Pós-graduação em Odontologia

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PPGODONTO - Programa de Pós-graduação em Odontologia

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    Avaliação longitudinal da performance mastigatória de pré-escolares
    (UFVJM, 2019) Soares, Maria Eliza da Consolação; Ramos Jorge, Joana; Ramos Jorge, Maria Leticia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos Jorge, Joana; Fernandes, Izabella Barbosa; Paiva, Saul Martins de; Pordeus, Isabela Almeida
    Investigar fatores que alteram a performance mastigatória (PM) de crianças na fase de dentição decídua é importante, pois a mastigação é um estímulo para o crescimento e desenvolvimento craniofacial. Além disso, a mastigação exerce influência na digestão e absorção de nutrientes, fundamentais para o crescimento e manutenção da saúde. Tal investigação ainda é limitada através de estudos longitudinais. Essa tese foi desenvolvida na forma de dois artigos científicos. O primeiro artigo teve como objetivo determinar os fatores de risco para a piora da Performance Mastigatória (PM) de pré-escolares. Um estudo de coorte foi realizado com 136 pré-escolares selecionados a partir de um estudo transversal (baseline). As crianças e suas mães/responsáveis foram contatadas após um ano do baseline para uma segunda avaliação. Todas as variáveis foram coletadas em ambas as avaliações. O exame clínico bucal foi realizado para avaliação de má-oclusão posterior, do número de dentes perdidos devido à cárie e da presença de cárie dentária. A presença de cárie foi avaliada através do Sistema Internacional de Avaliação e Detecção de Cárie Dentária (ICDAS II). As mães preencheram um recordatório alimentar de 3 dias das crianças, que foi usado para cálculo da frequência média diária de ingestão de alimentos sólidos, líquidos e pastosos. Para avaliação da PM, foi utilizado um alimento teste artificial (Optocal). O método de processamento deste alimento se deu por peneiramento, através de nove peneiras acopladas a um agitador mecânico por 20 minutos. As partículas retidas em cada peneira foram pesadas e a partir desse peso foi determinado o tamanho mediano (X50) das partículas trituradas para cada criança. Todas as variáveis foram categorizadas de acordo com sua variação durante o período de acompanhamento. O risco de impacto das variáveis sobre a piora da PM foi testado por meio da regressão hierárquica de Poisson. O aumento do número de dentes cavitados (RR= 1,98; IC95%= 1,01-3,93), aumento do número de dentes posteriores perdidos (RR= 3,29; IC95%= 1,67-6,47) e redução da frequência média diária de consumo de alimentos sólidos (RR= 2,29; IC 95%= 1,22-4,31) foram associados a uma piora da PM. O objetivo do segundo estudo foi avaliar o efeito do tratamento restaurador na performance mastigatória (PM) de pré-escolares com lesões cariosas cavitadas posteriores, além de comparar a PM após o tratamento com um grupo com dentição saudável, que não recebeu intervenção. Este estudo longitudinal com intervenção em um grupo foi realizado com 58 crianças de 4 e 5 anos que apresentavam lesões cariosas cavitadas nos dentes posteriores, compondo o grupo intervenção. Essas crianças foram pareadas com crianças da mesma idade e sexo que apresentavam os dentes posteriores hígidos, para formação do grupo não intervenção. A avaliação foi realizada em dois momentos: previamente ao início do tratamento restaurador das crianças do grupo intervenção e 15 dias após finalizado o tratamento. A avaliação da PM foi realizada utilizando o alimento teste artificial optocal. O método utilizado para cálculo do tamanho mediano das partículas (X50) foi o peneiramento. Houve diferença do valor do X50 entre os dois grupos tanto na primeira avaliação (p=0,003), quanto no acompanhamento (p=0,020), onde o grupo não intervenção apresentou melhor PM. No entanto, o delta do X50 foi menor no grupo intervenção (p<0,001) (maior melhora). No modelo final da regressão múltipla, o ΔX50 foi influenciado pelo número de dentes restaurados (β=-0,391; p<0,001). O tratamento restaurador apresentou efeito positivo para a melhora da PM. Houve uma maior variação para melhor da PM do grupo intervenção. O aumento do número de dentes perdidos e cavitados são fatores de risco para a piora da PM de pré-escolares Além disso, é importante avaliar a consistência dos alimentos oferecidos, uma vez, que quando há uma redução da frequência de ingestão de alimentos sólidos, ocorre uma tendência à piora da PM. Após o tratamento restaurador odontológico houve uma melhora significativa da PM. Entretanto, não foram alcançados níveis semelhantes às crianças com todos os dentes posteriores hígidos. Esses resultados reforçam a importância das atividades de prevenção e promoção de saúde, mas também a relevância do tratamento restaurador após a experiência de cárie, para que haja uma melhora da função.
