Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - PRPPG/UFVJM - tem a finalidade de apreciar, coordenar, auxiliar, deliberar e homologar as atividades de Pesquisa, Pós-Graduação e inovação da Instituição. A PRPPG possui um orgão de deliberação denominado Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG. A "Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação" é constituída pela Diretoria de Pesquisa e pela Diretoria de Pós-Graduação no campus sede da UFVJM e pelas diretorias de Pesquisa e de Pós-Graduação dos campi fora de sede.
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Item Identificação de compostos fenólicos e avaliação do potencial biológico de plantas do gênero Jacaranda (Bignoniaceae)(UFVJM, 2022) Costa, Eliane Cristina; Silva, Roqueline Rodrigues; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Silva, Roqueline Rodrigues; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Oliveira, Patrícia Machado deA família Bignoniaceae é frequentemente citada por apresentar plantas com grande potencial farmacológico. Dentre os gêneros pertencentes a essa família, pode-se destacar o gênero Jacaranda, que abrange um total de 49 espécies, sendo muitas espécies encontradas no cerrado. O presente trabalho objetivou identificar compostos fenólicos de folhas e galhos de três espécies do gênero Jacaranda utilizando-se cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrometria de massas (CLAE-DAD-EM) e a espectrometria de massas com ionização por electrospray (ESI-EM) juntamente com a espectrometria de massas em tandem (ESI-EM/EM), bem como avaliar o potencial biológico através dos testes antioxidante, antitumoral e inibição da enzima acetilcolinesterase. Folhas, galhos e frutos de Jacaranda caroba, Jacaranda mimosifolia e Jacaranda oxyphylla foram secos e submetidos à extração com os solventes hexano, clorofórmio e metanol, obtendo assim os extratos brutos. Foram identificados os seguintes compostos fenólicos: ácido 3-p-coumaroilquínico, ácido caféico hexosídeo, quercetina, β-metoxilverbascosideo, quercetina-O-pentose, luteolina hexosídeo, quercetina-3-O-glicosil-hexose, quercetina diglicosídeo, ácido protocatequico, ácido gentísico, naringenina, acteosideo, rutina, ácido quínico, quercetina-O-hexose, ácido 4-hidroxibenzóico e ácido vanílico para os extratos metanólicos de folhas e galhos. Para a atividade antioxidante, em uma comparação realizada entre os extratos obtidos por extrações à quente e a frio, foi observado que o extrato metanólico de galhos de J. mimosifolia a frio apresentou os melhores resultados para os testes de conteúdo de fenólicos totais, poder redutor e para a atividade de retirada de radical (ARR) na concentração de 400 ppm, diferentemente dos resultados encontrados para a extração obtida à quente, onde os melhores resultados de conteúdo de fenólicos totais e a ARR foram obtidos para o extrato metanólico de folhas de J. caroba. De forma geral conclui-se, que os extratos metanólicos de folhas e galhos das três espécies do gênero Jacaranda obtidos pela extração a frio apresentaram resultados mais eficientes que à extração realizada à quente. Além disso o extrato metanólico de galhos de J. caroba apresentou um alto potencial de inibição da enzima acetilcolinesterase (IC50= 4,2 μg/mL), se comparado com a galantamina padrão (IC50= 191,4 μg/mL). O extrato clorofórmico de galhos de J. oxyphylla (IC50= 1,74 μg/mL ± 0,04) demonstrou um alto potencial antitumoral contra células de leucemia monocítica aguda frente o padrão citarabina (IC50= 9,91 μg/mL ± 1,08).Item Avaliação in vitro das atividades antioxidante e anti-inflamatória de extratos de diferentes partes da espécie Miconia ferruginata DC.