estudantes do Ensino Médio(UFVJM, 2019) Bezerra, Ludmila Lins; Braga, Denise da Silva; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Braga, Denise da Silva; Costa, Maria do Perpétuo Socorro de Lima; Silva, Jeane Félix daPartindo da discussão sobre currículo e gênero, a presente dissertação objetivou analisar como as questões de gênero participam nas escolhas profissionais de estudantes do Ensino Médio. Por meio da abordagem qualitativa estruturada com a técnica do Grupo Focal, a pesquisa traz a fala de estudantes do 3º ano do Ensino Médio na cidade de Diamantina-MG referente às suas escolhas profissionais. Com as contribuições de Carvalho (2010); Scott (1995); Louro (2003); Silva (2010) e Moreira (2001), organiza-se um referencial teórico sobre os conceitos de gênero e currículo. Para a interpretação do material coletado, serão utilizadas as categorias de análise de conteúdo de Bardin (2011). Os dados coletados por meio dos encontros do grupo focal foram organizados segundo a técnica de análise de conteúdo que a partir do processo de ‘categorização’ estabelece a classificação das seções que foram organizadas e discutidas de acordo com as falas dos/as participantes da pesquisa. Dentre os resultados, a pesquisa aponta uma visão dicotômica em relação às escolhas profissionais entre os/as jovens e seus pais/mães/responsáveis. Além disso, os/as jovens evidenciam acreditar que existem profissões para homens e outras para mulheres e usam o fator biológico como determinante para tal divisão. A divisão entre homens e mulheres não representa apenas uma divisão de tarefas, mas uma desigualdade de status e remuneração, no qual gênero é o fator preponderante para limitar e reduzir as possibilidades de mulheres atuarem nos diversos espaços profissionais, inclusive os de liderança. Ressalta-se por meio dessa pesquisa, a importância em discutir sobre gênero no espaço escolar. Para superar as desigualdades de gênero, é fundamental a desconstrução de papeis e espaços masculinos e femininos socialmente estereotipados.Item Perspectiva de gênero: representações sociais sobre o homem no processo da gravidez e do nascimento(UFVJM, 2017) Torres, Yasmine Karina Sotomayor; Paes, Sílvia Regina; Morais, Rosane Luzia de Souza; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Paes, Sílvia Regina; Dias, Ana Catarina Perez; Vitorino, Débora Fernandes de MeloO processo da gravidez e do nascimento (PGN) é ainda considerado como uma função da mulher. Isso geralmente é influenciado pelo determinismo biológico que permite à mulher engravidar e ter filhos. Embora, é indispensável reconhecer que esse processo, desde o seu inicio, também envolve diretamente ao homem. Mas, além do biológico, aquela assinação feminina que se dá ao PGN, tem uma forte influência social, donde os estereótipos de gênero tradicionais cumprem um papel determinante. Neste sentido valorizando a importância do envolvimento do homem no dito processo, foi realizada a presente pesquisa de abordagem qualitativa. O presente estudo teve por objetivo analisar as representações sociais sobre o homem no processo da gravidez e do nascimento do filho (a), considerando os personagens envolvidos: homem, mulher e profissional de saúde. A pesquisa foi realizada na maternidade do Hospital Nossa Senhora da Saúde da cidade de Diamantina. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas nos 17 participantes, dos quais foram 5 mulheres/mães, 5 homens/país e 7 profissionais de saúde; sendo esse número definido em cada grupo por o critério de saturação. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo, juntamente com os dados obtidos pela observação participante que foi a segunda técnica de recolecção de dados. O analise de conteúdo permitiu identificar quatro grandes categorias: Estereótipos de gênero, profissionais de saúde e a participação do homem, fatores externos na participação do homem e benefícios da participação do homem, no PGN respectivamente. Em sentido geral o PGN tem ainda a representação de ser de responsabilidade e participação basicamente feminina. Isso é mais evidente em etapas relacionadas ao planejamento familiar e durante a gravidez, pois durante o parto e o nascimento percebe-se certa aproximação na participação do homem, mais enfatizando sua presencia como símbolo de companhia, fortaleza e segurança para a mãe. Evidencia-se que os estereótipos de gênero tradicionais, aqueles que reforçam a ideia de que o processo em questão é de responsabilidade basicamente feminina e que desligam ao homem dos cuidados e da assistência sanitária que envolve esse processo, estão fortemente arraigados não só nos homens, más também nas mulheres e nos mesmos profissionais de saúde participantes, que às vezes reforçam esses estereótipos no seu agir profissional. Um aspecto relevante que surgiu na presente pesquisa é que o trabalho de parto e o parto são cenários de confrontação, ambivalência e dualidade para os homens, pois convergem dois tipos de masculinidade. Assim por um lado é um cenário que replica algumas características da masculinidade hegemónica: o homem como símbolo de fortaleza e segurança. Por outro lado é uma etapa muito sensível, que permite que os homens demostrem alguns sentimentos como medo, dor e insegurança, caraterísticas que vão à contra da masculinidade tradicional, mais que oferece uma janela de mudança da masculinidade hegemónica fortemente mantida na sociedade. Nesse contexto, é importante que os profissionais de saúde, tornem-se agentes de mudança e promovam partos mais humanizados e acolhedores, considerando como ponto chave a perspectiva de gênero nesse processo, mas também na saúde sexual e reprodutiva em geral.Item Ensinar, formatar e moldar: práticas de um currículo generificado de uma escola do ensino fundamental(UFVJM, 2016) Fernandes, Viviane Carvalho; Ribeiro, Vândiner; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ribeiro, Vândiner; Fonseca, Ivana Alice Teixeira; Ramalho, Maria Nailde MartinsEste trabalho buscou compreender como se constituem as feminilidades e as masculinidades no currículo de uma escola da rede municipal de ensino de Governador Valadares. A pesquisa está inserida no campo dos estudos de gênero e currículo, com inspiração em Michel Foucault. Para o desenvolvimento desta dissertação, foram selecionados alguns conceitos que serviram como ferramentas de trabalho, sendo eles: gênero, currículo, discurso, poder/saber, processo de subjetivação, norma, heteronormatividade, relação de poder e posições de sujeito. Como metodologia, foram utilizados procedimentos da pesquisa etnográfica para coleta de informações, tais como: observação com registro em diário de campo, conversas informais e entrevistas semiestruturadas. Para tratar essas informações, foram utilizados elementos da análise do discurso de inspiração foucaultiana. Por meio dessas ferramentas metodológicas e com os conceitos que serviram de base para o desenvolvimento desse trabalho, analisou-se que a escola, de uma forma geral, por meio dos discursos biologicistas, machistas, pedagógicos, entre outros, tem naturalizado os corpos das meninas e dos meninos, constituindo feminilidades e masculinidades, como se houvesse apenas um único modo correto de ser homem e mulher, menino e menina. O argumento geral desenvolvido nesta dissertação é: apesar da reiteração constante de discursos heteronormativos, por meio das práticas curriculares, ensinando modos adequados de ser a meninas e meninos, a normalização dos corpos não é totalmente garantida, pois escapes podem ser encontrados. Os sujeitos são criativos e manifestam seus sentimentos e desejos. O currículo foi compreendido, aqui, como um artefato importante na constituição das feminilidades e das masculinidades, produzindo diversas posições de sujeito, mas, sobretudo, posições que se enquadram em um padrão heteronormativo, e que também estão fora da escola.