Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - PRPPG/UFVJM - tem a finalidade de apreciar, coordenar, auxiliar, deliberar e homologar as atividades de Pesquisa, Pós-Graduação e inovação da Instituição. A PRPPG possui um orgão de deliberação denominado Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG. A "Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação" é constituída pela Diretoria de Pesquisa e pela Diretoria de Pós-Graduação no campus sede da UFVJM e pelas diretorias de Pesquisa e de Pós-Graduação dos campi fora de sede.

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    Entre o Agronegócio e a Agroecologia: como as Escolas Família Agrícola de diferentes territórios mineiros tratam esses conceitos?
    (UFVJM, 2023) Faria, José Fernando Vieira de; Pinto, Helder de Moraes; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    No ano de 2017, ocorreu no IFNMG-Campus Araçuaí o I Encontro de Estudantes de Agroecologia do Médio Jequitinhonha, organizado em parceria entre o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais-IFNMG- Campus Araçuaí e Escolas Família Agrícola (EFA) de Araçuaí, Itaobim, Comercinho, Veredinha e Virgem da Lapa. Naquela oportunidade, foi aplicado um questionário que objetivava avaliar o encontro, além de apresentar indicativos que serviriam de base para a organização do II Encontro, já que se pretendia dar continuidade às reflexões iniciadas. A análise das respostas contidas neste instrumento oportunizaram várias indagações. Uma, em particular, (“o que você pensa sobre o agronegócio?”) serviu como ponto de partida para as reflexões e propostas apresentadas neste trabalho. Partindo do pressuposto que as EFA’s pretendem trabalhar em uma perspectiva voltada para o desenvolvimento sustentável construiu-se o questionamento que contém a questão norteadora deste projeto: Como as EFA’s das regiões do Semiárido mineiro e da Zona da Mata mineira trabalham os conceitos de Agronegócio e Agroecologia junto aos estudantes dos cursos de Agropecuária? De que maneiras esses ‘termos’ adentram nas EFA’s e como são tratados pelas comunidades estudantis referenciadas? Metodologicamente, a pesquisa apresenta uma base qualitativa por meio de análise documental, dado que foram analisados os currículos dessas EFA’s com a finalidade de se entender as formas de tratamento escolarizado desses conceitos, bem como as percepções sobre tais concepções. Compreendemos que a agroecologia tem se consolidado, no âmbito da Educação do Campo, como estratégia de fortalecimento do ideal por uma educação condizente com o modo de viver camponês.
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    O desenvolvimento de um projeto com a temática agroecologia em uma escola do campo na perspectiva freiriana: uma análise dos desafios e potencialidades
    (UFVJM, 2022) Teixeira, Ângela Rita; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    Esta pesquisa teve como objetivo avaliar os desafios e potencialidades da construção e da aplicação de atividades dialógicas, problematizadoras e temáticas, realizadas no projeto de extensão “Projetando a Agroecologia: os conhecimentos do vale para o mundo”. Buscou também, como objetivos específicos: 1) Analisar as atividades do projeto de extensão, sobre agroecologia, a partir do envolvimento de estudantes nas aulas de Biologia, e refletir quais os desafios e potencialidades da sua aplicação e futura integração ao cotidiano escolar; 2) Levantar temas geradores a partir dos diálogos realizados nas atividades dos projetos de extensão; 3) Relacionar os conteúdos do currículo de Biologia com os temas geradores levantados no projeto de extensão. Para o desenvolvimento da pesquisa, se utilizou como referencial teórico pesquisas na área da Educação do Campo e da relação entre a Agroecologia e o ensino de Biologia. Abordamos também a Perspectiva Freireana no ensino de ciências, elementos didático pedagógicos que norteiam a análise dos dados. A pesquisa também deu subsídio para a construção de um relatório técnico sobre o levantamento de temas geradores para construção de sequências didáticas na perspectiva freiriana no ensino de Biologia, como produto educacional. Foi feita uma pesquisa documental, com a análise de conteúdo das falas significativas de agricultores e agricultoras, coletadas durante o projeto de extensão na escola. Isso resultou na identificação de temas geradores, a partir da temática Agroecologia: agrotóxicos, técnicas, gênero, trabalho e identidade. Os desafios para que a temática Agroecologia seja incorporada ao cotidiano da escola vão desde a adequação do currículo até a fragmentação dos horários e a formação dos professores. No entanto, observamos que as potencialidades são muitas e que o tripé Educação do Campo, perspectiva freiriana e Agroecologia são indissociáveis na luta por um modelo de sociedade mais igualitário, sobretudo quando se compreende o potencial da escola nesse processo.