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    Comparação do potencial para descoloração de dentina do Diamino Fluoreto de Prata e Diamino Fluoreto de Prata associado ao Iodeto de Potássio
    (UFVJM, 2019) Mourão, Priscila Seixas; Fernandes, Izabella Barbosa; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fernandes, Izabella Barbosa; Soares, Maria Eliza da Consolação; Ferreira, Fernanda de Morais
    Introdução: Diamino Fluoreto de Prata (DFP) é um cariostático eficaz no controle da cárie, porém leva ao manchamento da estrutura dentária. Iodeto de Potássio (IK) pode auxiliar na diminuição deste manchamento. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial de manchamento da dentina tratada pelo Diamino Fluoreto de Prata (DFP), bem como a influência da aplicação de Iodeto de Potássio (IK) no grau de manchamento da superfície dentária. Como desfechos secundários, avaliar o potencial de inativação das lesões de cárie e o grau de satisfação dos pais com os tratamentos propostos. Metodologia: Esse ensaio clínico randomizado foi realizado com um total 56 dentes com presença de cárie ativa aleatoriamente distribuídos em dois grupos: DFP 30% (N=27) e DFP 30% associado ao IK (N=27). As avaliações de manchamento do dente seguiram uma escala que pontuava de 0 a 4 onde 0 era coloração branca, 1 amarela, 2 castanho claro, 3 castanho escuro e 4 preta. Para discriminação do escore do dente foi utilizado o programa de computador para Windows Paint. Os dentes foram reavaliados após uma semana, 15 dias e 1 mês para verificar a inativação das lesões de cárie tratadas e a alteração na coloração dessas lesões. Os pais, ao final do tratamento, foram questionados quanto à satisfação com o tratamento proposto através de questionário. Análises foram realizadas por meio do programa SPSS na versão 22.0 incluindo análise de frequência e teste Qui-quadrado de Pearson. Resultados: Houve diferença significativa entre os tratamentos em 1semana ( p< 0,001), 15 dias (p<0,001) e 1 mês (p<0,001) favorecendo o uso associado do Diamino Fluoreto de Prata com o Iodeto de Potássio. Em ambos os tratamentos houve inativação de lesões de cárie, porém a frequência foi maior no grupo tratado com DFP+IK (p=0,05), embora essa diferença não tenha sido significativa. Sobre a satisfação dos pais com o tratamento proposto, não houve diferença entre os dois tipos de tratamento (p= 0,214). Conclusão: O uso do IK imediatamente após a aplicação do DFP foi eficaz para minimizar o manchamento enegrecido da superfície dentária. A associação do IK ao DFP não interferiu na inativação das lesões de cárie dos dentes tratados, portanto ambos são eficazes. Os pais se mostraram satisfeitos com ambos tratamentos recebidos.
