Pós-graduação em Odontologia

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PPGODONTO - Programa de Pós-graduação em Odontologia

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    Crianças com hipomineralização molar-incisivo tem um maior número de dentes cariados?
    (UFVJM, 2023) Santos, Karina Kendelhy; Fernandes, Izabella Barbosa; Ramos Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    A hipomineralização molar-incisivo (HMI) refere-se a um defeito qualitativo do esmalte de origem sistêmica que afeta de um a quatro primeiros molares permanentes e frequentemente incisivos permanentes. O dente hipomineralizado apresenta maior sensibilidade, esmalte mais poroso e com menor resistência mecânica, o que pode levar a rupturas pós-eruptivas do esmalte. Sem a proteção do esmalte, a dentina fica vulnerável, favorecendo o acúmulo de placa dentária e o desenvolvimento de lesões de cárie. O objetivo do presente estudo foi avaliar se a presença de HMI está associada a um maior número de dentes cariados em crianças escolares. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo transversal com uma amostra de 347 crianças de 7 a 10 anos de idade na cidade de Diamantina, Brasil. Os critérios do International Caries Detection and Assessment System (ICDAS) foram utilizados para determinar o número de dentes com cárie dentária moderada/extensa (ICDAS 3-6). A presença de HMI foi avaliada de acordo com os critérios da European Academy of Pediatric Dentistry (EAPD). Os dados sociodemográficos e relativos aos hábitos da criança foram obtidos por meio de questionário enviado aos cuidadores. Análises descritivas, testes Mann Whitney e Kruskal Wallis e Regressão de Poisson hierárquica foram realizados utilizando como unidade de análise a criança. A medida de associação foi demonstrada como Razão de Prevalência (RP) e intervalos de confiança (95%). Um valor de p<0,05 foi considerado significativo. A prevalência de HMI foi de 20,5% e a de cárie dentária moderada/extensa foi de 39,2%. A média de dentes com cárie moderada/extensa foi de 1,80 (DP=2,67). O número de dentes com cárie moderada/extensa foi associado com a presença de HMI na criança (RP=1,45; IC 95%= 1,03-2,04; p=0,031). Além disso, o número de dentes com cárie moderada/extensa foi associado com a menor renda mensal familiar (RP=2,20; IC 95%= 1,31-3,69; p=0,003), com a maior frequência no consumo de açúcar (RP=1,82; IC 95%=1,32-2,51; p=0,001) e com a presença de placa visível (RP=2,76; IC 95%= 1,93-3,93; p=0,001). Conclui-se que o número de dentes cariados está associado à presença de HMI em crianças escolares.
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    Análise do serviço de tele-estomatologia no Vale do Jequitinhonha durante a pandemia da COVID-19
    (UFVJM, 2022) Gonçalves, Moisés Willian Aparecido; Mesquita, Ana Terezinha Marques; Santos, Cássio Roberto Rocha dos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mesquita, Ana Terezinha Marques; Ramos Jorge, Maria Letícia; León, Jorge Esquiche
    O objetivo desse estudo foi realizar um levantamento do serviço de tele-estomatologia ofertado em um centro de ensino da região sudeste do Brasil, na cidade de Diamantina, durante a pandemia da COVID-19. Ainda, realizar uma análise socioespacial e epidemiológica, para elucidar e caracterizar a população que usufruiu do serviço de tele-estomatologia. Trata-se de um estudo de cunho transversal realizado durante o período de março de 2020 a novembro de 2021. O estudo foi conduzido a partir da análise do serviço de tele-estomatologia oferecido pela clínica de estomatologia por meio do aplicativo WhatsApp®. Informações clínicas e demográficas dos pacientes e dos profissionais solicitantes foram coletadas. Todos os casos foram analisados por um profissional capacitado na área de estomatologia. O geoprocessamento dos municípios foi realizado pelo pacote estatístico QGIS® para Windows®. A distância em quilômetros (Km) dos municípios até a cidade de Diamantina foi obtida pelo uso do aplicativo Google Maps®. As análises dos dados foram feitas com o Microsoft Excel® e os resultados apresentados pela estatística descritiva. Durante o período do estudo 189 solicitações ao serviço foram registradas. Dessas, 129 foram realizadas por profissionais de saúde, sendo principalmente cirurgiões-dentistas (n=94, 72,9%), os quais solicitaram agendamentos dos pacientes (n=100, 77,5%), teleinterconsultas (n=15, 11,6%) e teleorientação (n=11, 8,5%). As principais recomendações da tele-estomatologia foram biópsia incisonal (n=55, 28,4%), excisional (n=42, 21,7%) e tratamento medicamentoso (n=37, 19,1%). Desordens Orais Potencialmente Malignas (DOPM)/neoplasias malignas (n=22, 23,0%), processos proliferativos não-neoplásicos (n=17, 17,9%) e doenças de glândulas salivares (n=16, 16,9%) foram os diagnósticos mais comuns. Além disso, 21 casos (11,1%) não necessitaram de atendimento presencial e a distância média dos municípios ao serviço foi de 186 km. Os pacientes do estudo foram oriundos de 34 municípios do estado de Minas Gerais. Estes resultados mostraram que a tele-estomatologia promove um melhor suporte para os profissionais de saúde, como forma de contribuir no diagnóstico e manejo de lesões orais.