(UFVJM, 2021) Lima, Artenizia Criste; Martins, Helen Rodrigues; Almeida, Valéria Gomes de; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Oliveira, Eduardo de Jesus; Esteves, Elizabethe AdrianaA importância das plantas medicinais e seus efeitos terapêuticos vêm sendo constatada ao longo do tempo, e muitas vezes, estas são usadas como único recurso para o tratamento de diversas doenças. A espécie Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae) é conhecida popularmente como pixirica-do-campo ou babatenão, tem sido usada na medicina popular para tratar inflamações e infecções. Considerando o seu uso popular e os resultados promissores para o potencial anti-inflamatório, antitumoral e antioxidante, maiores esforços na investigação terapêutica da M. ferruginata tornam-se necessários, a fim de validar tal potencial. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar as atividades antioxidante e anti-inflamatória de extratos etanólicos brutos de folhas, do caule, de inflorescência e da casca da espécie Miconia ferruginata DC. A quantificação de compostos fenólicos e a avaliação da atividade antioxidante in vitro dos extratos foi realizada por meio da espectrofotometria. Todos os extratos brutos de Miconia ferruginata apresentaram teores de compostos fenólicos totais (CFT) com destaque para o extrato de inflorescência (120,137 mg EAG/g extrato). A atividade redutora dos extratos avaliada pela captura do radical DPPH● demonstrou maior captura para o extrato de caule (EC50 de 483,58 μg/mL μg/mL). A citotoxicidade dos extratos foi avaliada sobre células mononucleares do sangue periférico (PBMC) humano, após 24 horas ou cinco dias de cultura, empregando o método de exclusão com azul de Tripan. Concentrações não tóxicas dos extratos M. ferruginata foram utilizadas para avaliar o efeito dos extratos sobre a proliferação de linfócitos e suas subpopulações TCD4 e TCD8, observando-se o decaimento da fluorescência de células marcadas com VPD450, em culturas estimuladas pela fitohemaglutinina (PHA). Os extratos apresentaram efeito inibitório sobre a resposta proliferativa de linfócitos e de suas subpopulações T CD4 e T CD8. A produção das citocinas pró-inflamatórias (IFN-γ, TNF-α e IL-2) por PBMC tratadas com os extratos e estimuladas com PMA e ionomicina também foi avaliada, utilizando a técnica de citometria de fluxo. Os extratos não tiveram efeito sobre a produção das citocinas IFN-γ e TNF-α pelos linfócitos totais. No entanto, houve diminuição de IL-2 em linfócitos totais tratados com extrato bruto de inflorescência. Assim, no presente estudo os extratos etanólicos brutos de Miconia ferruginata mostraram atividade antiproliferativa, a inibição da proliferação de linfócitos pelo extrato de inflorescência parece estar associada à inibição da citocina mitogênica IL-2. É provável que a atividade antioxidante observada possa estar relacionada a presença de compostos fenólicos nos extratos brutos de folhas, de caule, de inflorescência e da casca, sendo necessário maiores investigações para comprovação da provável associação destas atividades.Item Otimização dos parâmetros de extração a frio (Cold brew) de café arábica da região de Minas Gerais para produção de cafés solúveis liofilizados(UFVJM, 2020) Barroso, Lívia Alves; Amaral, Tatiana Nunes; Silveira, João Vinícius Wirbitzi da; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Amaral, Tatiana Nunes; Schmiele, Marcio; Fonte, Pedro Ricardo Martins Lopes daA extração a frio é um método que pode ser aplicado ao café sem o uso de altas temperaturas e, assim, consegue preservar os compostos voláteis do café. Entretanto, esse não é o método padrão para a extração do café e, portanto, é necessário um processo de otimização das condições de processo. Neste estudo, os parâmetros para obtenção do café extraído a frio (Coffea arabica), foram otimizados para obter um extrato de café rico em cafeína e sólidos solúveis. A otimização dos parâmetros do processo foram realizadas utilizando a Metodologia de Superfície de Resposta através de um Delineamento Compostos Central Rotacional. Foram estudados os efeitos do tempo de extração, tamanho de partícula do grão de café, temperatura de extração, razão café/água, agitação para a concentração de cafeína, sólidos solúveis e o rendimento sobre a concentração de cafeína. De acordo com os resultados obtidos neste trabalho foi possível verificar uma redução