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    Desempenho clínico do Cimento de Ionômero de Vidro de alta viscosidade versus Cention® N em molares decíduos: um ensaio clínico randomizado
    (UFVJM, 2019) Duarte, Ana Caroline Alves; Galo, Rodrigo; Silva, Thiago Fonseca; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Galo, Rodrigo; Araújo, Cíntia Tereza Pimenta de; Andrade, Raquel Gonçalves Vieira de
    O conhecimento dos processos bioquímicos relacionados à cárie proporcionou o desenvolvimento da Odontologia de Mínima Intervenção. Sua prática vem crescendo consideravelmente e tem se tornado de grande interesse para saúde publica. É importante ressaltar que dentro dessa proposta é almejado que o material restaurador apresente características antimicrobianas e favoreça a remineralização, uma vez que a higiene bucal inadequada é um fator desafiador na prática clínica diária. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi verificar o desempenho clínico do tratamento restaurador em molares decíduos com a utilização do material Cention® N (Ivoclar Vivadent) comparado ao Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) de alta viscosidade (Riva Light Cure - SDI). Crianças com idade entre 7 e 10 anos apresentando molares decíduos com lesões oclusais foram incluídos no presente estudo. Após a remoção seletiva da cárie, os dentes foram restaurados com Cention® N e CIV de alta viscosidade. Todos os procedimentos foram realizados sob isolamento relativo adotando a abordagem do ART (Atraumatic Restorative Treatment). Após três meses, a performance clínica das restaurações foram avaliadas utilizando o critério modificado do Serviço de Saúde Pública (USPHS) e critério do ART. Além disso, o tempo despendido em cada procedimento restaurador também foi coletado. Dados socioeconômicos e demográficos das crianças e suas famílias foram coletados por meio de questionários pré-estruturados. As análises estatísticas foram realizadas através do programa SPSS versão 22.0. Foram realizadas análises descritivas da amostra, e adotou-se o teste Qui-quadrado e associação de tendência linear para avaliar a associação entre cada critério de avaliação clínica entre os diferentes materiais restauradores. A diferença entre o tempo médio gasto nos procedimentos restauradores dos diferentes materiais foi avaliada através do teste Mann-Whitney. Considerou-se valor de p <0,05 como estatisticamente significativo. Concluiu-se no presente estudo que não houve diferença estatisticamente significativa entre as restaurações classe I realizadas com CIV de alta viscosidade e Cention® N após a remoção seletiva do tecido cariado dos molares decíduos. Porém, embora não significativos, o Cention® N apresentou um melhor desempenho quando comparado ao CIV de alta viscosidade nos critérios avaliados.
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    Fatores de risco para cárie dentária em primeiros molares permanentes: uma coorte prospectiva
    (UFVJM, 2019) Machado, Gabrielly Fernandes; Fernandes, Izabella Barbosa; Jorge, Maria Letícia Ramos; Marques, Leandro Silva; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fernandes, Izabella Barbosa; Jorge, Joana Ramos; Ferreira, Fernanda de Morais
    Objetivo: Identificar fatores determinantes da cárie dentária em primeiros molares permanentes em crianças escolares. Metodologia: Esse estudo longitudinal foi realizado com 122 pares de mães e crianças da cidade de Diamantina, Minas Gerais, Brasil. Essas crianças participaram de um estudo transversal realizado no ano de 2013 quando tinham idade entre um e três anos (T1). Após três (T2) e seis anos (T3), essas crianças foram divididas em dois grupos de acordo com a presença (n=69) ou ausência (n=69) de cárie dentária no T1 e foram reavaliadas. A coleta de dados nos três momentos envolveu a aplicação de um questionário que abordava aspectos relativos a fatores socioeconômicos, demográficos, características da criança e hábitos e sintomatologia. Além disso, foi realizado exame clínico bucal para verificar a presença de placa visível ou de cárie dentária de acordo com os critérios do Sistema Internacional de Avaliação e Detecção de Cárie Dentária (ICDAS-II). O desfecho avaliado em T3 foi a presença de cárie dentária nos primeiros molares permanentes. A análise dos dados foi realizada através do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para Windows, versão 