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    Impacto da pandemia da COVID-19 na prática periodontal
    (UFVJM, 2022) Rocha Gomes, Gabriela; Gonçalves, Patrícia Furtado; Galvão, Endi Lanza; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gonçalves, Patrícia Furtado; Falci, Saulo Gabriel Moreira; Branco de Almeida, Luciana Salles
    A pandemia da COVID-19 tem causado crescente preocupação e mudanças nas rotinas odontológicas. Este estudo transversal buscou investigar os fatores possivelmente relacionados ao impacto causado por esta nova doença na rotina e na prática de periodontistas, em dois países. Participaram da pesquisa 254 periodontistas com registro ativo em periodontia no Brasil e nos Estados Unidos. Os dados foram coletados por meio de um questionário online e a variável dependente foi a percepção do impacto da pandemia na prática dos periodontistas. Odds ratios foram avaliados por análise de regressão logística. Periodontistas em prática privada tiveram 83% menos probabilidade de relatar uma percepção de impacto significativo da pandemia em sua rotina clínica em comparação com profissionais que trabalham no setor público ou em instituições acadêmicas (IC 95%: 0,05–0,47). O impacto financeiro da pandemia foi significativamente associado a um alto impacto percebido da pandemia em suas rotinas (OR: 1,36; IC 95%: 1,16-1,61). Os profissionais que aprimoraram sua rotina de lavagem das mãos apresentaram maior probabilidade de relatar uma percepção de impacto significativo da pandemia em 3,41 vezes (IC 95%: 1,28–9,04) em relação aos que não alteraram seus protocolos de lavagem das mãos. A pandemia está associada a um impacto negativo na prática dos periodontistas, especialmente aqueles que trabalham em setores públicos e instituições acadêmicas.
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    Fatores de risco para a piora da qualidade de vida relacionada à saúde bucal da dentadura mista para a dentição permanente: uma coorte de sete anos
    (UFVJM, 2021) Souza, Débora Souto de; Ramos Jorge, Maria Letícia; Ramos Jorge, Joana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos Jorge, Maria Letícia; Paiva, Saul Martins de; Andrade, Raquel Gonçalves Vieira de; Soares, Maria Eliza da Consolação
    Os objetivos foram avaliar a alteração da qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) da dentadura mista para a dentição permanente e os fatores de risco associados com sua piora após um intervalo de sete anos, levando em consideração a alteração das condições clínicas bucais. Metodologia: a coleta de dados deste estudo de coorte foi realizada nas escolas da cidade de Diamantina/MG. A avaliação do baseline foi realizada no ano de 2012, com 851 escolares. Em 2019 foi realizada a segunda avaliação (follow up) com 324 escolares entre 13 e 19 anos. A QVRSB foi avaliada em ambos os momentos, utilizando os questionários de percepção infantil (Child Perceptions Questionnaire- CPQ), apropriados para cada idade (CPQ 8-10 e CPQ 11-14). Para a avaliação longitudinal, foi realizada uma diferença dos escores totais do CPQ obtidos no baseline e no follow-up. Valores positivos indicavam uma melhora e valores negativos indicam uma piora na QVRSB. Condições clínicas bucais analisadas nos dois momentos foram a cárie e a má oclusão, seguindo os critérios da OMS pelo índice de dentes decíduos cariados, extraídos devido a cárie e obturados (ceod), índice de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados (CPOD) e o índice de estética dental (Dental Aesthetics Index - DAI). As variáveis clínicas foram categorizadas como: ausência da doença em ambos os momentos; presença da doença somente no baseline; presença da doença somente no follow up; e presença da doença em ambos os momentos. Características socioeconômicas, idade e sexo também foram avaliadas no follow up. O teste de Wilcoxon analisou a diferença de médias da QVRSB entre o baseline e o follow up. A análise de regressão de Poisson não ajustada e ajustada por níveis hierárquicos foi realizada