no tempo de extração a frio convencional, exigindo apenas 45 minutos para realização da extração a frio, resultados diferentes de estudos anteriores que exigiram pelo menos 6 horas de processo. Os resultados obtidos no extrato otimizado demonstraram que a temperatura de extração entre 4 ºC e 24 ºC não apresentou diferença significativa (p<0,05) no processo de extração. A validação foi realizada com 24 ºC, 30% de razão café/água e 400 rpm, e essas condições apresentaram extratos com 3,98 mg/mL de cafeína, 11,20 ºBrix de sólidos solúveis e 90% de rendimento. O objetivo do trabalho após a otimização foi realizar uma liofilização do extrato para obtenção de um café solúvel, portanto foram adicionados crioprotetores (manitol e frutose) no café e realizada a extração e posterior caracterização do extrato quanto a concentração de cafeína, capacidade antioxidante (método DPPH), compostos fenólicos totais, sólidos solúveis, pH e atividade antimicrobiana. Os extratos não apresentaram atividade antimicrobiana, mas apresentaram alto teor de sólidos solúveis para cafés arábica, concentração de cafeína, capacidade antioxidante e compostos fenólico totais demonstrando que o método de extração a frio foi eficiente. Com relação ao café liofilizado foi realizada uma caracterização do liofilizado com os crioprotetores em relação a atividade de água, umidade, atividade antimicrobiana, atividade antioxidante, compostos fenólicos totais, solubilidade, molhabilidade e morfologia das partículas. Os cafés liofilizados também não apresentaram atividade antimicrobiana, se mantiveram nos padrões de atividade de água e umidade definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária porém a amostra de frutose apresentou umidade superior ao valor limite pela legislação brasileira (<5%). Em geral, nas análises realizadas observou-se uma influência ruim dos crioprotetores no extrato e no café liofilizado, onde o extrato do café sem crioprotetor apresentou maior capacidade antioxidante (88,12%) e maior conteúdo de compostos fenólicos (7,74 mgAG/mL do extrato), apenas para a análise de sólidos solúveis os crioprotetores manitol e frutose apresentaram bons resultados em relação ao extrato sem crioprotetor (14,03 ºBrix, 14,40 ºBrix, 11,33 ºBrix, respectivamente). O elevado resultado com relação a capacidade antioxidante e concentração de cafeína do café extraído a frio demonstraram boa qualidade e eficiência do processo e para as análises realizadas os crioprotetores não apresentaram vantagem na utilização.Item Atividade antioxidante e citotoxicidade de plantas do Campo Rupestre brasileiro: Gomphrena arborescens L.f., Gomphrena virgata Mart., Miconia ferruginata DC. e Vochysia elliptica Mart.(UFVJM, 2017) Cruz, Dayana Barbosa da; Rodrigues, Ana Paula; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rodrigues, Ana Paula; Morais, Harriman Aley; Oliveira, Eduardo de JesusAs plantas medicinais têm sido utilizadas pela humanidade, desde seus primórdios, com finalidades terapêuticas. Atualmente, cerca de 25% dos medicamentos são obtidos de espécies vegetais. Considerando a enorme biodiversidade do nosso país destaca-se o potencial para a descoberta de novas moléculas bioativas oriundas de produtos naturais. Espécies radicalares são produzidas continuamente em processos metabólicos fisiológicos, no entanto o desequilíbrio entre agentes pró-oxidantes e defesas antioxidantes provoca o aumento de espécies reativas circulantes conduzindo ao estresse oxidativo relacionado a etiologia de doenças cardiovasculares, inflamatórias, imunológicas, e relacionadas ao processo de envelhecimento como o Alzheimer e Parkinson. Para prevenir esse processo e as consequências ao organismo, tem-se aumentado a busca de compostos antioxidantes. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial antioxidante de cinco extratos etanólicos brutos de partes aéreas ou raíz de espécies vegetais já utilizadas na medicina popular da região. Estas espécies foram: Gomphrena arborescens L.f. e Gomphrena virgata Mart. (Amarantaceae),Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae) e Vochysia elliptica Mart. (Vochysiaceae), coletadas no município de Diamantina – MG e regiões subjacentes. Utilizando a metodologia de Folin-Ciocalteau pode-se observar que todos os extratos, exceto G. virgata raíz, apresentaram teores de compostos fenólicos totais (CFT) com destaque para V. elliptica e M. ferruginata (792,36 e 561,89 mg EAG/g extrato, respectivamente). A atividade redutora dos extratos avaliada pela captura de radicais DPPH● e ABTS●+ demonstrou maior captura para os extratos com maior teor de CFT, sendo esta correlação forte e positiva. Realizou-se ainda, avaliação da interferência dos extratos na atividade sequestradora de radicais gerados em um sistema HRP/Luminol/H2O2 e também os efeitos sobre o burst oxidativo de neutrófilos humanos isolados, ativados com PMA. Apenas os extratos de V. elliptica e M. ferruginata foram testados, apresentando atividade protetora frente as espécies radicalares produzidas tanto pelo sistema, quanto pelo burst oxidativo. A avaliação da viabilidade celular de neutrófilos em cultura na presença de todos os extratos sem estímulos exteriores demonstrou que estes não são citotóxicos mesmo na maior concentração testada (1000 μg/mL), tendo a V. elliptica apresentado possível atividade citoprotetora nesta concentração.Item Avaliação da capacidade antioxidante dos extratos etanólicos de plantas do cerrado: Ageratum fastigiatum (GARDN.) R. M. KING et H. ROB., Croton antisyphiliticus MART., Kielmeyera rubriflora CAMB., Miconia ferruginata DC. e Norantea adamantium CAMB.(UFVJM, 2016) Lima, Philipe Dias de Ávila; Rodrigues, Ana Paula; Sivieri, Rubia Regina Gonçalves; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rodrigues, Ana Paula; Oliveira, Patrícia Machado de; Grael, Cristiane Fernanda FuzerNos últimos anos, um número crescente de pesquisas tem demonstrado o papel chave das espécies reativas (ERs) na aceleração do processo de envelhecimento e agravamento de doenças inflamatórias e crônico-degenerativas. Tais espécies, altamente reativas, podem oxidar várias biomoléculas e provocar graves lesões no organismo. O efeito das ERs é equilibrado no organismo por ação de antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos, sendo estes últimos, representados em sua maioria pelos compostos fenólicos, sendo os flavonóides os principais representantes. Os flavonóides podem ser consumidos na dieta diária através de vários alimentos como frutas, legumes, vinhos etc., porém, o principal alvo para busca de tais compostos são as plantas medicinais que são constantemente utilizadas pela população. Tendo em vista a importância de desenvolvimento e busca de novos compostos antioxidantes naturais, o presente estudo teve como principal objetivo avaliar a atividade antioxidante dos extratos etanólicos de algumas espécies vegetais que vêm sendo utilizadas na medicina popular, dentre outras finalidades, como antiinflamatórias, cicatrizantes e outros usos relacionados a atividade antioxidante. As espécies vegetais utilizadas foram: Ageratum fastigiatum (GARDN.) R. M. KING et H. ROB., Croton antisyphiliticus MART., Kielmeyera rubriflora CAMB., Miconia ferruginata DC., e Norantea adamantium CAMB., coletadas no município de Diamantina – MG e regiões subjacentes, áreas de predominância do bioma Cerrado. Avaliando a atividade antioxidante e teor de fenólicos totais (FT) nos extratos, pode-se observar que todos os extratos, exceto da A. fastigiatum (partes aéreas) apresentaram altos teores de compostos fenólicos, determinado pelo método colorimétrico de Folin-Ciocalteau (FC) e eficiente poder redutor (PR), com destaque para a N. adamantium (partes aéreas), que apresentou o maior teor de FT (684,59 mg EAG/g extrato) e o menor valor para o PR (EC50 = 66,77 μg/mL). Quanto à captura das espécies radicalares DPPH• e ABTS•+, os extratos seguiram uma correlação positiva, determinada pelo coeficiente de Pearson, ou seja, os extratos com maiores teores de FT também apresentaram as melhores atividades de captura das