22.0 e incluiu a descrição de frequência das variáveis e regressão de Poisson hierárquica. Resultados: A incidência de cárie dentária no primeiro molar permanente foi de 70,5%, 68% das lesões estavam ativas. Na análise ajustada, mantiveram-se associados significativamente à incidência de cárie dentária em primeiros molares permanentes, a presença de cárie em T1 (RR=1,41; IC 95%=1,08-1,84) e as mudanças de T1 para T2: na presença de dor de dente (Não relata mais dor: RR=0,52; IC 95%=0,28-0,96 / Sempre relatou dor: RR=1,44; IC 95%=1,09-1,91), no número de dependentes da renda (RR=1,66; IC 95%=1,17-2,35) e na frequência de escovação (RR=1,77; IC 95%=1,27-2,46). Dentre os fatores avaliados de T2 para T3, a mudança na frequência de escovação (RR= 1,32; IC 95%= 1,05-1,65) e a presença de cárie no T2 (RR= 1,58; IC 95%=1,12-2,22) foram determinantes da incidência de cárie em primeiros molares permanentes. Conclusão: Apresentaram maior risco de incidência de cárie em primeiros molares permanentes, crianças que possuíam cárie em T1 ou em T2, que relataram dor em T1 e continuavam com dor em T2, que permaneciam com o número de dependentes da renda alto de T1 para T2 e com baixa frequência de escovação de T1 para T2 e de T2 para T3. Crianças que relatavam dor em T1, mas deixaram de relatar em T2, apresentaram menor risco de incidência de cárie em primeiros molares permanentes.
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    Desempenho clínico de restaurações classe II com resina bulk fill após a remoção parcial e total do tecido cariado: um ensaio clínico randomizado
    (UFVJM, 2018) Rezende, Vanessa Silva de; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Ramos-Jorge, Joana; Oliveira, Simone Gomes Dias de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos-Jorge, Maria Letícia; Martins, Carolina de Castro; Drumond, Clarissa Lopes
    Resinas bulk fill empregadas com adesivos autocondicionantes parecem ser uma opção para restaurar dentes decíduos pois simplificam o protocolo restaurador. Porém são materiais que apresentam poucas evidências clínicas de seu desempenho. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho clínico de restaurações classe II em molares decíduos após a remoção seletiva e total do tecido cariado. Trata-se de um ensaio clínico randomizado do tipo boca dividida, realizado na cidade de Diamantina/MG. Participaram do estudo 82 crianças com idades entre 7 e 12 anos, que apresentavam cárie em dentina, classe II, em dois molares decíduos. Cada criança recebeu duas restaurações e os dentes foram alocados por meio de sorteio. No grupo 1 (n=82) a abertura da cavidade e remoção do tecido cariado foi realizada com instrumentos rotatórios e feita a remoção total do tecido cariado. No grupo 2 (n=82) foram utilizados apenas cortantes manuais e realizada a remoção seletiva do tecido cariado. Foram realizadas 164 restaurações classe II utilizando a resina Filtek Bulk Fill (3M) com o adesivo autocondicionante Scotchbond Universal (3M). A avaliação clínica foi realizada por um avaliador cegado utilizado o critério do USPHS, após o acompanhamento de 6 e 12 meses. Os dados foram organizados e analisados no software SPSS (versão 20.0, SPSS, Chicago, IL, EUA). Foram utilizadas estatísticas descritivas para descrever os critérios de avaliação e motivo das falhas. Foi realizado o teste qui-quadrado e para a análise de sobrevida foi utilizado o teste de Kaplan-Meier. A média de idade das crianças incluídas foi de 5,7 (±1,3). Aos 12 meses foram avaliadas 74 restaurações no grupo um e 77 restaurações no grupo dois e a taxa de sucesso do grupo um foi de 85% e do grupo dois de 81%. O teste qui quadrado revelou uma associação estatística entre os grupos para os critérios de cor aos 6 (p=0,001) e 12 (p=0,003) meses e descoloração marginal (p=0,026) aos 12 meses. A análise da curva de sobrevida de Kaplan-Meier não revelou diferença estatística (Log-rank p=0,225) entre os grupos. Os motivos de falha das restaurações foram a fratura ou perda da restauração e evidência de cárie secundária. O maior número de falhas ocorreu nos 6 primeiros meses. Assim, os resultados deste estudo apontam que houve diferença no desempenho clínico referente à cor e à descoloração marginal de restaurações de resina bulk fill em molares decíduos realizadas após a remoção total ou parcial do tecido cariado, porém não houve diferença na sobrevida de restaurações.