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    Liames das escolas rurais com a resistência da cultura caipira em comunidades camponesas no município de Diamantina-MG
    (UFVJM, 2022) Dias, Ana Paula Ferreira; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Cambraia, Rosana Passos; Fávero, Claudenir; Alentejano, Paulo Roberto Raposo; Acçolini, Graziele
    O presente trabalho de mestrado procurou conhecer e compreender como o processo ensino e aprendizagem, na relação campo/rural, se encontram atualmente nos modelos de ensino e projetos pedagógicos das escolas localizadas no campo do município de Diamantina (Minas Gerais). Assim, buscamos considerar, por meio de um estudo bibliográfico sistematizado, os conceitos de Caipira e Camponês e sua relação com os processos educativos no campo. Acrescido de entender como a cultura e religiosidade, assim como a relação cultura e natureza, se fazem presentes entre os camponês-caipiras, e como são e/ou poderiam ser afirmativas de pertencimento do sujeito do campo no processo educativo do campo e sua interface com a Agroecologia. Elucidou as relações entre Cultura e os Projetos Políticos Pedagógicos no contexto da educação rural no município de Diamantina (Minas Gerais), para auxiliar, por meio das análises feitas, a Secretaria Municipal de Educação, em ações e parcerias para a consolidação de um projeto de educação do campo e para o campo. A pesquisa é de cunho qualitativo, com estudo de revisão da literatura narrativa e sistemática, somadas às pesquisas bibliográficas e documentais, além do levantamento de dados, para assim elaborar uma teorização consistente. Foram pesquisados materiais didáticos voltados à educação do campo e os conjuntos de leis federais, estaduais e municipais sobre a educação diferenciada do campo. Realizamos o aprofundamento teórico sobre a cultura caipira, educação e a relação natureza e cultura. Concluímos que o conceito de caipira e de camponês não se opõem, ao contrário, se complementam; o princípio educativo não escolar, em relação às crianças do campo, se dá, primeiramente, pela religiosidade e cultura caipira, assim, a produção de alimento e a alimentação são parte fundantes do processo educativo; que há ausência de uma discussão teórica aprofundada do conceito de cultura caipira nos processos educativos das escolas do campo e no campo no município de Diamantina (Minas Gerais). Nas análises em que aprofundamos a questão dos aspectos curriculares e a Cultura, enquanto conjunto de saberes que podem ser dialogados em sala de aula, percebemos que os currículos examinados das três escolas do campo de Diamantina (Minas Gerais), apesar de demonstrar interesse na valorização da cultura do alunado, não tem consolidado que cultura é essa, só havendo menção às culturas indígena e quilombola, previstas nos temas transversais, não fazendo referência ao modo de vida principiador da cultura caipira.
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    Agroecossistemas, trabalho e autonomia: o cotidiano de mulheres camponesas em realidades do Vale do Jequitinhonha
    (UFVJM, 2021) Lopes, Bárbara Letícia; Lovo, Ivana Cristina; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lovo, Ivana Cristina; Weitzman, Rodica; Lima, Josélia Barroso Queiroz
    Esta pesquisa tem o interesse em compreender como se dá a autonomia das mulheres diante da distribuição e decisão sobre o trabalho em agroecossistemas agroecológicos. As famílias que compõe o grupo participante desta investigação vivem e desenvolvem suas atividades em duas localidades no Vale do Jequitinhonha. A divisão sexual do trabalho constitui uma das principais formas de desigualdades entre homens e mulheres sendo esta construída historicamente. É preciso entender que homens e mulheres estão inseridos em construções sociais que influenciam o seu modo de perceber, pensar, sentir e agir, e quando analisamos a questão do trabalho não podia ser diferente. A situação de mulheres camponesas não é diferente do que está registrado na literatura feminista, elas ficam responsáveis pelo trabalho do cuidado do lar e dos filhos e de outras tarefas entendidas como “feminina”. É sabido que não se conseguirá superar as desigualdades no campo se não rompermos com as velhas formas de opressão e estarmos atentos a novas formas de opressão que podem surgir com os rearranjos sociais e econômicos. Com a utilização da observação participante, que considera e incentiva que os pesquisadores