espécies radicalares com destaque para a N. adamantium (partes aéreas) e C. antisyphiliticus (caule) que apresentaram resultados de EC50 estatisticamente semelhantes ao padrão ácido gálico (AG) para a captura de ambas as espécies radicalares utilizadas. Para a captura dos reagentes HOCl e H2O2 todos os extratos foram eficientes, porém apresentaram melhores resultados apenas em altas concentrações (>100μg/mL), sendo necessário um estudo de citotoxicidade para avaliar se tais concentrações não são tóxicas às células humanas. Por fim, foi realizada uma avaliação de interferência dos extratos no burst oxidativo produzidos por neutrófilos humanos isolados ativados com PMA e todos os extratos apresentaram atividade protetora frente às espécies produzidas pelo burst oxidativo com destaque para C. antisyphiliticus (caule) e A. fastigiatum (partes aéreas) que apresentaram menores valores de EC50, igual a 8,51 e 5,74 μg/mL respectivamente.Item Pesquisa de dados botânicos de plantas úteis coletadas por naturalistas europeus no século XIX no norte/nordeste de Minas Gerais: dados botânicos, químicos e ensaios antioxidantes de Erythroxylum suberosum A. St.-Hil (Erythroxylaceae)(UFVJM, 2014) Oliveira, Fernanda de Fátima Souza de; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Pinto, Nísia Andrade Villela Dessimoni; Okuma, Adriana AkemiNo século XIX o Brasil foi visitado por naturalistas europeus, atraídos pelas riquezas naturais do país. O francês Saint-Hilaire, em sua obra Plantas Usuais dos Brasileiros descreveu plantas que eram usadas pelos habitantes da região norte/nordeste de Minas Gerais. Dentre estas, encontra-se a Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. (Erythroxylaceae), conhecida popularmente como “galinha-choca” e “mercúrio do campo”, abundante nas proximidades da cidade de Diamantina (MG). Os objetivos do presente trabalho foram o resgate de informações sobre as espécies botânicas descritas por Saint-Hilaire no norte/nordeste de Minas Gerais, no século XIX, incluídas em sua obra Plantas usuais dos brasileiros e a realização de estudo fitoquímico e determinação da atividade antioxidante de extratos das folhas de E. suberosum. Foram realizadas pesquisas em herbários virtuais para detecção de coletas, nos séculos XIX, XX e XXI, de quinze espécies descritas por Saint-Hilaire no norte/nordeste de Minas Gerais, em sua obra. Estas informações foram usadas no direcionamento de coletas destas espécies na região de Diamantina e na verificação da ocorrência atual de tais plantas. Algumas espécies são encontradas, ainda na atualidade, nos locais citados pelo naturalista ou em localidades muito próximas: quatro, das quinze espécies encontradas por Saint-Hilaire, foram coletadas e georreferenciadas nas proximidades de Diamantina. Para realização de estudo fitoquímico e determinação de atividade antioxidante, as folhas de E. suberosum foram coletas em Diamantina-MG. O material, seco e pulverizado, foi usado para maceração com os solventes hexano, acetato de etila e etanol e extração pelo Método Stas-Otto, para pesquisa de alcaloides. A triagem fitoquímica dos extratos sugeriu a presença de alcalóides, cumarinas, flavonoides (incluindo antocianidinas), taninos condensados e triterpenos/esteroides e análises por CLAE/DAD sugeriram a presença de compostos fenólicos nas amostras. Os extratos preparados pelo Método Stas-Otto foram analisados por CG/EM, sendo sugerida a presença de 23 substâncias, dentre as quais encontrase o alcaloide tropânico tropacocaína. Quanto à atividade antioxidante os extratos de E. suberosum, quando comparados ao padrão (ácido gálico), não apresentaram pronunciada atividade de retirada de radical DPPH; no entanto, o extrato etanólico apresentou uma maior quantidade de fenólicos totais, maior poder de redução do íon metálico Fe3+ e maior capacidade antioxidante pela análise por voltametria cíclica. Assim este trabalho contribuiu para a recuperação e disponibilização de informações sobre plantas úteis coletadas por naturalistas europeus no norte/nordeste de Minas