para analisar a piora da QVRSB com as variáveis independentes. Apenas as variáveis com p<0.20 prosseguiram para o nível seguinte. Na regressão de Poisson ajustada, apenas as variáveis com p<0.05 foram consideradas estatisticamente significativas. Razão de prevalência (RP) e risco relativo (RR), com 95% de intervalos de confiança (IC) foram calculados. Resultados: um total de 27% dos escolares piorou sua QVRSB após sete anos. Escolares do sexo feminino (RP: 1.68; IC95%: 1.07 a 2.63; p=0.02) e na faixa etária entre 17 a 19 anos (RP: 1.82; IC95%: 1.09 a 3.04; p=0.02) tiveram uma maior prevalência da piora da QVRSB. Má oclusão presente apenas no follow up representou um risco 78% maior (RR: 1.78; IC95%: 1.01 a 3.19; p= 0.04) para a piora da QVRSB. Conclusão: Ter má oclusão apenas no follow up foi um fator de risco para uma piora na QVRSB. Ser da faixa etária entre 17 a 19 anos e do sexo feminino são fatores associados a piora da QVRSB.
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    Distribuição da cárie dentária na cavidade bucal de crianças de 1 a 3 anos de idade
    (UFVJM, 2021) Rodrigues, Angélica Beatriz; Fernandes, Izabella Barbosa; Ramos Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fernandes, Izabella Barbosa; Soares, Maria Eliza da Consolação; Ramos Jorge, Joana
    Introdução: A cárie na primeira infância é considerada uma das doenças mais comuns na infância e um grande problema de saúde pública. Quando não são controladas em estágio inicial, podem impactar a qualidade de vida da criança afetada e dos seus familiares. Conhecer o padrão de distribuição e de progressão da cárie na primeira infância é de extrema relevância para auxiliar na identificação de lesões e direcionar métodos específicos de prevenção. Objetivo: Esse estudo objetivou examinar a distribuição de cárie em diferentes estágios de progressão de acordo com os dentes e suas superfícies, em crianças de 1 a 3 anos de idade. Metodologia:Foram examinadas 333 crianças selecionadas aleatoriamente nas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Diamantina, Minas Gerais. Para coleta de dados, os pais responderam um questionário que abordava aspectos socioeconômicos e demográficos e foi realizado um exame clínico bucal através dos critérios do Sistema Internacional de Avaliação e Detecção de Cárie Dentária (ICDASII). Cada superfície dentária foi avaliada e classificada de acordo com presença de cárie inicial (Códigos ICDAS 1 ou 2) ou moderada/extensa (Códigos ICDAS 3, 4, 5, ou 6). Resultados: Dentes com maior taxa de superfícies acometidas por cárie foram os incisivos centrais superiores (61=20,06% / 51=19,93%), incisivos laterais superiores (52=16,84% / 62=17,83%) e segundos molares inferiores (75=12,88% / 85=12,80%). Apresentaram maiores taxas de cárie inicial, os incisivos centrais superiores (51= 5,73% / 61=5,97%), incisivos laterais superiores (52= 6,69% / 62=5,75%), segundos molares superiores (55= 6,06% / 65=4,82%) e segundos molares inferiores (75= 5,67/ 85=3,27). As maiores taxas de cárie moderada/extensa foram observadas nos incisivos centrais superiores (51= 14,21% / 61=14,03%), incisivos laterais superiores (52= 10,29% / 62=12,27%), primeiros molares superiores (54= 7,48 / 64=8,08) e primeiros molares inferiores (74= 5,27/ 84=1,49). As superfícies mais acometidas por cárie inicial em dentes anteriores foramas vestibulares, seguidas pelas mesiais. Nos dentes posteriores as superfícies mais acometidas por cárie inicalforamvestibulares seguidas pelas oclusais.Em relação à cárie moderada/extensa, as superfícies mais acometidas nos dentes anteriores superiores foram vestibulares seguidas pelas linguais, e nos posteriores as oclusais. Conclusão: Conclui-se que na idade de 1 a 3 anos, incisivos superiores e molares são os dentes mais acometidos por cárie. Superfícies vestibulares são as mais acometidas por cárie inicial em todos os dentes e por cárie moderada/extensa em dentes anteriores superiores. Superfícies oclusais estão entre as mais acometidas em dentes posteriores.