vivenciem o dia a dia daqueles a quem estudam, possibilitando uma compreensão melhor do universo em estudo, e com o uso de ferramentas como entrevistas, dinâmica da rotina diária e fluxogramas sobre o fluxo do trabalho no agroecossistema, foi possível perceber que existe uma divisão sexual de trabalhos nas famílias participantes da pesquisa e que está se apresenta de várias formas e intensidades, mesmo se tratando de agroecossistemas que tem como base o exercício da agroecologia. Acompanhando a rotina de duas famílias, ficou evidente que as mulheres estão presentes em todas as etapas da produção, desde a colheita até a comercialização. Entretanto, por vezes, seus trabalhos são invisibilizados e tidos apenas como “ajuda” dos serviços feitos por seus companheiros. Estando o trabalho doméstico sobre responsabilidade das mulheres, gera sobrecarga e reduz seu tempo livre, impossibilitando que elas possam usufruir desse tempo em atividades de lazer ou para descanso. Por fim, mesmo as duas famílias sendo acompanhadas por organizações que realizam e incentivam discussões sobre a igualdade de gênero e autonomia feminina, e que já estejam vivenciando um aprofundamento conceitual e prático da agroecologia, há ainda um caminho a ser percorrido para que as desigualdades nas relações de gênero possam ser superadas de fato, já que nesse caminho há uma conexão direta com a estrutura patriarcal e capitalista predominante na sociedade.
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    Educação popular, permacultura e agroecologia para transformação social, econômica e ambiental: um estudo de caso na comunidade rural de Extrema – Congonhas do Norte/MG
    (UFVJM, 2020) Calvão, Alessandra Lopes; Schulzbacher, Aline Weber; Allain, Luciana Resende; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Schulzbacher, Aline Weber; Allain, Luciana Resende; Carvalho, Igor Simoni Homem de; Murta, Nadja Maria Gomes; Lemes, Anielli Fabiula Gavioli
    O processo de educação popular, mobilização e transformação social da comunidade rural de Extrema-Congonhas do Norte/MG, promovido pela atuação da Associação de Agricultores da Região de Extrema (ACARE), no Espaço Educacional Contraponto, durante o período de 2010 a 2019, constitui o escopo investigativo desta pesquisa. Este estudo procurou avaliar, a partir da história e realidade deste vilarejo rural, as mudanças ocorridas, durante o século XX, no modo de vida rural e o papel das organizações civis nos processos de mobilização comunitária. Procurou também analisar o potencial da Permacultura e da Agroecologia, além de compreender, a partir do caso estudado, as principais contribuições da educação popular nestes processos e na promoção de transformações sociais, ambientais e econômicas. Adicionalmente pesquisamos a experiência da ACARE no Espaço Educacional Contraponto, no período de 2015 a 2019, e os impactos advindos das atividades desenvolvidas, a partir da avaliação dos comunitários. O percurso metodológico adotado nesta pesquisa qualitativa, baseada em um estudo de caso, analisado de acordo com a Análise de Conteúdo, de Laurence Bardin, utilizou para a coleta de dados os seguintes instrumentos de coleta de dados: cinco entrevistas realizadas a partir de um roteiro semi-estruturado; documentos da ACARE, do Espaço Educacional Contraponto, da Prefeitura Municipal de Congonhas do Norte, e ainda, o diário de bordo da pesquisadora. Como resultados, foi possível identificar que a agricultura conservadora, bem como o modo de vida da sociedade capitalista, resultou em um panorama de crise agrária, socioeconômica e ambiental, que reflete diretamente no modo de vida dos camponeses. Esta classe social, de características culturais e sociais bem específicas, passa por um processo de invisibilização e de grande vulnerabilidade, sendo expulsos de suas terras e perdendo o controle dos meios de produção. Percebemos que tal processo pode ser amenizado, e a longo prazo revertido, não apenas através do estabelecimento de políticas públicas, mas principalmente, por meio de processos de educação popular, pautados nas práticas da Permacultura e da Agroecologia, que os instrumentam a coproduzirem com a natureza produtos com maior valor agregado. Concluímos que os processos de educação popular têm potencial de conscientizar os camponeses de sua condição social, mobilizá-los a ações que construam coletivamente uma nova realidade e transformem o panorama socioeconômico e ambiental.