Gerais e para o conhecimento sobre a composição química e atividade antioxidante da espécie E. suberosum.Item Estudo fitoquímico e ensaios biológicos de Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M. King & H. Rob (ASTERACEAE)(UFVJM, 2012) Amorim, Mércia Letice Lozer de; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Archanjo, Fernando Costa; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Grael, Cristiane Fernanda FuzerPseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M. King & H. Rob (Asteraceae) é uma espécie de Asteraceae conhecida popularmente como arnica-do-mato, arnica-do-campo ou simplesmente arnica. E utilizada na medicina popular contra machucados e dores no corpo, porem a literatura carece de informações científicas, encontrando-se apenas um artigo sobre estudo fitoquímico. Com o objetivo de contribuir para o estudo de P. brasiliensis, esse trabalho relata o estudo fitoquímico e ensaios biológicos que investigaram a atividade antiinflamatória e antioxidante de extratos das folhas da planta. As folhas foram coletadas na cidade de Diamantina, no Campus JK da UFVJM. Uma parte das folhas ainda frescas foi utilizada para extração de óleo essencial, e outra parte do material vegetal foi seco e submetido à extração com solventes de diferentes polaridades – hexano, acetato de etila, etanol e água – obtendo-se quatro extratos. Os constituintes do óleo essencial foram identificados por CG-EM, encontrando-se 25 terpenos, sendo os majoritários os monoterpenos α-tujeno (17,21%) e α-pineno (32,61%). Os extratos foram submetidos a técnicas cromatográficas clássicas e suas frações foram analisadas por CG-EM, IV, RMN de 1H e 13C, identificando-se o diterpeno acido caurenóico; os triterpenos β-amirina, acetato de β-amirina, α-amirina, acetato de α-amirina, lupeol, acetato de lupeol, pseudotaraxasterol, taraxasterol; e possivelmente uma lactona sesquiterpênica. Em ensaios de triagem fitoquímica realizados com os extratos, foram detectadas as classes de metabólitos secundários: cumarinas, flavonóides, taninos condensáveis, antocianinas, antraquinonas, saponinas, compostos redutores e triterpenos/esteróides. A espécie apresentou um potencial antiinflamatório, uma vez que os extratos aquoso e etanólico modularam a produção da citocina IFN-γ, envolvida diretamente na inicialização e amplificação da resposta inflamatória. Os extratos apresentaram baixo potencial antioxidante, nas concentrações avaliadas e nos ensaios de atividade de retirada de radical, e de poder de redução do íon metálico Fe3+, apesar dos extratos aquoso e etanólico possuírem compostos fenólicos. Sendo assim, o presente trabalho foi uma contribuição para o estudo fitoquímico e de atividades biológicas desta planta.Item Composição química, potencial antioxidante e hipolipidêmico da farinha da casca de Myrciaria cauliflora (jabuticaba)(UFVJM, 2011) Araújo, Clináscia Rodrigues Rocha; Pinto, Nísia Andrade Vilela Dessimoni; Esteves, Elizabethe Adriana; Correa, Angelita Duarte; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pinto, Nísia Andrade Vilela Dessimoni; Alcântara, Antonio Flavio de Carvalho; Oliveira, Patrícia Machado; Silva, Roqueline Rodrigues de MirandaMyrciaria cauliflora (jabuticabeira) é uma espécie frutífera, nativa do Brasil e bastante cultivada em pomares domésticos de Minas Gerais. Porém, pouco se conhece sobre a composição química e efeitos biológicos dos resíduos de seus frutos. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a composição química, o potencial antioxidante (in vitro) e hipolipidêmico (in vivo) da farinha das cascas do fruto de Myrciaria cauliflora. Para tanto, frutos (jabuticabas) maduros foram despolpados manualmente e suas cascas secas e trituradas até a obtenção de uma farinha homogênea (FCJ). Avaliou-se sua composição centesimal, conteúdo mineral, fenólicos totais, flavonóides e antocianinas, assim como sua atividade antioxidante in vitro através de diferentes métodos (DPPH, ABTS●+, FRAP e β-caroteno/ácido linoléico). A FCJ foi submetida à extração hidroalcoólica