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    Incidência de cárie dentária severa em pré-escolares e fatores de risco maternos: uma coorte prospectiva de três anos
    (UFVJM, 2017) Gomes, Rafaela Lopes; Ramos-Jorge, Joana; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos-Jorge, Maria Letícia; Martins Júnior, Paulo Antônio; Andrade, Raquel Gonçalves Vieira de
    Objetivo: Avaliar a associação entre fatores de risco maternos e a incidência de lesão severa de cárie dentária em crianças pré-escolares. Metodologia: O estudo foi realizado com 158 pares de mães e crianças de um a três anos de idade que participaram de um estudo transversal realizado no ano de 2014 na cidade de Diamantina, MG. Após três anos, as crianças foram divididas em dois grupos de acordo com a exposição e reexaminadas para verificar novos casos de lesões severas de cárie dentária. O grupo exposição foi composto por crianças filhas de mães com cárie dentária não tratada no primeiro exame (n=79) e as crianças filhas de mães livres de cárie ou com cárie tratada no primeiro exame formaram o grupo não exposto (n=79). A análise dos dados foi realizada utilizando-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para Windows, versão 22.0 e incluiu a descrição de frequência das variáveis, teste qui-quadrado de Pearson e regressão de Poisson (análise hierárquica). Resultados: Cento e quarenta crianças e suas mães completaram o estudo. A análise de regressão de Poisson não ajustada mostrou que escolaridade materna (p=0,002), renda mensal familiar (p=0,022), placa visível na mãe (p<0,001), idade da criança aos dois (p=0,009) e aos três anos (p=0,032), placa visível na criança (p=0,001), atividade de cárie na criança (p<0,001), presença de cárie dentária no baseline (p<0,001), cárie cavitada no baseline (p<0,001) e a não adesão ao tratamento (p<0,001) foram fatores de risco para o desenvolvimento de novas lesões de cárie dentária severa. No modelo final, escolaridade materna (RR = 2,02; IC95%: 1,06-3,88; p= 0,034), placa visível na mãe (RR = 1,84; IC95%: 1,22-2,76; p = 0,004) e cárie cavitada da criança no baseline (RR = 2,26; IC95%: 1,52-3,37; p<0,001) permaneceram como fatores de risco para incidência de lesões severas de cárie dentária. Conclusão: Escolaridade materna menor do que nove anos de estudo, placa visível na mãe e lesão cavitada de cárie dentária na primeira infância foram fatores de risco para incidência de cárie severa após três anos de acompanhamento.