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    Organização de grupos agroecológicos de mulheres através da extensão e comunicação sob uma perspectiva feminista
    (UFVJM, 2019) Mendes, Jackeline Canuto; Lovo, Ivana Cristina; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lovo, Ivana Cristina; Sulzbacher, Aline Weber; Weitzman, Rodica
    Foi rumo à construção da agroecologia a partir de uma perspectiva paradigmática e feminista que esta pesquisa buscou analisar se a construção dos grupos comunitários de mulheres “Mulheres do Maria Orminda” e “Raízes do Tabuleiro”, que foram idealizados e mobilizados principalmente por mim, contribuíram de fato para a construção da agroecologia e para o empoderamento de gênero das mulheres participantes dos coletivos que foram focalizadas neste estudo. A pesquisa se embasou nas reflexões geradas pelas experiências de construção dos grupos, tanto a partir do levantamento do histórico dos coletivos como da perspectiva e visão de mundo de suas integrantes e ex-integrantes. Os resultados foram obtidos através do levantamento documental dos coletivos, da observação participante e de entrevistas semiestruturadas e recorrentes com mulheres focalizadas. No que se refere à construção da agroecologia, observou-se alguns avanços na melhoria da renda e da saúde, principalmente com a tentativa de organização do grupo agroecológico Mulheres do Maria Orminda, e trocas de conhecimentos tradicionais empíricos e de material genético de diversas plantas, principalmente no grupo Raízes do Tabuleiro. De modo geral, com o pouco tempo de trabalho com os grupos, não houve contribuição para mudanças significativas na estrutura patriarcal e os grupos agroecológicos não conseguiram se consolidar sem a presença de agentes de mobilização. A partir dos estudos teóricos, a pesquisa reforça o caráter político e social da agroecologia e da importância desse paradigma andar de mãos dadas com o feminismo para construção de novas relações igualitárias no campo. A partir dos resultados, a pesquisa também faz uma crítica ao papel de mobilizadores extensionistas de conhecimento e das políticas públicas utilizadas para tal e também traz a importância: dos processos de formação educativa para desconstrução das relações patriarcais, do fortalecimento das atividades já realizadas pelas mulheres rurais e camponesas para formação de grupos agroecológicos e da contradição que esse fortalecimento pode trazer por reafirmar o papel das mulheres milenarmente construído pelo patriarcado.
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    De lembrar, de ter e de comer. A cultura alimentar e a manutenção da agrobiodiversidade na comunidade Quilombola de Raiz
    (UFVJM, 2018) Souza, Marta Aguiar de; Fávero, Claudenir; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fávero, Claudenir; Murta, Nadja Maria Gomes; Costa Filho, Aderval
    As formas de lidar com a terra, a água, as plantas e os animais praticadas pelos agricultores ao longo dos últimos 12.000 anos foram responsáveis pela enorme variedade de cereais, frutas, verduras e animais que fazem parte das nossas vidas, ou seja, a agrobiodiversidade que conhecemos e desfrutamos. No entanto, as mudanças na agricultura que vem acontecendo no século passado e em especial a partir da década de 1960, contribuíram muito para a redução da diversidade das plantas cultivadas. O modelo desenvolvimentista que incentiva a padronização de sistemas agrícolas e seus produtos vem comprometendo ou inviabilizando formas de vida tradicionais em todo planeta. A indústria de alimentos é um braço forte desse modelo com a função de uniformizar o gosto e a agricultura. Nesse formato de produção muitos alimentos são eliminados do processo produtivo ferindo culturas alimentares, a agrobiodiversidade e gerando erosão genética. A perda da diversidade agrícola é um fato. Neste cenário qual é o estado da arte da diversidade agrícola na comunidade tradicional, especificamente na Comunidade Quilombola de Raiz? Diante da força do Império Agroalimentar o que está acontecendo com a cultura alimentar na comunidade? As praticas alimentares presentes no sistema agrícola tradicional na comunidade tem resistido? Qual a relação entre hábitos alimentares e manutenção da agrobiodiversidade na comunidade? Este trabalho buscou verificar se as praticas alimentares da comunidade dão sustentação ao sistema agrícola e a agrobiodiversidade, se há ameaças vindas da indústria agroalimentar e, em se confirmando, quais os caminhos de resistência da comunidade para a manutenção da diversidade agrícola.