e os extratos fracionados em Cromatografia em Coluna (CC). Os fitoconstituintes isolados foram caracterizados por IV e RMN. O potencial hipolipidêmico foi avaliado em grupos de ratos machos alimentados com dietas semipurificadas, sendo a dieta Padrão (PDR) baseada na AIN93M, a dieta Controle (CTRL) semelhante à PDR e suplementada com 7% de banha de porco, e três dietas experimentais semelhantes à CTRL, porém suplementadas com 7, 10 e 15% de FCJ (JAB1, JAB2 e JAB3, respectivamente). Níveis séricos e hepáticos de colesterol, bem como níveis séricos de HDL, triglicerídeos e glicose foram avaliados. A excreção fecal de lipídeos foi avaliada também. A FCJ foi classificada como fornecedora de alto teor de fibras (15,26%). Os teores de fenólicos totais (1895 mg ácido gálico/100 g), flavonóides (8,960 g de catequina /100g) e antocianinas (0,6823 g de cianidina-3-glicosídeo/100g) foram altos assim como a atividade antioxidante verificada pela captura de radicais-livres DPPH (3,184 g de FCJ/g DPPH) e ABTS●+ (1017 μmol Trolox/g de FCJ), redução dos íons Fe+3 (167,7 mM de Fe2SO4/100g) e capacidade de inibição do branqueamento do β-caroteno (75,96% de inibição para a concentração de 1000 mg/L). O ácido cítrico, o sitosterol e o sitosterol-D-glicopiranosídeo foram isolados, sendo, os dois últimos, citados pela primeira vez nesta espécie. A inclusão da FCJ, nas três proporções, reduziu o colesterol total (CT) e os triglicerídeos (TG) séricos em relação à dieta CTRL. A dieta JAB3 elevou os níveis de HDL séricos e reduziu os de colesterol hepático em relação à CTRL. A dieta JAB3 reduziu a glicose sérica em comparação à JAB2, mas essa diferença não foi significativa em relação à PDR, à CTRL ou à JAB1. Não houve diferença na excreção fecal de lipídeos entre os grupos experimentais. Os resultados obtidos poderão servir de auxílio para o melhor aproveitamento deste resíduo e compreensão de seus efeitos metabólicos além de contribuir para garantir a segurança da sua ingestão como alimento.Item Composição química atividades antioxidante e alelopática da caroba do campo (Jacaranda caroba (Vell.) A. DC. – Bignoniaceae)(UFVJM, 2013) Bento, Cecília de Souza Oliveira; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Alcântara, Antônio Flávio de Carvalho; Miranda, Roqueline Rodrigues Silva de; Grael, Cristiane Fernanda FuzerO Brasil é um dos países com expressiva biodiversidade e o Cerrado é um dos seus biomas que apresenta grande diversidade de espécies vegetais nativas, muitas utilizadas na medicina popular e com poucos ou nenhum estudo científico. Dentre essas espécies, destaca-se a Jacaranda caroba (Vell.) A. DC. (Bignoniaceae), conhecida popularmente como “caroba”, “carobinha” e “caroba do campo”. Na medicina popular é utilizada contra impigens, como adstringente e cicatrizante, como diurético, para o tratamento de infecções, sífilis e úlceras. Alguns estudos fitoquímicos revelaram a presença de compostos fenólicos e terpenóides na espécie e não foram publicados estudos biológicos sobre a mesma, até o momento. Dessa forma, este estudo apresentou como objetivos a avaliação da composição química de extratos da planta e a pesquisa dos potenciais antioxidante e alelopático da espécie. As coletas do material vegetal foram realizadas em habitat natural, no Campus JK da UFVJM, em Diamantina-MG. Nos estudos fitoquímicos, amostras apolares foram avaliadas e os seus componentes propostos por análises de CG/EM, IV e RMN, indicando a provável presença de hidrocarbonetos alifáticos e insaturados, de cadeia linear e ramificada, cetonas, ácidos orgânicos esterificados ou não (como o ácido decanóico), e compostos fenólicos (como a hidroquinona). Através de estudos de atividade antioxidante foi possível observar que os extratos polares de folhas e flores de J. caroba apresentam compostos fenólicos com potencial antioxidante. Foi observada a atividade alelopática dos extratos alcoólico e hidroalcoólico de flores e folhas de J. caroba sobre a germinação de sementes e o crescimento ou desenvolvimento de vegetais.