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    Impacto do tratamento odontológico minimamente invasivo na qualidade de vida de pacientes submetidos à hemodiálise: um estudo intervencional
    (UFVJM, 2015) Oliveira, Evandro Silveira de; Gonçalves, Patricia Furtado; Flecha, Olga Dumont; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Flecha, Olga Dumont; Ferreira, Efigênia; Jorge, Maria Letícia Ramos
    Justificativa: Considerou-se que o impacto do tratamento odontológico na qualidade de vida e na autoestima de pacientes submetidos à hemodiálise ainda não está esclarecido, sendo necessários novos estudos de base populacional para melhor conhecimento dos efeitos dessa patologia. Objetivo: Verificar se o tratamento odontológico minimamente invasivo é capaz de gerar melhoria na qualidade de vida e na autoestima de pacientes submetidos a hemodiálise. Métodos: Realizou-se um estudo intervencional com 46 pacientes Submetidos à hemodiálise na cidade de Diamantina, Brasil. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a presença ou não de dentes; dentados e desdentados. Os pacientes desdentados receberam informação sobre higiene bucal e realizaram bochechos com gluconato de clorexidina a 0,12%. O grupo dentado recebeu raspagem em sessão única de 45 minutos e também realizou o bochecho, caso fosse necessário também eram realizados: resinas anteriores, recontorno de restaurações, fechamento de cavidades com cimento de ionômero de vidro e exodontias de emergência. As informações sobre as condições de saúde bucal e fatores socioeconômicos foram obtidas através de um prontuário aplicado por um cirurgião dentista. A qualidade de vida foi avaliada através do instrumento Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Questionnaire (SF-36) e Oral Health Impact Profile (OHIP) na sua versão 14. Já para a autoestima utilizou-se a Escala de Autoestima de Rosenberg. Os questionários foram aplicados antes do tratamento e após 45 dias. As análises estatísticas foram efetuadas com o pacote estatístico SPSS® para Windows® (Statistical Package for the Social Sciences Inc., IBM) na versão 22.0. Foram realizadas análises descritivas, teste de Wilcoxon, Mann_Whitney e Spearman. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Resultados: A média de idade foi 50,24 anos (±15,60) e o índice CPO-D médio foi de 21,83 (±11,12). Houve significância estatística nas dimensões do SF-36 no grupo edêntulo e dentado. O grupo dentado apresentou significância em quase todas as dimensões do OHIP-14 e melhora da autoestima. Conclusões: O tratamento odontológico gerou melhora significativa da qualidade de vida e da autoestima dos pacientes submetidos à hemodiálise, sendo o impacto maior nos pacientes que possuem dentes.
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    Alterações de mucosa bucal em crianças pré-escolares: prevalência e fatores determinantes.