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    Influência de fatores clínicos e socioambientais na saúde bucal de crianças pré-escolares: um coorte de 3 anos
    (UFVJM, 2017) Fernandes, Izabella Barbosa; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Ramos-Jorge, Joana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos-Jorge, Maria Letícia; Martins Júnior, Paulo Antônio; Abreu, Lucas Guimarães; Ribeiro, Liliane da Consolação Campos
    O objetivo desse estudo de coorte foi avaliar o risco de fatores clínicos e socioambientais dos primeiros anos de vida da criança sobre: (1) a progressão da cárie dentária; (2) a presença de dor de dente; (3) a ocorrência de má oclusão; (4) o impacto na qualidade de vida relacionada à saúde bucal de crianças pré-escolares e suas famílias. Este estudo foi realizado com 151 pares de mães e crianças que participaram de um estudo transversal realizado no ano de 2014 na cidade de Diamantina, Minas Gerais. Durante o baseline (2014) essas crianças apresentavam de 1 a 3 anos de idade e foram avaliadas clinicamente para verificar a presença de cárie dentária por meio dos critérios do Sistema Internacional de Avaliação e Detecção de Cárie Dentária (ICDAS) de placa dentária visível, de má oclusão e de traumatismos dentários. As mães também foram avaliadas clinicamente para verificar a presença de cárie dentária por meio dos critérios da Organização Mundial de Saúde. Foram aplicados três questionários às mães sob a forma de entrevista: um questionário para avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde bucal, a versão brasileira do Early Childhood Oral Health Impact Scale (B-ECOHIS), o Dental Anxiety Scale (DAS) e um questionário que abordava aspectos socioambientais da família além de informações relativas às crianças e seus hábitos. Todas as mães foram orientadas acerca das condições bucais de seus filhos e as crianças foram encaminhadas para atendimento odontológico. Após três anos (T1) as crianças foram reavaliadas clinicamente e as mães responderam novamente ao B-ECOHIS, ao DAS, além de responderem a um questionário para avaliação de dor de dente, a versão brasileira do Dental Discomfort Questionnaire (DDQ-B). A análise de dados foi realizada através do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0, e incluiu a descrição de frequência das variáveis, teste qui-quadrado, teste Wilcoxon e regressão hierárquica de Poisson. Crianças que possuíam pelo menos um dente com cárie cavitada no baseline, apresentaram maior risco de progressão de outras lesões cariosas. Foram fatores de risco para a ocorrência de dor de dente em T1, a presença de cárie dentária cavitada e a maior aglomeração familiar no baseline. A presença, no baseline, de cárie dentária cavitada e do hábito de sucção de dedo foram fatores determinantes da presença de má oclusão em T1. Incremento de cárie severa, tratamento odontológico e escore do B-ECOHIS no baseline foram associados à piora na qualidade de vida. Conclui-se que cárie dentária, sucção de dedo e maior aglomeração familiar são fatores de risco para piores resultados em saúde bucal na idade pré-escolar. Incremento de cárie severa, ausência de tratamento dentário e menor escore do B-ECOHIS no baseline foram fatores de risco para a piora na qualidade de vida.
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    Impacto da cárie dentária na qualidade de vida de crianças de 1 a 3 anos de idade e de suas famílias
    (UFVJM, 2014) Fernandes, Izabella Barbosa; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Marques, Leandro Silva; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Marques, Leandro Silva; Ramos-Jorge, Joana; Paiva, Saul Martins
    A cárie dentária não tratada é a condição bucal mais frequentemente associada com um impacto negativo na qualidade de vida de crianças por estar associada à dor, desconforto, dificuldades na mastigação, problemas de fala, distúrbios no sono, problemas psicológicos, dificuldades na escola e dificuldades na interação social da criança. Essa associação tem sido frequentemente verificada em adultos, adolescentes, crianças escolares e pré-escolares. A associação de impacto da cárie dentária em bebês sobre a qualidade de vida é ainda desconhecida. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de diferentes estágios de progressão da cárie dentária na qualidade de vida de bebês e de suas famílias na cidade de Diamantina, Minas Gerais. Uma amostra de 308 bebês de 1 a 3 anos de idade foi submetida a um exame clínico para avaliar a cárie dentária através do Sistema Internacional de Avaliação e Detecção de Cárie - International Caries Detection and Assessment System (ICDAS). As mães dos bebês foram convidadas a responder dois questionários: um sobre qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) das crianças e de suas famílias, o Brazilian Early Childhood Oral Health Impact Scale (B-ECOHIS) e outro sobre as características e condições sociodemográficas dos bebês e de suas famílias. A análise estatística foi realizada através do programa SPSS - Statistical Package for Social Sciences (SPSS for Windows, version 20.0, SPSS Inc. Chicago, IL, USA) e envolveu análise descritiva, os testes Kappa, Kruskal Wallis, Mann-Whitney e modelos de regressão de Poisson hierarquicamente ajustados. A prevalência de cárie não tratada foi de 64,3%. A maioria dos bebês com cárie apresentava cárie em seu estágio severo de progressão (53,5%). Houve uma diferença significativa entre o estágio de progressão da cárie e QVRSB no bebê e na família. O estágio severo de cárie dentária [RP IC95%= 2.80 (1.90-4.12)] e a menor idade da mãe [RP IC95%= 1.69 (1.27-2.25) foram associados com o maior impacto na qualidade de vida. Concluiu-se que lesões de cárie em estágios mais avançados de progressão foram associados a uma pior qualidade de vida em bebês e em suas famílias.