    (UFVJM, 2011) Andrade, Raquel Gonçalves Vieira de; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos-Jorge, Maria Letícia; Mesquita, Ana Terezinha Marques; Ferreira, Fernanda de Oliveira
    Pouco conhecimento está disponível em torno da prevalência e dos fatores associados às alterações de mucosa bucal em crianças pré-escolares procedentes da zona urbana ou rural. O objetivo do presente estudo foi verificar a prevalência e os fatores associados com variações da normalidade e lesões de mucosa bucal em 541 pré-escolares saudáveis da zona urbana e rural do município de Diamantina, Minas Gerais, Brasil. Através de questionário aplicado aos pais/responsáveis investigaram-se informações sociodemográficas como procedência da criança (zona urbana ou rural), escolaridade da mãe e renda mensal do grupo familiar, além da presença de hábitos nocivos como bruxismo, sucção e mordiscagem de objetos. Em seguida, exames bucais foram realizados para verificar alterações de mucosa e higiene bucal, além da presença de cárie dentária. Análise descritiva, testes Kruskal-Wallis, Mann-Whitney, qui-quadrado, Exato de Fisher e regressão logística multivariada foram utilizados para análise dos dados (p<0,05). A prevalência de alterações de mucosa bucal foi de 49,5%. As variações da normalidade mais frequentes foram: língua saburrosa (23,4%), manchas melânicas (14,4%) e grânulos de Fordyce (8,1%). Por outro lado, as lesões mais prevalentes foram: lesões ulceradas (11,8%), queilite angular (3,0%) e fístula (1,3%). Independentemente do gênero, idade, escolaridade da mãe, renda familiar e procedência da criança, pré-escolares de 3 a 5 anos possuíram maior chance de apresentar língua saburrosa [OR:2,55; (IC95%: 1,6-4,1)], manchas melânicas [OR:4,07; (IC95%: 2,3-7,2)] e grânulos de Fordyce [OR:12,70; (IC95%: 7,2-28,6)]. Língua saburrosa foi mais prevalente em crianças de baixa renda [OR:2,35; (IC95%: 1,3-4,3)] e higiene bucal insatisfatória [OR:4,65; (IC 95%: 2,9-7,4)]. Crianças da zona rural [OR:3,86; (IC 95%: 2,1-7,1)] e do gênero feminino [OR:2,23; (IC 95%: 1,3-3,8)] apresentaram maior ocorrência de manchas melânicas. Pré-escolares com cárie possuíram maior chance de apresentar linha alba [OR: 6,19; (IC95%: 1,1-26,1)], ulcerações bucais [OR:2,15; (IC95%: 1,2-3,9)] e fístula [OR:12,0; (IC95%: (1,4-11,3)]. Pré-escolares com bruxismo apresentaram maior ocorrência de queilite angular [OR:5,55; (IC95%: 1,9-16,3)]. Concluiu-se que a prevalência de alterações de mucosa bucal em crianças pré-escolares foi alta. Os fatores mais frequentemente associados às variações da normalidade foram o gênero feminino, idade entre 3 e 5 anos, higiene bucal insatisfatória, baixa renda familiar, procedência rural e cárie dentária. Por outro lado, os únicos fatores associados às lesões de mucosa bucal foram cárie dentária e bruxismo.
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    Bruxismo noturno em crianças de 8 a 10 anos de idade: fatores psciológicos associados
    (UFVJM, 2014) Drumond, Clarissa Lopes; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Serra-Negra, Júnia Maria Cheib; Ramos-Jorge, Joana
    Justificativa: considerando-se que a etiologia do bruxismo noturno ainda não foi completamente esclarecida, torna-se necessário o desenvolvimento de estudos de base populacional que permitam a identificação dos fatores associados a esta desordem. Objetivo: verificar a prevalência e os fatores associados ao bruxismo noturno em escolares brasileiros de 8 a 10 anos de idade. Métodos: realizou-se um estudo transversal com uma amostra representativa de 473 escolares, matriculados em escolas públicas e privadas das cidades de Serro e Gouveia, Brasil. As informações sobre presença de bruxismo noturno, fatores socioeconômicos, presença de hábitos bucais deletérios, problemas respiratórios e aspectos psicológicos da criança (nervosismo, ansiedade e agitação) foram obtidas através de questionários respondidos pelos pais/cuidadores. O estresse dos pais/cuidadores foi avaliado através do instrumento Inventário de Sintomas de Stress para adulto de Lipp (ISSL). O instrumento Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scales (FACES III) investigou o nível de coesão e adaptabilidade familiar. O estresse infantil foi avaliado por meio da Escala de Stress Infantil (ESI). Os dados foram analisados pelo programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS para Windows, versão 20,0, SPSS Inc. Chicago, IL, EUA). A análise dos dados incluiu análise descritiva, testes qui-quadrado e regressão de Poisson com modelo hierárquico (p<0,05). Resultados: a média de idade das crianças foi de 9,15 anos (DP=0,8 anos) e 55% pertencia ao sexo feminino. A maioria dos pais apresentava menos de 8 anos de estudo (54%) e 47% das famílias possuíam renda mensal familiar inferior a 2 salários mínimos. A prevalência de bruxismo noturno foi de 39,5% (n = 187). O bruxismo noturno foi significativamente mais prevalente entre crianças que apresentavam onicofagia (RP: 2,08; IC 95%: 1,50-2,88) e sucção digital (RP: 1,45; IC 95%: 1,04-2,01). Conclusões: A prevalência do bruxismo noturno em crianças de 8 a 10 anos de idade foi alta. Crianças com histórico de onicofagia e de sucção digital apresentaram maior prevalência de bruxismo noturno.