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    Influência da coesão/adaptabilidade familiar, de fatores sociodemográficos e comportamentais na prevalência de cárie dentária em pré-escolares
    (UFVJM, 2015) Alencar, Bruna Mota de; Ramos-Jorge, Joana; Ramos-Jorge, Maria Letícia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos-Jorge, Joana; Auad, Sheyla Márcia; Oliveira, Simone
    A qualidade emocional das relações familiares pode afetar os comportamentos de saúde bucal. Os estudos que investigaram fatores familiares associados à saúde bucal não aprofundaram em questões psicossociais. A compreensão dessa associação pode indicar os caminhos para promoção de saúde, enfatizando a necessidade de ações multidisciplinares, melhorando, assim, a saúde bucal da população. Particularmente em crianças pré-escolares, que dependem do cuidado de sua família, a investigação da influência de fatores psicossociais familiares sobre a prevalência de doença bucal é importante. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a influência da coesão/adaptabilidade familiar, de fatores sociodemográficos e de comportamentos relacionados à saúde bucal sobre a prevalência de cárie dentária não tratada em crianças pré-escolares. Para isso, uma amostra representativa de 461 crianças foi recrutada em creches e pré-escolas na cidade de Diamantina, Brasil. A presença de cárie não tratada foi detectada pelos critérios do Sistema Internacional de Avaliação e Detecção de Cárie (International Caries Detection and Assessment System- ICDAS II). Informações sociodemográficas, tais como características da criança, escolaridade materna, renda e número de pessoas que vivem da renda, bem como informações relacionadas a comportamentos de saúde bucal também foram investigadas. A coesão/adaptabilidade familiar foi investigada por meio do Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale (FACES III) que classifica as famílias, de acordo com o seu funcionamento, em balanceadas, moderadamente balanceadas e não balanceadas. Análise descritiva e modelo de regressão de Poisson foram utilizados para análise dos dados. A prevalência de cárie não tratada foi de 30,6%. A Análise multivariada mostrou que crianças que pertenciam a famílias não balanceadas, classificadas de acordo com o FACES III, tinham maior prevalência de lesões não tratadas de cárie dentária (RP: 1,49; IC95%: 1,01-2,20; p= 0.045). Além disso, rendas familiares de dois a menos de cinco salários mínimos ( RP: 2,80; IC95%: 1,16-6,75; p=0 .021), de um a menos de dois salários mínimos (RP: 4,15; IC95%: 1,73-9,85; p= 0.001) e menor do que um salário mínimo (RP: 4,07; IC95%: 1,65-10,00; p= 0.002) também foram associadas com a presença de lesões não tratadas de cárie dentária em crianças pré-escolares. Concluiu-se que crianças pré-escolares de famílias não balanceadas tinham maior prevalência de cárie dentária não tratada. Além disso, menores rendas familiares foram fatores de risco para a presença de cárie não tratada em crianças pré-escolares.